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Cromatografia Gasosa

Renata Dias Lins Serour


A cromatografia gasosa é um método de separação de misturas por interação diferencial dos
seus componentes entre uma fase estacionária (líquida ou sólida) e uma fase móvel (nesse caso, um
gás). As misturas devem ter constituintes voláteis para que possam ser arrastadas pelo gás, além de
termicamente estáveis devido ao aumento de temperatura no processo.

A fase móvel é chamada de gás de arraste e não interage com a amostra, apenas a carrega
através da coluna. Este gás deve ser inerte e isento de impurezas, por isso pode ter um custo elevado. A
fase estacionária deve ter características próximas dos compostos a serem separados.

Quanto maior a solubilidade de um constituinte na FE, mais lentamente ele caminha pela
coluna (tem maior tempo de retenção). Quanto mais volátil a substância (ou quanto menor a
temperatura de ebulição), mais rapidamente caminha pela coluna, tendo menor tempo de retenção.
Por isso, o controle da temperatura deve ser feito com precisão.

O cromatógrafo é composto por um reservatório de gás com controles de vazão e pressão,


injetor de amostra, coluna cromatográfica, forno da coluna, detector e registrador de sinal
(computador). Para injeção instantânea da amostra, são utilizadas microsseringas na faixa de 1,5 a 10
micrometros.

As colunas podem ser empacotadas ou capilares. A empacotada é recheada com sólido


pulverizado (fase estacionária é depositada sobre as partículas de recheio). Já a capilar é menor e mais
eficiente, tendo as paredes internas recobertas com um filme da fase estacionária.

O forno deve suportar uma ampla faixa de temperaturas (pelo menos até 400°C) e ter um
sistema de ventilação que mantenha a temperatura uniforme pelo seu interior.

Os detectores examinam o material da corrente após a eluição, gerando sinal quando há


passagem de substâncias que não são o gás de arraste. Cada substância é representada por um pico no
cromatograma. Essa detecção pode ser feita por: ionização de chama (FID), espectrometria de massa
(MS), condutividade térmica (TCD), captura de elétrons (ECD) ou fotoionização (PID).
Os dois métodos citados primeiro são os mais comumente utilizados. FID é considerado o
detector universal para a cromatografia gasosa, por ter alta sensibilidade a quase todos os compostos
orgânicos. Além disso, apresentam baixas respostas a impurezas no gás de arraste.

Na petroquímica, a cromatografia gasosa pode ser utilizada na separação, identificação e


quantificação dos compostos mais abundantes do petróleo: as parafinas e os aromáticos. Em refinarias,
os rendimentos obtidos ao longo do processo de refino são determinantes para sua viabilidade
financeira. Sendo assim, saber as frações do petróleo permite que maior quantidade de moléculas de
interesse seja recuperada.

Normalmente, nas indústrias, a separação dos compostos presentes no óleo cru é feita através
da destilação. No entanto, esse processo pode depender de altos gastos financeiros e de energia. Por
isso, foram estudadas formas de realizar destilação simulada (em menores quantidades). A
cromatografia gasosa foi considerada o método mais viável para resultados confiáveis de
caracterização do óleo cru em frações destiladas.

Ao fim da eluição pela coluna e detecção, é possível obter uma curva de destilação que se
compara à curva de ponto de ebulição verdadeiro (PEV) e a amostra é identificada. Além disso, o
percentual de destilado do petróleo pode ser calculado pela área do pico obtido no cromatograma,
tornando a análise, também, quantitativa. Essa prática é caracterizada pelas ASTM D2887 e D2892.

Dentre as análises que podem ser feitas através da cromatografia gasosa, temos a análise
comparativa de óleos (ASTM D3328-06) que permite a determinação das propriedades do óleo e a
identificação de bioacumuladores (motivo pelo qual esta análise é utilizada na área ambiental). Além
disso, também é possível determinar, em águas residuais, o teor de hidrocarbonetos totais de petróleo
(EPA 8015D) e o teor de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (EPA Method 5021A).
Referências Bibliográficas

 https://www2.ufjf.br/ppgquimica/wp-
content/uploads/sites/190/2016/08/Cromatografia-gasosa.pdf
 http://www2.unigranrio.br/unidades_adm/pro_reitorias/propep/sinctec/almanaqueuni
granrio2013/trabalhos/230.pdf
 https://gia.org.br/portal/um-breve-historico-e-descricao-do-uso-da-cromatografia-
gasosa-como-ferramenta-analitica-para-a-determinacao-de-hidrocarbonetos-de-
petroleo/
 https://www.abcm.org.br/anais/conem/2012/PDF/CONEM2012-1813.pdf

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