Você está na página 1de 15

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Conceito da Ética Social

Objecto de Estudo da Ética Social

Corrupção e suas consequências

Tipos de Liberdade

Albertina José Notiça

Código do Estudante: 708202941

Beira, 2022
1
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Conceito da Ética Social

Objecto de Estudo da Ética Social

Corrupção e suas consequências

Tipos de Liberdade

Albertina José Notiça

Código do Estudante: 708202941

Curso: Administração Pública

Disciplina: Ética Social

Ano de frequência: 3º ano

Turma: “A”

Docente: Dra. Efigénia Raul

Beira, 2022
2
Índice

Introdução..............................................................................................................................2

1. Conceito da Ética............................................................................................................3

2. Ética social......................................................................................................................4

2.1. Objecto de estudo da ética social................................................................................4

3. A corrupção e suas consequências..................................................................................4

4. A corrupção na Direcção Provincial da Economia e Finanças de Tete..........................8

5. Ética e corrupção.............................................................................................................9

6. Tipos de liberdade.........................................................................................................10

Conclusão.............................................................................................................................12

Bibliografias.........................................................................................................................13

3
Introdução

O trabalho fundeia acerca da Ética Social, onde dentro dela, encontramos o objecto de
estudo da ética social. Ademais, encontramos os conceitos de corrupção e sua
consequência. Outro sim, encontramos o caso da corrupção que acontecera na Direcção
Provincial das Finanças de Tete. Ademais, aborda sobre os temas ética e a corrupção e, por
fim, encontramos os tipos de liberdade.

O tema deste trabalho justifica-se pela necessidade de reflectir sobre a Ética Social, no seu
sentido mais alto, saber o objecto de estudo da ética social. Ademais, reflectir sobre os
conceitos de corrupção e qual a consequência que traz para o corruptor, as instituições e a
própria sociedade. Alem disso, incidir sobre a corrupção que acontecera na Direcção
Provincial das Finanças de Tete. E por fim, espelhar sobre os temas ética e a corrupção e
os tipos de liberdade.

O objectivo é de estudar sobre a ética social, uma vez que a ética social, é um conjunto de
regras ou directrizes, baseadas em torno de escolhas e valores éticos, aos quais a sociedade
adere. Muitas dessas regras geralmente não são ditas e, em vez disso, devem ser seguidas.
E, ademais, reflectir sobre os conceito da ética e corrupção, porque esses dois termos são
meramente antagónicas, uma vez a corrupção contradiz os princípios da ética, e por fim,
conhecer os tipos de liberdades que existem e identificar-se com elas.

A realização desse estudo, foi possível mediante uso das seguintes metodologias: técnica
de leitura de algumas obras; observação directa de alguns factos vistos e ouvidos fazendo
uma apreciação minuciosa. Método de abordagem em destaque o hermenêutico, através da
qual permitiu-me na leitura, interpretação e análise das informações recolhidas sobre a
ética social, a corrupção e suas consequência, neste caso, o tipo de corrupção que
acontecera na Direcção Provincial das Finanças de Tete.

É relevante estudar este tema, tanto culturalmente, ou cientificamente. Porque através


deste, resultou-me amplos conhecimentos sobre a ética social, o objecto de estudo da ética
social. Ademais os conceitos de corrupção e sua consequência. Outro sim, o caso da
corrupção que acontecera na Direcção Provincial das Finanças de Tete. Os temas de ética e
a corrupção e, por fim, os tipos de liberdade.

4
1. Conceito da Ética

Chaui (1994, p.10) a origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo
de ser, o carácter. Os romanos traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou no
plural “mores”), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. Tanto “ethos”
(carácter) como “mos” (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente
humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que
é adquirido ou conquistado por hábito. Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, diz
respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a partir das
relações colectivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem.

Geralmente, consideramos ético sinónimo de moral. Alguns “filósofos, no entanto,


consideram a palavra ética como aquela que vem do grego ethos, que significa estudo de
juízos referentes à conduta humana”. A ética não analisa o que o homem faz como a
psicologia e a sociologia, mas o que ele deveria fazer. É um juízo de valores, como virtude,
justiça, felicidade, e não um julgamento da realidade (Bignotto, 1997, p. 18).

A Ética é um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou
errado. As palavras ética e moral têm a mesma base etimológica: a palavra grega ethos e a
palavra latina moral, ambas significam hábitos e costumes. A ética, como expressão única
do pensamento correcto conduz à ideia da universalidade moral, ou ainda, à forma ideal
universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo
pensamento normal e sadio (Chaui, 1994, p.12)

O termo ético assume diferentes significados, conforme o contexto em que os agentes estão
os agentes envolvidos. Uma definição particular diz que a “ética nos negócios é o estudo
da forma pela qual normas morais pessoais se aplicam às actividades e aos objectivos da
empresa comercial. Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o
contexto dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos à pessoa moral que actua
como um gerente desse sistema” (Bignotto, 1997, p. 22).

5
2. Ética social

O significado da ética social é um conjunto de regras ou directrizes, baseadas em torno de


escolhas e valores éticos, aos quais a sociedade adere. Muitas dessas regras geralmente não
são ditas e, em vez disso, devem ser seguidas. A ética social não deve ser uma lista
detalhada de regras a serem aplicadas em qualquer situação. Eles devem servir de guia,
estabelecendo as regras básicas para o que a sociedade julgar aceitável. O bem-estar da
sociedade como um todo é colocado à frente dos interesses de qualquer indivíduo, e isso
ajuda a garantir que todos sejam responsabilizados uns pelos outros (Cabral, 1994, p. 51).

Cabral (1994, p. 52) A Ética Social são os princípios filosóficos e morais que, de uma
forma ou de outra, representam a experiência colectiva de pessoas e culturas. Esse tipo de
ética geralmente age como uma espécie de “código de conduta” que governa o que é e o
que não é aceitável, além de fornecer uma estrutura para assegurar que todos os membros
da comunidade sejam cuidados.

A ética social é aplicável em uma comunidade e, às vezes, tem vida própria. A


característica que aparece depende da cultura e costumes aplicáveis em áreas onde a
comunidade ou a residência da comunidade. Então, a cultura ainda é influenciada mais pela
mentalidade da comunidade local, bem como pela localização e condições geográficas em
que as comunidades vivem. Ética social é um conjunto de regras ou directrizes, baseadas
em torno de escolhas e valores éticos, aos quais a sociedade adere (Cabral, 1994, p. 52-53).

2.1. Objecto de estudo da ética social

Cabral (1994, p. 56) “Objecto de estudo da ética social é o conjunto de normas e
de responsabilidade acerca do modo de ordenar as estruturas e instituições sociais para
uma convivência na justiça e no direito”. “Ou, a reflexão sobre o comportamento humano,
os hábitos e costumes das sociedades”.

3. A corrupção e suas consequências

Benzerra (1995, p. 91) O termo corrupção tem origem na palavra latina “rumpere” que
significa de ruptura. O que se rompe com o ato corrupto é um padrão de conduta previsto
para a manutenção do interesse colectivo, podendo ser um código moral, um corpo de leis

6
ou regras de boa convivência. Corrupção é uma palavra que abrange várias condutas
destinadas à obtenção de um ganho indevido, abrangendo condutas entre privados e entre
privados e Estado.

Benzerra (1995, p. 93) A corrupção não é um tema novo. Estudiosos deste assunto
apontam indícios de corrupção desde os primórdios do país e mostram como esses indícios
se perpetuaram e foram decisivos para a construção da Administração Pública.

A corrupção é um mal que afecta a sociedade em geral, com a distribuição de riquezas,


deixando sempre muito para poucos e poucos para muitos, fazendo assim que seja vista
como a doença que mais ameaça o sector da administração pública no país (Benzerra,
1995, p. 95)

Pinto (1960, p.43) “a corrupção em números e importantes sectores governamentais


assumiu a intensidade e extensão que, desgraçadamente, parece ter sido institucionalizada.
A patinaria com que a improbidade administrativa se exerce e a apatia da opinião pública
em face dela retiraria toda a acústica às vozes isoladas que a denunciam e condenam”.

A corrupção, de acordo com conceito seguido pelo Banco Mundial, é o abuso de poder
público para benefício privado –, ocorre quando um agente viola as regras estabelecidas
pelo principal, entrando em conluio com outras partes e promovendo seu próprio benefício
(Tanzi & Davoodi, 1997, p.47).

A corrupção abordada neste tópico é aquela que se realiza entre particulares e agentes
públicos (na Administração Publica), com a finalidade de obtenção de ganhos ilícitos, bem
como para impedir a entrada de novos agentes privados em contratos públicos; desvios de
valores da instituição, subornos, agradecimentos indevidos, cobranças ilícitas de novos
integrantes da instituição, entre outras formas. A corrupção pressupõe o agente público
corrompido e o particular beneficiado com o acto estatal obtido mediante meios não
moralmente legítimos (Benzerra, 1995, p. 98).

Um país corrupto é mais susceptível de ser capturado por forças políticas extremistas que
professam discursos de combate à corrupção e controle da sociedade, com graves riscos

7
aos direitos fundamentais e à democracia, em razão do descrédito das instituições perante a
população. Até mesmo a arrecadação fiscal é prejudicada pela corrupção, visto que ocorre
um incentivo para as empresas e cidadãos migrarem para a economia informal, tendo em
vista que os valores dos tributos (Tanzi & Davoodi, 1997, p.52).

Tanzi e Davoodi (1997, p.54) A “corrupção” torna os investimentos estatais em sectores


menos eficazes, em razão dos altos valores desviados. A pobreza é fomentada pela
corrupção, visto que valores orçamentários obtidos pelos corruptos geralmente beneficiam
a elite hierárquica e aqueles que se acham ser espertos, gerando escassez de recursos que
poderiam ser aplicados em investimentos socialmente relevantes, capazes de ocasionar a
redução das desigualdades sociais.

A corrupção Administrativa prejudica o profissionalismo do serviço público e frustra os


funcionários honestos, afectando seu desempenho e reduzindo sua produtividade. A
corrupção é o acto ou afeito de corromper. É o oferecimento ou obtenção de vantagens
indevidas, beneficiando uma parte e prejudicando imediatamente outra. Esta corrupção
inclui muitas práticas de suborno, fraude, a apropriação indevida, nepotismo, extorsão,
trafico de influencia, utilização de informação privilegiada para fins pessoais e ou qualquer
outro desvio de recursos por parte de um funcionário da Administração Pública ou doutros
sectores (Tanzi & Davoodi, 1997, p.60).

Benzerra (1995, p. 103) É um complexo fenómeno social, político e económico que afecta
todos os países do mundo. Em diferentes contextos, a corrupção prejudica as instituições,
devasta o desenvolvimento económico e contribui para a instabilidade política e
desigualdade social.

Este mal, facilita as actividades do crime organizado, sendo assim, afecta negativamente a
competitividade dos vários sectores num país, referente aos sectores da administração
pública e demais. Mina os esforços para produzir desenvolvimento económico e social,
impedindo assim, a ruptura dos ciclos de pobreza, e aumentando os índices de condições
desta pobreza (Benzerra, 1995, p. 103-104).

8
Os actos de corrupção praticados nos entes da administração pública, ou, em todos os
níveis, produzem severos prejuízos para os administrados, sendo certo que a não prestação
de diversos serviços tem gerado enorme deficit para a concretização de direitos
fundamentais. A Administração Pública consiste em um conjunto de actividades
desenvolvidas pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de Direito Público, com o
objectivo fim de atender as necessidades concretas da colectividade, ou seja, é todo o
aparelho do Estado para a prestação dos serviços públicos, para a gestão dos bens públicos
e interesses comuns da sociedade (Benzerra, 1995, p. 106).

A corrupção pode gerar distorções na distribuição de renda, minar a estabilidade política de


um país e até mesmo afastar investimentos externos e interno. A corrupção também pode
comprometer a alocação de recursos públicos e gerar descrédito da população em relação à
actividade política do país (Benzerra, 1995, p. 106-107).

9
4. A corrupção na Direcção Provincial da Economia e Finanças de Tete

Sobre a corrupção que acontecera na Direcção Provincial da Economia e Finanças de Tete,


Catorze pessoas são acusadas de subfacturação de preços e conflitos de interesses num
esquema de adjudicação directa para prestação de serviços a duas empresas, das quais
alguns sócios são funcionários das instituições contratantes. O esquema levou à detenção
de seis servidores públicos, dessa instituição, e foi determinada uma caução que varia de
500 mil a dois milhões de Meticais. Foram recolhidas às celas em Tete, seis pessoas, mas
no processo constam 14 arguidos.

Segundo um comunicado do Gabinete Central de Combate à Corrupção citado pelo Jornal


de Moçambique, foram feitos pagamentos a duas empresas pela Direcção de Economia e
Finanças de Tete, cujos sócios são dois servidores públicos, um justamente da Direcção de
Finanças daquela província e outro do Instituto Nacional de Acção Social.

“As duas empresas, em 2019 e 2020, foram adjudicadas em contratos por ajuste directo
pelos Institutos da Acção Social de Tete e de Moatize e pelo Balcão de Atendimento Único
de Tete, no valor global de 106.171.361,25 MT. Os contratos foram celebrados no âmbito
do fornecimento de produtos alimentícios para assistência social de pessoas em situação de
emergência, na província de Tete, bem assim, para o fornecimento de produtos de
escritório e informáticos”.

O comunicado do Gabinete Central de Combate à Corrupção detalha que um dos


funcionários em situação de conflito de interesse, no caso o afecto à Direcção Provincial de
Economia e Finanças, celebrou contratos com o Balcão de Atendimento Único de Tete,
cuja esposa é responsável pelos Serviços de Administração, Finanças e Recursos
Humanos.

Neste processo o Gabinete Central de Combate à Corrupção investiga casos de aparente


subfacturação dos preços e situações de conflito de interesses, visto que numa das
empresas o sócio é o próprio Director Provincial da Economia e Finanças. O tribunal já
arbitrou a caução para os seis arguidos que varia de 500 mil a 2 milhões de meticais, para
responder em liberdade provisória.

10
5. Ética e corrupção

Todos os dias nos deparamos com escandalosos casos de corrupção, activa ou passiva,
praticados especialmente nas relações promíscuas entre políticos e empresários. A
corrupção é definida como o ato de solicitar ou receber alguma vantagem indevida, “levar
vantagem em tudo”, não importando o meio para se alcançar o que se almeja. Tanto o
corrupto como o corruptor praticam algo ilícito, passível de reprovação jurídica, em
notório conflito com os princípios elencados por Ulpiano: “viver honestamente (honeste
vivere), não lesar ninguém (neminem laedere), dar a cada um o que lhe pertence (suum
cuique tribuere)”. Sob o ponto de vista legal, há a previsão de uma série de sanções para os
casos da conduta corrupta (Baumhart, 1990, p. 17).

Mas não apenas o Direito recrimina a corrupção; também a reflexão ética reprova tal
conduta. A Ética é a área da Filosofia que tem a ver com o estudo das normas, princípios
que norteiam o agir humano. A palavra, de origem grega, significa etimologicamente
hábito, costume e é objecto de reflexão filosófica há mais de vinte e cinco séculos. Já em
Sócrates, Platão e Aristóteles, encontramos profundas reflexões sobre temas éticos
(Baumhart, 1990, p. 18).

Prado Filho e Trisotto (2003, p. 41) A “corrupção enquanto fenómeno social” é reflexo da
cultura levada a cabo sem princípios éticos e valores morais. Não se trata de fenómeno
político ou de qualquer outra classe, como equivocadamente acredita ser. É um fenómeno
cultural. A carência ética cultural é a raiz da corrupção. Tecnicamente ou
etimologicamente, fica evidente que corrupção tem a ver com a ausência da ética nas
acções e no comportamento. Entretanto, na epistemologia geral, existem leituras deferentes
sobre este fenómeno social.

Nos dias que correm a criminalidade económica revela uma outra policromia que não mais
pode ser encarada como um fenómeno episódico, e lateral, à estrutura do Estado. À sua
sombra acumulam-se uma pluralidade de condutas que, perfilando o traço comum da
anomia ética e, muitas vezes, do uso desviante das funções, integram condutas ilícitas que
atingem o núcleo central de qualquer regime democrático. O primeiro desses traços é a
Indiferença ética. Efectivamente, quando a criminalidade económica estrutural tem por

11
aliado um sistema financeiro desprovido de quaisquer valores éticos estão criadas as
condições para uma “tempestade perfeita” (Prado Filho & Trisotto, 2003, p. 43)

Prado Filho e Trisotto (2003, p. 44), a “conduta ética” é um tipo particular de


comportamento orientado por preceitos, em que o sujeito toma decisões dentro de uma
faixa definida por limites e padrões socialmente estabelecidos, ou seja, executa sua
liberdade e autonomia para decidir, tendo em conta seus limites e responsabilidades
sociais.

6. Tipos de liberdade

A liberdade constitui tema que sempre transpassou o ser no decorrer da história, tese que
continua influenciando a construção da identidade do sujeito e a relação do homem com a
sociedade pós - moderna.

Liberdade é um tema que sempre permeou o ser ao longo da história e continua


influenciando a construção da identidade do sujeito e a relação do homem com a sociedade
pós-moderna. Por ser uma temática transversal, a liberdade foi e continua sendo objecto de
estudo de vários campos da filosofia. O conceito de liberdade vem do termo grego
eleuthería e designa, com efeito, o homem livre (Mora, 2001; Gobri, 2007).

Em latim, a etimologia da palavra liberdade está relacionada ao adjectivo liber (deriva de


liberto), o qual se aplica ao “homem em que o espírito de procriação encontra-se
naturalmente activo” (Mora, 2001). Assim, a concepção de liberdade, em latim (libertas),
pode ser definida como a condição daquele que é livre, a capacidade de agir por si mesmo,
a autodeterminação, a independência ou a autonomia (Japiassu & Marcondes, 2006).

Segundo Mora (2001), nessa concepção latina, o homem livre é, então, o não submetido, e
desse significado derivam os subsequentes como, por exemplo, o de ser capaz de fazer algo
por si mesmo. Percebe-se, assim, que tanto para os gregos quanto para os latinos a
liberdade se apresenta como um estado de ser. Para os gregos, o homem livre é diferente
do escravo, enquanto que para os latinos ele assume uma responsabilidade perante a
comunidade e também consigo mesmo.

12
O termo liberdade designa a capacidade que todo o Homem possui de agir de acordo com a
sua própria decisão: é a capacidade de autodeterminação.

Barendt (2000, p. 19) “Os tipos de liberdade são uma consequência directa dos tipos de
coação de que o Homem é vítima na sua relação com os outros (sociedade) e consigo
mesmo. Por isso, a liberdade pode ser interior ou exterior”.

A liberdade interior compreende:

 A liberdade psicológica: a capacidade que o Homem tem de fazer ou não uma


determinada coisa. É a isenção de impulsos internos sobre a nossa vontade de agir
de uma determinada forma; é a capacidade de decidir por si mesmo.

 Liberdade moral: é a ausência de qualquer constrangimento de ordem moral, como,


por exemplo, o medo de punições ou de infringir leis, ameaças, etc. Manifesta-se na
adesão voluntária, intencional e consciente e valores estabelecidos por si como uma
meta a atingir ao longo da vida. É a liberdade de escolha ou de não escolha que
torna o Homem digno de si próprio (autónomo).

A liberdade exterior, por sua vez compreende os seguintes tipos:

 Liberdade sociológica: é a autonomia do sujeito face aos constrangimentos


impostos pela sociedade.

 Liberdade física: ausência de qualquer constrangimento físico. Por exemplo, um


portador de deficiência física nos membros superiores pode estar privado de
praticar determinada modalidade desportiva.

 Liberdade política: ausência de qualquer constrangimento de natureza política. Por


exemplo, um sujeito que não deve votar, por ser um prisioneiro, não tem liberdade
política (Barendt, 2000, p. 19-22).

13
Conclusão

Por fim, de avultar que a origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o
modo de ser, o carácter. Os romanos traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou
no plural “mores”), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. Tanto “ethos”
(carácter) como “mos” (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente
humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que
é adquirido ou conquistado por hábito. A Ética é um ramo da filosofia que lida com o que é
moralmente bom ou mau, certo ou errado. As palavras ética e moral têm a mesma base
etimológica: a palavra grega ethos e a palavra latina moral, ambas significam hábitos e
costumes.

O significado da ética social é um conjunto de regras ou directrizes, baseadas em torno de


escolhas e valores éticos, aos quais a sociedade adere. Muitas dessas regras geralmente não
são ditas e, em vez disso, devem ser seguidas. A Ética Social são os princípios filosóficos e
morais que, de uma forma ou de outra, representam a experiência colectiva de pessoas e
culturas. Esse tipo de ética geralmente age como uma espécie de “código de conduta” que
governa o que é e o que não é aceitável, além de fornecer uma estrutura para assegurar que
todos os membros da comunidade sejam cuidados

A ética social é aplicável em uma comunidade e, às vezes, tem vida própria. A


característica que aparece depende da cultura e costumes aplicáveis em áreas onde a
comunidade ou a residência da comunidade. Objecto de estudo da ética social é o conjunto
de normas e de responsabilidade acerca do modo de ordenar as estruturas e instituições
sociais para uma convivência na justiça e no direito. Ou, a reflexão sobre o comportamento
humano, os hábitos e costumes das sociedades.

O termo corrupção tem origem na palavra latina “rumpere” que significa de ruptura. O que
se rompe com o ato corrupto é um padrão de conduta previsto para a manutenção do
interesse colectivo, podendo ser um código moral, um corpo de leis ou regras de boa
convivência. Corrupção é uma palavra que abrange várias condutas destinadas à obtenção
de um ganho indevido, abrangendo condutas entre privados e entre privados e Estado.

A corrupção Administrativa prejudica o profissionalismo do serviço público e frustra os


funcionários honestos, afectando seu desempenho e reduzindo sua produtividade.

14
Bibliografias

Barendt, Eric. (2000). Tipos de Liberdade. 2. ed. Oxford: Univerity Press.

Bezerra, Marcos Otávio. (1995). Corrupção: um estudo sobre poder público e relações


pessoais.  Rio de Janeiro: Relume Dumará.

Bignotto, Newton. (1995).  Fronteiras da Ética.  São Paulo: Companhia das Letras.

Cabral, Roque. (1994). Temas de Ética. Braga: FFL-UC.

Chaui,  Marilena. (1994).  Convite à Filosofia.  São Paulo: Ática.

Pinto, Francisco Bilac Moreira. (1960). Enriquecimento Ilícito no Exercício de Cargos


Públicos. Rio de Janeiro: Forense.

Prado Filho, Kleber; Trisotto, Sabrina. (2003).  Ética e formação de postura profissional.
Dante Moreira Leite.

Tanzi, V. & Davoodi, H.R. (1997). Corrupção, Investimento Público e Crescimento.


Documento de Trabalho do Fundo Monetário Internacional, Departamento de Assuntos
Fiscais.

15

Você também pode gostar