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Tipos de Organizações Escolares; a Missão e

Objectivos da Organização Escolar

Introdução
Na primeira lição você aprendeu que a organização escolar possui
algumas características que a tornam diferente das outras
organizações. Nesta lição você vai estudar os tipos de organizações
escolares, sua missão e os objectivos da mesma.

A lição terá a duração de 2 horas e 30 minutos.

Ao completer esta lição, você será capaz de:

Organizações Escolares Formais

Tal como as outras organizações, as organizações escolares formais


são criadas explicitamente com fins determinados (Chiavenato,
2006). Por exemplo, a igreja ou mesquita trata especificamente da
vida espiritual dos seus membros; a fábrica de brinquedos produz
apenas brinquedos e, finalmente, as instituições da educação
produzem professores, médicos, advogados, engenheiros,
economistas, etc.

A vida das organizações formais é mais longa do que a dos seus


actores, não interessando quem sai e quem entra.

As organizações Escolares formais, tal como as outras organizações


formais, regem-se por estatutos e regulamentos próprios. Elas têm
também a sua estrutura organizacional representada em
organograma (Megginson et al., 1998). Por exemplo, as escolas e
universidades têm estatutos e organogramas. Estes documentos
facilitam o trabalho, a todos os níveis, já que cada um sabe o que
fazer.
As organizações formais providenciam recursos de informação
acerca dos êxitos e produzem dispositivos de controlo para prevenir
lapsos humanos normais.

Agora que você já sabe que os tipos de organizações escolares


formais se regem por estatutos e que são criados com fins
explícitos, a seguir você vai estudar as organizações escolares
informais.

1.4.2. Organizações Escolares Informais

As organizações escolares informais, tal como as outras


organizações informais, constituem-se desordenadamente, são mal
estruturadas e normalmente crescem espontaneamente.

Os membros das organizações informais, incluindo as organizações


escolares informais, incorporam-se tanto de forma consciente,
como inconsciente, não sendo fácil determinar o momento exacto
em que alguém se torna seu membro.

A natureza das relações entre os membros destas organizações e os


seus objectivos não está especificada.

As organizações escolares informais, tal como as outras


organizações informais, não são oficialmente reconhecidas, sendo,
por isso, difícil reconhecê-las. Elas podem converter-se em formais,
quando definirem as suas relações e seus objectivos.

A organização informal resulta das relações sociais decorrentes de


um processo natural dos seres humanos em busca de uma
associação espontânea com vista à satisfação daquelas necessidades
não atendidas pela organização formal.

O conjunto das relações informais cria condições extra-legais de


funcionamento do sistema, baseadas em laços que se desenvolvem

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entre vários membros no desempenho de suas funções. Ex.: aulas
de alfabetização.

Tendo acabado de aprender os tipos de organizações escolares,


agora você vai estudar a missão e os objectivos da organização
escolar.

1.5. Missão e Objectivos da Organização Escolar

1.5.1. Missão da Organização Escolar

A missão de uma escola pode ser entendida como a filosofia da


escola; aquele sistema de princípios que orientam a vida de uma
escola. Assim, a missão é um propósito que deve ser alcançado
através de actividades de uma instituição.

De acordo com Pimenta et al. (1999), a missão da escola coincide


em boa parte com as funções da educação e poderíamos resumi-las
do seguinte modo:

- Proporcionar conhecimentos e desenvolver capacidades que


permitam aos indivíduos adquirir as competências básicas
necessárias à sua vida de adultos e sua integração na
sociedade;

- Transmitir a cultura, modelos de comportamentos e normas


sociais de convivência a novas gerações para que estas as
integrem e se integrem na sociedade;

- Preparar e dotar o indivíduo de conhecimentos para que seja


um cidadão independente, crítico, criativo, responsável e
participativo, disposto a exercer os seus direitos e deveres
como membro de uma sociedade democrática e pluralista e
seja capaz de assumir uma atitude favorável à educação
permanente e à formação contínua; e

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- Conferir estatuto social, através de um processo de
diferenciação, selecção e hierarquização, construída com
base numa avaliação das capacidades expressas e das
competências adquiridas e desenvolvidas pelo aluno e
objectivada numa certificação escolar, isto é, na atribuição
de um diploma.

Da mesma forma, Brito (1994, p.9) defende que a escola tem por
missão “desenvolver global e equilibradamente o aluno nos
aspectos intelectual, sócio-educativo, psicomotor e cultural, com
vista à sua correcta integração na comunidade.”

Agora que você já conhece a missão da organização escolar, diga


quais são os objectivos da mesma? Resumidamente, descreva os
objectivos da organização escolar. Não leia o ponto 1.5.2.
“Objectivos da organização escolar” antes de responder a esta
questão.

1.5.2. Objectivos da Organização Escolar

Os objectivos da Escola fazem com que ela seja diferente doutras


organizações. Segundo o Secretariado da Commonwealth (1993),
eis os principais objectivos de uma escola:

1. Produzir a educação para a cidadania. Isto inclui:

- Proporcionar o desenvolvimento integral e harmonioso da


personalidade;

- Inculcar na criança, no estudante padrões aceitáveis de


comportamentos tais como lealdade, respeito, disciplina e
responsabilidade;

- Educar o aluno para o espírito de unidade, respeito e amor


ao próximo e a pátria; e

- Desenvolver a sensibilidade estética, a capacidade artística


e o amor pelo belo.

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2. Educar para o desenvolvimento económico e social. Aqui se
inclui o seguinte:

- Erradicar o analfabetismo de modo a proporcionar a todo


o cidadão o acesso ao conhecimento científico e
desenvolvimento pleno das suas capacidades;

- Educar o aluno para o respeito e preservação do ambiente


e do ecossistema; e

- Proporcionar uma formação básica nas áreas de


comunicação, ciência, ambiental e cultural.

3. Educar para as práticas ocupacionais. Significa:

- Desenvolver no estudante o interesse pelos exercícios


físicos, desporto e recreação; e

- Desenvolver no estudante hábitos de higiene, nutrição e


cuidados sanitários.

Resumindo, o objectivo da organização escolar é de formar pessoas


que sejam úteis à sociedade.

Escola como Sistema Social

Introdução
Agora você reconhece que a escola é uma organização, uma
unidade social com identidade própria e não apenas um local onde
se transmite o saber. Ela é uma organização específica,
necessariamente articulada num sistema.

Neste sentido e tendo em conta os fins da organização escolar, a sua


responsabilidade social obriga-nos a assumir com seriedade a
reflexão em torno dos “meios” que garantem o seu funcionamento.

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Não basta invocar valores como dignidade, liberdade, solidariedade
e justiça, como se de simples slogans se tratasse. Não basta advogar
o ideal de uma escola humanista e democrática, é necessário
também cuidar da qualidade ética das mediações institucionais que
garantem a sua viabilização.

Esta unidade será composta por uma única lição. A duração da


única lição da unidade será de 2 horas e 30 minutos.

Ao completar a unidade, você será capaz de:

ƒ Conhecer os aspectos - chave que tornam a escola um sistema


social; e

ƒ Identificar as unidades e respectivos papéis do sistema social


Objectivos Gerais escolar.

Sistema Social Escolar

Introdução
Nesta lição você vai estudar a escola como um sistema social.

A lição terá a duração de 2 horas e 30 minutos.

Ao completer esta lição, você será capaz de:

ƒ Analisar a escola como uma organização social;

ƒ Definir sistema Social; e


Objectivos específicos Descrever as unidades do sistema escolar e os seus
respectivos papéis.

Sistema, Sistema social, Escola como um sistema social, Papéis.

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Terminologia

2.1. Conceito de Sistema

Já ouviu falar de sistema? O que entende por sistema?

Segundo Martins (1999), Sistema é um conjunto de elementos,


partes ou órgãos dinamicamente relacionados e interdependentes,
desenvolvendo uma actividade ou função para atingir certos
objectivos.

O sistema funciona como um todo organizado logicamente e


integrado. De acordo com Teixeira (1998), o funcionamento de um
sistema pressupõe a existência de:

Entradas – recursos que vão permitir o funcionamento do sistema.

No sistema escolar as entradas são constituídas pelos ingressos dos


alunos, as influências da comunidade, o material didáctico, os
recursos financeiros, os professores, etc.

Processamento – transformação das entradas para obtenção do


produto desejado, de acordo com os objectivos desejados. No
sistema escolar o processamento dá-se através do ensino-
aprendizagem.

Saídas, resultados ou outputs - produto final. No caso da escola, é


o aluno formado ou graduado.

Retroacção ou “feedback” – tem em vista controlar o


funcionamento do próprio sistema, informando se os objectivos
estão ou não a ser cumpridos. No sistema escolar a avaliação, a
inspecção e a supervisão é que nos dão o “feedback”.

Entropia – tendência de desintegração, desorganização ou


deterioração.

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Tendo acabado de adquirir a noção de sistema e do seu
funcionamento, a seguir você vai estudar os tipos de sistemas.
Quais os tipos de sistema que conhece?

2.2- Tipos de Sistemas

Segundo Hatch (1997), os sistemas podem ser abertos ou fechados.

Os sistemas são fechados, quando têm poucas entradas e saídas. Ex:


sistemas mecânicos.

Ou abertos, quando têm muitas entradas e saídas. Ex: Escolas,


Empresas, etc.

Cada sistema é constituído por vários subsistemas e é parte


integrante de um sistema maior. A escola, por exemplo, é um
sistema com vários subsistemas, sectores e faz parte de outro
sistema, a comunidade que a integra.

Agora que você conhece a definição de sistema e os tipos de


sistemas, o que é, então, um sistema social escolar?

2.3. Sistema Social Escolar


De acordo com Martínez e Lahore (1981), a escola é considerada
como um sistema social pelas seguintes razões:

1a Nela existe um processo de interacção entre os indivíduos;

2a Existem regras ou normas que regem a conduta dos sujeitos


intervenientes na escola;

3a As regras ou normas estão adequadas aos papéis que cada sujeito


interveniente na escola deve desempenhar; e

4a Tais regras referem-se aos objectivos que se pretendem na


escola.

Por outras palavras, num sistema social as relações que se mantêm


entre as partes estão sujeitas a normas, tais normas definem o

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comportamento adequado para cada um dos papéis ou ‘roles’ em
cada situação. Se o indivíduo não cumpre ou viola essas regras é
sancionado. No sistema social escolar o aluno deve acompanhar as
aulas e prestar provas de avaliação (com resultado positivo); se isto
não acontecer, o aluno reprova.

Tendo aprendido como funciona o sistema social escolar, a seguir


você vai estudar as unidades do sistema social.

2.4. Unidades do Sistema Social


A relação entre os diferentes actores de um sistema social
estabelece-se através dos papéis desempenhados por cada um deles.
Por exemplo, na escola temos um indivíduo a quem cabe a
responsabilidade de transmitir conhecimentos, esclarecer qualquer
dúvida, avaliar. Este indivíduo, perante a escola e a sociedade, age
a partir do papel de professor, e é julgado segundo a eficácia do seu
desempenho, de acordo com as normas. Por seu turno, existem os
alunos que são um grupo de indivíduos que têm como obrigação
acompanhar as aulas, apresentar suas dúvidas, prestar provas de
avaliação, etc.

Portanto, existe uma série de comportamentos que se esperam tanto


do professor, como do aluno. Os termos estatuto e papel
descrevem esse tipo de comportamento que é esperado do
indivíduo. O estatuto é a posição que ocupamos na hierarquia de
prestígio da sociedade. O estatuto cria uma obrigação de agir da
maneira que a sociedade espera. E papel é o comportamento que se
espera de nós devido ao estatuto particular que temos.

Agora que você já reconhece as unidades do sistema social, quais


seriam as funções das unidades na instituição escolar?

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2.5. Os Papéis na Instituição Escolar

Num sistema social os indivíduos desempenham papéis sujeitos a

regras, portanto, têm deveres e obrigações, e podem ser

sancionados segundo sua maior ou menor eficácia ao executá-los.

O desempenho de certo papel chega a exigir vários papéis


complementares. Na escola, para o processo de ensino e
aprendizagem necessitamos de um professor e de alunos, mas estes
para desempenharem perfeitamente os seus papéis, é necessária a
existência de outros papéis, como o papel do Director da escola, do
Adjunto Pedagógico, do pessoal de apoio, etc. Esses papéis devem
estar claramente designados e diferenciados (Martínez e Lahore,
1981).

Você já havia pensado que cada participante da escola desempenha


um papel complementar para que a escola consiga atingir os seus
objectivos? Pense como o seu papel contribui para o funcionamento
eficiente da escola.

Sumário
Nesta lição você acabou de aprender que a escola como um todo
desempenha a função de integração, desenvolvendo actividades
integrativas destinadas a manter a coesão social por meio de
transmissão de valores, conhecimentos e actividades próprias da
sociedade e cultura a que pertence. Esta função está relacionada
com a manutenção de boas relações entre as demais unidades do
sistema global. Quem não cumpre com a sua função ou papel
dentro deste sistema é sancionado.

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Tendo acabado de estudar o Sistema Social Escolar, agora
vamos ver o que você aprendeu nesta lição. Queremos que
você descreva, de forma resumida, o que acabou de aprender.
No seu resumo você deve dizer o
que entende por sistema, indicar os tipos de sistema e descrever o sistema
Actividade social escolar, incluindo os papéis que cada participante
deve desempenhar.

Estrutura e Funcionamento de uma Escola

Introdução
Depois de termos abordado a escola como organização social, nesta
unidade vamos debruçar-nos sobre a estrutura de funcionamento de
uma escola.

Esta unidade terá duas lições. A duração das duas lições da unidade
será de 5 horas e 20 minutos.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

ƒ Analisar o funcionamento da escola;

ƒ Compreender a estrutura dos organogramas; e


Objectivos gerais Explicar as funções dos elementos da direcção de uma
escola.

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Estrutura e Funcionamento de uma Escola

Introdução
Nesta lição você vai estudar a estrutura e o Funcionamento de uma
escola. Aqui você vai aprender como funciona a escola e estudará o
modelo de organograma de uma escola.

A lição terá a duração de 2 horas e 40 minutos.

Ao completar a lição, você será capaz de:

ƒ Descrever a estrutura e o funcionamento de uma escola; e

ƒ Desenhar o organograma de uma escola.

Objectivos específicos

Estrutura da escola, organograma.

Terminologia

O funcionamento de uma organização escolar é fruto de um


compromisso entre a estrutura formal e as interacções que se
produzem no seu seio, nomeadamente, entre grupos com interesses
distintos.

Os estudos centrados nas características organizacionais das escolas


tendem a construir-se com base em três grandes áreas: estrutura

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física da escola, estrutura administrativa e a estrutura social da
escola.

I. A Estrutura Física da escola - Dimensão da escola, recursos


materiais, número de turmas, edifício escolar, organização dos
espaços, etc.

II. A Estrutura Administrativa da Escola - Gestão, direcção,


controlo, inspecção, tomada de decisão, pessoal docente,
pessoal auxiliar, participação das comunidades, relação com as
autoridades centrais e locais, etc.

III. A estrutura Social da Escola - Relação entre alunos,


professores e funcionários, responsabilização e participação dos
pais, democracia interna, cultura organizacional da escola, clima
social, etc. (Brito, 1994).

Tendo aprendido a estrutura física, administrativa e social da


escola, a seguir você vai observar um modelo de organograma de
uma escola.

3.1. Modelo de Organograma de uma Escola

De certeza que você já ouviu falar de organograma. O que é


organograma?
Para representar a estrutura da organização, utiliza-se o
organograma. O organograma é a representação abreviada da
estrutura da organização (Bilhim, 2000).
Segundo Bilhim (2000), o organograma representa:
- Os órgãos da organização;
- As funções de cada órgão de forma genérica;
- As relações de interdependência entre os referidos
órgãos;
- Os níveis administrativos que compõem a
organização; e - os níveis hierárquicos.

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Agora que você já conhece o que é o organograma, a seguir vamos
apresentá-lo o modelo de organograma de uma escola.

Modelo de Organograma de uma Escola

Conselho de
Director da
escola
escola

Chefe de
Adjunto
secretaria
Pedagógico

Coordenador Coordenador Gestão


do 1ºciclo do 2ºciclo Gestão dos
recursos
recursos

Delegados de materiais e
humanos
Delegados disciplina
declasse financeiros

Agora que você já viu o organograma de uma escola, tenta


descrever as funções de cada elemento do organograma acima
exposto. Recomendamos que não leia a lição 2.

Sumário
Nesta lição você aprendeu a desenhar o organograma de uma
escola. Você também estudou que as características organizacionais
das escolas tendem a construir-se com base em três grandes áreas: a
estrutura física da escola, a estrutura administrativa e a estrutura
social da escola.

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Elementos da Direcção de uma Escola

Introdução
Na lição 1 você aprendeu como funciona a escola e viu o modelo de
organograma de uma escola. Nesta segunda lição você vai estudar
os elementos da direcção da escola e suas respectivas funções.

A lição terá a duração de 2 horas e 40 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

ƒ Identificar e Indicar os elementos básicos da direcção de uma


escola; e

ƒ Descrever as funções dos elementos da direcção da escola.


Objectivos específicos

Direcção da Escola

Terminologia

3.2. Elementos da Direcção da escola

Os elementos que fazem parte da direcção de qualquer escola são:


O Director, o Director Adjunto-Pedagógico, o Chefe da Secretaria,
os Delegados das classes ou disciplinas, Directores de Turma,
Conselho de Escola, Professores e Chefe de Internato (nas escolas
onde exista) (MEC, 2005; Secretariado da Commonwealth, 1993).

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Quais são as funções desempenhadas por cada elemento da
direcção da escola? A seguir vamos descrever as funções de cada
elemento da direcção de uma escola.

3.3.Funções dos Principais Elementos da Direcção da Escola

O Director

O Director é o chefe da escola. Ele é o líder responsável pelo bom


funcionamento da escola, pelo cumprimento das normas, pela
realização dos objectivos, pela execução das actividades e pelo
controlo da disciplina. É ele quem detém a informação fundamental
para a tomada de decisão e pode utilizá-la para influenciar o
funcionamento dos outros órgãos (Secretariado da Commonwealth,
1993).

N.B. O Director de uma escola não é uma categoria profissional,


mas sim um cargo que ele exerce enquanto for considerado
competente aos olhos de quem o nomeou. Ele é nomeado pelo
Director Provincial da Educação, sob proposta do Director
Distrital. Sendo Director, ele beneficia de redução do serviço
lectivo e duma remuneração suplementar inerente ao seu cargo
(Regulamento Geral das Escolas do Ensino básico, 2003).

O secretariado da Commonwealth (1993), defende que as funções


do director da escola (como gestor) são as seguintes:

- Administrativo-financeiras – garante o funcionamento


quotidiano da escola, respeitando as normas da
administração de acordo com os objectivos e planos
definidos pelo conselho de escola e outros órgãos colegiais.

Ele é o responsável pela execução das tarefas necessárias no campo


da administração da escola nos aspectos da organização escolar
(definir metas e objectivos, planear, organizar, controlar, decidir e
chefiar o pessoal). Compete-lhe ainda assegurar a gestão dos

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recursos humanos, materiais e financeiros, executando, entre outras
tarefas, as seguintes funções: exercer a autoridade hierárquica sobre
todo o pessoal, autorizar as despesas previstas no orçamento,
supervisionar o trabalho dos professores e restante pessoal, garantir
o bom funcionamento dos serviços, zelar pela manutenção das
instalações, organizar os horários e distribuir serviço docente e não
docente.

- Pedagógicas – o Director intervêm na organização e gestão


do currículo (conforme a margem de autonomia que detém)
na orientação das actividades de ensino-aprendizagem, nos
processos de avaliação dos alunos, na execução de medidas
educativas específicas (combate ao insucesso escolar,
experiências pedagógicas, inovações e reforma), na
manutenção da disciplina e no acompanhamento escolar dos
alunos.

No exercício destas competências, preside à maioria dos órgãos


colegiais, por exemplo, o colectivo de direcção e o conselho
pedagógico e nomeia os professores para diferentes cargos de
gestão intermédia.

- Relações internas –as suas funções exercem-se através da


animação de grupos e equipas de trabalho, na liderança
institucional, na gestão de conflitos, no desenvolvimento do
pessoal docente e não docente, na condução de reuniões e
na difusão da informação.

- Relações externas –o Director representa a escola,


oficialmente, assegura as relações com os pais, com a
administração, com outras escolas, com outros serviços
comunitários e com empresas e associações culturais.

O Director Adjunto-Pedagógico

Ele desempenha as seguintes funções:

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- Organização – orienta e controla a formação das turmas e a
elaboração dos horários das turmas e dos professores;
procede à distribuição dos professores pelas turmas,
disciplinas e classes, de acordo com as orientações
superiormente definidas; garante o enquadramento e a
integração de novos professores e dos recém formados;
assegura a distribuição e o controlo do material escolar
básico.

- Coordenação – orienta e controla a planificação e o


desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem ao
nível escolar, promove a troca de experiências pedagógico-
didácticas com professores de outras escolas;

- Supervisão – garante a aplicação do currículo aprovado


pelo Ministro da Educação, identifica as insuficiências
científicas e pedagógico-didácticas dos professores e auxilia
na supervisão das mesmas, propõe cursos de capacitação
sempre que se revelam necessários, orienta o processo de
elaboração de provas de avaliação periódicas, de acordo
com o sistema em vigor e controla os respectivos resultados,
orienta e controla o processo de sistematização e registo da
informação estatística necessária, de acordo com as normas
definidas superiormente (Secretariado da Commonwealth,
1993).

O Chefe da Secretaria

Segundo o Secretariado da Commonwealth (1993), eis as principais


tarefas do chefe da secretaria:

- Tarefas administrativas – organiza e mantém actualizada


a colectânea da legislação de interesse para o
desenvolvimento das actividades escolares; organiza e
executa o processo de recepção, registo, emissão e envio de

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correspondência; assegura a dactilografia, reprodução e
arquivo de todos os documentos da escola; zela pela
manutenção, limpeza das instalações e pela conservação do
material didáctico de uso comum; garante o abastecimento
regular da escola em artigos e bens de consumo.

- Tarefas pessoais –assegura a organização e controlo dos


processos individuais dos professores, alunos e restantes
trabalhadores; executa os aspectos burocráticos inerentes à
contração e admissão de pessoal; mantém o controlo de
todos os registos relativos à situação laboral do pessoal;
controla a assiduidade e pontualidade do pessoal.

- Tarefas financeiras –prepara e apresenta o projecto do


orçamento anual da escola, seguindo orientações superiores;
garante a execução do orçamento e receita da escola,
prepara e apresenta periodicamente o processo de contas de
acordo com as normas em vigor; zela pelo cumprimento dos
prazos de processamento e de pagamento dos salários na
escola; gere a conta bancária da escola, fazendo depósitos e
levantamentos e assinando os respectivos cheques com o
Director da escola.

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O conselho da Escola

Normalmente fazem parte dela vários membros da comunidade


escolar, nomeadamente, o Director e um conjunto de pessoas
eleitas representando os seguintes grupos: pais ou encarregados de
educação, comunidade, alunos, professores e funcionários da área
administrativa (MEC, 2005a MEC; 2005b).

O Conselho de Escola tem por objectivo ajustar as directrizes e


metas estabelecidas a nível central e local à realidade da escola e
garantir a gestão democrática, solidária e co-responsável (MEC,
2005b).

O presidente do conselho da escola é eleito na primeira sessão


(MEC, 2005, p.48; Regulamento Geral das Escolas do Ensino
Básico, 2003).

O Director de Turma

Normalmente é o Director da escola quem nomeia o Director de


turma entre os professores da turma., devendo entre outras
atribuições fazer o acompanhamento da situação de cada aluno,
promover as reuniões com os pais, planear as actividades da turma
e fazer aplicar as orientações e decisões das estruturas superiores e
proceder à escrituração das pautas e outros documentos inerentes
ao aproveitamento da turma (Secretariado da Commonwealth,
1993; Regulamento Geral das Escolas do Ensino Básico, 2003).

Grupo de Disciplina ou Classe

Através dos grupos de disciplina ou classe, os professores , no


âmbito da sua autonomia didáctica, coordenam o ensino de
determinada disciplina ou classe (programação, métodos, materiais
didácticos, avaliação dos alunos, etc.)
Sumário
Os elementos básicos da direcção de uma escola são o Director, o
Adjunto-pedagógico, o Chefe da Secretaria, O Conselho de Escola,
os
Delegados das classes ou disciplinas, Directores de Turma,
Professores e

Chefe de Internato. Cada elemento da direcção da escola


desempenha função ou funções necessárias para alcançar os
objectivos da escola.

Gestão Escolar e Suas Vertentes

Introdução
Depois de termos abordado a estrutura e funcionamento de uma
escola, nesta unidade vamos debruçar-nos sobre a gestão escolar e
suas vertentes.

Esta unidade terá 4 lições. A duração das quatro lições desta


unidade será de 10 horas e 15 minutos.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

ƒ Mostrar a diferença entre os conceitos de Administração e Gestão escolar; e

ƒ Explicar as funções da Gestão Escolar; e Objectivos gerais


ƒ Identificar as vertentes da Gestão Escolar.

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Administração e Gestão Escolar

Introdução
Nesta lição você vai estudar os conceitos de Administração e
Gestão escolar.

A lição terá a duração de 2 horas e 30 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

ƒ Distinguir os conceitos de Administração e Gestão


escolar; e

ƒ Enumerar e descrever as funções da Gestão Escolar.

Objectivos específicos

Gestão e administração escolar, funções da gestão escolar.

Terminologia

4.1. Conceitos de Administração e Gestão Escolar

Páre um instante e pense no que julga ser a diferença (se é que


existe) entre a administração e gestão.

Algumas pessoas empregam o termo gestão para significar


administração. Será que estas pessoas estão certas? A seguir
procuraremos abordar estes dois conceitos.

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A administração tem a ver com a planificação, a concepção, a
iniciativa de actividades, a disponibilidade de recursos e o controlo
de actividades e dos resultados.

-A administração é a formulação, controlo e acompanhamento


de políticas numa organização (Bilhim, 2000; Chiavenato,
2003; Megginson, et al., 1998). Ela é feita no topo de uma
organização. Por exemplo, na educação a administração é
feita pelo Ministério da Educação e Cultura que tem à
cabeça o Ministro.

A gestão, por seu turno, compreende a implementação de políticas,


procedimentos, regras e regulamentos, conforme definidos pela
administração (Bilhim, 2000). Por exemplo, a gestão de uma escola
é feita pelo director da mesma.

Sendo o gestor alguém pertencente à organização e a quem


compete a execução das tarefas confiadas à gestão, torna-se agora
mais fácil encontrar um conceito que o identifique.

Segundo o conceito clássico, desenvolvido por Henri Fayol (1949),


o gestor é definido pelas suas funções no interior da organização.
Assim, o gestor é a pessoa a quem compete a interpretação dos
objectivos propostos pela organização e actua, através do
planeamento, da organização, da liderança ou direcção e do
controlo, por forma a atingir os objectivos organizacionais. Assim,
o gestor é alguém que desenvolve os planos estratégicos e
operacionais que julga mais eficazes para atingir os objectivos
organizacionais propostos, concebe as estruturas e estabelece as
regras, políticas e procedimentos mais adequados aos planos
desenvolvidos, implementa e coordena a execução dos planos
(Secretariado da Commonwealth, 1993).

Gestão é uma expressão que ganhou corpo no contexto


educacional, acompanhando uma mudança de paradigma no
encaminhamento das questões desta área. Em linhas gerais, é

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caracterizada pelo reconhecimento da importância da participação
consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a
orientação e planeamento de seu trabalho(Lück et al., 2005).

O conceito de gestão está associado ao fortalecimento da


democratização do processo pedagógico, à participação
responsável de todos nas decisões

necessárias e na sua efectivação mediante um compromisso


colectivo com resultados educacionais cada vez mais efectivos e
significativos (Lück et al., 2005; Martins, 1999).

Tendo acabado de abordar os dois conceitos, será que ainda tem


dúvidas de que gestão e administração não significam a mesma
coisa?

De certeza que você não tem nenhuma dúvida de que gestão e


administração são dois termos distintos que se aplicam para
designar o que fazem indivíduos na direcção de uma instituição a
diversos níveis. A administração é feita pela autoridade máxima de
uma instituição ao definir o que deve ser feito, alocar recursos
humanos, materiais e financeiros para o efeito. Por exemplo, o
Ministério da Educação e Cultura define quantas escolas devem ser
construídas, recruta professores, define o que eles devem ensinar na
sala de aulas, etc.

A gestão de uma escola é feita pelo director da mesma. Ele/ela


recebe os professores ou pede a sua alocação a fim de atender a
procura da escola pela população. Depois, ele cria condições para
que o definido pelo Ministério possa ser feito na sua escola
conforme o recomendado. Ele elabora os horários para os
professores, compra material com o dinheiro alocado pelo
Ministério, aplica diversos regulamentos que recebe do Ministério,
etc. Porém, o Director da escola, como gestor, não se deve esquecer

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


de ajustar as directrizes e metas superiormente definidas à realidade
da sua escola.

Tendo acabado de estudar os conceitos de gestão e administração


escolar, agora você vai conhecer as funções da Gestão Escolar.
Quais seriam, na sua opinião, as funções da gestão escolar? Faça
uma lista, enumerandoas.

4.2. Funções da Gestão Escolar


Segundo o Secretariado da Commonwealth (1993), as funções da
gestão escolar consistem em:

- Garantir a formulação de políticas, objectivos e métodos


que permitam a escola o alcance dos objectivos;

- Aplicar as políticas e os métodos de trabalho, visando


formar pessoas úteis à sociedade;

- Assegurar a existência de recursos humanos, materiais e


curriculares para a aprendizagem;

- Coordenar as actividades da escola para que ela funcione


com eficácia e eficiência; e

- Influenciar e estimular os recursos humanos para


trabalharem com afinco.

Sumário
A administração é feita no topo da hierarquia organizacional. Ela é
a formulação, o controlo e acompanhamento de políticas nas
organizações. A gestão, por seu turno, compreende a
implementação de políticas, regras e procedimentos definidas
superiormente.

A gestão escolar está associada à participação de todos os membros


envolventes na comunidade escolar nos assuntos que dizem
respeito à sua escola.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


A gestão escolar tem várias funções. Uma das suas funções é
garantir a formulação de políticas e toda a série de práticas que
permitam o alcance dos objectivos escolares.

Vertentes da Gestão Escolar

Introdução
Na primeira aula desta unidade, você aprendeu não só a diferenciar
os conceitos de administração e gestão escolar, como também as
funções da organização escolar. Nesta segunda lição você vai
estudar as vertentes da gestão escolar.

A lição terá a duração de 2 horas e 30 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

ƒ Identificar as vertentes Pedagógica e Administrativa da gestão


escolar; e

ƒ Descrever as funções das vertentes pedagógica e administrativa


da Objectivos específicos gestão escolar.

Vertentes da gestão escolar

Terminologia

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


4.3. Vertentes da Gestão Escolar

As vertentes da gestão escolar são: gestão pedagógica, gestão


administrativa (recursos humanos, materiais e financeiros), e gestão
de espaços.

Que funções desempenham cada uma das vertentes acima


mencionadas na gestão da sua escola? Descreva a função de cada
vertente da gestão escolar tendo em conta a sua experiência.

4.3.1. Gestão Pedagógica . Esta é a área


mais importante da gestão escolar. Ela enquadra todas as
actividades, projectos, recursos e serviços relacionados com o
ensino e a educação. Brito (1994, p.21), defende que os gestores
devem realizar as seguintes acções: “tratamento da reflexão ou
enquadramento de questões como relações interpessoais, métodos
de ensino, processo de ensinoaprendizagem, actividades
curriculares e extra-curriculares; a gestão de apoio acrescido,
problemas disciplinares; as actividades consequentes da “gestão do
aluno”, nomeadamente, Direcção de Turma, avaliação escolar e
também todas as actividades relativas à melhoria da qualidade de
ensino que passem pela formação docente, formalizados no
projecto educativo, no plano anual de actividades e em
regulamentos próprios elaborados pela escola.”

Tendo acabado de estudar as funções da gestão pedagógica, a


seguir vamos abordar a gestão administrativa.

4.3.2. Gestão Administrativa

Você sabia que a gestão administrativa compreende


fundamentalmente a gestão dos recursos humanos, materiais e
financeiros? Se não sabia disso retenha esta informação agora.

Segundo Brito (1994), os gestores escolares deverão preocupar-se


com as seguintes actividades administrativas:

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


- “Diversificar as tarefas entre todos os funcionários
administrativos, promovendo uma rotatividade periódica e
constante dos serviços entre os trabalhadores;

- Promover acções periódicas e diversificadas de formação


profissional, relações interpessoais e atendimento público;

- Valorizar os serviços administrativos pela introdução de


competências que visem a satisfação dos funcionários e
pelo reconhecimento de serviços públicos prestados;

- Delimitar bem as áreas de actuação dos serviços em


consonância com os órgãos da escola e entre áreas de
serviço administrativo;

- Definir, com clareza, as competências e dependências das


áreas de serviço administrativo e sua relação entre
funcionários e utentes da escola; e

- Modernizar as condições físicas e materiais, racionalizando


as actividades correntes da administração, pela introdução
de meios informáticos e respectivas acções de formação”.

4.3.2.1.Gestão de Recursos Humanos


Brito (1994) argumenta que o “fundamental numa escola assim
como numa empresa é que os seus recursos humanos agrupados em
serviços, órgãos de gestão ou de apoio, associações ou turmas,
independentemente dos seus antecedentes, capacidades e interesses
pessoais, sejam coordenados na procura de metas comuns.”

Quanto melhor forem articulados os recursos, a escola poderá


enfrentar os desafios e oportunidades que se lhe colocam com mais
facilidades.

A gestão dos recursos humanos tem por função melhorar os


recursos humanos em si e melhorar o funcionamento dos serviços,
órgãos ou associações (Brito, 1994).

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


4.3.2.2.Gestão de Recursos Materiais
A escola deve angariar recursos de qualidade e em quantidade
necessária ao funcionamento eficiente da mesma (Brito, 1994).
Numa escola, os recursos materiais podem classificar-se em fixos e
móveis, podendo ambos ser de longa duração ou de curta
duração (Brito, 1994). Os materiais de longa duração (fixos ou
móveis) são os que requerem inventariação, como as maquinarias,
equipamento audiovisual, ferramentas eléctricas, mobiliário
escolar, prateleiras, electrodomésticos, computadores. Os recursos
materiais de curta duração são os que têm duração limitada e
correspondem a todos os artigos de uso corrente e de durabilidade
reduzida (Brito, 1994). Tais artigos podem ser apagadores, giz e
outros.

A existência dos recursos materiais deve ser proporcional às


necessidades de utilização na escola.

Sumário
Agora você já sabe identificar as vertentes pedagógica e
administrativa (que inclui a gestão administrativa de recursos
humanos e materiais) da gestão escolar. Cada vertente possui as
suas funções específicas. A gestão pedagógica enquadra todas as
actividades, projectos, recursos e serviços relacionados com o
ensino e a educação, enquanto a gestão administrativa trata
fundamentalmente da gestão dos recursos humanos, materiais e
financeiros.

Tendo acabado de estudar as “Vertentes da Gestão Escolar”, agora


vamos ver o que você aprendeu nesta lição. Queremos que você descreva,
resumidamente, o que acabou de aprender. No seu resumo, você deve
Actividade indicar quais são as vertentes da gestão escolar e ainda deve descrever
as funções de cada vertente.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Gestão Financeira

Introdução
Nesta terceira lição da Unidade IV, você vai estudar a gestão
financeira e todos os aspectos relacionados com as fontes dos
fundos escolares e a elaboração do orçamento escolar. A gestão
financeira faz parte da vertente da gestão escolar designada gestão
administrativa..

A lição terá a duração de 2 horas e 45 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

ƒ Identificar diferentes fontes possíveis de fundos

para mobilizar fundos para sua escola;


Objectivos específicos
Descrever a natureza e funções da elaboração do
orçamento da escola; e

da escola; Compreender e aplicar os conhecimentos e

habilidades apropriadas

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


ƒ Projectar e gerir o seu próprio orçamento
escolar.

Fundos escolares, orçamento escolar

Terminologia

4.3.2.2.1. As Fontes dos Fundos Escolares

Para qualquer escola poder funcionar efectivamente, deve ter


fundos. Em muitos países, a educação nas escolas é financiada pelo
governo, mas em outros as escolas são principalmente dependentes
de fundos adquiridos doutras fontes.

Quais são as fontes dos fundos escolares que você conhece?

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Segundo o Secretariado da Commonwealth (1993), as fontes dos
fundos escolares podem classificar-se em três categorias principais,
a saber: pais, governo e grupos da comunidade.

Pais

Em muitos países (desenvolvidos e em vias de desenvolvimento) os


pais podem contribuir financeiramente para a aquisição de vários
recursos necessários ao funcionamento eficaz das escolas. As
contribuições dos pais podem tornar-se necessárias devido à falta
de possibilidades por parte do governo em satisfazer as
necessidades financeiras básicas da escola.

A lista sobre a contribuição dos país inclui, segundo o Secretariado


da Commonwealth (1993), o seguinte:

• Pagamento das propinas do ensino oficial;


• Pagamento das contribuições da Associação de Pais e
Professores(APP);
• Pagamento duma quota específica para um projecto de
construção de casas para professores e outras construções
necessárias à escola;
• Contribuição dos pais com o seu tempo e habilidades para
uma série de actividades desde o trabalho de construção até
a prática de desporto;
• Pagamento a professores por aulas extras, treinos, deveres
especiais e assistência médica geral;
• Pagamento para recursos, tais como, textos de apoio,
cadernos, materiais para escrever, uniforme escolar,
carteiras, cadeiras, biblioteca e contribuições de desporto
• Pagamento para assistência das crianças, podendo ser em
dinheiro para transporte, refeições escolares e para caução.

Faça uma lista sobre os tipos de contribuição dos pais na sua


escola.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


O Governo

O governo assiste as escolas financeiramente de várias formas


(Secretariado da Commonwealth, 1993). Tais formas incluem:

- Pagamento de bolsas de estudo para escolas;

- Pagamento de salários de professores;

- Assistência às escolas para estabelecer projectos que gerem


dinheiro dando assistência técnica, incluindo materiais e
equipamento;

- Financiamento de construção e reabilitação de planta da


escola; e

- Contribuição indirecta para cada escola, tendo em vista a


formação de professores, preparação de programas e
materiais e provendo inspectores.

Nota: o governo também pode nomear as autoridades locais com a


finalidade de angariar fundos para a escola.

Autoridades locais

As autoridades locais são responsáveis pela educação primária em


vários países. “Estas têm a competência para decidir pela abertura e
localização das escolas e para providenciar as estruturas físicas,
equipamento das salas de aulas e escritórios para as escolas. Os
fundos são gerados pelos rendimentos angariados localmente. As
autoridades locais muitas vezes enfrentam dificuldades em
certificar se todos os impostos locais são pagos por completo e a
tempo, porque têm falta de pessoal treinado e porque os
contribuintes podem não dar ao Governo local a mesma
consideração que dão ao central.” (Secretáriado da Commonwealth,
1993, p.6).

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Grupos da comunidade

“Os grupos da comunidade estão muitas vezes entre as fontes chave


de fundos para as escolas. Eles são mobilizados para realizar
actividades definidas pelos líderes de comunidade, tais como,
chefes locais. Existem muitas escolas, nos países em
desenvolvimento, que foram construídas por grupos de
comunidade“ (Secretariado da Commonwealth, 1993, p.6).
As actividades por eles desenvolvidas incluem:

• Mobilização dos grupos comunitários em projectos de


desenvolvimento;

• Angariação de fundos para escolas individuais na área;


• Envolvimento de grupos da comunidade e antigos
estudantes em projectos de auto ajuda com o propósito de
gerar fundos; e
• Colecta de impostos de educação aos membros da
comunidade.
Tendo acabado de estudar as fontes dos fundos escolares, agora
você vai aprender a elaborar o orçamento escolar, conhecer as
funções e propósitos do mesmo.

4.3.2.3.2. O Orçamento Escolar


Depois de identificar possíveis fontes de fundos, o director da
escola, como planificador financeiro, tem que elaborar um plano
para assegurar a utilização eficaz dos recursos escolares. Para o
plano ser expresso como um orçamento da escola, o director
necessita de ter algum conhecimento e experiência em projecto e
administração de orçamento. Então, o que é o orçamento escolar?
A seguir vamos abordar este conceito.

4.3.2.3.2.1. Conceito de Orçamento Escolar


“Orçamento é um processo de preparação e de previsão de um
rendimento antecipado e da utilização proposta. Por outras
palavras, é um processo de preparar o resumo de programas de uma

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


escola, reflectindo os rendimentos e gastos esperados. Este resumo
é o orçamento escolar pelo qual se orienta o director nas várias
actividades escolares com vista a alcançar os objectivos da escola”
(Secretariado da Commonwealth, 1993, p.12).

1. “Os recursos podem ser recebidos do governo, geralmente


fixados para duração do ano fiscal.”

2. “Os recursos podem ser recebidos directamente da província, do


distrito e/ou de vários grupos de comunidades. Os fundos neste
caso são flutuantes e muitas vezes não seguros. De qualquer
maneira, sendo você um planificador e director financeiro deve
tomar um papel activo do que passivo na determinação e
mobilização de recursos financeiros. Desta maneira, você estará
mais apto para assegurar a implementação eficaz de programas
da sua escola. Assim, as maiores tarefas como um planificador
consistem em certificar que:

- Entende plenamente a situação financeira em que o seu


plano ocorre; e

- Os seus recursos planificados estão disponíveis quando


necessários e são efectiva e correctamente utilizados para
alcançar os objectivos e missão da escola” (Secretariado da
Commonwealth, 1993).

Agora que você já sabe o que é o orçamento escolar, quais seriam


os passos necessários para a sua elaboração?

4.3.2.3.2.2. Passos na Elaboração do Orçamento Escolar


Em resumo, o Secretariado da Commonwealth (1993), aponta os
seguintes passos para se efectuar o orçamento:

Passo1: Identificação de programas, projectos ou actividades que


deseja completar no período do orçamento.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Passo 2: Identificação de recursos em termos de mão-de-obra,
materiais e tempo.

Passo 3: Custos dos recursos - esta é a mais importante actividade


no orçamento visto que o orçamento é basicamente um sumário
financeiro.

Passo 4: Apresentação do orçamento por guias orçamentais


formuladas pelo governo ou agências financiadoras de fundos
públicos .

Passo 5: Obtenção da aprovação do orçamento pelas autoridades.

Você já aprendeu os passos para a elaboração do orçamento


escolar. A seguir vai estudar as funções do orçamento Escolar. Na
sua opinião, quais são as funções do orçamento escolar?

4.3.2.3.2.3. Funções e Propósitos do Orçamento Escolar


O orçamento é um processo que consiste no relato de gastos de
fundos, de uma maneira sistemática, para o alcance duma missão e
objectivos escolares planeados. O orçamento tem três funções
fundamentais:

1. Providenciar uma visão de custo no tempo para a


implementação de programas escolares; é, portanto, o
instrumento principal da planificação escolar.

2. Servir como instrumento para a delegação da autoridade. O


orçamento da escola é projectado para mostrar que pessoas
particulares são responsáveis por programas específicos.

Nota: Quando um orçamento é aprovado pelas autoridades a


delegação
de funções é aprovada automaticamente.

3. Ser um instrumento para o controlo e avaliação da


execução.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


As provisões do orçamento são o guia para avaliar o valor do gasto
em qualquer actividade. Se o orçamento for convenientemente
projectado, ele também poderá fornecer-lhe informações para lhe
assistir na função de controlo e avaliação. Estas informações
seriam:

• Estimativa da despesa;
• Resultados;
• Custos.
Agora que já conhece as funções do orçamento escolar, diga quais
são os propósitos do mesmo.

4.3.2.3.2.3.2. Propósitos do Orçamento Escolar

Na visão do secretariado da Commonwealth (1993), o orçamento


de uma escola é uma previsão de acontecimentos financeiros
futuros em que se mostram o rendimento antecipado, as despesas e
a posição financeira duma escola.

Os propósitos do orçamento são, na perspectiva do Secretariado da


Commonwealth (1993), os seguintes:

- Mostrar que resultados serão alcançados se os planos


financeiros actuais forem realizados, isto é, descobrir as
áreas que requerem acção e atenção; e

- Avaliar o desempenho financeiro escolar, utilizando-se o


orçamento escolar para o controlo das operações,
rendimentos, custos e das pessoas responsáveis pelas
operações, respectivos rendimentos e gastos.

Sumário

Nesta lição você estudou a gestão financeira, onde aprendeu a


identificar as fontes dos fundos escolares e a elaborar o orçamento.
Os orçamentos são guias para avaliar o valor do gasto em qualquer

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


actividade. Se o orçamento for convenientemente projectado, ele
também poderá fornecer-lhe informações como a estimativa da
despesa, resultados e custos.

Tendo acabado de estudar “Gestão Financeira”, agora vamos ver o


que você aprendeu nesta lição.

Gestão de Espaços

Introdução
Nesta terceira lição da Unidade IV, você vai estudar a gestão
financeira e todos os aspectos relacionados com as fontes dos
fundos escolares e a elaboração do orçamento escolar. A gestão
financeira faz parte da vertente da gestão escolar designada gestão
administrativa..

A lição terá a duração de 2 horas e 30 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

ƒ Definir gestão de espaço; e

ƒ Gerir o espaço da sua escola (Gestão de Espaço) de forma eficaz

Objectivos

Gestão de espaços

Terminologia

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


4.3.3. Gestão de Espaços

Nas lições passadas, você estudou as vertentes pedagógica e


administrativa da gestão escolar. Nesta lição, você vai estudar a
gestão de espaços.

O que é a gestão de espaços?

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


A gestão de espaços tem a ver com a forma eficiente de gerir os espaços de qualquer
instituição.

Agora que você já sabe o que é gestão de espaços, de que forma você faz a gestão de espaços
da sua escola? Elabore uma lista mostrando como você faz a gestão de espaços da sua escola.

Na gestão de espaços, o Director da Escola deverá, segundo Brito (1994, p.99), proceder da
seguinte forma:

- “Utilizar os espaços na perspectiva do utilizador e sob um prisma exigente e crítico de


quem pretende satisfação no atendimento e no usufruto dos espaços e serviços. O
Director deve anotar todos os problemas e resolvê-los, prioritariamente, em função do
número de utilizadores e da amplitude dos problemas;

- Proporcionar a todos os utentes dos espaços registos críticos, opiniões e reclamações


de forma e acesso simples e imediato;

- Diversificar a vocação dos espaços, mediante a sua utilização, localização e qualidade


intrínseca;

- Incrementar os espaços de apoio ao ensino e os espaços de descanso, recreio e lazer;

- Manter os espaços limpos, organizados e pintados, permanentemente, implicando ou


responsabilizando os respectivos utentes para o efeito;

- Pintar, anualmente, toda a escola com uma cor facilmente retocável (ex: branco),
utilizando a “mão-de-obra da casa”, paga por serviços prestados em horário pós-
laboral, como serviços esporádicos;

- Anular todos os espaços que constituam fonte de degradação do edifício escolar,


pavimentando-os ou ajardinando-os;

- Promover a articulação dos espaços consoante os serviços e funções a que se destinam


e às afinidades entre estes;

- Identificar de forma bem visível todos os espaços da escola com letras ou números
grandes. Não se devem identificar espaços destinados a arquivos, casas fortes, e

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


espaços de armazém de equipamento e material didáctico de custos elevados, por uma
questão de segurança;

- Reciclar espaços, inovando a forma de utilizar. Por exemplo, alterar o sistema


tradicional de atendimento do bar por uma opção self-service, alterar os espaços da
biblioteca, na perspectiva de uma mediateca escolar, ou substituir a função de uma
sala como armazém de móveis destruídos por um museu dedicado ao patrono da
escola;

- Concentrar serviços afins de apoio aos alunos em determinada zona do edifício


escolar, para evitar desperdícios de tempo aos estudantes;

- Promover, sempre que possível, a polivalência dos espaços colectivos; e

- Tornar específicas todas as salas de aula, enriquecendo-as como veículos permanentes


de mensagens didácticas, pedagógicas ou científicas, como centros de recursos
específicos onde existam todos os meios gráficos, áudio, vídeo e informáticos de
apoio à acção lectiva.”

Tendo acabado de aprender as formas de gerir o espaço das


escolas, eficientemente, você encontrou aspectos comuns com a
lista que você elaborou sobre como você faz a gestão de espaços na
sua escola?

Sumário
Nesta lição você aprendeu como gerir o espaço da sua escola de
uma forma simples e eficiente. Uma das formas mais simples e
eficientes de gerir o espaço da sua escola é reciclar os espaços,
inovando a forma de utilizá-los.

1.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Teorias e Estilos de Liderança

Introdução
Depois de termos abordado nas secções passadas, temas como
organização escolar, escola como sistema social, estrutura de
funcionamento da escola, gestão escolar e suas vertentes, nesta
unidade falaremos sobre liderança.

O tema liderança é muito amplo e abrange áreas diversas, das quais


podemos citar duas: o pessoal e o profissional.

Na área pessoal, tratamos a questão como sendo uma virtude em


nosso carácter porque o tema é forte e ao mesmo tempo traz
consigo valores bastante positivos. Se visualizarmos um líder,
teremos a visão de uma pessoa que possui algumas características,
tais como: confiança, solidez, sensatez, sobriedade, ético,
inspirador, potencializador, etc. (Robbins et al., 1994).

Na área profissional, dentro das organizações, a história não é


diferente no tocante às qualidades pessoais dos líderes. A estrutura
de uma organização exige que se adoptem grupos, secções ou
departamentos ou qualquer divisão que distribua as tarefas dos
mais variados tipos, a serem executadas por diversas pessoas em
suas respectivas categorias.

Estes "funcionários" compõem, cada um, uma peça de engrenagem


para funcionamento total da organização a que se deparam com os
mais variados tipos de situações à que estão submetidos no seu
quotidiano. De acordo com o grau de instrução, elas não
conseguem sair de algumas situações que não conhecem ou às
quais não estão preparadas. Neste movimento é que entra o
trabalho de uma liderança porque temos nele uma directriz para
encontrar orientações e soluções para qualquer situação.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Esta unidade terá 2 lições. A duração das duas lições da unidade
será de 5 horas e 30 minutos.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

ƒ Abordar os estilos e teorias de liderança; e

ƒ Explicar os aspectos básicos relacionados com a liderança.


Objectivos gerais
ƒ Conhecer as características de um líder eficaz.

Liderança

Introdução
Nesta lição você vai estudar a liderança e as características de um
líder eficaz.

A lição terá a duração de 2 horas e 45 minutos.

Ao completar a lição, você será capaz de:


Definir o conceito de liderança;

Objectivos Apontar as características de um líder


eficaz; e Identificar o Director da escola
como líder.

Liderança, Líder eficaz

Terminologia

5.1. Conceito de Liderança


De certeza que você já ouviu falar de liderança. O que é liderança?

De acordo com Megginson (1998), a liderança é um processo


através do qual um indivíduo influencia outros membros do grupo,
tendo em vista o alcance de metas organizacionais.

Apresentando uma definição quase semelhante a de


Megginson(1998), Chiavenato (1999), define a liderança como
sendo um processo de

exercer influência sobre um indivíduo ou grupo de indivíduos nos


esforços para a realização de um objectivo em determinada
situação.

Agora que já sabe o que é liderança, quais seriam as características


de um líder eficaz? Pegue num papel e caneta e elabore uma lista
contendo as características que um líder eficaz deve possuir.

5.2. Características de um Líder Eficaz

Robbins et al., (1994) defende que as características abaixo


descriminadas tornam um líder eficaz:

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


 Ter autoconfiança;
 Conseguir que o trabalho seja correctamente executado;
 Demonstrar interesse pessoal pelos problemas
dos seus subordinados;
 Desenvolver um bom trabalho de equipa;
 Fazer com que os outros o percebam como um bom companheiro;
 Inspirar confiança nos subordinados;
 Ser bondoso, mas sem aparentar fraqueza;
 Liderar e não comandar;
 Ser capaz de resolver e enfrentar corajosamente os problemas;
 Resolver os problemas que lhe são apresentados pelos
subordinados, mesmo os que aparentam ser mesquinhos;
 Repreender de maneira adequada;
 Ter coragem e força de vontade;
 Possuir uma mente flexível; e
 Ter conhecimentos, ética e integridade.

Tendo aprendido o conceito de liderança e as características de um líder eficaz, agora você vai
estudar o director da escola como líder.

Agora pare, pense um pouco e descreva a liderança do director da sua escola.

5.3. O Director da Escola como Líder


O Director de uma escola, seja ela pública ou privada, foi-lhe conferido poder legal para
administrá-la. Martins (1999, p.169), argumenta que o Director, “em seu relacionamento com
os subordinados, poderá dar ordens, submetendo a vontade dos mesmos ao seu poder de
decisão; ou poderá fazer sugestões que influenciem a decisão do subordinado. Quando utiliza
o poder de decisão, o director está procedendo como chefe e, quando influencia na decisão do
subordinado, está procedendo como líder.” Por exemplo, quando o director comunica ao
grupo de professores de Matemática que eles devem dar aulas extras aos seus alunos para
recuperar as notas, ele estará procedendo como chefe e quando ele conversa com o grupo de
professores de Matemática e sugere que os alunos de Matemática deveriam ter aulas extras
para recuperarem as notas e pergunta sobre o que eles acharam sobre a sua sugestão, ele
estará procedendo como líder.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


O Director possui autoridade para comandar e, na óptica de Fayol (1949, citado por Martins,
1999), ele deve delegá-la aos indivíduos que irão comandar sectores menores, utilizando
também a autoridade ou como chefes ou líderes nos seus espaços de actuação.

Sendo a escola uma instituição onde os objectivos dependem da actuação específica de cada
um dos componentes que actuam no processo escolar, o director deve agir como verdadeiro
líder, não tomando a decisão pelo subordinado, mas influenciando a decisão deste, sugerindo
e respeitando a capacidade e iniciativa dos especialistas da educação, dos docentes e do
pessoal administrativo.

Contudo, apesar do Director agir como líder, ele deve continuar a realizar os trabalhos de
supervisão das actividades burocráticas e pedagógicas diárias da sua escola.

Na perspectiva de Martins (1999), a supervisão burocrática tem a ver com a verificação do


cumprimento dos preceitos de legislação do ensino. Assim,

o mesmo autor defende que o director deverá acompanhar o desenvolvimento diário das
seguintes actividades:

Acompanhar o desenvolvimento dos planos de ensino dos docentes, observar os diários de


classe, prontuários de alunos e toda a escrituração da secretaria para o cumprimento do
calendário escolar e o atendimento às solicitações da delegacia de ensino.

No que diz respeito à supervisão ao nível pedagógico, Martins (1999) aponta que o director da
escola deve acompanhar a acção pedagógica dos docentes relativamente ao seguinte:

Metodologias utilizadas, relacionamento professor - aluno e processo de avaliação.

O Adjunto-Pedagógico pode ajudar o Director da Escola nestas tarefas.

Sumário
Nesta lição você estudou que liderança é a capacidade que um
indivíduo tem de influenciar os membros do grupo com vista a
atingir objectivos específicos. Você também aprendeu que para ser
um líder eficaz é necessário possuir um leque de características,

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


dentre elas: ter autoconfiança, inspirar confiança nos outros,
desenvolver bom trabalho de equipa, ter coragem e força de
vontade, saber repreender, possuir uma mente flexível, ter
conhecimentos, ética e integridade.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Estilos e Teorias de Liderança

Introdução
Nesta segunda lição, vamos estudar os mais conhecidos estilos e
teorias de liderança.

A lição terá a duração de 2 horas e 45 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

Identificar e criticar os estilos de liderança;


ƒ
Descrever as teorias de liderança; e Objectivos
ƒ
Reconhecer o papel da liderança colaborativa para promover a
mudança social.

Estilos de liderança, Teorias de liderança.

Terminologia

5.4. Estilos de Liderança

Reflicta e compare os estilos de liderança de dois directores que


você conhece.

Segundo Megginson et al. (1998), existem muitas formas de


classificar os líderes ou estilos de liderança, sendo dois estilos os
mais importantes, nomeadamente:

1. Classificação segundo a abordagem usada; e

2. Classificação segundo a orientação para conseguir que o


trabalho seja feito.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Primeiro vamos falar da classificação dos líderes segundo a abordagem usada.

1. Classificação segundo a abordagem usada

Aqui, os líderes podem ser classificados como sendo autocráticos, democráticos ou


participativos e líderes de tipo laissez-faire ou líderes da rédea solta.

a) Líder autocrático - é também chamado de autoritário. O líder autocrático é o


condutor que define o que deve ser feito e como deve ser feito. Este acredita que a sua
opinião é sempre a mais correcta e acredita também serem seus subordinados pouco
merecedores de confiança. Fica nítido que a atenção principal deste líder está voltada
para as tarefas e não para as relações humanas de seu grupo. Ele baseia seu poder
geralmente na posição (cargo) que ocupa (Megginson et al., 1998). No caso da escola,
por exemplo, o Director que não consulte os outros para tomar decisões respeitantes
aos assuntos escolares é um líder autocrático. Valerien e Dias (1993), também
defendem que numa situação autocrática, o Director da escola exige obediência, recusa
qualquer discussão, determina o caminho a seguir e toma isoladamente as decisões.

b) Líder democrático ou participativo - busca compartilhar suas decisões e actividades


com os outros membros do grupo. Podemos dizer que ele possui outra visão do ser
humano e de si. Este acredita que não é o dono da verdade e que todos possuem
condições de agir com autonomia e responsabilidade. Sua atenção está voltada
principalmente para as relações interpessoais e vê seu poder baseado na credibilidade
que o grupo lhe atribui (Megginson et al., 1998). O director de escola que consulta os
professores, o conselho de escola e o pessoal administrativo para juntos tomarem
decisões a nível da escola é considerado de democrático.

c) Líder de tipo laissez-faire – é frouxo e permissivo e deixa os seguidores fazerem o


que querem (Megginson et al., 1998). Pode-se pensar nesta abordagem como a do
Director que exerce um controlo mínimo e deixa aos elementos do grupo muita
liberdade. O seu papel consiste em fornecer informações, em ocupar-se com os
problemas administrativos e em tentar resolver as dificuldades escolares inesperadas
(Valerien e Dias, 1993).

Você aprendeu que quanto a abordagem usada, os líderes podem ser autocráticos,
democráticos e laissez-faire. A seguir vamos classificar os líderes segundo a orientação para o
trabalho.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


2.Classificação segundo Orientação para o trabalho

Aqui, o líder pode ser os orientado para a tarefa ou para a produção ou pode ser um líder
orientado para pessoas ou empregados.

c) Líder orientado para a tarefa ou para a produção – este líder ou director de


escola focaliza o trabalho a ser feito, dando ênfase ao planeamento, programação e
processamento do trabalho e exercendo controlo cerrado de qualidade (Megginson et
al., 1998).Pode-se dar como exemplo, o director de escola que passa a vida a
controlar os prazos de entrega dos trabalhos dos seus funcionários.

d) Líder orientado para pessoas ou empregados – este líder ou Director de escola


focaliza o bem-estar e os sentimentos dos seus seguidores ou membros da escola,
“tem confiança em si e uma forte necessidade de desenvolver e dar poder aos
membros do grupo” (Megginson et al., 1998). Por exemplo, o director de escola que
investe muito tempo no relacionamento com os seus funcionários, conversando com
eles e mostrando que se preocupa com eles.

Agora que você já conhece os estilos que os líderes podem adoptar, a seguir iremos falar das
teorias de liderança.

5.5. Teorias de Liderança


Você conhece alguma teoria de liderança? Aponte pelo menos duas teorias de liderança que
você conhece.

Existem várias teorias de liderança, sendo as mais conhecidas: as teoria dos traços (ou “trait
theories”), as teorias do Comportamento (ou “Behavioural Theories”) e as teorias de
Contingência-Situação (ou “Contingency theories”).

Vamos em seguida apresentar cada uma das teorias acima referidas.


Primeiro vamos abordar a teoria dos traços.

1. A Teoria dos Traços ou “trait Theories”


A teoria dos traços procurava encontrar traços de personalidade social, físico ou intelectual
que diferenciava os líderes daqueles que não eram líderes (Megginson e tal., 1998; Robbins e
tal., 1994).

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


A trait theory foi inicialmente designada de “Great man theory” por Thomas Carlyle em 1841
quando argumentou que todos os grandes líderes possuíam certas características comuns ou
atributos físicos. Nos 100 anos seguintes até 1940, os cientistas procuraram uma enorme lista
de traços, atributos e características que eles acreditavam que contribuíam para tornar uma
pessoa num bom líder (Robbins, et al., 1994). Contudo, a teoria falhou por não encontrar
traços de liderança comuns a todos os líderes (Megginson et al., 1998; Robbin et al., 1994).

Tendo acabado de ser abordada a teoria dos traços, a seguir vamos abordar a teoria dos
comportamentos.

2. A teoria dos comportamentos ou “Behavioral Theories”


Esta teoria argumenta que os líderes possuem certos comportamentos que os diferenciam
daqueles que não são líderes. Estas teorias defendem que os líderes podem ser feitos. Isto
abriu possibilidades de usar as pesquisas sobre os comportamentos dos líderes para descobrir
os seus comportamentos específicos e depois desenhar programas que ensinem tais padrões
comportamentais aos indivíduos que se desejem tornar líderes (Robbins et al., 1994).

Assim, muitas pesquisas foram feitas para padronizar os comportamentos dos líderes. Dentre
as pesquisas destacam-se os trabalhos de Douglas McGregor, RensisLinkert, Robert Blake e
Jane Mouton (Megginson et al., 1998). Aqui só vamos abordar as Teorias X e Y de Douglas
McGregor.

Porém, as teorias comportamentais são inadequadas para explicar o que significa liderança
eficaz em todas as situações (Megginson et al., 1998).

A Teorias X e Y de Douglas McGregor

Já ouviu falar da Teoria X e Y de McGregor? Se sim, em que contexto?

Douglas McGregor defende que as estratégias de liderança são influenciadas pelos


pressupostos do líder a respeito da natureza humana. Assim, McGregor resumiu dois
pressupostos diferentes feitos pelos administradores das indústrias, nomeadamente: os
pressupostos da Teoria X e os pressupostos da Teoria Y.

Os pressupostos da Teoria X

Megginson et al. (1998:380), argumenta que de acordo com os pressupostos desta teoria, os
administradores acreditam que:

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


1. “O ser humano comum tem aversão ao trabalho e o evitará ao máximo”.

2. “Por causa desta característica, a maioria das pessoas deve ser coagida, controlada,
dirigida ou ameaçada com punição para ser levada a fazer o esforço necessário para
atingir os objectivos organizacionais”.

3. “O ser humano médio prefere ser dirigido, quer evitar responsabilidade, tem
relativamente pouca ambição e deseja acima de tudo segurança”.

Os pressupostos da Teoria Y

Segundo Megginson et al (1998: 380), os administradores que aceitam os pressupostos da


teoria Y acreditam nas seguintes suposições:

1. “O dispêndio de esforço físico e mental no trabalho é tão normal como a diversão ou o


descanso, e o ser humano médio, nas condições adequadas, aprende não só a aceitar,
mas a procurar responsabilidade”.

2. “As pessoas irão exercer autodirecção e autocontrolo para atingir os objectivos


definidos”.

3. “A capacidade de usar alto grau de imaginação, engenhosidade e criatividade na


resolução dos problemas organizaconais está amplamente distribuída pela população, e
o potencial intelectual do ser humano só é utilizado parcialmente dentro das condições
da vida industrial moderna”.

O director de escola que apoie os pressupostos da teoria X irá preferir um estilo autocrático,
enquanto o Director de escola que apoie os pressupostos da teoria Y preferirá um estilo mais
participativo.

O director de escola que apoie os pressupostos da teoria X irá preferir um estilo autocrático,
enquanto o Director de escola que apoie os pressupostos da teoria Y preferirá um estilo mais
participativo.

Você acabou de estudar as teorias dos traços e dos comportamentos. A seguir vamos abordar a
Teoria de Contingência-situação.

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3. A Teorias de Contingência – Situação ou “Contingency Theories”
Estas teorias prescrevem que o estilo de liderança a ser usado depende de vários factores
como a situação, a pessoa, a tarefa, a organização, e outras variáveis ambientais (Megginson
et al., 1998).

Nas teorias de contingência as situações mais populares são o contínuo de liderança de


Tannenbaum e Schmidt e a teoria de ciclo de vida de Hersey e Blanchard. Aqui trataremos
apenas do contínuo de liderança de Tannenbaum e Schmidt.

O Contínuo de Liderança deTannenbaum e Schmidt – Segundo


Megginson et al. (1998), o conceito baseia-se na lei de situação de Mary Parker Follet que
declara que existem vários caminhos alternativos que os administradores podem seguir ao
lidar com pessoas. A lei de situação de Mary Parker Follet preconiza que há vários caminhos
alternativos que os administradores devem seguir ao lidar com pessoas, e, portanto, ao tomar
decisões de liderança os administradores devem levar em conta as forças em si mesmos, nos
subordinados e na situação.

Comentário

Embora não haja consenso entre os estudiosos a respeito da liderança eficaz e das múltiplas
variáveis que nela intervêm, todos concordam num ponto central: sua importância para o
desenvolvimento e a sobrevivência das empresas produtoras de bens ou serviços, sejam elas
públicas ou privadas.

A história, que é a grande mestra da humanidade, tem


demonstrado que a utilização abusiva e inadequada do poder
contextual através da coerção, autoritarismo e distribuição de
recompensas manipulativas que oprimem e despersonalizam os
seres humanos, começam a criar reacções negativas (individuais e
colectivas) em vários sectores da sociedade, particularmente nas
organizações.

A liderança empresarial precisa obter lealdade, alcançar


comprometimento e merecer respeito pois, só assim poderá
exercer actos influenciais que integrem os indivíduos ao redor de
objectivos comuns e acções colectivas.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Sumário
Nesta lição você aprendeu que os líderes são classificados segundo
a abordagem usada e segundo a orientação para conseguir que o
trabalho seja feito. Quanto à abordagem usada, os líderes podem
ser autocráticos, democráticos e do tipo laissez-faire. Quanto à
orientação para conseguir que o trabalho seja feito, os líderes
podem ser orientados para a tarefa ou produção e orientados para
as pessoas ou empregados. As teorias de liderança mais conhecidas
são as Teorias de Traço, Comportamentais e as de Contingência-
Situação. Na Teoria de comportamento há que destacar as teorias
X e Y de Douglas MacGregor.

A liderança ideal é algo difícil de ser definida, tendo em vista que


um estilo adoptado por um líder pode ser extremamente eficaz em
determinada situação e, num outro momento, o mesmo estilo
poderá ser totalmente inadequado. Por exemplo, um líder de
presença marcante, de idéias definidas, o tipo conhecido como
“personalidade forte”, pode ser um agente impulsionador para uma
equipe composta de pessoas mais dependentes e que possuem uma
tarefa a ser cumprida num curto espaço de tempo. Por outro lado,
este estilo de liderança poderia causar a desmotivaçãoem pessoas
mais maduras, que se realizam ao efectuar suas actividades com
autonomia.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Comunicação em Administração

Introdução
Após termos estudado as teorias e estilos de liderança, nesta
unidade vamos abordar o tema Comunicação em Administração.

Esta unidade terá 2 lições. A duração das duas lições será de 5


horas e 30 minutos.

Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de:

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

Reter a importância da comunicação para proporcionar um bom


ambiente de trabalho e relações humanas na organização escolar.
Objectivos gerais

O Processo da Comunicação

Introdução
Nesta lição você vai estudar o processo da comunicação.

A lição terá a duração de 2 horas e 45 minutos.

Ao completar a lição, você será capaz de:

Definir Comunicação; e
Objectivos Descrever como se processa a
comunicação.

Comunicação, processo de comunicação, vias de comunicação


formal e informal, eficácia da comunicação.

Terminologia

6.1. Conceito de Comunicação


O que é Comunicação?

Megginson et al., (1998, p.320), define comunicação como o


“processo de transferir significado de uma pessoa para a outra na
forma de idéias ou informação. Usa a cadeia de compreensão que
liga os membros de várias unidades de uma organização em níveis
e áreas diferentes.” Por exemplo, quando X transmite uma
informação a Y ele/ela está a se comunicar.

Numa escola, a comunicação pode incluir, de entre outros actos,


dar informação acerca das actividades, acontecimentos, tarefas que
afectam os alunos, professores ou funcionários administrativos,
troca de opiniões e ideias, etc. (Secretariado da Commonwealth,
1993).

Você já sabe o que é comunicação. Agora interessa-nos saber como é que ela se processa.
Páre e pense um pouco sobre o processo de comunicação. Elabore uma lista contendo os
elementos que fazem parte do processo de comunicação. Não veja o ponto 6.2. “O Processo
de Comunicação”, antes de responder a questão.

6.2. O Processo de Comunicação

O processo de comunicação, segundo Megginson et al., (1998), pode ser resumido conforme
ilustrado no quadro abaixo:

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


O emissor e o receptor representam as partes envolvidas na comunicação (quem emite e quem
recebe a mensagem).

Outros dois elementos - a mensagem e o meio - representam as principais ferramentas de


comunicação: o que se diz e de que forma o receptor tem acesso à informação.

Codificação, decodificação, reposta e feedback são os elementos que dizem respeito ao


processo de comunicação em si. E o último elemento – ruído – corresponde a todos os
factores que possam interferir na mensagem que se pretende transmitir.

A seguir vamos discutir mais profundamente os principais elementos desta cadeia:

Emissor / Receptor

O emissor é a pessoa (ou organização) que quer comunicar algo, quem emite a mensagem.

O emissor precisa saber que público quer atingir e que reacções pretende gerar neste público.
Desta forma, o primeiro passo para desenvolvermos um sistema de comunicação eficiente é
eleger o público para o qual esta comunicação será dirigida, ou seja, quem é o receptor.

Peguemos como exemplo os conselheiros da organização. Podemos pensar em nos


comunicar com eles várias vezes ao longo de um ano, com vários objectivos diferentes:

• Divulgar a nova campanha de arrecadação de fundos para a escola;

• Convidar pais para participarem num evento na escola;

• Solicitar auxílio para a venda de convites para este mesmo evento;

• Agradecer por terem doado recursos para a organização;

• Pedir que indiquem pessoas ou empresas para quem podemos fazer uma solicitação; e

• Entre tantos outros objectivos.

Se pensarmos que isso pode se repetir para cada um dos inúmeros grupos de pessoas com os
quais temos contacto, logo perceberemos que o sistema de comunicação de uma organização
é bastante complexo e precisa de ser planeado com atenção e antecedência.

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Definir a quem vai ser destinada a comunicação e qual a reação que esperamos desencadear
neste público irá interferir directamente no processo de codificação da mensagem.

Codificação / Decodificação

Toda a simbologia utilizada durante o processo de comunicação precisa ser estudada


criteriosamente. Parte da informação que será recebida pelo receptor está relacionada à forma
como o texto é redigido, às fotos e figuras utilizadas na comunicação, à música usada em uma
propaganda e a outros códigos.

A escolha dos “códigos” mais adequados para cada público e para cada reacção que se deseja
gerar é de fundamental importância para o sucesso da comunicação.

Segundo (Megginson et al, 1998), para que uma mensagem seja efectiva, o processo de
decodificação (entendimento dos códigos utilizados) precisa ser coerente com as experiências
passadas do receptor e com as suas expectativas.

As pessoas são bombardeadas com cerca de 1.600 mensagens comerciais por dia, dentre as
quais 80 são percebidas conscientemente e apenas 12 provocam alguma reacção. É o que
chamamos de atenção selectiva.

Outro problema da comunicação é o que chamamos de retenção selectiva: as pessoas


guardam na memória apenas uma pequena fracção das mensagens que chegam até elas.

O grande desafio, então, é chamar a atenção das pessoas que nos interessam, garantir que a
nossa mensagem seja uma das poucas das quais esta pessoa se irá lembrar e ainda conseguir
provocar nesta pessoa uma reacção que corresponda ao nosso desejo.

Não é um processo fácil!

O nível de interesse que o receptor tem pelo assunto, obviamente, irá afectar a sua percepção e
a retenção da mensagem. O índice de lembrança entre o público que se interessa por um
determinado assunto será, sem dúvida, maior do que o que podemos conseguir entre pessoas
que desconhecem um determinado tema ou não têm especial interesse por ele.

Desta forma, escolher para quem comunicar (receptor), como comunicar (mensagem e
codificação) e, finalmente, como conseguir ter acesso a esta pessoa (mídia) são decisões
chave no processo de comunicação.

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Mensagem

O que vamos dizer, que informações queremos transmitir às pessoas. E, indo um pouco além,
que imagem queremos que tenham da nossa organização? Que reacções queremos que
tenham? Que atitudes esperamos que tomem?

A forma como codificamos a mensagem pode influir muito no resultado da comunicação


(resposta ou feedback). A compreensão da mensagem pode ficar prejudicada se ela não levar
em conta todo o sistema de crenças e valores do receptor. É o que chamamos de distorção
selectiva.

Os receptores vão ouvir apenas o que se ajusta às suas expectativas e às suas crenças. Eles
podem “alterar” a mensagem durante o processo de decodificação, ignorando informações
importantes que não estão de acordo com o seu sistema de crenças e/ou “acrescentar”
informações que possuem de outras fontes e que também alteram o conteúdo da mensagem
que queríamos transmitir.

Quanto mais simples, clara e directa for a mensagem, maior a probabilidade de que o receptor
a compreenda correctamente, sem distorcer a informação recebida.

Mídia

Os meios de comunicação devem ser escolhidos de acordo com as características do público


que se deseja atingir. Além disso, cada meio de comunicação tem características próprias,
desempenhando um papel diferente no processo de comunicação.

Quando desenvolvemos um plano de comunicação, devemos ter em mente que uma mesma
pessoa poderá receber o impacto de vários mídias diferentes e que o processo de comunicação
com esta pessoa será o somatório de todos estes impactos.

Tomemos, por exemplo, uma pessoa que recebeu um convite directo de sua organização para
participar num evento a favor de uma causa. Ela pode até ter tido simpatia pela causa, mas
não tomou nenhuma atitude. Alguns dias depois, ela vê uma publicidade na TV desta mesma
organização, buscando novos associados. Mais uma vez, percebe conscientemente os esforços
que estão sendo feitos, mas não reage. Se alguns dias depois receber um convite de um amigo
para ir a um evento, é muito provável que desta vez a reacção apareça.

Isso significa que, muitas vezes, é preciso que a pessoa seja abordada várias vezes, em
momentos diferentes, por meios diferentes, antes que tome uma atitude em relação à sua

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


organização. As reacções que desejamos podem ser o resultado disso tudo e não de um evento
isolado.

Muitas vezes, perdemos os estímulos devido aos resultados negativos iniciais, mas é preciso
sermos persistentes e acreditar no plano que foi formulado.

É claro que não devemos deixar de realizar os ajustes que forem necessários para melhorar os
resultados de cada acção isolada, mas não podemos perder de vista que, muitas vezes, são
necessários vários estímulos para que uma pessoa tenha a reação que queremos.

Como qualquer investimento, a comunicação tem um tempo de


maturação e os resultados podem demorar um pouco a aparecer
(Megginson et al., 1998).

Sumário
Nesta lição você estudou que a comunicação é um processo de
troca de informação ou ideias de uma pessoa para a outra. Você
aprendeu ainda como se processa a comunicação. Para que a
comunicação se processe, são necessários os seguintes elementos:
emissor, receptor, mensagem, entre outros.

Tendo acabado de estudar o “O Processo de Comunicação”, agora


vamos ver o que você aprendeu nesta lição. Queremos que você faça um
breve resumo sobre o que acabou de aprender. No seu resumo, defina
Actividade comunicação e descreva como esta se
processa.

Vias de Comunicação Formal e Informal

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Introdução
Na primeira lição desta unidade, você aprendeu a definir a
comunicação e a descrever como se efectua o processo
comunicativo. Nesta lição você vai estudar as vias de comunicação
formal e informal presente em qualquer organização.

A lição terá a duração de 2 horas e 45 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

Descrever as vias de comunicação formal e informal e o papel de


Comunicação informal; e
Objectivos
Fazer uso dos meios para aumentar a eficácia da comunicação.

Vias de comunicação formal e informal; eficácia da comunicação.

Terminologia

6.3. Vias de Comunicação nas Organizações

Que vias de comunicação você utiliza para se comunicar na sua


escola?
Pense nesse aspecto antes de avançar.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Em todas as organizações existem vias de comunicação formais e informais. A seguir vamos
abordar com mais detalhe as vias de comunicação formais e informais.

6.3.1. Vias de comunicação formal

As vias de comunicação formal são, segundo Megginson et al., (1998), os caminhos


prescritos pela organização através dos quais o fluxo de mensagens se processa. Para o
mesmo autor, as três vias básicas são a descendente, ascendente e a lateral ou horizontal.

Comunicação descendente – é aquela que segue a via de comando formal da organização do


alto nível até ao nível mais baixo. Normalmente, tende a seguir e a reflectir a relação
autoridade - responsabilidade expressa no organograma, através de afixação de avisos e
comunicados; jornal da empresa; panfletos e “handbooks”; relatório anual, etc. (Megginson et
al., 1998). Por exemplo, um comunicado dando a conhecer aos funcionários da escola, a
nomeação de um novo chefe da Secretaria.

Comunicação ascendente – é aquela que reflecte o feedback de dados ou informações dos


níveis mais baixos para os mais altos da administração. Eles incluem relatórios de
desempenho, indicando resultados, progresso ou problemas; pedidos de ajuda, de informação
ou de recursos; expressão de atitudes, sentimentos e queixas que influenciam o desempenho
directa ou indirectamente; e, ideias e sugestões para a melhoria e resolução de problemas.
Exemplos: Sistema de sugestões e caixa de sugestões; questionários; processo de reclamação;
e reuniões especiais (Megginson et al., 1998). Por exemplo, o relatório elaborado por um
professor sobre o desempenho dos estudantes na sua disciplina.

Comunicação lateral ou horizontal – esta comunicação é essencialmente usada para


coordenação e envolve colegas do mesmo grupo de trabalho e departamentos de mesmo nível.
Por exemplo, esta comunicação pode ocorrer na escola, quando os professores de História e
Geografia trocam experiências acerca das aulas e outros assuntos.

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6.3.2. Via de Comunicação Informal e seus Papéis ou Finalidades

Segundo Megginson et al. (1998), a comunicação informal é aquela que foge dos canais
formais da organização.

A comunicação informal tem várias finalidades e, na óptica de óptica de Megginson et al.


(1998), tais finalidades incluem:

1. “Satisfazer as necessidades pessoais, como a de interagir com os outros”;

2. “Contrabalançar os efeitos do tédio ou da monotonia”;

3. “Tentar influenciar o comportamento dos outros”; e

4. “Ser uma fonte de informação relacionada ao trabalho, que não está disponível pelos canais
formais.”

O tipo de comunicação informal mais conhecido é o boato. Um boato se for bem


compreendido e usado, pode ajudar a administração a atingir as suas metas.

Nota: Os gestores (incluindo os directores das escolas) não devem menosprezar este tipo de
comunicação e nem tentar eliminá-lo visto que é quase impossível. Desta forma, aconselha-se
que os mesmos tirem o máximo proveito disso para as suas actividades na organização. Por
exemplo, a partir da comunicação informal, o gestor pode identificar as preocupações, os
interesses, assuntos relevantes, etc. dos seus colaboradores (Megginson, et al., 1998).

Agora que já conhece as vias de comunicação presentes nas organizações, quais seriam os
meios para aumentar a eficácia da mesma?

6.4. Meios para Aumentar a Eficácia da Comunicação.

Megginson et al. (1998), apontam as seguintes medidas para aumentar a eficácia da


comunicação:

- Ter consciência da necessidade da comunicação eficaz;

- Criar um ambiente que estimule o “feedback”; e

- Ser um ouvinte mais eficaz.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Você costuma utilizar os meios acima apontados para aumentar a
eficácia da comunicação com os seus colegas na escola?

Sumário
Nesta lição você estudou as vias de comunicação presentes nas
organizações. As vias de comunicação presentes nas organizações
podem ser formais (descendentes, ascendentes e horizontais) e
informais (por exemplo o boato). Para aumentar a eficácia da
comunicação é necessário ter consciência da necessidade de uma
comunicação eficaz, criar um ambiente que estimule “feedback” e
ser um ouvinte eficaz.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021
Gestão de Conflitos

Introdução
Toda a história da humanidade foi e é marcada por
uma série de conflitos: políticos, económicos,
sociais, religiosos, etc. O conflito é uma realidade
sempre presente nas relações humanas e nas
relações de trabalho. Os conflitos originam-se na
diversidade de pontos de vista entre pessoas, na
pluralidade de interesses, necessidades e
expectativas, na diferença entre as formas de agir e
de pensar de cada um dos envolvidos.

Os espaços onde ocorrem maior número de conflitos


entre pessoas, são os ambientes de convivência
diária. Mas para iniciarmos um tema e abordagem
tão delicado como este, em primeiro lugar, há que
compreender o conceito de conflito.

A unidade tem 2 lições. A duração das duas lições


desta unidade será de 5 horas e 30 minutos.

Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de:

Ao completer esta unidade, você será capaz de :


Conhecer os aspectos básicos relacionados com a gestão de
conflitos.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Conflitos nas Organizações

Introdução
Nesta lição você vai estudar o conflito nas organizações.

A lição terá a duração de 2 horas e 45 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

Analisar o conflito nas organizações em geral, e na organização


escolar, em particular;
Objectivos específicos
ƒ Identificar e descrever as causas antecedentes e desencadeantes
do conflito; e

ƒ Analisar alguns tipos de conflitos que ocorrem na organização


escolar.

Conflito, tipos de conflito.

Terminologia

7.1. Conceito de Conflito


O que é um conflito?

Conflito é um desacordo aberto entre duas pessoas ou grupos de


pessoas que têm valores e objectivos diferentes.

Por outras palavras, o conflito é um processo no qual um esforço é


propositadamente feito por A para destruir o esforço de B, com
recurso a qualquer forma de bloqueio, e resulta na frustração de B,
no que diz

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


respeito à prossecução das suas metas e ao desenvolvimento dos
seus interesses.

Certamente que você já presenciou algum tipo de conflito. Quais


foram as causas do mesmo?

7.2. Causas Antecedentes e Desencadeantes do Conflito


De acordo com Chiavenato (1994), existem basicamente três
condições antecedentes dos conflitos:

1. Diferenciação de grupos ou de actividades - O crescimento


da empresa leva a que cada grupo se especialize cada vez mais na
busca da eficiência. Nesta especialização, cada grupo realiza tarefas
diferentes, relaciona-se com diferentes partes do ambiente e
começa desenvolver maneiras diferentes de pensar e agir: tem sua
própria linguagem, modo de trabalhar em equipe e objectivos a
atingir. Surge deste modo a diferenciação, que se caracteriza pela
existência de objectivos e interesses diferentes dos demais grupos
na empresa.

2. Recursos compartilhados – Os recursos empresariais (salários,


espaço, máquinas, equipamentos, etc.) são geralmente escassos ou
limitados. Se um grupo pretende aumentar a quantidade de seus
recursos, um outro grupo terá de perdê-los, ou abrir mão de uma
parcela dos seus. Isso contribui para a percepção de que alguns
grupos têm objectivos e interesses diferentes e talvez
incompatíveis.

3. Actividades interdependentes – Isto surge quando um grupo,


para desempenhar as suas actividades depende de outro grupo.
Todos os grupos duma organização são interdependentes de alguma
maneira, mesmo que levemente. Neste contexto, surgem as
oportunidades para que um grupo auxilie ou prejudique o trabalho
dos demais.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Uma vez analisadas as três condições antecedentes dos conflitos
importa referir que o conflito só surge quando há percepção da
incompatibilidade de objectivos e da oportunidade de interferência
nas acções por uma das partes e esta passa a desenvolver
sentimentos de conflito com relação a outra parte e se engaja em
comportamento de conflito. A acção de uma das partes conduz a
reacção da outra.

Então, que tipos de conflitos poderiam ocorrer numa organização escolar?

7.3. Tipos de Conflitos na Escola

Os tipos de conflitos mais frequentes nas escolas, assim como noutras organizações, são:

1. Conflito da personalidade ou intra-pessoal


De acordo com Guetzels e Guba (1958, pp.150-165), a personalidade é definida como uma
organização dinâmica, dentro do indivíduo, das disposições necessárias que possam governar
as suas reacções perante o meio ambiente.

Este tipo de conflito ocorre:

• Quando o ambiente é percebido pelo indivíduo de forma a trazer disposições


inadequadas para a sua orientação perante factos objectivos.
• Isto acontece com professores jovens e principiantes que encaram dificuldades de
reconciliar a crença pessoal de que os estudantes terão de atingir níveis elevados de
desempenho e manter com eles relações amistosas, principalmente fora da sala de
aulas.
• Acontece também com um director que precisa de reprimir professores com um
desempenho insatisfatório e manter com eles relações amistosas.
• Quando um gestor tiver que tomar uma decisão que implica escolhas entre valores
pois é necessário ir-se ao "melhor".
• Justificar perante um professor de educação física, ou de música, ou ainda de
actividades laborais o uso de suas horas lectivas na recuperação dos alunos numa
disciplina básica.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


2. Conflito interpessoal
É o tipo mais comum e mais visível devido ao facto das permutações e combinações de
potenciais conflitos envolvendo professores, estudantes, administradores e pais, serem muitas.

Envolvendo estudantes, estes conflitos chegam a ser banais por se


tratar de pequenas disputas ou simples insultos entre adolescentes.
Outros conflitos podem ter uma longa história e envolverem
diferenças fundamentais sobre prioridades, actividades a
desenvolver ou diferentes associações dentro da escola.

Este conflito pode derivar de fora da escola, o que poderá levar o


director da escola a ficar desapontado, por exemplo, ao descobrir
que não há colaboração entre dois professores por terem tido
rivalidades de vária ordem fora da escola.

3. Conflito indivíduo/instituição
Segundo Guetzels e Guba (1957, pp.423-41), estes conflitos
surgem como resultado da interacção entre o indivíduo e a
instituição, tendo em conta os papéis, as expectativas e as regras
estabelecidas dentro do sistema social.

Este conflito pode também ter como base as diferenças nas


orientações individuais e profissionais, o que pode ser visto quando
há tentativa legítima do director lutar para fazer valer as leis ou
regulamentos, e os demais actores da escola entenderem tratar-se
de standartização desnecessária.

4. Conflito intra-organizacional
Surgem entre vários grupos dentro da escola ou do sistema escolar,
envolvendo membros de um determinado grupo formal, como uma
secção ou um departamento.

Pode ocorrer também entre duas ou mais unidades (departamentos,


repartições) como resultado de esforços desenvolvidos por cada
uma delas para fazer o melhor possível, ou quando as actividades
de uma dependerem das acções doutra.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


5. Conflito Escola/Comunidade
Surgem normalmente quando a comunidade não concorda com
certo tipo de educação ou valores veiculados pela escola, como por
exemplo: educação sexual, desagregação, direitos dos estudantes e
outros.

Este tipo de conflito normalmente envolve os funcionários da


educação, que querendo defender as suas acções ou políticas novas,
se confrontam com as comunidades.

Depois de analisados alguns tipos de conflitos, vejamos ao título


exemplificativas principais técnicas para gerir conflitos.

Sumário
Nesta lição você acabou de estudar que o conflito ocorre quando
duas pessoas ou grupos entram em desacordo por terem valores e
objectivos diferentes. Os tipos de conflitos comuns nas escolas são:
conflito de personalidade/intrapessoal, conflito interpessoal,
conflito indivíduo/ instituição, conflito intra-organizacional, e
conflito escola comunidade.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Técnicas para Gerir Conflitos

Introdução
Depois de ter aprendido o conceito de conflito e as causas que o
desencadeam, agora você vai estudar as técnicas de gestão de
conflitos.

A lição terá a duração de 2 horas e 45 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

ƒ Aplicar as principais técnicas para gerir conflitos; e

ƒ Descrever a utilidade do conflito nas organizações.

Objectivos específicos

Técnicas de gestão de conflito, valor do conflito

Terminologia

7. 4. Principais Técnicas para Gerir Conflitos

O que você faz para gerir conflitos? Utiliza alguma técnica para

gerir conflitos quando está perante algum?

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Segundo Robbins & Coulter (1998, p. 399), para gerir conflitos, o

gestor deve, essencialmente: ter cuidado ao seleccionar o conflito a

gerir, avaliar as partes em disputa, compreender a causa do

conflito e estar atento às opções.

1.Ter cuidado ao seleccionar o conflito que se pretende gerir –

este passo parte do pressuposto que nem todo conflito justifica a

atenção do gestor ou administrador; uns porque não valem a

pena e outros porque, logo a partida se percebe que é

impossível administrá-los.

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


Apesar de aparentar cobardia, para alguns conflitos, evitar é a resposta mais apropriada.

Ex: antagonismos profundamente enraizados, quando uma ou ambas as partes desejam

prolongar o conflito, ou quando asemoções estão muito altas.

O bom administrador não é o que pode resolver todos os conflitos de maneira eficaz, pois

alguns não valem a pena, outros estão fora de sua área de influência, outros ainda são

funcionais.

2. Avaliar os lados em conflito - Para gerir um conflito é importante que se conheçam os

dois lados conflituantes, conhecer os interesses representados de cada lado, saber quais

são os valores, personalidade, sentimentos e recursos de cada.

3. Localizar a origem do conflito- A resolução de um conflito é determinada, em grande

parte, pelo conhecimento das suas causas.

4. Conhecer as opções - Existem opções básicas de resolução de conflitos. Cada uma tem
suas vantagens e desvantagens e nenhuma opção é ideal para todas as situações.

Agora que você já conhece as técnicas para gerir conflitos, a seguir você vai aprender o
valor que os conflitos tem para as organizações.

7.5. O Valor do Conflito


Existem três visões no que dizem respeito ao valor do conflito numa organização:

A visão tradicional, a das Relações humanas e a Interaccionista.

A visão tradicional (desde a Revolução Industrial até aos anos 1940)

Os conflitos são resultado de falhas na comunicação, falta de abertura e confiança entre as


pessoas e um fracasso dos administradores em atender às necessidades e aspirações dos
funcionários. Esta visão defende que todo o conflito é maléfico, portanto dever-se-ia evitá-lo.
Uma vez que o conflito deve ser evitado, deve-se prestar atenção naquilo que o gera e corrigir
o mau funcionamento para melhorar o desempenho do grupo e da organização.

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Visão das Relações Humanas (1940-1970)

A visão das relações Humanas defende queo Conflito é algo natural


que ocorre nos grupos e nas organizações, sendo portanto, algo
inevitável.Sendo inevitável não só deve ser aceite, como também
deve ser racionalizado. Ele não pode ser eliminado pois, em alguns
casos, é benéfico para o desempenho do grupo.

Visão Interaccionista

A visão Interaccionista encoraja o conflito por acreditar que um


grupo harmonioso, pacífico, tranquilo e cooperativo facilmente se
torna estático, apático e não responde às necessidades de mudança
e inovação. Esta visão encoraja os líderes a manter um nível
mínimo de constante conflito no grupo para mantê-lo viável,
autocrático e criativo.

Sumário
O conflito soluciona-se pela negociação. Negociar é a arte de
compreender a pluralidade de opiniões e encontrar soluções de
maneira a que todos saiam ganhando. Em sala de aula, os conflitos
são inerentes à própria natureza das actividades e, principalmente
da convivência diária. A escola é uma organização social. Conflitos
sempre geram tensão que precisam ser administradas. Situações de
conflito trazem sempre uma mensagem que nem sempre é
decodificada, por isso, os professores, devemos tentar ler nas
entrelinhas. A Gestão de conflitos refere-se ao gerenciamento de
problemas disciplinares e comportamentais e das relações intra e
interpessoais. A Gestão de conflitos refere-se ao gerenciamento de
problemas disciplinares e comportamentais e das relações intra e
interpessoais.

A gestão do conflito em sala de aula deve ter sempre valor


educativo. O professor-gestor do conflito deve aproveitar o

A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021


momento para trabalhar a percepção de direitos e deveres e também
do limite – “o meu espaço termina quando começa o do outro”. E é
importante que o estudante receba em sua formação a noção de
respeito ao outro, às opiniões do outro, de saber ouvir, de tolerar e
saber como aplicar esses conceitos no dia-a-dia para seu
crescimento como ser integral. A escola é o lugar onde devemos
aprender a tomar decisões conjuntas, a formar regras, analisar e
entender a cultura. Educação é saber conviver.
Isso não quer dizer que é importante tentarmos excluir os
conflitos. Os conflitos fazem parte da vida. Devemos sim, tirar
proveito e transformálos em ricos momentos de aprendizagem.
Existem conteúdos que não podem ser teorizados em sala de aula.
Por exemplo: afectividade, solidariedade e sensibilidade. Esses
conceitos devem e tem de ser vividos e presenciados. O
crescimento sadio deve ser baseado na racionalidade e na
afectividade, em igual valor: crie um ambiente instigante; incite os
alunos a discutir ou avaliar o que estão aprendendo; promova

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Poder e Autoridade

Introdução
Nesta unidade vamos tratar sobre um tema complexo que é o Poder
e a Autoridade.

Por ser um tema muito vasto, poderemos começar primeiro por


tratar o conceito de poder, as fontes e tipologias do poder e o uso
do poder nas instituições.

O poder é um conceito considerado mais abrangente do que


autoridade. Este resulta, muitas vezes, de relações sociais que se
estabelecem entre os indivíduos e implica trocas recíprocas. Por
exemplo, um supervisor tem poder, em parte, porque os
subordinados dependem dele para promoções e recompensas
salariais; por outro lado, os subordinados podem ter algum poder
sobre o superior se a avaliação do seu desempenho estiver ligado
aos funcionários, isto é, depende, do trabalho deles.

Esta unidade terá 2 lições que totalizam 5 horas e 30 minutos.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

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Explorar os aspectos básicos relacionados com o poder e a
autoridade.

Objectivos gerais

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Poder

Introdução
Nesta lição, você vai estudar os aspectos relacionados com
poder.

A lição terá a duração de 2 horas e 45 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

ƒ Definiro conceito de poder;

ƒ Reconhecer a importância do poder e sua aplicação nas


instituições;
Objectivos ƒ Descrever a relação entre poder e
autoridade;

ƒ Identificar as fontes e tipologias de


poder; e

ƒ Analisar o uso de poder nas


instituições.

Poder, fontes e tipologias de poder, uso de poder nas instituições.

Terminologia

8.1. Definição de Poder

O que é poder?

O poder é a capacidade de exercer influência nos indivíduos,


grupos, acontecimentos e decisões (Megginson et al., 1998).

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A influência é evidenciada pela mudança no comportamento de alguém em resultado das
acções de outra.

Para que a autoridade formalmente atribuída a uma pessoa consiga exercer influência sobre
outras, é necessário que aquela pessoa tenha algum tipo de poder (Hampton, 1992, p. 331;
Teixeira, 1998, p.112).

Quais as fontes de poder que conhece? Mencione pelo menos duas fontes de poder.

8.2. As Fontes e as Diferentes Tipologias de Poder

Segundo Jonh French e Bertram Raven, citados por Robbins (2004), existem cinco fontes ou
bases de poder: legitimidade, recompensa, coerção, talento e referência.

Poder Coercivo – A base deste tipo de poder é o medo. O superior tem capacidade de punir
ou recomendar sanções a outros. É o tipo de poder usado pelos gestores quando conseguem
que os seus subordinados tenham determinado comportamento por receio de serem
castigados.

No poder coercivo, o gestor tem capacidade de atribuir tarefas desagradáveis, realizar


promoções e outras vantagens, embaraçar ou irritar os subordinados.

Poder de recompensa – Resulta da capacidade de uma determinada pessoa, um superior,


poder recompensar os outros. Assim, o indivíduo se submete à vontade ou orientações de
outra porque isso lhe traz algum benefício. Por exemplo, um indivíduo que tenha controlo
sob os sistemas de retribuição (salários, bónus, atribuição de funções desejadas pelos
trabalhadores) pode usá-lo para induzir os outros a acatarem as suas ordens ou orientações.

Nota: O poder coercivo e o poder de recompensa constituem os dois lados de uma mesma
moeda. Quando se pode tirar algo de valor positivo ou inflingir algo de valor negativo a
alguém, exerce-se o poder coercivo. Quando se fornece algo de valor positivo ou se remove
algo de negativo de alguém, exerce-se o poder de recompensa. Por exemplo, quando o
director da escola embaraça um funcionário, mostrando e criticando com frequência os seus
pontos fracos em frente dos seus colegas de trabalho, ele está utilizando o poder coercivo,
pois estará a mostrar o valor negativo do seu funcionário. Por outro lado, quando o director
da escola atribui um cargo ao seu funcionário por se ter destacado em alguma actividade ele
estará utilizando o poder de recompensa.

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Poder Legítimo – Deriva da posição formal de autoridade em que o indivíduo se pode
encontrar dentro da organização.

As posições de autoridade incluem tanto o poder coercivo como o poder de recompensa. O


poder legítimo, contudo, é mais amplo que os anteriores, pois este inclui a aceitação, pelos
componentes da organização, da autoridade inerente a um cargo. Ex: Quando um director de
uma escola, o presidente de um banco ou o capitão de um batalhão fala (tendo em conta que
seu discurso está dentro do espectro da autoridade que é própria dos respectivos postos) os
professores, gerentes e tenentes escutam e geralmente obedecem. Este tipo de poder é
independente da forma como o cargo é desempenhado.

Poder de referência– Resulta do facto da pessoa estar associada a uma imagem altamente
favorável, o que faz com que os outros nela acreditem e admirem as suas idéias. O gerente
possui traços ou qualidades com os quais os subordinados desejam se identificar. Este tipo
de poder associase muitas vezes aos grandes líderes, heróis militares como resultado da
admiração pelo outro e do desejo de se parecer com ele.

Poder de talento, também conhecido por técnico ou ainda por competência – Este tipo de
poder consiste na influência que se exerce como resultado da perícia, da habilidade ou do
conhecimento. Os gerentes cujos subordinados os encaram como tendo conhecimentos que
podem ajudá-los a satisfazer as suas necessidades têm poder de talento. Quando os
subordinados constatam que o seu superior possui conhecimento e habilidade que podem
contribuir para sua eficiência e seu progresso, aumenta-se a tendência de cumprir com as
ordens que reflectem essa experiência.

Agora que você já conhece as fontes e tipologias de poder, a seguir vai estudar o uso de poder
nas instituições.

8.3. O Uso do Poder nas Instituições

No dia-a-dia, é frequentes as pessoas acharem que o conceito de poder limita-se ao poder


legítimo, pois este é normalmente associado ao poder de qualquer gestor. Mas analisando os
tipos de poder, podemos verificar que o conceito do mesmo ultrapassa o de simples poder
legítimo. O ideal é que o poder total de um gestor seja a soma algébrica dos diferentes tipos
de podere que ele exerça cada um, ou conjugando alguns de acordo com as circunstâncias
(Teixeira 1998, p.114). Contudo, sabemos que isso não é uma tarefa fácil.

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Poder total = P. legítimo ±P.de recompensa±P. coercivo±P.decompetência±P. de referência

Fonte: Componentes do poder total. Teixeira (1998, p.114)

O poder que os gestores exercem com mais frequência é o poder coercivo. Este pode existir
sem que exista o poder legítimo. Porém, é o mais perigoso e recomenda-se que este seja usado
com muito cuidado, pois de contrário não só pode influenciar a eficácia do gestor como pode
conduzir a conflitos.

Por outro lado, o poder legítimo constitui o principal poder de um gestor, em resultado da
sua posição na organização. Assim, aquela relação mostra como o seu poder total pode ser
aumentado ou diminuído pelo poder de recompensar, de punir, de competência e de
referência. Por exemplo, um gestor cujo poder legítimo é reduzido pode ter um poder total
superior por causa da sua competência na sua área de trabalho. Por outro lado, um gestor com
bastante poder legítimo pode ter um poder total inferior por falta de conhecimento da sua
função.

As diferenças de poder entre as pessoas ou grupos que interagem no meio organizacional


conduzem, por vezes, à redução da sua eficácia. Assim, é importante que os gestores estejam
atentos a essas diferenças. Teixeira (1998, pp.113-114), considera três causas fundamentais
que levam a essas diferenças de poder:

- A percepção da possibilidade de substituição - quando as


actividades de um indivíduo ou grupo podem facilmente ser
desempenhadas por outros, então aquele grupo ou pessoa é
considerada substituível. Quanto menor for o grau de
possibilidade de substituição, maior é o poder do grupo ou
indivíduo, e vice-versa.

- A capacidade de lidar com a incerteza - a capacidade de


lidar com as incertezas do ambiente é geralmente maior nos
quadros ou técnicos sénior que nos de formação inferior, e,
como tal, isso dá àqueles maior poder na organização.

- Controlo de recursos - quanto maior for o número de


pessoas e os recursos financeiros que um grupo ou
indivíduo controla, maior é o poder na organização. Por

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essa razão, muitas vezes a própria divisão dos recursos cria
conflitos nas organizações, precisamente pela idéia de poder
que lhe está subjacente.

Sumário
O poder é a capacidade de exercer influência. Com isso, quem
detém o poder muda o comportamento e as atitudes das outras
pessoas. E a influência provoca uma mudança no comportamento
ou na atitude de outra pessoa. Por exemplo, uma pessoa que
trabalha duro pode influenciar as outras e aumentar a
produtividade.

O poder e a luta por ele, que por vezes se desenvolve nas


organizações, são aspectos importantes no estudo da gestão dessas
mesmas organizações. Estudos efectuados têm concluído que o
gestor mais eficaz e eficiente tem uma necessidade de ter e de usar
o poder acima da média das pessoas.

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A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021
Autoridade

Introdução

Na lição anterior você estudou Poder, suas fontes, tipologias e


seu uso nas instituições. Nesta lição você vai estudar
Autoridade.

A lição terá a duração de 2 horas e 45 minutos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

Terminologia

8.4.1. Conceito de Autoridade

Vimos que poder é um conceito considerado mais abrangente do


que autoridade. Este resulta, muitas vezes, de relações sociais que
se estabelecem entre os indivíduos e implica trocas recíprocas.

Então o que seria Autoridade?

Autoridade é o direito de decidir, de dirigir outros na execução das tarefas ou desempenho de


certos deveres, tendo em vista a prossecução dos objectivos (Megginson et al., 1998).

Os seres humanos trabalham para satisfazer as suas necessidades, mas nem todas as pessoas
conseguem alcançar os seus objetivos, tornando-se, assim, insatisfeitas.

Os trabalhadores estão à procura de motivações profissionais como: a aprendizagem em


novos serviços, fazendo com que os funcionários consigam adquirir mais conhecimentos,
novos interesses com o novo objecto de trabalho; os métodos de trabalho.

Para que não haja desordem nas instituições, é necessário um controle sobre os funcionários,
ou seja, autoridade.

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Quais seriam as formas de autoridade?

8.5. Formas de Autoridade

• Autoridade Tradicional: só fundamentada através de tradições, onde as pessoas


aceitam e por isso obedecem;

• Autoridade Carismática: a autoridade e o poder dão-se devido às características


pessoais carismáticas do líder, não tendo este nenhum poder formal.

• Autoridade Burocrática: fundamenta-se nas leis e normas escritas, orientando a vida


da empresa, como por exemplo, os funcionários aceitem as ordens dos superiores
assim como estão determinadas nas leis e normas da empresa.

Agora que você já conhece as formas de autoridade, a seguir você vai estudar a relação entre
Autoridade e Liberdade.

8.6. Autoridade e Liberdade

Uma organização humana, ou seja, uma Escola tem a necessidade de ser direccionada por
alguém (Director) para influir nas actividades dos grupos com vista a atingir as metas da
Escola. Porém, neste processo, a autoridade deve estar relacionada com a liberdade.

Isso significa que todos os indivíduos que fazem parte deste grupo
devem seguir as normas e os padrões da Escola, onde cada
indivíduo sabe qual é o seu limite, portanto, ele se auto-policia.

Devemos ressaltar que a autoridade está correlacionada com a


liberdade e que sempre deve estar presente no trabalho em equipe,
porque as pessoas quando trabalham em grupos, unem a capacidade
intelectual de cada um, actuando de maneira responsável,
participativa e cooperativa, a fim de afirmar suas próprias idéias
com criatividade, solucionando os problemas que afectam na
produção de bens e serviços da empresa.

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Sumário
A melhor forma de autoridade é a democrática, porque todos
podem dar a sua opinião, gerando contentamento e satisfação. Há
vários factores que contribuem para a satisfação no trabalho. Tais
factores podem ser higiênicos, que se referem às condições que
rodeiam as pessoas, englobando as condições físicas e ambientais
do trabalho; o salário; os benefícios sociais; o clima das relações
entre a direcção e os funcionários; o reconhecimento; a
responsabilidade; a promoção e segurança. Tudo isso faz com que a
Escola atinja alto índice de produtividade, conseguindo obter um
rendimento maior, pois consegue satisfazer as necessidades e
objetivos da comunidade escolar.

A Autoridade é um tipo de poder que se baseia no reconhecimento


da legitimidade, ou na legalidade da tentativa de exercer influência.
Os indivíduos ou grupos que tentam exercer influência são
percebidos como tendo o direito de fazê-lo dentro de limites
reconhecidos, um direito que decorre de sua posição formal numa
organização.

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A Docente; Sandra Feijao, Setembro, 2021
O Processo Decisório

Introdução
Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de:
As decisões são uma parte essencial da vida dentro e fora do local de
trabalho. Por exemplo, na organização escolar os que tomam decisões
são aqueles que são responsáveis por fazer uma apreciação - por
vezes uma apreciação crucial – entre duas ou mais alternativas.

O processo de tomada de decisões é extremamente comum para


administradores. Eles podem reunir um conjunto de decisões simples
ou complexas, programadas ou não-programadas e, assim, podemos
conceituá-lo, indicar o modelo racional da tomada de decisão e
explicar a importância da eficácia na tomada de decisões.

A unidade será composta por uma única lição. A duração da única


lição da unidade será de 2 horas e 55 minutos.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

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O Processo Decisório

Introdução
Nesta lição você vai estudar o processo decisório na organização
escolar.

A lição terá a duração de 3 horas.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

ƒ Descrever os passos para tomar decisões de forma eficaz e sua


importância para a organização;

ƒ Descrever o modelo racional de tomada de decisão; e Objectivos


ƒ Explicar o melhoramento da eficácia na Tomada de Decisão.

Decisão, Tomada de Decisão.

Terminologia

9.1. Conceito
Certamente que ao longo da sua vida você já tomou muitas decisões.
O que é decisão e tomada de decisão?

Decisão é a avaliação ou a escolha entre as alternativas e surge num


número infinito de situações, desde a resolução do problema à

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implementação de um rumo de acção (Secretariado da
Commonwealth, 1993).

Agora que já sabe o que é decisão, o que você entende por tomada de decisão?

Tomada de Decisão é o processo de identificar um problema específico e seleccionar, de entre


as várias alternativas possíveis, somente uma linha de acção para resolvê-lo (Megginson et al.,
1998). Assim, espera-se que os directores de escola como gestores do pessoal sejam capazes de
tomar decisões.

Certamente que você já teve que tomar muitas decisões. Quais foram os passos que você utilizou
para tomar as suas decisões? Páre um instante e reflicta sobre isso.

A seguir vamos abordar os passos necessários para tomar uma decisão.

9.2. Modelo Racional de Tomada de Decisão


Tomar uma decisão constitui um processo que implica a adopção de um pensamento metódico.
O primeiro passo ao tomar uma decisão é priorizar os objectivos. Uma análise da situação vai
revelar todas aquelas opções que são impossíveis ou impraticáveis de implementar, deixando um
leque controlável de alternativas para uma avaliação mais pormenorizada. Nesta fase, as
desvantagens de cada rumo de acção devem ser cuidadosamente avaliadas, mantendo como
prioritário o objectivo principal. Por fim, pode delinear-se um plano para mostrar a decisão que
vai levar a cabo.

Esse é o modelo adoptado pelas organizações em que pesam opções e calculam os níveis de risco
óptimos para tomada de decisão. Assim, será possível optar pelo caminho que tenha maior
chance de sucesso.

Tal processo reúne, segundo Megginson, et al. (1998), os seguintes estágios, a saber:

1. Examinar a situação – consiste em definir o problema, identificar os objetivos da decisão


e diagnosticar as causas;
2. Criar alternativas – poderá ser definido através de um processo de brainstorm
(tempestade de idéias) individuais ou grupais;

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3. Avaliar as alternativas e selecionar a melhor – verificar as condições de exequibilidade
das alternativas, isto é, verificar se realmente esta é a alternativa satisfatória, avaliando
também as possíveis consequências para toda a organização.
4. Implementar e monitorar a decisão - encontrada a melhor alternativa, é preciso
implementá-la e avaliar, periodicamente, os resultados, para que seja possível fazer as
correcções necessárias antes que os objetivos esperados sejam desviados.

Depois de analisados os estágios para a tomada de decisão, que aspectos devemos evitar para
uma tomada de decisão eficaz?

9.3 - A Eficácia na Tomada de Decisão


A fim de tomar decisões eficazes, os administradores devem saber reconhecer e superar os
problemas surgidos na organização. Os administradores devem evitar:

a) Abstenção relaxada – deixar de tomar decisões quando sabe que as consequências não serão
muito grandes;
b) Mudança relaxada – tomar uma decisão quando percebe que a sua inatividade trará greves
prejuízos;
c) Abstenção defensiva – procurar meio de escapar quando não consegue encontrar solução
boa baseada em experiências passadas;
d) Pânico– entrar em pânico quando se sentem pressionados pelo problema e pelo tempo para
resolução.

Como Você pode superar esses Problemas?

Para superar esses problemas, é preciso que o administrador ou director estabeleça prioridades,
obtenha informações relevantes, prossiga metódica e cuidadosamente e tenha consciência
heurística da possibilidade de desvios tendenciosos.

9.4. A Tomada de Decisão na Escola


Pense um pouco sobre como é que você e os seus colegas tomam as decisões relacionadas com
os assuntos escolares nas vossas escolas.

A seguir, veja o que se espera da tomada de decisão na escola.

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“A tomada de decisões pode abranger vários níveis de participação e muito depende da natureza
da decisão a tomar e da área a que diz respeito, do estilo de liderança e da predisposição das
pessoas em participar. Os argumentos a favor de uma maior participação na tomada de decisões
incluem o sentido de posse por parte daqueles que são envolvidos na implementação das
decisões e a possível redução do conflito. Porém, lembre-se que todas as decisões não são
definitivas. Elas estão sujeitas a uma contínua revisão com vista a resolver problemas na vida
escolar” (Secretariado da Commonwealth, 1993, p.57). Da mesma forma, Lück, De Freitas,
Girling e Keith (2005), apontam que o processo decisório da escola deve ser participativo, em
que várias acções relacionadas com o problema são executadas para a tomada de decisão eficaz.
Tais acções incluem, segundo Lück, et al. (2005), o seguinte:

- Definir o problema e os objectivos do grupo;

- Solicitar os factos, idéias ou opiniões dos participantes;

- Clarificar idéias confusas;

- Propor factos, idéias ou opiniões para a solução desejada;

- Apresentar exemplos; e

- Determinar o momento em que a conclusão ou consenso foi


alcançado.

Sumário
Nesta lição você aprendeu que a tomada de decisão é um processo
racional que obedece os seguintes estágios: criar alternativas, avaliar
as alternativas e seleccionar a melhor, implementar e monitorar a
decisão. Sabemos que toda a racionalidade é limitada. Toda a decisão
por mais lógica que seja sofre restrições de informação e capacidades.

Os princípios heurísticos, entretanto, aumentam a confiabilidade das


decisões, pois utilizam métodos empíricos para a obtenção das
respostas desejadas.

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Quanto a isso, poderemos encontrar três métodos heurísitcos para a
tomada de decisão:

Disponibilidade – consiste em reconhecer a possibilidade de um


acontecimento comparando-o com aqueles que estão dispostos em
nossa memória;

Representatividade – quando comparamos a probabilidade de um


acontecimento, com categorias semelhantes pré-existentes; e

Ancorando e ajustando – escolhendo-se um valor aleatório inicial e


ajustando esses valores para chegar a uma decisão final.

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