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dezembro/2015
Resumo
Na construção moderna, agilidade com qualidade são fatores de extrema importância às
construtoras, que se preocupam em realizar o empreendimento em tempos recordes,
adotando-se tecnologias avançadas, mas não levando em consideração um planejamento de
prevenções e manutenções futuras nas edificações, surgindo assim, patologias que
comprometem a estrutura e a estética dos edifícios. Este trabalho apresenta uma revisão
bibliográfica sobre patologias de revestimento, abordando os principais problemas
verificados em edificações, nos sistemas de alvenaria, sistemas de revestimento de
argamassa, revestimento cerâmicas e revestimento de pintura, descrevendo suas principais
manifestações. Para tanto, nos estudos de casos foram realizados levantamentos
quantitativos das principais patologias de revestimento existentes, sendo vistoriados e
registrados, para posterior análise. Além do levantamento foram realizadas sugestões
propostas para minimizar os efeitos de anomalias nas edificações. Foi executado um
levantamento socioeconômico para mostrar se o Programa Cheque moradia realmente tem
como alvo famílias carentes. Por fim, são sugeridos temas relacionados com o estudo em
questão para futuras análises cientificas.
1. INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento da construção civil, o problema da patologia nas edificações
vai ficando mais evidente. Apesar do avanço tecnológico os problemas nas construções não
param de surgir (MACIEL, 1998).
A durabilidade e a consequente previsão da vida útil das estruturas de concreto
armado estão sendo objeto de muitas pesquisas em diversas instituições, tanto no Brasil como
no exterior. Estudos indicam que os problemas patológicos ocorrem na maioria das vezes por
falhas em projeto e planejamento em edificações, além do mau uso da moradia (LIMA,
2009).
Assim, para que seja garantida a qualidade das estruturas, entre outros aspectos, deve-
se melhorar a concepção e a representação gráfica dos projetos e estabelecer um programa de
inspeção periódica. Um programa eficiente de inspeção/manutenção periódica garante a
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 10 Vol. 01/ 2015 dezembro/2015
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Assim como qualquer programa habitacional, o Cheque Moradia exige que as pessoas
interessadas em usufruir do programa atendam essas condições, com o propósito de fazer
com que este atinja seu objetivo que é diminuir os efeitos da pobreza e a desigualdade social
(LEI N. 14.542, 2003).
CONDIÇÕES DE SUBSÍDIOS
2. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
2.1 PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO DE ARGAMASSA
2.1.1 Fissuras
2.1.2 Retração
2.1.3 Eflorescência
2.1.1 Gretamentos
Figura 2 : Gretamento
Fonte: revista Téchne Ed. 96
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2.1.2 Destacamentos
Figura 3: Destacamento
Fonte: Autor (2009)
A alvenaria tem uma rigidez significante que proporciona uma baixa deformabilidade
da mesma, e quando a estrutura tende a deformar, encontra um corpo rígido (alvenaria) que
reage, originando tensões e um novo carregamento à estrutura de sentido contrário a que ela
aplicou na alvenaria. (SABBATINI, 1998).
Segundo o mesmo autor, é aconselhável a substituição do ferro-cabelo por uma tela
metálica, podendo assim obter um encurvamento da mesma constituindo uma espécie de
mola, absorvendo bem os esforços providos da dilatação e retração da alvenaria, garantindo
uma boa ancoragem mecânica e estabilidade lateral, mas observando sempre a não utilização
de telas não galvanizadas devido à ocorrência de possíveis corrosões desse reforço.
As pinturas são elementos construtivos mais afetados por patologia em face de que,
além de seus próprios problemas, outras imperfeições na argamassa, na alvenaria ou na
estrutura afetam ligeiramente sua película prejudicando o aspecto estético (CONSOLI, 2006).
2.3.1 Desbotamento
2.3.2 Pulverulência
2.3.3 Calcinação
A calcinação, como mostra a figura 3.11, são manchas esbranquiçadas ou foscas que
aparecem nas superfícies pintadas e provocam a deterioração da pintura com pulverulência
superficial, podendo ser identificada pela presença de um pó branco na superfície. Tal
patologia ocorre devido o desprendimento das cargas e partículas do pigmento e, em tintas
brancas e pastéis, devido a falta do pigmento dióxido de titânio. (UEMOTO, 1988).
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Segundo Conti (2009) as chuvas quando incidem sobre materiais porosos como tijolo,
argamassa e concreto podem ser absorvidas, não escorrendo pela superfície. Uma vez
aprisionada no interior do substrato a água permanece por longo período devido a baixa
velocidade de evaporação da umidade penetrada no substrato, causando a formação de
manchas na película.
2.3.5 Saponificação
As Tintas mais ácidas à base de óleo e os materiais alquídicos não devem ser
aplicados em meios básicos e alcalinos como substratos de argamassa e reboco com cal, sem
antes aplicar fundo selador para isolar a alcalinidade. A aplicação direta acarreta na patologia
denominada saponificação. (CONTI, 2009).
2.3.6 Bolhas
As bolhas ou fervuras como mostra a figura 3.14, ocorrem devido a presença de água
sob a película. Isto acontece principalmente quando se aplica tintas impermeáveis em
substratos mal curados ou com umidade ou quando se utiliza tinta com baixa resistência a
tinta a óleo em substratos de elevada alcalinidade. A formação de bolhas também pode
acontecer quando uma nova tinta aplicada umedece a película de tinta anterior, causando sua
expansão. No caso de texturas, a formação de bolhas acontece, principalmente, devido à
baixa permeabilidade da camada de proteção e acabamento e na falta do aditivo
antiespumante (SUVINIL, 2010).
2.3.7 Desagregação
3. ESTUDO DE CASO
Foi realizado levantamento de campo (inspeção) das principais manifestações
patológicas de revestimento, sendo transcrito os problemas encontrados, os quais afetam a
estética do ambiente, e interferem na qualidade de vida do morador. O estudo de caso foi
realizado em 100 casas, em um total de 20 quadras. Sabendo que em cada quadra há 20 casas
a amostragem foi de 25% das casas. Levantamento feito no período entre 02 de agosto a 03
de setembro de 2011, em um dos residenciais do Programa Cheque Moradia.
a) Fissuração da Alvenaria
Observou-se a ocorrência de fissuras e trincas nos muros construídos, conforme figura
4.1. Não realizou-se os cuidados adequados na compactação do solo em que o muro foi
executado, fazendo com que houvesse recalques que comprometem totalmente o muro.
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Conforme citado no item 3.3, o muro deve ser refeito completamente, devendo ser feito a
devida preparação do aterro.
b) Vergas e Contravergas
Encontradas nos cantos superiores de abertura de janelas e portas, região onde existe
um acúmulo de tensões como citado em 3.3. Destaca-se então a necessidade de previsão
durante a execução, de vergas (elemento estrutural localizado sobre o vão) e contravergas
(reforço colocado sob a abertura). A ausência ou execução deficiente de vergas e
contravergas explica a presença dessas fissuras conforme mostra Figura 4.2, que se tornam
um meio de ingresso de umidade para o interior da parede, ocasionando manchas, mofo e até
o destacamento da pintura de superfície das paredes.
a) Descolamento da argamassa
b) Fissuras na Argamassa
Foram detectados fissuras na argamassa, localizadas principalmente nas regiões
centrais das paredes, nas calçadas, no piso e nas bancadas de lavar roupa, conforme
apresentam as Figuras 4.4 e 4.5. Suas aberturas podem contribuir para a entrada de umidade,
evoluindo-se para a ocorrência de outras patologias se não tomados os cuidados de
recuperação.
c) Destacamento
Em raras situações foram encontradas cerâmicas destacando-se, todos os casos foram
encontrados nos banheiros, únicos lugares onde havia revestimento cerâmico. O
destacamento foi provocado pela excessiva dilatação higroscópica do mesmo.
a) Bolor ou Mofo
Foi encontrada a presença de bolor ou mofo, existente principalmente das regiões
superiores das paredes, nos tetos e nas áreas externas perto da fossa, conforme mostra a
Figura 4.8. Apresentando uma região de proliferação e acúmulo de microorganismos
(fungos).
DESAGREGAMENTO DA
DESCOLAMENTO DA
PEÇAS CERAMICAS
BOLOR OU MOFO
DESTACAMENTO
SAPONIFICAÇÃO
ASSENTAMENTO
GRETAMENTO E
CONTRAVERGA
LOCAL
FISSURAS DA
ARGAMASSA
ARGAMASSA
ALVENARIA
FISSURA DA
JUNTA DE
FISSURAS
PINTURA
VERGA E
TRINCAS
Sala 35 3 6 5 8 0 0 0 0 8 5
Quartos 3 0 0 2 0 0 0 0 0 0 1
Banheiro 42 0 0 0 3 10 2 7 8 4 8
Área de
114 25 0 6 32 0 0 0 35 7 9
Serviço
TOTAL 194 28 6 13 43 10 2 7 43 19 23
Tabela 1- Quantitativos de patologias por ambientes
Fonte: Autoria própria
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17%
ALVENARIA
44% ARGAMASSA
CERÂMICO
29%
PINTURA
10%
SOLUÇÕES PROPOSTAS
a) Fissuras na alvenaria
Quando as fissuras ocorrerem na interface da estrutura com a alvenaria utiliza-se a tela
galvanizada na etapa anterior da argamassa, com transpasse 30 cm de cada lado da junta, sendo
fixada com grampos deixando-a bem firme.
b) Ausência de Verga e Contra verga
A solução encontrada para se resolver definitivamente o problema de fissuras nas
aberturas de janelas e portas, baseia-se na inserção de contravergas pré-moldadas de concreto
armado, devendo ter um transpasse de pelo menos 40 cm da extremidade das janelas ou
portas, conforme mostra a Figura 5.1.
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a) Descolamento da Argamassa
Deve-se fazer a retirada de todo o revestimento que se encontra descolado do
substrato, fazer uma limpeza do local, retirando materiais pulverulentos que impossibilita a
aderência da argamassa, e utilizar cimento pozolânico, pois proporciona ao cimento maior
resistência a meios agressivos, diminui a segregação dos agregados.
b) Fissuração da Argamassa
Para este caso estas devem ser abertas ao longo de seu comprimento, para que fique
em forma de “V”, existe ferramenta com ponteira metálica própria para este serviço. A trinca
deve ser preenchida com selante flexível à base de poliuretano, silicone, resina acrílica, etc.
a) Bolor ou Mofo
A abordagem da solução proposta foi abordada no item 2.4.1.
b) Saponificação
A abordagem da solução proposta foi abordada no item 2.4.2.
c) Desagregamento da Pintura
A abordagem da solução proposta foi abordada no item 2.4.4.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-13.753 Revestimento de
piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante –
Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.
LOURENÇO, P. B.; SOUSA, H. in: Seminário sobre Paredes de Alvenaria. Porto, 2002.