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Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos

Política de Gestão do Fundo Documental

Introdução

Qualquer Biblioteca necessita de uma política de constituição e desenvolvimento da respectiva


colecção. Numa Escola Secundária que, sendo única no concelho, apresenta uma oferta de
formação muito diversificada, é muito importante que o fundo documental seja significativo e
variado, de forma a abranger as diferentes áreas de intervenção.
Objectivos:
- Dotar a Biblioteca de um acervo que se coadune com as exigências da oferta qualificante da
Escola.
- Adequar o fundo documental às necessidades do público-alvo, tendo em conta as
especificidades do Projecto Curricular da Escola.
- Beneficiar de uma verba anual, a ser canalizada, de acordo com as necessidades de
alargamento do acervo documental.

Missão e Visão da Biblioteca Escolar

A missão de uma Biblioteca Escolar é proporcionar aos alunos um local de trabalho e de lazer,
dentro da Escola, onde se movimentem à vontade, numa perspectiva construtiva das suas
individualidades. Para isso, a Biblioteca tem de constituir-se como um espaço dinâmico,
procurando acompanhar a evolução dos seus utentes, e oferecendo os meios necessários ao
sucesso escolar. Desta forma, serão adoptados os seguintes procedimentos:
- Levantamento das necessidades, junto dos Grupos Disciplinares (anualmente, no início do ano
lectivo).
- Realização de inquéritos sistemáticos aos utilizadores (a meio e no final de cada período
lectivo), no sentido de adequar as futuras aquisições às reais necessidades dos alunos, bem
como implicá-los nas escolhas de prioridades. Os inquéritos terão também uma vertente de
avaliação do funcionamento da Biblioteca.
- Avaliação das colecções existentes, quer em termos de pertinência, quer em termos de
condições físicas (realizada pela equipa, duas vezes por ano).

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Caracterização da Escola

A Escola Secundária da Trofa situa-se na freguesia de S. Martinho de Bougado. Insere-se num meio
essencialmente fabril, onde predomina a indústria têxtil. É frequentada por uma população escolar
oriunda de quase todo o concelho, predominantemente da cidade, tendo em conta que é a única
Escola Secundária do concelho. Consequentemente, a Escola recolhe alunos da área urbana e das
zonas rurais, sendo certo que começa a perder-se a diferenciação de experiências entre os alunos
vindos de uma e outra área. A frequência das Escolas Básicas e as vivências urbanas em fase cada
vez mais precoce exponenciadas pelo poder dos meios de comunicação, em especial a televisão,
estão a uniformizar a (in)formação cultural dos nossos jovens.
Assim, podemos definir o perfil psico-social do nosso aluno: genericamente é oriundo da
classe baixa – operários e agricultores – com mães predominantemente domésticas, empregadas
fabris, costureiras e funcionárias na área de serviços. O adolescente que chega à Escola Secundária
da Trofa já não é tão dócil quanto era há poucos anos atrás, como o demonstra o aumento de
problemas disciplinares ocorridos nos últimos anos. Contudo, podemos afirmar que, na sua maioria,
os alunos ainda acatam as orientações dos pais e dos professores, com uma crescente irreverência,
reconheça-se, mas perfeitamente controlável.
Na Trofa, como em todo o país, assiste-se a uma crescente perda de autoridade da família e das
instituições que tradicionalmente padronizavam mais facilmente comportamentos. Também o
desafogo económico das famílias é feito à custa de um menor acompanhamento e atenção ao estudo
e à vida social do jovem. Não obstante o esforço desenvolvido pelas estruturas da Escola, os
Encarregados de Educação, principalmente os dos casos mais problemáticos, ainda não adquiriram o
hábito de procurarem a Escola e o Director de Turma.
Hoje, Portugal tornou-se um espaço de multiculturalidade, para onde confluem pessoas de
várias origens, falantes de diferentes línguas e herdeiros de várias culturas. Assim, como se tem
verificado nas escolas públicas portuguesas na última década, a Escola Secundária da Trofa tem
vindo a ser frequentada por um número crescente de alunos oriundos dos mais diversos países,
sendo predominantes os de nacionalidade ucraniana, romena, russa, brasileira e francesa, o que tem
exigido desta instituição a capacidade de resposta e de adaptação, bem como a responsabilidade de
proporcionar condições de integração e apoio educativo que visam o sucesso escolar destes alunos,
no quadro de uma atitude de respeito pela sua diversidade linguística e cultural.
À Escola Secundária da Trofa são requeridas respostas cada vez mais difíceis e complexas. A
nossa Escola tem procurado solucionar os problemas com que se confronta, criando várias estruturas
que integrem harmoniosamente os alunos na Escola e meio. A tarefa é árdua, como se vê, mas
orgulhamo-nos de poder apresentar um nível de qualificação que, no contexto nacional, é ainda
muito razoável, graças ao empenho de todas as estruturas que compõem a comunidade educativa.
A um grau de exigência maior terá que corresponder um esforço suplementar para oferecermos
novos recursos e novas metodologias que proporcionem condições de aprendizagem e de
convivência bem como o combate ao insucesso escolar, prioridade e objectivo de intervenção
referenciado no Projecto Educativo.
Registe-se que no ano lectivo de 2006/07, na nossa escola as percentagens de aprovação dos
alunos do 3ºciclo do ensino básico foram de aproximadamente 75,6% no 7º ano, 82,8% no 8ºano e
75,3% no 9º ano. A taxa de abandono escolar é muito residual, aproximando-se dos 2%.

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Caracterização da Colecção

A Biblioteca da Escola Secundária da Trofa possui três áreas diferentes, onde os alunos podem
recorrer para as suas actividades. Assim, existe uma Mediateca, com televisor, vídeo e leitor de
DVD, aparelhagens de música e violas, jogos didácticos e imprensa variada. Existe também um
espaço com cinco computadores, com acesso à Internet, uma impressora, um scanner e uma
fotocopiadora. E, por fim, uma sala de leitura, com cerca de cinco mil documentos impressos,
catalogados (informaticamente) segundo o sistema CDU, distribuídos da seguinte forma:
0 – Generalidades: 133
1 – Filosofia: 341
2 – Religião: 97
3 – Ciências Sociais: 473
5 – Ciências Puras: 508
6 – Ciências Aplicadas: 95
7 – Artes. Desporto: 443
8 – Linguística. Literatura: 2215
9 – Geografia. Biografia. História: 622

Existem ainda:
CDRom: 335
CD áudio: 145
DVD: 226
VHS: 380
Jogos: 106
Calculadoras: 19
Slides: 120
Periódicos: 4
Panfletos: Vários
Documentos cartográficos: 138

De todas estas áreas, aquelas que registam maior intensidade de uso, são a Sala de
Computadores e a Mediateca (jogos e filmes). No espaço da Sala de Leitura, as áreas
documentais mais requisitadas pertencem ao campo das artes, desporto, ciências, literatura e
história. Os livros que têm um maior índice de requisição domiciliária são os de literatura geral,
muito graças ao incentivo à leitura, por parte dos Professores de Português.
A colecção tem crescido a um ritmo inferior ao necessário, por falta de verba. No entanto, a
Escola tem beneficiado de ofertas de algumas instituições e, também, da Associação de Pais.
Consideram-se, neste momento, como áreas de intervenção prioritária a literatura, o desporto e
as ciências (aplicadas e puras). Também é necessário um reforço nos materiais de apoio ao
ensino profissional.

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Critérios de selecção / aquisição de documentos

A aquisição de documentos futuros deve obedecer aos seguintes critérios:


- actualidade
- pertinência e adequação às necessidades dos currículos e projectos a desenvolver na Escola.
- autoridade dos documentos.
- valor literário.
- formato e qualidade gráfica.
- diversificação do tipo de suporte (impresso, digital e online)

Critérios para doações / ofertas

É necessário que haja um critério para seleccionar o material oferecido. Assim, este deve
obedecer a três regras fundamentais:
- deve estar em bom estado, permitindo um manuseamento frequente.
- deve ser actual, sobretudo tratando-se de obras de referência.
- deve adequar-se às necessidades da Escola e à faixa etária dos alunos.
Também os materiais existentes devem ser, periodicamente, analisados e, em caso de más
condições, ou de falta de pertinência (pouco uso, duplicação ou falta de actualidade), podem ser
canalizados para um depósito, ou mesmo para reciclagem.

Critérios para desbaste da colecção

Para facilitar o funcionamento da Biblioteca e melhor poder operacionalizar o espaço, é


necessário rever as condições do material exposto. Assim, todos os anos, no final do ano
lectivo, será reavaliada a colecção e, os materiais serão desbastados, de acordo com os
seguintes critérios:
- condições físicas do documento
- actualidade da informação
- uso reduzido ou inexistente
- duplicações raramente utilizadas.

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Futuras aquisições

- Áreas prioritárias:
Literatura Portuguesa e Universal
Dicionários
Ciências Aplicadas

- Níveis a atingir:
Pretende-se um aumento de, pelo menos, 10% em obras de leitura integral.
Pretende-se um aumento de, pelo menos, 10% em Dicionários de Língua Inglesa
Pretende-se um aumento de, pelo menos, 10% em materiais relacionados com a área das
Ciências Aplicadas.

- Recuperação, organização e disponibilização de informação online:


É feita através da Disciplina Biblioteca dinamizada na Plataforma de e-learning Moodle,
adoptada pela Escola.

- Cronograma:
Setembro/Outubro – levantamento de necessidades
Novembro – auscultação dos Grupos Disciplinares
Dezembro – triagem das necessidades em função da verba disponibilizada
Janeiro – aquisição
Fevereiro – catalogação/indexação e disponibilização dos materiais

- Verba a afectar:
400€

Empréstimo entre Bibliotecas

Dado tratar-se da única escola secundária do concelho, a Biblioteca deve ter uma política de
abertura ao meio. Assim, serão permitidos empréstimos entre bibliotecas das escolas
pertencentes ao concelho, a regulamentar através do SABETrofa. Também são permitidos
empréstimos a antigos alunos da Escola, devidamente identificados, e mediante o pagamento de
uma caução.

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Acesso

 Todo o material exposto na Biblioteca pode ser consultado em regime de livre acesso.
 Há materiais que, pela sua natureza, não podem ser requisitados para consulta
domiciliária. Estes estão devidamente assinalados com um dístico vermelho, junto à
cota.
 Os registos (quer para uso presencial, quer para uso domiciliário) fazem-se junto do
balcão de atendimento.
 Todos os materiais consultados devem ser, posteriormente, colocados no balcão de
atendimento.
 No caso de consulta domiciliária, os registos são feitos em dossier próprio.
 O prazo de consulta domiciliária é de oito dias, permitindo-se a renovação.
 No caso dos materiais mais requisitados, o prazo de consulta domiciliária pode ser mais
curto (um ou dois dias) e sem direito a renovação.
 É possível reservar materiais, junto do funcionário, de acordo com a disponibilidade dos
mesmos.

 Em caso de atraso na entrega, serão aplicadas as seguintes multas:


- 0,10€ por dia
- 0,50€ por semana

 Não se dará a possibilidade de requisição de materiais, para consulta domiciliária, aos


utentes com entregas em atraso.

Comunicação / Difusão da Informação

Uma biblioteca é um espaço dinâmico, dentro de uma escola. Por isso, a colecção vai sendo
enriquecida, sempre que necessário, e sempre que haja verba. Assim, torna-se fundamental dar
a conhecer as novas aquisições, para que todos possam usufruir delas, desde o primeiro
momento. Esta informação será difundida de várias maneiras:
- Através de uma exposição directa dos materiais, num espaço visível da Biblioteca.
- Através de boletins informativos, colocados em lugares estratégicos dentro da Escola (Sala de
Professores, Polivalente, Biblioteca…).
- Através da Plataforma Moodle.
- Através do Jornal da Escola, sempre que se julgar pertinente.

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Formação

A aposta na formação é, no âmbito de uma biblioteca, mais do que uma necessidade, uma
exigência. Assim, é fundamental que toda a equipa frequente acções de formação relacionadas
com:
- dinamização das actividades
- catalogação e indexação dos registos
- gestão do fundo documental.

Implementação da Política

A Política de Desenvolvimento do Fundo Documental é da responsabilidade da Coordenadora


da Biblioteca, que a elabora, em conjunto com toda a equipa.
Numa primeira fase, serão ouvidos os Delegados de Grupo, no sentido de apresentarem
sugestões para futuras aquisições. Esta fase decorrerá, preferencialmente, durante o mês de
Outubro, embora sejam aceites sugestões pontuais ao longo de todo o ano lectivo.
Numa segunda fase, a equipa decidirá sobre a pertinência de algumas aquisições, mantendo um
critério de proporcionalidade entre os diferentes interesses apontados. Também será tido em
linha de conta o índice de requisição de certos materiais.
Finalmente, numa terceira fase, será feita a aquisição, de acordo com a verba disponibilizada.

A Política de Desenvolvimento do Fundo Documental será revista, sempre que necessário, ou


de três em três anos, acompanhando as revisões do Projecto Educativo da Escola.

A Coordenadora da BE/CRE

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O Presidente do Conselho Executivo

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Escola Secundária da Trofa, Setembro de 2008

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