- Segundo Guilherme de Souza Nucci, o concurso de crimes é a prática de várias infrações penais por um só agente ou por um grupo de autores atuando em conjunto. É quando o agente, por meio de uma ou mais condutas, pratica uma pluralidade de crimes. - Segundo ele, existem dois critérios de análises: a) naturalístico: em que o número de resultados típicos concretizados redundará no número de crimes cometidos, devendo o agente típico cumprir todas as penas; e b) normativo: o número de resultados típicos não é determinante para sabermos qual o número de infrações penais e montante de pena a ser aplicado, devendo-se, então, consultar o texto legal.
1.2. SISTEMAS DE CONCURSOS DE CRIMES (APLICAÇÃO DE PENA)
1.2.1. Sistema da acumulação material
- A materialização de mais de um resultado típico implica na punição por todos eles, somando-se as penas. Dessa forma, se um agente pratica uma pluralidade de crimes, sua reprimenda será o somatório das penas impostas para cada uma das infrações penais cometidas. Tal sistema é o que ocorre nos casos dos tipos penais prevendo a aplicação da pena determinada, além de outra, advinda da violência praticada em conjunto (vide art. 344 e art. 161 do Código Penal - CP).
1.2.2. Sistema da exasperação da pena
- É o critério que permite, quando o agente pratica mais de um crime, a fixação de somente uma das penas, mas acrescida de uma cota-parte (fração de aumento) que sirva para representar a punição por todos eles. Trata-se de um sistema benéfico ao acusado, adotado nos arts. 70 (concurso formal) e 71 (crime continuado) do CP.