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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA-NAMPULA

LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL

Uso e aproveitamento de terra

Autora: Ruth Inocência Baião Costa Pereira

Código: 708209024

Ano de frequência: 40

Nampula, abril de 2023


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA-NAMPULA

LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL

Uso e aproveitamento de terra

Trabalho científico de carácter avaliativo a ser


submetido no Instituto de Educação à Distância, no
curso de licenciatura em gestão ambiental, na
Disciplina: Planificação Regional do uso da Terra
e Desenvolvimento, leccionada pelo Docente:
Dino Antonio Vicente Chamusse

Nampula, abril de 2023


Categorias Indicadores Padrões Classificação

Pontuação Nota do Subrogai


máxima Tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Introdução 0.5
Estrutura
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização (indicação
clara dos Objectivos) 1.0
Introdução Descrição dos Objectivos 1.0
Metodologia adequada ao 2.0
Conteúdo
objecto de trabalho

Análise e Articulação do domínio do 2.0


Discussão discurso académico
(Expressão, escrita cuidada,
coerência/ coesão/textual)

Revisão bibliográfica 2.0


nacional e internacionais
relevantes na área de estudo

Exploração de dados 2.0


Conclusão Contributos Teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho da 1.0
gerais letra, paragrafa, espaçamento
entre linhas

Referências Norma APA 6ª Rigor e coerência das 4.0


Bibliográficas edição em citações/referências
citações e bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria:

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Índice
1 Introdução................................................................................................................................. 1

1.1 Objetivos ........................................................................................................................... 1

1.1.1 Objectivo Geral.......................................................................................................... 1

1.1.2 Objectivos específicos. .............................................................................................. 1

1.2 Metodologia ...................................................................................................................... 1

2 Revisão de literatura ................................................................................................................. 2

2.1 Conceito de ordenamento do território ............................................................................. 2

2.2 Importância da avaliação de terras para o planejamento de uso ....................................... 3

2.3 Acesso e posse de terra ..................................................................................................... 4

2.3.1 Função da terra .......................................................................................................... 5

2.3.2 Direito do Uso e Aproveitamento de Terra ............................................................... 6

2.4 Zoneamento ...................................................................................................................... 7

2.4.1 Zoneamento urbano e ambiental................................................................................ 8

2.4.2 Zoneamento urbano ................................................................................................... 8

2.5 Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) ....................................................................... 9

2.6 Conceitos da Educação Ambiental ................................................................................... 9

2.7 Tipos da educação ambiental .......................................................................................... 10

2.7.1 Educação ambiental formal ..................................................................................... 10

2.7.2 Educação ambiental não formal .............................................................................. 10

2.7.3 Educação ambiental informal .................................................................................. 10

2.8 Princípios básicos da educação ambiental ...................................................................... 10

3 Conclusão ............................................................................................................................... 11

4 Referências bibliográficas ...................................................................................................... 12


1 Introdução

O ordenamento do território é um instrumento de aplicação administrativa que consiste na


estruturação, no arranjo e na gestão do território, contribuindo, por conseguinte, na melhor
planificação e uso da terra.

O planeamento, tem sido definido como a acção ou efeito de planear, identificação dos objectivos
e dos meios para os atingir, previsão de futuras necessidades, função ou serviço de preparação de
uma actividade a ser realizada a curto, médio e longo prazo, é um processo de análise do passado
e do presente, de antecipação ao futuro, de programação, de execução, de controlo, de correcção e
de avaliação dos resultados.

O planeamento constitui uma ferramenta de extrema importância no processo de organização e


gestão territorial. É uma via para alcançar os objectivos do ordenamento do território e do
desenvolvimento sustentável, mediante a análise e avaliação de objetivos, seleccionando as
diferentes alternativas para os alcançar, definindo os meios e os processos através dos quais esses
objectivos devem ser alcançados, gerindo e controlando a execução das acções definidas e
monitorizando os efeitos das acções ao longo do tempo, numa perspectiva de antecipar eventuais
problemas e alterações que comprometam os objectivos estabelecidos.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objectivo Geral.

 Falar sobre importância de planificar o uso de terra.

1.1.2 Objectivos específicos.

 Conceituar zoneamento;
 Analisar as características em comum entre os vários tipos de zoneamento;
 Descrever importância do ZEE para planificação de uso de terra.

1.2 Metodologia

Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular para
uma questão mais ampla, mais geral.

1
2 Revisão de literatura

2.1 Conceito de ordenamento do território

De acordo com Mafra & Silva (2018), o conceito de Ordenamento do Território, ainda considerado
um conceito em construção, emerge na França pós-revolução (amenagement du territoire), quando
surge a necessidade de subdividir o território para fins de administração. Esta subdivisão foi feita
compatibilizando as divisões Revista Ibero- Americana de Humanidades, naturais do território –
no caso as bacias hidrográficas – com as características de ordem administrativa e econômica –
como a produção agrícola, mineração – de maneira a facilitar o levantamento do território

Para Mafra & Silva (2018), a modernidade, fundada na indústria e no urbano, dissolvia os lugares,
fazendo necessárias a ordenação territorial e a regionalização como meios de afirmação da
identidade nacional. Procurou ressaltar alguns pontos convergentes, dentre os quais se destacaram:

 O território é o espaço da prática e implica a apropriação de uma parcela de espaço. Como


qualquer prática social implica a noção de limite e manifesta uma intenção de poder,
inclusive, sobre os movimentos. É também um produto usado, vivido e utilizado como meio
para a prática social.

 Existem três equívocos comuns que precisariam ser esclarecidos. Primeiro, o ordenamento
se diferencia do “uso do solo”, já que se trata de proposições de escalas distintas,
relacionadas a diferentes competências legislativas e executivas. Segundo, o ordenamento
não equivale ao planejamento regional stricto sensu, política macroeconômica destinada à
indução de fluxos ou à correção de desigualdades espaciais. Terceiro, o ordenamento não
se reduz ao zoneamento em suas várias modalidades, mas este é o seu mais difundido
instrumento.

 O ordenamento territorial diz respeito a uma visão macro do espaço, enfocando grandes
conjuntos espaciais e espaços de interesses estratégicos ou usos especiais. Trata-se de uma
escala de planejamento que aborda o território nacional em sua integridade, em uma visão
de contiguidade que se sobrepõe a qualquer manifestação pontual do território. Enfim, ele
visa estabelecer um diagnóstico geográfico do território, indicando tendências e aferindo
demandas e potencialidades de modo a alcançar sua meta, que é a compatibilização de

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políticas públicas em seus rebatimentos no espaço, evitando-se conflitos de objetivos e
contraposição de diretrizes no uso de lugares e dos recursos (Mafra & Silva, 2018).

2.2 Importância da avaliação de terras para o planejamento de uso

De acordo com Conjo et al. (2022), A maioria das atividades humanas depende do uso da terra,
que tem se tornado um recurso cada vez mais escasso. O uso inadequado da terra leva a uma
operação ineficiente dos recursos naturais, à destruição dos recursos da terra, à pobreza e a outros
problemas sociais.

Conjo et al. (2022), O uso da terra sem um planejamento adequado tem levado a consequências
ambientais negativas ou a insuficiente sustentabilidade econômica das empresas agrícolas. Tanto
para a implementação de projetos agrícolas como para a melhoria das atuais práticas agrícolas, a
avaliação dos recursos disponíveis e das restrições deve ser utilizada como base para as decisões
sobre uso e manejo das terras.

Segundo Conjo et al. (2022), Nesse contexto, a avaliação de terras existe para fornecer informação
para o planejamento de uso das terras, contribuindo para a redução da degradação ambiental e a
adequação de uso das terras, sendo um importante instrumento para o planejamento de uso da terra
que utiliza dados de recursos biofísicos e econômicos para a geração de informações para a tomada
de decisão.

Tal como definido pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO,
1985 e 1993), a avaliação de terras é um procedimento para avaliar o desempenho de terra quando
esta é usada para uma finalidade específica. A avaliação fornece uma base racional para a tomada
de decisões sobre o uso da terra com base na relação entre os requerimentos do uso da terra e as
qualidades da terra (Bouma et al., 1993). Os sistemas de avaliação de terras são ferramentas
organizacionais e classificatórias utilizadas para auxiliar no processo decisório. A utilização de tais
sistemas ajuda a organizar os dados disponíveis e aumentar a quantidade de informações que
podem ser extraídas dos dados. No entanto, atualmente os sistemas de avaliação de terras
disponíveis podem não ser adequados para uso em todas as escalas espaciais de ordenamento
territorial ou para resolver problemas específicos relativos à utilização da terra (Sicola, 2014).

Para Sicola (2014), O planejamento é o processo de alocação de recursos, incluindo tempo, capital
e trabalho, com limitações de recursos, a curto, médio ou longo prazo, para produzir o máximo

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benefício a um grupo definido. Embora existam planos individuais para o futuro, por planejamento
no âmbito da avaliação de terras entende-se alguma forma de atividade coletiva na qual se
consideram os benefícios para um grupo ou para a sociedade.

Para Sicola (2014), De uma forma geral, pode-se caracterizar o processo de planejamento através
das seguintes características:

 É um processo que é uma atividade contínua que ocorre constantemente em um ambiente


dinâmico;
 Envolve a preparação de planos e propostas alternativas;
 É direcionado para atingir metas e objetivos definidos;
 É orientado para a obtenção de resultados futuros;
 Valoriza procedimentos e métodos racionais para a obtenção de propostas, baseado em
informação e conhecimento;
 Busca reconhecer que existe uma interação entre os objetivos e as propostas de
planejamento com muitos fatores externos, pois muitas vezes o resultado do planejamento
causando efeitos colateriais (Sicola, 2014).

Segundo Matule et al. (2015), O planejamento de uso das terras é feito para fornecer o máximo
benefício econômico para o proprietário das terras ou quem as explora e para evitar ou resolver
conflitos entre usuários da terra. O planejamento do território rural é o processo de atribuição de
usos a áreas de terra e os recursos para tais usos. A avaliação de terras é destinada a apoiar o
planejamento estratégico, que ocorre a médio e longo prazo, envolve a especificação de objetivos
e pode considerar grandes alterações.

2.3 Acesso e posse de terra

Matule et al. (2015), entende por acesso à terra o conjunto de normas que regulam a permissão de
passagem à possibilidade de ter a terra como colateral para a reprodução social. Sendo por isso
que, nas áreas rurais, constitui um dos elementos mais elucidativos das relações de género no
contexto tradicional, pois, a forma como é adjudicada, controlada constitui uma das bases mais
importantes de socialização que influencia as escolhas dos diferentes grupos sociais.

Quando há possibilidade de transmissão a terceiros através de concessão, alienação, herança,


hipoteca ou arrendamento” então, fala-se de posse da terra (Matule et al., 2015).
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Segundo Matule et al. (2015), a posse de terra significa o direito de uso sem a sua propriedade ou
sem possuir a terra. Quando o gozo dos direitos da terra é partilhado colectivamente por uma
comunidade, por razão de afinidades de espécie ou de residência numa determinada área está-se
perante a posse comunal, o contrário disso diz-se que a posse é individual.

De acordo com Matule et al. (2015), maior parte dos agricultores africanos usa as suas parcelas
segundo sistemas de posse indígenas que evoluem muito rapidamente. Esses sistemas de posse e
uso da terra enfatizam a gestão de riscos. Todavia na análise económica, esses sistemas recebem
pouca atenção. Os agricultores africanos estão frequentemente com pé na subsistência e o outro no
mercado.

2.3.1 Função da terra

No intender de Dantas (2011), A terra como objeto de direito de propriedade independente de


produção ou uso é criação do capitalismo. A cultura que confunde a terra e sua função humana,
social, com o direito abstrato de propriedade, exclusivo e excludente, faz uma opção contra a vida.
A concepção de que a propriedade é o próprio homem e nenhum direito pode ser mais sagrado do
que ela.

Para Dantas (2011), Na realidade quem cumpre uma função social não é a propriedade mas a terra
e a ação humana ao intervir na terra, independentemente do título de propriedade que o Direito ou
o Estado lhe outorgue. Por isso a função social é relativa ao bem e ao seu uso, e não ao direito.
Neste sentido, a Constituição nos leva a certeza de que é protegia pela Constituição a propriedade
que faz a terra cumprir sua função social, porque a ocupação que não a cumpre, por mais rentável
que seja, incorre em ilegalidade.

Para Dantas (2011), Sendo assim, a terra, nos sistema jurídicos do bem estar social deve cumprir
uma função social que garanta os direitos dos trabalhadores, do meio ambiente e da fraternidade.
A obrigação de fazê-la cumprir é do titular do direito de propriedade, que perde os direitos de
proteção jurídica de seu título caso não cumpra, isto é, ao não cumprir não pode invocar os Poderes
do Estado para proteger seus direito. Ou seja, não há direito de propriedade para quem não faz a
terra cumprir sua função social. Dessa forma, a terra quando entra no mundo do patrimônio privado
deixa de ser uma utilidade para ser apenas um documento. Nestes casos, a terra deixa de ser terra
e vira propriedade.

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Segundo Dantas (2011), A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social
quando, simultaneamente: favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela
labutam, assim como de suas famílias; mantém níveis satisfatórios de produtividade, assegura a
conservação dos recursos naturais e observa as disposições legais que regulam as justas relações
de trabalho entre os que a possuem e a cultivam.

2.3.2 Direito do Uso e Aproveitamento de Terra

Para Dantas (2011), Na República de Moçambique a terra é propriedade do Estado e não pode ser
vendida, ou por qualquer outra forma, alienada, hipotecada ou penhorada. Como meio universal de
criação da riqueza e do bem-estar social, o uso e aproveitamento da terra é direito de todo povo
moçambicano.

Segundo Dantas (2011), As condições de uso e aproveitamento da terra são determinadas pelo
Estado. O direito de uso e aproveitamento da terra é conferido às pessoas singulares ou colectivas
tendo em conta o seu fim social. Na titularização do direito de uso e aproveitamento da terra o
Estado reconhece e protege os direitos adquiridos por herança ou ocupação, salvo havendo reserva
legal ou se a terra tiver sido legalmente atribuída a outra pessoa ou entidade. O direito de uso e
aproveitamento da terra, não pode ser concedido nas zonas de protecção total e parcial, visto tratar-
se de zonas de domínio público (zonas destinadas à satisfação do interesse público). Nestas zonas
só é permitido o exercício de determinadas actividades mediante emissão de licenças especiais.

De acordo com Dantas (2011), a aprovação do pedido do DUAT não dispensa a obtenção de
licenças ou outras autorizações exigidas por legislação aplicável ao exercício de actividades
económicas pretendidas (agro-pecuária ou agro-industriais, industriais, turísticas, comerciais,
pesqueiras e mineiras e à protecção do meio ambiente). As referidas licenças terão o seu prazo
definido de acordo com a legislação aplicável, independentemente do prazo autorizado para o
exercício do direito de uso e aproveitamento da terra.

Segundo Dantas (2011), O direito de uso e aproveitamento da terra para fins de actividades
económicas está sujeito ao prazo máximo de 50 anos, renovável por igual período a pedido do
interessado. Após o período de renovação, um novo pedido deve ser apresentado.

Podem ser sujeitos do DUAT:

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 As pessoas nacionais, colectivas e singulares, homens e mulheres, bem como as
comunidades locais;
 As pessoas singulares e colectivas estrangeiras, desde tenham projecto de investimento
devidamente aprovado e observem as seguintes condições:
 Sendo pessoas singulares, desde que residam há pelo menos 5 anos na República de
Moçambique;
 Sendo pessoas colectivas, desde que estejam constituídas ou registadas na República de
Moçambique. O direito de uso e aproveitamento da terra é adquirido por:
 Ocupação por pessoas singulares e comunidades locais, segundo as normas e práticas
costumeiras no que não contrariem a Constituição;
 Ocupação por pessoas singulares nacionais que, de boa fé, estejam a utilizar a terra há pelo
menos dez anos;
 Autorização do pedido apresentado por pessoas singulares ou colectivas na forma
estabelecida por Lei (Dantas, 2011).

2.4 Zoneamento

Para Veleta (2018), Zoneamento é um tradicional instrumento do planejamento urbano,


profundamente difundido durante o século XX, caracterizado pela aplicação de um sistema
legislativo (normalmente em nível municipal) que procura regular o uso e ocupação do solo urbano
por parte dos agentes de produção do espaço urbano, tais como as construtoras, incorporadoras,
proprietários de imóveis e o próprio Estado.

Segundo Veleta (2018), Normalmente, as leis de zoneamento restringem o tipo de estrutura a ser
construída em um dado local com base em:

Para Veleta (2018), Função: as diferentes zonas limitam uma dada área da cidade para certo tipo
de estrutura. Zonas podem ser, normalmente, residenciais, comerciais, industriais ou mistas. Zonas
residenciais permitem a ocupação do solo urbano somente para uso residencial, zonas comerciais
apenas para uso comercial e zonas industriais apenas para uso industrial. Zonas mistas permitem o
uso de residencial e comercial (e eventualmente o industrial de baixa incomodidade) do terreno.

Segundo Veleta (2018), Taxa de ocupação e Coeficiente de aproveitamento: diferentes zonas


limitam o número de pavimentos que as estruturas a serem construídas podem vir a ter. Tal limite

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surge da divisão entre o coeficiente de aproveitamento máximo estipulado para uma região e a taxa
de ocupação do lote urbano definido para ela. Gabarito: corresponde à limitação efetiva do tamanho
das construções (expressa, normalmente, em números absolutos). Número de ocupantes: as várias
zonas limitam a construção de estruturas baseado no número de habitantes ou trabalhadores a
ocupar a área. Por exemplo, ruas próximas a grandes shopping-centers e arranha-céus podem ficar
congestionadas por causa do grande número de pessoas que entram e saem da dada estrutura.
Também chamado zoneamento por densidade.

2.4.1 Zoneamento urbano e ambiental

Para Mafra & Silva (2018), Zoneamento urbano e ambiental é um método de proteção a territórios
particulares. Há basicamente o zoneamento ambiental, zoneamento industrial e zona de reserva
ambiental. O zoneamento ambiental objetiva controlar a utilização do solo e definir as atividades
permitidas nele. Ocorre sob intervenção do Estado, que legalmente busca o desenvolvimento
integrado com a proteção ambiental, o dito desenvolvimento ecológicamente sustentável.

2.4.2 Zoneamento urbano

Para Mafra & Silva (2018), O zoneamento procura promover mudanças nos padrões de produção
e consumo da cidade, com a finalidade de diminuir os custos e os desperdícios e também implantar
formas sustentáveis de extrair recursos naturais para as cidades.

O conceito de zoneamento tem origem nas sociedades industrializadas e urbanizadas e na


necessidade do estabelecimento de áreas com destinação especial. No presente artigo é utilizado o
conceito de zoneamento que seria “um procedimento urbanístico, que tem por objetivo regular o
uso da propriedade do solo e dos edifícios em áreas homogêneas no interesse do bem-estar da
população” .

De acordo com Mafra & Silva (2018), Podemos definir o zoneamento ambiental como o conjunto
de áreas legalmente estabelecidas pelo poder público as quais são protegidas obtendo-se a
preservação do meio e de suas condições naturais em certos espaços territoriais do país. A Política
Nacional do Meio Ambiente – PNMA através da Lei 6.938/81em seu 9º artigo, inciso II, define o
zoneamento ambiental como um instrumento da política nacional do meio ambiente.

Para Mafra & Silva (2018), De fato existe zoneamento quando são estabelecidos critérios legais e
regulamentos para que determinadas parcelas do solo, ou mesmo de cursos d’água doce ou do mar,
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sejam utilizadas ou não utilizadas, segundo critérios preestabelecidos. Tais critérios, uma vez
firmados tornam-se obrigatórios, seja para o particular, seja para a Administração Pública, e assim
constituindo-se em limitação administrativa incidente sobre o direito de propriedade (ANTUNES,
1999, p. 125)

Mafra & Silva (2018), dividem o zoneamento em vários tipos, a saber: Zoneamento ambiental
urbano; Zona de uso industrial; Zona de uso estritamente industrial; Zona de uso
predominantemente industrial; Zona de uso diversificado; Zoneamento agrícola; Zoneamento
costeiro. O autor considera que no âmbito jurídico essas delimitações dos tipos de zoneamento a
serem feitos são importantes, pois são regiões distintas em suas características físico-químicas-
biológicas e também no funcionamento e utilização de recursos.

2.5 Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE)

Para Mafra & Silva (2018), Já o zoneamento ecológico-econômico (ZEE), faz parte da Política
Nacional do Meio Ambiente regulamentado pelo decreto nº 4.297/2002, tem sido utilizado pelo
poder público com projetos realizados em diversas escalas de trabalho e em frações do território
nacional. Municípios, estados da federação e órgãos federais têm executado ZEEs e avançado na
conexão entre os produtos gerados e os instrumentos de políticas públicas, com o objetivo de
efetivar ações de planejamento ambiental territorial.

O ZEE tem como objetivo viabilizar o desenvolvimento sustentável a partir da compatibilização


do desenvolvimento socioeconômico com a proteção ambiental. Para tanto, parte do diagnóstico
dos meios físico, socioeconômico e jurídico-institucional e do estabelecimento de cenários
exploratórios para a proposição de diretrizes legais e programáticas para cada unidade territorial
identificada, estabelecendo, inclusive, ações voltadas à mitigação ou correção de impactos
ambientais danosos porventura ocorridos (Mafra & Silva, 2018).

2.6 Conceitos da Educação Ambiental

Para Conjo et al. (2022), Educação Ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e
a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores,
habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente
– e resolver problemas ambientais presentes e futuros.” (Ministério do Meio Ambiente – MMA)
citado por FREITAS Marília, repensando a Educação Ambiental. A finalidade da educação

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ambiental é formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e problemas
com ele relacionados, e que possua os conhecimentos, as capacidades, as atitudes, a motivação e o
compromisso para colaborar individual e coletivamente na resolução de problemas atuais e na
prevenção de problemas futuros. A educação ambiental é um ramo da educação cujo objectivo é a
disseminação do conhecimento sobre o meio ambiente, a fim de ajudar a sua preservação e
utilização sustentável dos seus recursos.

2.7 Tipos da educação ambiental

2.7.1 Educação ambiental formal

É entendida como aquela que se desenvolve de forma estruturada e dentro do sistema formal de
ensino, através da inclusão de termos, conceitos e noções sobre ambiente nos planos curriculares
(Sicola, 2014).

2.7.2 Educação ambiental não formal

Para Sicola (2014), É desenvolvida de forma semi-estruturada dentro e fora do sistema ensino
através de actividades como: seminários, palestras, acções de capacitação e demonstrativas, criação
de programas comunitários (criações de associações núcleos e comités).

2.7.3 Educação ambiental informal

Segundo a Sicola (2014), educação ambiental informal é aquela que constitui processos destinados
a ampliar a consciência publica sobre as questões ambientais através dos meios de comunicação de
massas (revistas, rádio, televisão, jornais, e internet), incluem ainda cartazes, folhetos…

2.8 Princípios básicos da educação ambiental

Para Sicola (2014), Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de


cadadisciplina, de modo que adquira uma perspectiva global. Considerar o meio ambiente em sua
totalidade, ou seja, em todos os seus aspectos naturais e criados pelo homem (tecnológico e social,
económico, político, histórico-cultural, moral e estético). Estudar as principais questões ambientais
desde o ponto de vista mundial atendendo as diferenças regionais, de modo que os educadores se
identifiquem com as condições ambientais de outras regiões. Insistir no valor e na necessidade da
cooperação local, nacional e internacional para prevenir e resolver problemas ambientais.

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3 Conclusão

As formas de obtenção da terra em Moçambique, ligadas às tradições, muitas comunidades rurais


encaram com indiferença, e, em algumas ocasiões, com suspeitas a introdução de novos métodos
de promoção a produção e ao desenvolvimento; as crenças em suas práticas culturais, as
populações, acreditam que o seu modo de vida é o melhor fazendo transpasses ilegais, facto que
concorre para uma ocupação desordenada da terra. O ordenamento territorial, sendo um conjunto
de instrumentos que diz respeito a uma visão macro do espaço, enfocando grandes conjuntos
espaciais e espaços de interesses estratégicos ou usos especiais, que trata de uma escala de
planejamento que aborda o território nacional em sua integridade e em uma visão de contiguidade,
que se sobrepõe a qualquer manifestação pontual do território, visa estabelecer um diagnóstico
geográfico do território, indicando tendências e aferindo demandas e potencialidades de modo a
alcançar sua meta. O ordenamento territorial que é a compatibilização de políticas públicas em seus
rebatimentos no espaço, evitando-se conflitos de objectivos e contraposição de diretrizes no uso de
lugares e dos recursos, deve ser encarrado ´pelos actores políticos como um instrumento a ser
aplicado no processo de ocupação e uso da terra em Moçambique. A necessidade de se aplicar os
instrumentos legais do ordenamento do território em Moçambique visa, essencialmente, corrigir os
visíveis erros de ocupação sem seguimento da lei e, desta forma, evitar os impactos socio-
ambientais derivados da ocupação desordenada da terra, fruto da grande procura da terra resultado
da expansão das áreas peri-urbanas.

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4 Referências bibliográficas

Conjo, M. P. F., Souza, P. de P., & Chichango, D. B. (2022). Ordenamento territorial para gestão
do uso e ocupação da terra em moçambique- aspetos legais. Revista Ibero- Americana de
Humanidades, Ciências e Educação- REASE, v.8.

Dantas, M. M. (2011). O zoneamento ecológico econômico como instrumento de


desenvolvimento do estado de roraima. universidade federal do rio grande do sul.

Mafra, F., & Silva, J. A. (2018). Planeamento e gestão do território.

Matule, L. S., Délio, M. E., & Matumbuane, N. L. (2015). Integração da dimensão espacial na
planificação de uso de terra ao nível distrital – estudo de caso de Boane. 706–713.

Sicola, R. F. (2014). Ordenamento territorial e planificação estratégica no âmbito local : os


sistemas de gestão do território. Universidade Federal Dos Vales Do Jequitinhonha e
Mucuri – UFVJM, 1–20.

Veleta, V. A. (2018). A lei de terras em moçambique e a necessidade de oportunidades iguais


entre homens e mulheres no acesso, uso e aproveitamento da terra e de recursos naturais.
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI.

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