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Economia da Educação

Material Teórico
Gestão da Educação: a administração financeira da escola

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Rômulo Pereira Nascimento

Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Jane Garcia de Carvalho

Revisão Textual:
Prof.a Me. Cláudio Brites
Gestão da Educação: a administração
financeira da escola

• Gestão da Educação: a administração


financeira da escola

• O Programa Dinheiro Direto na Escola

• A administração financeira da escola e a


definição de prioridades

• A atuação do gestor escolar

· Nessa unidade, vamos estudar sobre como gerenciar os


recursos financeiros da escola, conheceremos o Programa
Dinheiro Direto na Escola – PDDE e formas de exercer uma
gestão democrática.

Estude adotando uma postura autônoma, estudando os textos disponibilizados aqui,


participando do fórum, realizando as atividades de aprofundamento e acompanhando a
vídeo-aula.
Dedique-se ao estudo. Assuma uma atitude saudável sendo responsável pelo seu estudo.
Lembre-se que seu aproveitamento será proporcional ao seu empenho para a realização das
atividades propostas.

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Unidade: Gestão da Educação: a administração financeira da escola

Contextualização

Explore

Para darmos início à unidade IV, convido você a refletir sobre o tema assistindo a uma produção
do Fantastico, sob o título: O abandono em escolas públicas de estados com menores médias no
Pisa. Esse trabalho permite conhecimento, reflexão e análise sobre o que pode o gestor encontrar ao
desenvolver seu trabalho. Click no link:
https://goo.gl/vdqZ1M

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Gestão da Educação: a administração financeira da escola

No que diz respeito ao financiamento da educação em nosso país, temos instrumentos legais
que regem essa dimensão da gestão, no que se refere à distribuição de recursos previstos pela
Constituição Federal e LDB:

A União aplicará anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências na
manutenção e desenvolvimento do ensino. (CF Art. 212 e LDB Art 69)

O objetivo foi o de garantir uma base legal no estatuto da educação brasileira para obrigar as
unidades da federação a destinarem recursos financeiros diretamente às suas escolas.

A LDB nº 9. 394/96, em seu Art. 15, estabelece que “os sistemas de ensino assegurarão
às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de
autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de
direito financeiro público”. Ao afirmar que à escola devem ser atribuídos progressivos graus de
autonomia, reconheceu que não se trata de autonomia absoluta, mas que, mesmo parcial, deve
progredir até um ponto que lhe garanta seu pleno funcionamento, nas suas múltiplas dimensões.

O termo autonomia significa capacidade do


indivíduo de analisar e avaliar determinada situação,
tomando decisões próprias a seu respeito. Seu
conceito traz algumas características especificas,
são elas: relacional, relativo e interdependente. E,
nesse sentido, o conselho escolar é um importante
instrumento de participação da comunidade e deve ser
o maior aliado do gestor na construção da autonomia
financeira da escola.

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Ideias Chave
A destinação de recursos às escolas deve sujeitar-se a um dos dois regimes de realização da despesa
previstos na legislação: o regime normal e o regime de adiantamento.
O regime normal, que consiste na realização da despesa de acordo com os estágios de empenho
prévio, liquidação e pagamento, é possível se for adotada a destinação pela administração municipal
e descentralizada da execução.
O regime de adiantamento é o mecanismo mais adequado para permitir as escolas municipais
exercerem a autonomia financeira de que trata a LDB. Para se por em pratica esse regime é necessária
a existência de uma lei municipal que o regulamente. Dessa forma, propõe-se a criação de uma
lei de adiantamento exclusiva para as escolas municipais, caracterizada como o instrumento legal
garantidor da autonomia.

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Unidade: Gestão da Educação: a administração financeira da escola

Administrar o orçamento requer organização, responsabilidade e transparência, uma vez que


a gestão dos recursos públicos é regulada pelas leis federais de Direito Financeiro, de Licitações e
pela lei de Responsabilidade Fiscal. Os recursos do governo federal são distribuídos pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por canais como o Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE), depositados na conta bancária da entidade executora da escola –
geralmente a Associação de Pais e Mestres (APM) –, ganhando rapidez para suprir necessidades
básicas de manutenção, aquisição de material didático e formação.
Os recursos dos estados e municípios são administrados pelas Secretarias de Educação, que
providenciam itens como estrutura física, carteiras e pagamento de funcionários. Existe ainda o
montante arrecadado em eventos ou em parcerias com o setor privado.

O Programa Dinheiro Direto na Escola

O PDDE é um programa do MEC de descentralização de recursos financeiros federais


voltado para o atendimento da educação básica. O programa compreende as escolas públicas
de educação básica, administradas pelas redes de ensino estaduais, do Distrito Federal e
municipais de todo o país que atendam mais de 20 alunos matriculados e as escolas privadas de
educação especial, mantidas por ONGs, ou entidades similares sem fins lucrativos, registradas
no Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS e que atendam as normas do programa
(BRASIL, 2004a). Dentre essas normas, está a de investir os recursos do PDDE em ações
voltadas, exclusivamente, para o atendimento dos alunos beneficiários do programa (BRASIL,
2004a). Essa exigência inviabiliza, portanto, que as escolas mantidas por ONGs invistam os
recursos do programa em atividades lucrativas, por se tratarem de escolas privadas.
Para serem beneficiadas com os recursos do PDDE, as escolas devem estar cadastradas no Censo
Escolar, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP.
Criado pelo MEC em 1995 (quando era denominado PMDE), através da Resolução FNDE
Nº 12, de 10 de Maio de 1995 e executado, desde aquele ano, pelo FNDE, o PDDE tem
como objetivo primeiro contribuir, de forma suplementar, para a melhoria da infraestrutura
física e pedagógica da escola pública de nível fundamental, no sentido de garantir as condições
indispensáveis para o seu bom funcionamento, “[...] reforçando-lhe, inclusive, a participação
social e a autogestão escolar [...].” (BRASIL, 2003b, p. 8).
Trata-se de uma política educacional que, no plano das orientações, propõe-se à melhoria
da qualidade do ensino público por meio da autonomia de gestão financeira e da participação
da comunidade escolar na administração dos recursos financeiros transferidos às escolas
públicas pelo FNDE.
Os princípios do programa estão formalmente assentados na descentralização da gestão
escolar, na participação cidadã e na parceria que envolve as três esferas de governo e as
escolas. Com essa política de gestão financeira, o governo brasileiro afirma estar promovendo
uma redefinição nas relações de poder entre centros (Ministério da Educação e Secretarias de
Educação) e periferias de decisão (as escolas), a partir da qual o poder de decisão é deslocado
para o núcleo da gestão.

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Nos discursos e documentos oficiais, os representantes da comunidade escolar passam então
a ter papel central, a partir do PDDE, na gestão dos recursos transferidos às escolas, sendo agora
os responsáveis primeiros pelo seu recebimento, administração e prestação de contas perante às
suas Secretarias da Educação e ao FNDE.
Trata-se, portanto, de uma política de gestão e financiamento que se propõe dar garantia de
autonomia às escolas e à construção de espaços participativos em seu interior.

Trocando Ideias
Os sujeitos da escola, nesse contexto, deixam de ser vistos pelos centros de decisão como meros
espectadores da política educacional local e passam a atuar com responsabilidade e compromisso
pelo bem comum ou pelo interesse público na gestão dos recursos da escola (PEREIRA apud
BRASIL, 2003b).

Segundo Pereira (1998a), trata-se de uma nova compreensão que passa a ter o cidadão nas
políticas públicas sociais. Em consonância com a concepção de cidadão definida na Gestão
Gerencial, o cidadão mais participativo e menos espectador, no PDDE, é aquele que toma a
iniciativa de apontar problemas e sugerir soluções, sem aguardar as decisões centrais, participando,
de forma coletiva e solidária, da execução dos recursos do programa em favor do interesse público.
Trata-se de uma política operacionalizada a partir da participação de diferentes atores na
administração dos recursos públicos, envolvendo as três instâncias de governo e as escolas.
Neste sistema de parceria, há uma nítida divisão de responsabilidades e competências na
implementação do programa.
Os critérios para a distribuição dos recursos do programa são dois: o número de matrículas
registrado no Censo Escolar do ano anterior à transferência, realizado anualmente pelo
INEP; e as condições socioeconômicas das regiões nas quais as escolas beneficiárias do
programa estão localizadas.
No âmbito da escola, a administração do programa está sob a responsabilidade das Unidades
Executoras que, de acordo com a legislação, pode ser qualquer entidade representativa da escola,
como a Caixa Escolar, a APM, ou outro órgão similar a esses, desde que representem, juridicamente,
os estabelecimentos públicos de ensino beneficiários do Programa (BRASIL, 2004a).
A função básica da Unidade Executora consiste em receber e administrar os recursos
provenientes do PDDE, ou seja, empregá-los em ações que incidam no bom funcionamento
da escola e na melhoria da qualidade do ensino, em consonância com as normas e critérios
para execução do programa, definidas previamente e regulamentadas em lei específica pelo
governo central através do FNDE. É através das Unidades Executoras, portanto, que a política
de descentralização de recursos públicos se efetiva no âmbito das unidades de ensino.
É oportuno ressaltar que as Unidades Executoras, além de receberem e administrarem os recursos
oriundos do programa, cuja origem são os cofres públicos, podem exercer a função de captar e
administrar recursos provenientes de outras fontes (não-públicas), sem nenhum impedimento
jurídico – já que esta função está regulamentada nos documentos que normatizam o programa –,
como de doações ou mesmo recursos advindos da própria comunidade escolar que representa.

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Unidade: Gestão da Educação: a administração financeira da escola

A administração financeira da escola e a definição de prioridades

Para Pensar
É importante destacar que definir prioridades é fundamental. Uma visão panorâmica é conseguida
com a reunião de representantes de professores, funcionários, equipe gestora, estudantes, pais e
comunidade para definir prioridades, com a participação ativa da APM e do Conselho Escolar. Para
garantir a aprendizagem, vale se perguntar o que é imprescindível para atingi-la: materiais? Obras de
reparo? Formação de professores? As respostas virão de uma lista, cada item ganha uma ordem de
urgência antes da distribuição dos recursos.

Quanto mais detalhado for o planejamento, melhores serão os resultados. Para calcular
certo os gastos do orçamento e compreender como melhorar a receita da escola, é preciso ter
referência. Uma boa maneira de adquirir parâmetros é levantar, nos documentos da instituição,
o histórico de gastos de três ou quatro meses do ano anterior e fazer uma média de quanto cada
área demandou (informática, recursos humanos, material, etc.). Não custa lembrar que a escola
pública deve seguir as normas da Lei de Licitações. De acordo com os valores e o tipo de gasto,
essa legislação estabelece a obrigatoriedade de haver uma ação que permita a comparação de
preços (concorrência, tomada de preços ou carta-convite), antes da contratação do serviço ou
da compra de material. Por menor que seja esse gasto, o processo referente a ele deve conter,
no mínimo, três orçamentos registrados.
No planejamento, devem constar os valores definidos para cada uma das prioridades, assim
separados: estimativa de entrada de recursos e de arrecadação (receitas) e previsão de despesas.
De acordo com a terminologia do orçamento público, essas últimas devem ser classificadas
em dois grupos: as “correntes”, se referem aos gastos diários com a manutenção da escola,
como compra de material e contratação de serviços; as “de capital”, são as despesas com
equipamentos, materiais permanentes e execução de obras.
Para que o planejamento não desande é preciso estar sempre atento ao fluxo de caixa,
ou seja, ao dinheiro que entra e sai diariamente. Como os imprevistos sempre acontecem, é
recomendável prever uma reserva como margem de segurança. Outra medida que garante um
bom controle da execução orçamentária é cuidar para que sejam emitidos sempre cheques
nominais. Esse procedimento facilita o acompanhamento do extrato bancário, o que deve ser
feito com frequência.
É sempre importante ressaltar que a escola tem de prestar contas de seus gastos à Secretaria
de Educação à qual é vinculada, aos executores dos programas de financiamento com os quais
estabelece parceria – em períodos estabelecidos previamente por lei ou pelo regulamento da
entidade financiadora – e à comunidade.
Os balanços financeiro e orçamentário são obrigatórios, conforme determina o artigo 70
da Constituição Federal. Acompanhado por documentos fiscais e justificativas, o relatório de
prestação de contas precisa ser aprovado pelo conselho fiscal da escola antes de ser divulgado.
Os formulários para essa finalidade mudam de acordo com o órgão de onde saem os recursos.

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Com relação aos recursos financeiros privados, é essencial atender aos critérios da instituição
que repassou a verba. Numa gestão democrática, a comunidade precisa ser informada de
todas as aplicações feitas em benefício da escola. Mas isso pode ser divulgado de maneira mais
informal, publicando as informações no jornal interno, no mural ou em assembleias com a
presença de pais e alunos.
Destaca-se também que, para a comprovação dos gastos, todos os originais de documentos
fiscais precisam ser encaminhados ao órgão responsável pela contabilidade. Lá ficam
disponíveis para a fiscalização do Tribunal de Contas. Para garantir o controle interno, porém, é
recomendável manter cópias de tudo. A boa organização dos documentos e dos papéis é meio
caminho andado na hora de justificar as despesas. Fica mais fácil encontrar os documentos e
manipulá-los se estiverem separados por contrato.

Trocando Ideias
Uma boa prática organizativa é criar uma pasta (ou processo) para cada um. Por exemplo,
se a escola recebeu da Secretaria uma verba para executar uma obra na cozinha, o ideal é
documentar esses reparos, organizando a papelada por ordem cronológica: comprovantes,
extratos bancários, notas fiscais e recibos, plano de aplicação dos recursos e prestação de contas.
São válidos somente os recibos e documentos emitidos em nome da escola, aqueles em nome de
pessoa física ou de terceiros ficam de fora.

A atuação do gestor escolar

As escolas são unidades administrativas que podem pertencer a estruturas diferenciadas, de


acordo com a forma de governo ao qual estão veiculadas, principalmente no que diz respeito à
gestão de recursos financeiros.
A rotina de todo diretor é marcada pela variedade de atividades. No cotidiano de seu trabalho,
ao chegar à escola, corre o risco de ver o que planejou fazer naquele dia se perder em meio
às emergências que surgem de todos os lados. Assim, as funções primordiais do cargo vão se
perdendo e correm o risco de cair no esquecimento.

Ideias Chave
É importante que o próprio gestor realize a gestão financeira numa atitude consciente
e comprometida com a realidade escolar, e perceba a gestão financeira como uma de suas
competências. Para isso, deve seguir as etapas fundamentais da gestão financeira que são:
planejamento, execução e prestação de contas.

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Unidade: Gestão da Educação: a administração financeira da escola

A escola pública é parte integrante do sistema de administração pública da educação e tem o


dever de atender todas as obrigações legais, funcionais, operacionais e de ordem hierárquica que
cabem a ela. Sendo que a ela, gestão pública e unidade executora, devem-se aplicar os princípios
básicos da administração pública: legalidade, moralidade, impessoalidade e publicidade.
Moreira e Pizzotti (2001) discutem a diferença entre o público e o privado no financiamento
das escolas públicas, tratando das suas diferentes fontes e seus sistemas de aplicação de recursos.
Essas diferenças resultam dos programas, projetos ou convênios que determinam os critérios
para as transferências e a aplicação dos recursos financeiros.
Os autores apresentaram um modelo de plano de aplicação de recursos e as classificações
que as despesas recebem, onde devem conter: o título do projeto; o período de execução (inicio/
término); identificação do objeto (com o que será gasta); justificativa da proposição (explicar a
necessidade de se gastar com o objetivo); cronograma de execução (meta, etapa ou fase); plano
de aplicação (valor em R$); cronograma do desembolso (data e valor em R$ que serão gastos
as recursos). Assim, o gestor sente-se mais seguro para realizar de forma mais eficaz a gestão
financeira da sua unidade escolar.
O uso dos recursos, ou seja, a etapa de “gastar o dinheiro” exige do gestor muita atenção
nos procedimentos de acompanhamento e supervisão de cronogramas de desembolso, as
formas de liberação dos recursos orçamentários e financeiros a serem utilizados nas escolas e os
mecanismos de contratação, pagamento e comprovação das despesas. Assim como, os cheques
emitidos pela escola, as notas fiscais de gastos realizados e os recibos de serviços prestados.
Porque todos esses instrumentos constituem o registro da gestão financeira realizada na escola
e devem ser cuidadosamente acompanhados e arquivados para o momento correspondente à
etapa da prestação de contas.

Trocando Ideias
Vale ressaltar que seja exigida em todas as compras a nota fiscal de venda ao consumidor
(quando mercadoria for retirada do estabelecimento pelo próprio comprador) ou a nota fiscal
de serviços (quando se tratar de empresas que prestam serviços), mas nunca receber apenas o
cupom fiscal. Na nota fiscal deve conter o nome da pessoa que atesta o recebimento, RG, CPF
e assinatura do mesmo. Assim como, no pagamento com cheque, deve se tomar o cuidado de
fazê-lo nominal e cruzado.

A aplicação de recursos orçamentários e financeiros realizados na escola está veiculada a


diretrizes maiores que orientam o sistema de administração pública da educação, devendo
obedecer às legislações, políticas nacionais, estaduais e municipais de financiamento de ensino,
diretrizes e normas de transferência e aplicação de recursos.
Portanto, cabe ao gestor compreender que a escola é parte integrante desse sistema e, por
isso, precisa prestar contas de todas as despesas que foram realizadas com recursos públicos a
ela destinados por meio de programas orçamentários específicos. E com relação aos recursos
financeiros privados, a escola deve atender aos critérios de prestação de contas estabelecidos
pela instituição concedente.

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A comunidade escolar também deve ter conhecimento de todas as despesas realizadas pela
escola e estar consciente de todas as aplicações feitas em beneficio do serviço público prestado
pela escola, bem como do seu direito de exigir um ensino de qualidade.
O Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar – CDCE deve verificar atentamente a
prestação de contas e apresentá-la à comunidade escolar, cabendo ao gestor ser o mediador
deste processo, numa linguagem simples, apresentando o valor dos recursos recebidos e
com o que foram gastos. O importante é manter sempre a organização e o compromisso nos
procedimentos a serem tomados.
Se os recursos financeiros recebidos pelo poder público não foram suficientes, cabe ao gestor
buscar fontes adicionais de recursos para manter o bom funcionamento das escolas, num
processo de descentralização administrativa que enfatize a autonomia de gestão das escolas.
Para isso, faz-se necessário que o gestor tenha em mãos um quadro geral da situação da
escola, bem como da comunidade na qual está inserida. Primeiro, para saber de quanto a escola
dispõe em recursos financeiros e de quanto necessita; em segundo, para conhecer melhor os
principais setores econômicos da comunidade e identificar as possíveis fontes alternativas de
recursos financeiros, sejam elas ligadas aos pais de alunos, ao comércio local, às indústrias e
empresas locais ou a agentes comunitários. Isso é o que se chama de parceiras.
Com a associação do diagnóstico financeiro da escola e o contexto em que ela se insere, fica
fácil ao gestor criar estratégias de captação de recursos privados. Que somados aos recursos
públicos, melhorias nas condições de realização do trabalho educativo serão proporcionadas.

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Unidade: Gestão da Educação: a administração financeira da escola

Para realização competente de seu trabalho é necessário que o gestor amplie seus
conhecimentos, adquira algumas habilidades relacionadas à gestão de recursos financeiros,
como elaborar planos de aplicação, quadros demonstrativos de despesas, planilhas e
prestação de contas.

Em Síntese
Os conteúdos tratados não esgotam o assunto. Porém, são fundamentais para uma gestão financeira
organizada, comprometida e conhecedora de procedimentos eficazes, como: o posicionamento da
escola no sistema de ensino; os princípios da administração pública; as fontes de financiamento da
educação básica; as etapas da gestão financeira (planejamento) e, também, outras possibilidades de
arrecadar recursos financeiros por meio das parcerias que a escola pode estabelecer.
Assim, o gestor, estará atuando como multiplicador de competências em gestão de recursos financeiros,
além de proporcionar um ensino de qualidade com transparência e compromisso.
Vale lembrar que toda capacidade e competência do gestor deve estar voltada para as três principais
preocupações inerentes ao seu cargo, que são a sua responsabilidade em: dirigir a relação entre
ensino e aprendizagem; orientar para o saber e; gerenciar o conhecimento.

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Material Complementar

Neste espaço, você encontra sugestões de materiais complementares ao conteúdo desenvolvido


na Unidade IV. Aproveite para aprofundar e sistematizar os conhecimentos adquiridos.
Bom estudo e até a próxima oportunidade!

Vídeo 1 – Gestão da Escola - Gestão Democrática: teoria e prática


https://youtu.be/rWymyHsnnTI

Vídeo 2 – PDDE
https://youtu.be/lnv8AkDLO2o

Vídeo 3 – Conselhos escolares, eleição de diretores e descentralização financeira


https://youtu.be/Fg6bBfs3wsc

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Unidade: Gestão da Educação: a administração financeira da escola

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.


(2004a). Resolução FNDE/CD/Nº 10, de 22 de Março de 2004. Brasília: FNDE. BRASIL.
Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 25. ed. São Paulo: Saraiva,
2000.

_____________. (2004b). Resolução FNDE/CD/Nº 16, de 19 de Abril de 2004. Brasília:


FNDE.

BRASIL. Lei n. 9.394/96, de 20 de dezembro 1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. p. 27894.

CABRAL NETO, A. et al. Pontos e contrapontos da política educacional: uma leitura


contextualizada de iniciativas governamentais. Brasília: Líber Livro Editora, 2007.

DAVIES, N. Fundeb: solução ou remendo para o financiamento da educação básica? In:


GOUVEIA, AB; SOUZA, AR; TAVARES, T.M. (Orgs.). Conversas sobre financiamento da
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FRANÇA, M. O financiamento da educação básica: do Fundef ao Fundeb. In: MONLEVADE,


J. A. C. Políticas de valorização e profissionalização do magistério. Disponível em:
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PEREIRA, L. C. Reforma do Estado para a cidadania: a reforma gerencial brasileira


na perspectiva internacional. Brasília: ENAP, 1998a.

PROGESTÃO: Como gerenciar os recursos financeiros? Módulo VI. Ana Maria de


Abulquerque Moreira, José Roberto Pizzotti; coordenação geral Aglaê de Medeiros Machado. -
Brasília: CONSED- Conselho de Secretários de Educação, 2001

SCHUCH, Cleusa Conceição Terres. Gestão financeira de duas escolas públicas


estaduais do Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.isecure.com.br/anpae/87.pdf

16
Anotações

17
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