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16/08/2020

DESENVOLVIMENTO DE
MEDICAMENTOS
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

Farmacêutica Isabel Daronco Alexandre

APRESENTAÇÃO
 Farmacêutica pela Universidade Federal de Santa Maria
– RS;
 Pós-graduada em Gestão da Qualidade e Auditoria em
Processos Industriais – ICTQ;
 Pós-graduada em Farmacologia e Interações
Medicamentosas – Uninter
 6 anos de experiência na indústria farmacêutica, no
setor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação tendo
atuado em toda a interface do PDI (desenvolvimento
farmacotécnico e analítico).
 Experiência na avaliação com foco regulatório e
técnico da documentação gerada pelos departamentos.

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Descoberta

A maioria das
Marketing e
inovações Desenvolvimento
Monitoramento
brasileiras apenas
para a indústria e
não para o mercado
consumidor, ou seja,
as instituições
inovam para
competirem no
mercado

Registro Avaliação

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Fitoterápico e
Inovador Notificação Específico
Produto
Referência Simplificada
Tradicional
Novo
Fitoterápico
Genérico
Similar

RDC 200/2017 RDC 199/2006 RDC 24/2011


RDC 26/2014

Suplementos Alimentares

RDC 243/2018

Medicamento de referência - produto inovador registrado no órgão federal responsável


pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade
foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do
registro.

Medicamento novo - medicamento com Insumo Farmacêutico Ativo - IFA novo no país

Medicamento inovador - medicamento com inovação incremental, com desenvolvimento


de melhorias em relação a um medicamento já registrado no país, incluindo novos sais,
isômeros ou mistura de isômeros, ésteres ou éteres de moléculas anteriormente
registradas

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Medicamento genérico - medicamento similar a um produto de referência ou inovador,


que se pretende ser com este intercambiável, produzido após a expiração ou renúncia da
proteção patentária, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela
DCB ou, na sua ausência, pela DCI

Medicamento similar - contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, na mesma


concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica,
e que é equivalente ao medicamento registrado na Anvisa, podendo diferir somente em
características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem,
rotulagem, excipientes e veículos.
Sempre identificado por nome comercial ou marca;

Medicamento de Notificação Simplificada - produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou


elaborado, com finalidade
profilática, curativa ou paliativa na qual existe baixo risco de que seu uso ou exposição
possa causar consequências e ou agravos à
saúde (Ex. Hidróxido de Alumínio 6 % e Hidróxido de Magnésio 4 % susp oral; Sais para
reidratação oral)

Medicamento Específico - produtos farmacêuticos, tecnicamente obtidos ou elaborados,


com finalidade profilática, curativa ou paliativa não enquadrados nas categorias de
medicamento novo, genérico, similar, biológico, fitoterápico ou notificado e cuja (s)
substância (s) ativa (s), independente da natureza ou origem, não é passível de ensaio de
bioequivalência, frente a um produto comparador. Exemplo (Medicamentos a base de
minerais isolados ou associadas entre si para uso oral, com pelo menos um componente
acima do IDR – Ferro; alguns hepatoprotetores)

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Produto tradicional fitoterápico - obtido com


emprego exclusivo de matérias-primas ativas
vegetais cuja segurança e efetividade sejam
baseadas em dados de uso seguro e efetivo
publicados na literatura técnico-científica e
que sejam concebidos para serem utilizados
sem a vigilância de um médico para fins de
diagnóstico, de prescrição ou de
monitorização (ex medicamento a base de
extrato seco Harpagophytum procumbens
Garra do diabo)
Medicamentos fitoterápicos - obtidos com
emprego exclusivo de matérias-primas ativas
vegetais cuja segurança e eficácia sejam
baseadas em evidências clínicas e que sejam
caracterizados pela constância de sua qualidade
Exemplo (medicamentos a base de Passiflora,
Valeriana...)

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https://super.abril.com.br/especiais/a-ciencia-por-tras-da-fabricacao-dos-remedios/

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PROSPECÇÃO DE MERCADO

 Pouco conhecido, porém muito importante para uma


indústria farmacêutica
Porter (1999), afirma que “estratégia é criar uma posição exclusiva e
valiosa, envolvendo um diferente conjunto de atividades”.

 Estuda o mercado futuro e prospecta quais os produtos


seriam de interesse para a companhia (viabilidade e
estratégia)

 Tendências  Levantamento de
 Oportunidades custos/prazos
 Interesse de atuar em  Avaliação das
determinada área oportunidades

PORTER, Michael E. Competição: estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999.

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GESTÃO DE PROJETOS

 Time que irá gerir o cronograma de execução dos


projetos executados (ciclo de vida do projeto) pela
empresa (concepção da ideia até lançamento).

 Estipula datas de início e fim para cada etapa do


processo (custos, compra de insumos,
equipamentos, período de desenvolvimento de
formulação, validação...)

 Definição das atividades, sequenciamento das


atividades, estimativa da duração das atividades,
desenvolvimento do cronograma e controle do
cronograma

PRADO, D. Gerenciamento de projetos nas Organizações, Vol.-I, Belo Horizonte, FDG, 2000

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GESTÃO DE PROJETOS
 Quanto mais assertivos os cronogramas forem projetados,
maiores os ganhos para a empresa

 “Tempo é dinheiro”

 Importância quando a GP é bem


executada:

• redução no custo e prazo de


desenvolvimento de novos produtos;
• aumento no tempo de vida dos novos
produtos;
• aumento de vendas e receita;
• aumento do número de clientes e de
sua satisfação;
• aumento da chance de sucesso nos
projetos

PRADO, D. Gerenciamento de projetos nas Organizações, Vol.-I, Belo Horizonte, FDG, 2000

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Descoberta

Marketing e
Desenvolvimento
Monitoramento

Registro Avaliação

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Diretoria P&D

Farmacotécnico Analítico DMF

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 É baseado em Pesquisa
bibliográfica (compêndios oficiais
x DMF x artigos)

CDPI PHARMA – Curso Análise DMF

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 Um DMF contém informações a respeito do IFA como:


nomenclatura (científica, IUPAC, comercial, CAS, DCI)
estrutura
propriedades gerais (pKa, solubilidade...)
descrição do processo de fabricação - rota de síntese (material de partida, solventes utilizados)
caracterização
principais contaminantes (impurezas orgânicas, PD, solventes residuais)
controle de qualidade (ensaios)
estabilidade
embalagem apropriada
especificação e métodos analíticos
validação dos métodos analíticos
análises de lotes (3)
justificativa da especificação
 Sua avaliação determina a aceitação ou rejeição de uma fonte de IFA
 As indústrias possuem acesso apenas à parte ABERTA. Os segredos de fabricação, “preparo do bolo” fica na parte
restrita, conhecida como FECHADA

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Pesquisa Bibliográfica

Delineamento Quality By Design*

Pré-formulação

Desenvolvimento da Formulação

Especificações

Lote de Performance

Scale-up

Tectransfer

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 Testes de formulação
 Estudos de compatibilidade (Fármaco/excipiente;
Excipiente/Excipiente)
 Lotes de bancada
 Lotes de performance
 Avaliação de oportunidades para fugir de patentes de formulação

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Pesquisa Bibliográfica
• Consultar bula do referência

• Qual a classe do medicamento? BCS? Liberação Imediata? Preciso


de algum controle de liberação?

• Verificar excipientes e funcionalidades

• Pré-formulação (detalhamento das propriedades FQ do IFA e


excipientes) (DSC, TG)

• Interações fármaco-excipiente, excipiente-excipiente

• Qual a melhor via de fabricação? Via úmida? Via seca?


Foco:
Genérico de um
comprimido

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Delineamento Quality by Design (QbD)*


• Nem todas indústrias utilizam

• “Qualidade não deve ser testada nos produtos e sim planejada e


construída durante os processos de desenvolvimento e de
produção” ICH Q8

• Principal meta – incorporar QUALIDADE em produtos


farmacêuticos por meio de um PLANEJAMENTO bem definido.

• Baseia-se em análise de risco de desenvolvimento de um produto

• Vantagens:
• Redução de custos
• Maior reprodutibilidade

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Pré-formulação

• Detalhamento das propriedades FQ (solubilidade, estabilidade,


propriedades de fluxo) do IFA e excipientes (DSC, TG)
• Principal característica é a solubilidade – relação com a
biodisponilidade
• Interações fármaco-excipiente, excipiente-excipiente

• Maioria dos IFAs são SÓLIDOS

• Sólidos AMORFOS – ponto de vista termodinâmico muito instáveis – MAIOR


SOLUBILIDADE (podem gerar durante armazenamento formas estáveis – cristais –
menor solubilidade)

• Sólidos CRISTALINOS – estruturas bem definidas, maior estabilidade

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Pré-formulação

• POLIMORFISMO – geralmente apresentam características FQ diferentes e


em alguns casos podem impactar na ação farmacológica/toxicológica

• Quanto maior diferença de solubilidade entre polimorfos, maior risco de


surgirem problemas de biodisponibilidade.

• É comum apresentarem propriedades de fluxo e densidade diferentes,


originando problemas na compressão de comprimidos e no enchimento de
cápsulas (diferença de fabricantes, rota de síntese).

• ENSAIOS MAIS COMUNS:


• Solubilidade
• Tamanho de partículas
• Ponto de fusão
• Pesquisa de polimorfos
• Compatibilidade com excipientes
• Estabilidade
• Densidade
• Ângulo de repouso

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Pré-formulação

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Desenvolvimento da Formulação

• Conheço meu IFA, excipientes... Vamos para a parte prática...

• Rota de fabricação apropriada ao tipo de medicamento

• Análise e ajustes de formulação


(DF e DA atuam em conjunto nesta etapa)

• Handbook of pharmaceuticals excipients

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Especificações

• Quais características meu produto necessitará cumprir?

• Farmacotécnico, baseando-se nas características do REFERÊNCIA e nas tecnologias


(equipamentos e qualidade dos excipientes) definirá quais ESPECIFICAÇÕES o
produto precisará cumprir

• Cada forma farmacêutica possui testes mínimos necessários exigidos pelos


compêndios oficiais (FB, USP, EP) e alguns específicos

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Lote de performance

• Lote produzido antes da produção do lote piloto para verificação dos


parâmetros
• O esperado é atingido?

Lote piloto
• “Lote de produto farmacêutico produzido por um processo
representativo e reprodutivo de um lote de produção em escala
industrial” RDC 200 / 2017
• Lotes serão produzidos em equipamentos em escala industrial (ou
semelhante)
• No nosso exemplo, devem ser produzidos 3 lotes para
peticionamento

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Scale-up e Tectransfer

• Geralmente ocorrem após o deferimento, quando a equipe de DF irá


transferir e capacitar a equipe de produção para que ocorra o
lançamento
• Escalonamento de equipamentos (RDC 73/2016 Pós registro)

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Desenvolvimento de métodos analíticos

Validação de metodologia analítica

Especificações e Métodos

Estabilidade

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• Combinação entre método científico e ferramentas instrumentais


aplicada à resolução de qualquer problema

Qual problema quero resolver?

Encontrar artigos é diferente de


entender o problema!

Propor um método

Análise

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• NÃO ESPECÍFICO – mede uma mudança física na fase móvel em


decorrência do analito, dependendo ou não da transformação da
primeira
Ex. Índice de refração (RID); Evaporative light scattering (ELSD)...

• ESPECÍFICO – sensíveis a propriedades específicas do analítico


Ex. Diode array (DAD), fluorescência

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DETECÇÃO UV – grupos
cromóforos

DETEÇÃO FLUORESCÊNCIA –
excitação/emissão (baixas
concentrações)

ÍNDICE REFRAÇÃO –
componentes sem absorção UV

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Desenvolvimento de métodos analíticos

• IFA, excipiente e produto acabado

• Auxilia o DF a se direcionar em todo caminho de desenvolvimento da


formulação;

• Desenvolvimento é essencial, garante que as análises do medicamento geram


resultados confiáveis e coerentes.

• Possibilita liberação de produtos dentro de suas especificações.

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Desenvolvimento de métodos analíticos


• Inicia na pesquisa bibliográfica (compêndios oficiais; artigos);

• Avalia quais ensaios devem estar naquela matéria-prima e/ou medicamento


(produto acabado);

• Se houver monografia oficial, realiza testes para avaliar a adequabilidade


deste método na empresa;

• Se não houver monografia, busca artigos e características das moléculas para


então desenvolver a metodologia a ser utilizada na análise daquele
medicamento.

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Desenvolvimento de métodos analíticos

• Levantamento bibliográfico da molécula

 Estrutura (presença de grupos  Ponto de fusão ou ebulição;


cromóforos) Forma física;
 pKa  Características físicas
 Solubilidade

• COA / DMF / SOLVENTES / IMPUREZAS ELEMENTARES

• Análise e elaboração de laudos de liberação

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Desenvolvimento de métodos analíticos – Uniformidade de Doses


Unitárias
• Variação de Peso ou Uniformidade de Conteúdo

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Desenvolvimento de métodos analíticos – IDENTIFICAÇÃO

 Geralmente é utilizada a mesma condição de teor;

 Finalidade – detectar a presença do ativo comparando o cromatograma da amostra


com o do padrão através do tempo de retenção ou espectro de absorção

Desenvolvimento de métodos analíticos – TEOR

 Especificação farmacopeica ou interna (seguir capítulos gerais ou ICH Q6)

 Nenhuma coeluição com ativo – pureza de pico – poder discriminativo do método

 Avaliar se o pico realmente é do ativo (tempo de retenção)

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Desenvolvimento de métodos analíticos – TEOR

 Método indicativo de estabilidade;

Estudo de degradação forçada

Avaliação da seletividade

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Desenvolvimento de métodos analíticos – PRODUTO


DEGRAÇÃO / IMPUREZAS ORGÂNICAS
 São sinônimos?

Impurezas Orgânicas – são impurezas derivadas do processo de fabricação

Produtos Degradação – originados a partir de uma degradação do produto


ou IFA (alteração pH, temperatura, água, reação com excipiente ou
embalagem)

 Método indicativo de estabilidade! Seletivo para avaliar potenciais impurezas de


degradaçao

Avaliar tendência dos resultados (formação de impurezas) durante


estabilidade

 RDC 53/2015 – Limites

 Balanço de massas

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Desenvolvimento de métodos analíticos – PRODUTO


DEGRAÇÃO / IMPUREZAS ORGÂNICAS
 Limites de notificação / Identificação / Qualificação

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Validação de metodologia analítica

• IFA e produto acabado

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Validação de métodos analíticos

• IFA e produto acabado

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Validação de métodos analíticos

• IFA e produto acabado

POR QUE VALIDAR?

• Objetivo é diminuir ou controlar


fatores que ocasionem imprecisão ou
resultado não exato de uma análise.

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Validação de métodos analíticos

• IFA e produto acabado

O QUE VALIDAR?

• Teor;
• Uniformidade de doses unitárias – UC
• Impurezas orgânicas / Substâncias
Relacionadas
• Dissolução
• Solvente residual
• Identificação (IR, HPLC, CCD)
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Validação de métodos analíticos

• IFA e produto acabado

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO:

 Seletividade;  Exatidão;
 Linearidade;  Limite Detecção;
 Efeito matriz;  Limite Quantificação;
 Faixa de trabalho;  Robustez;
 Precisão;

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Validação de métodos analíticos

Quando não está descrito em compêndio –


Validação completa

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO - Seletividade

• Capacidade do método analítico identificar ou quantificar o analito de


interesse, inequivocamente, na presença de componentes presentes na
amostra como, impurezas, diluentes e componentes da matriz.

• Obrigatório – COMPROVAR PUREZA CROMATOGRÁFICA DO SINAL DO


ANALITO

• NÃO OBRIGATÓRIO PARA:

Métodos de desempenho;

Métodos não cromatográficos

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO - Seletividade

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO - Linearidade

• Capacidade do método analítico obter respostas analíticas diretamente proporcionais à


concentração de um analito em uma amostra.

• Obrigatório – COMPROVAR PUREZA CROMATOGRÁFICA DO SINAL DO ANALITO

• 5 concentrações diferentes da SQR para soluções preparadas em, NO MÍNIMO, triplicata

• Soluções preparadas de maneira independente, podem ser utilizadas soluções diluídas


de uma mesma solução mãe.

• Cálculos devem ser realizados com dados de CONCENTRAÇÕES REAIS e RESPOSTAS


ANALÍTICAS INDIVIDUAIS

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO - Linearidade

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO - Linearidade

http://www.portalaction.com.br/validacao-de-metodologia-analitica/112-linearidade

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO – Efeito matriz

• Somente para matrizes complexas.

• Efeito matriz deve ser determinado por meio da comparação entre os coeficientes
angulares das curvas de calibração construídas com a SQR do analito em solvente e com
a amostra fortificada com a SQR do analito.

• O paralelismo das retas é indicativo de ausência de interferência dos constituintes da


matriz e a sua demonstração deve ser realizada por meio de avaliação estatística
adequada.

• Deve ser adotado nível de significância de 5% no teste de hipóteses.

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO – Faixa de trabalho

• Deve ser estabelecida a partir dos estudos de linearidade, juntamente com os resultados
de PRECISÃO e EXATIDÃO, sendo dependente da aplicação pretendida.

• Devem ser consideradas as seguintes faixas de trabalho:

TEOR – de 80 a 120 %

UNIFORMIDADE DE CONTEÚDO – de 70 a 130 %

DISSOLUÇÃO – de -20% da menor concentração esperada a +20% da


maior concentração esperada a partir do perfil de dissolução

IMPUREZAS – LQ até 120% da concentração no limite da especificação


de cada impureza individual

DETERMINAÇÃO SIMULTANEA TEOR E IMPUREZA (normalização de


área) – LQ até 120% da concentração esperada da substancia ativa

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO – Precisão

• Avalia a proximidade entre os resultados obtidos por meio de ensaios com amostras
preparadas conforme descrito no método analítico a ser validado.

• Avaliada pelo cálculo do desvio padrão relativo (DPR) da


série de medições.
• REPETIBILIDADE
• As amostras devem ser preparadas de maneira
• PRECISÃO INTERMEDIÁRIA
independentes.
• REPRODUTIBILIDADE
• Para amostras sólidas e semissólidas não é permitido utilizar
soluções diluídas de uma mesma solução mãe.

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO – Precisão

• Impurezas conhecidas ausentes ou em concentração menor que o limite da especificação


na amostra – fortificar amostra com concentração conhecida do padrão de impureza.

• Impurezas desconhecidas – amostra deve ser avaliada utilizando a resposta do ativo


acrescido à matriz na concentração correspondente ao limite da especificação
estabelecido para a impureza, desde que utilize o mesmo fator resposta para impureza e
ativo.

REPETIBILIDADE PRECISÃO INTERMEDIÁRIA REPRODUTIBILIDADE

- Mesmo equipamento, analista - Mesmo laboratório, dias - Proximidade de resultados em


e em uma única corrida diferentes, analistas diferentes; laboratórios diferentes –
analítica; - Contemplar mesmas transferências de métodos.
- Mínimo 9 determinações concentrações e nº
contemplando intervalo linear determinações da Repet.
(3 concentrações com 3
réplicas ou 6 réplicas a 100%)

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO – Exatidão

• Exatidão de um método analítico deve ser obtida por meio do grau de concordância
entre os resultados individuais do método em estudo em relação a um valor aceito como
verdadeiro.

• Deve ser verificada a partir de, no mínimo, 9 determinações, contemplando o intervalo


linear do método – 3 concentrações com 3 réplicas em cada nível.

Exatidão IFA Exatidão PA Exatidão Impurezas

- Aplicar método proposto - Aplicar método proposto na - Aplicar método de adição de


usando SQR (pureza análise uma amostra, na qual padrão (impureza ou PD) na
conhecida); qtidade conhecida de SQR amostra;
- Comparar resultados obtidos foi adicionada à matriz;
com os resultantes de um - Pode ser utilizado placebo +
segundo método validado; padrão;

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO – Exatidão

• Avaliada pelo grau de recuperação do analito de concentração conhecida adicionado à


amostra ou pela relação entre a concentração media, determinada experimentalmente, e
a concentração teórica correspondente.

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO – Limite Detecção (LD)

• Demonstrado pela obtenção da menor quantidade do analito presente em uma amostra


que pode ser detectado, porém, não necessariamente quantificado, sob as condições
experimentais estabelecidas.

• Determinação do LD:

- Método visual (menor [ ] verifica-se efeito visual esperado)

- Razão sinal-ruído (S/N) (método instrumentais; ≥ 2:1

- Parâmetros da curva de calibração

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO – Limite Quantificação (LQ)

• Menor quantidade do analito em uma amostra que pode ser determinada com precisão e
exatidão aceitáveis sob as condições experimentais estabelecidas.

• Deve ser coerente com o limite de especificação da impureza.

• Para métodos que atendam a RDC 53, limite de quantificação deve ser menor ou igual ao
limite de notificação.

• Razão sinal/ruído 10:1

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Validação de métodos analíticos

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO – Robustez

• Parâmetro tipicamente realizado no desenvolvimento do método analítico que indica a


sua capacidade em resistir a pequenas e deliberadas variações das condições de
análise.

• Caso o método não seja robusto para alguma condições, precauções devem estar
descritas na metodologia.

• Para métodos quantitativos, o impacto das variações propostas nos resultados obtidos
deverá ser avaliado com os mesmos critérios utilizados para a exatidão.

• Para métodos qualitativos, deve ser verificado se as variações propostas interferem na


resposta analítica.

• Parâmetros a serem avaliados devem ser relevantes para o método em questão.

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Estabilidade

 RDC 318/2019;

 Realizado para fins de registro e pós registro de medicamentos;

 Permite definir o prazo de validade do produto;

 Finalidade avaliar o comportamento do produto ao longo do tempo,


diante da influência de vários fatores como:
Temperatura

Umidade

Luz

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Estabilidade

• Realizado nas condições de armazenamento e prazo de validade propostos


Longa Duração • 0, 3, 6, 9, 12, 18, 24 meses (36, 48..)

• Realizado em condições forçadas de armazenamento (temperatura e


Acelerado umidade)
• 0, 3 e 6 meses

• Para medicamentos acondicionados em embalagens multidose (xaropes,


cremes)
Em Uso • Determinar o tempo que o produto pode ser utilizado após ter sido aberto
pelo paciente, considerando posologia indicada no tratamento

• Finalidade de demonstrar que o produto quando exposto à luz, não sofre


Fotoestabilidade alterações
• Amostras expostas a, no mínimo, 1,2 milhões de lux.horas e energia de
ultravioleta próximo de no mínimo 200 watt.horas/m²

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Estabilidade

• Legislação exige para medicamentos e IFAs* a serem /comercializados


no país.

• No momento da petição, o estudo de longa estará em andamento e o


estudo acelerado deve estar concluído.

• No momento do registro, podem ser aceitos:


- estudo de estabilidade longa duração em andamento (resultado
de no mínimo 6 meses);
- estudo de estabilidade acelerado concluído;
- se LD estiver concluído, também apresenta AC concluído.
Não descartar estudo, enquanto
esses forem os estudos que
justifiquem o prazo de validade do
produto.
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Estabilidade

Prazo de validade provisório 24 meses pode ser concedido nos casos:

- AC 6 meses aprovado e sem mudanças significativas;


- LD apresentar resultados dentro das especificações
estabelecidas no protocolo;
- Avaliação estatística dos resultados dos estudos permitir
extrapolação dos resultados.

Principais ensaios:

- Aspecto; - Quantificação produtos


- Teor; degradação;
- pH; - Quantificação antimicrobianos
- Dissolução; e antioxidantes

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Estabilidade

Para registro ou inclusão de novas concentrações ou formas


farmacêuticas:

Fotoestabilidade realizada inicialmente em 1 lote com a


mesma fórmula e que simule o processo de produção que se
pretende registrar.

Com base nos resultados dos estudos de estabilidade, a bula e rotulagem


do produto devem contemplar informações referentes a:

- Necessidade de proteção à luz;


- Tempo que pode ser armazenado após aberto;
- Condições de armazenamento.

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Estabilidade

Estabilidade reconstituído ou após-reconstituição:

Para produtos de preparação extemporânea e reconstituição, é obrigatório a


realização de estudo adicional para determinar o Prazo de Validade do Produto
Acabado.

Informações devem estar na bula do medicamento.

Estudo deve apresentar:


• Resultado inicial, correspondente ao produto imediatamente após
reconstituição ou diluição;
• Resultado final, correspondente ao produto reconstituído e diluído pelo
tempo máximo recomendado.

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Estabilidade

Estabilidade reconstituído ou após-reconstituição:

Não precisa de estudo em uso:


• administração imediata após reconstituição explicitamente recomendado na
bula;
• embalagem primária não for multidose.

Estudo após reconstituição deve ser realizado nos tempos inicial e final do
estudo de LD;

Deve ser conduzido em todos os diluentes especificados na bula.

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Estabilidade

Estabilidade Em Uso

Para medicamentos acondicionados em Embalagens Multidose;

Os alertas relacionados aos cuidados de conservação e prazo de validade após


aberto embalagem devem estar na bula e rotulo dos medicamentos nesse tipo
de embalagem.

Estudo deve comprovar estabilidade, NO MÍNIMO, pelo período previsto para a


permanência do medicamento em sua embalagem primária, após aberto,
apresentando:

• Resultado inicial, correspondente ao produto antes ou imediatamente após


aberto;
• Resultado no final do prazo de uso.

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isabeldalexandre@hotmail.com

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