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Método comparativo

O que é método comparativo?

Para começar, é fundamental entender o que é método comparativo. De forma geral, o método
comparativo compreende em estabelecer paralelos entre dois ou mais objetos de estudo, para analisar
semelhanças e diferenças.

Em outras palavras, é um método para comprovar ou refutar teorias e hipóteses que se baseia em


comparações.
Nas ideias de Silveira, o método comparativo se baseia “[…] no método das semelhanças e das diferenças
ou na observação de variações concomitantes“.
Nesse perspectiva, no processo de comparação, identificar as semelhanças permite organizar e
relacionar o novo conceito com o conhecimento que já existe.
Por outro lado, estabelecer as diferenças permite discriminar o novo conceito de outros parecidos, para
evitar confusão.

Onde é possível aplicar o método comparativo?


A partir de seu rigor metodológico, aplica-se o método comparativo em pesquisas científicas. Ou seja, a
partir desse método, é possível chegar em novos conhecimentos que têm validade científica.
Sendo assim, é amplamente utilizado nas Ciências Sociais e nas Ciências Naturais.
Nas Ciências Naturais, é bastante comum usar o método comparativo para estabelecer leis gerais sobre um
fenômeno, a partir da comparação ente indivíduos ou grupos.
Nas Ciências Sociais, criam-se comparações entre sistemas de diferentes culturas, regiões ou países. Então,
por exemplo, o direito comparado procura encontrar diferenças entre sistemas jurídicos de diferentes
lugares.
Na pedagogia, cria-se comparações entre planos de educação. Na política comparada, as comparações
atingem os sistemas políticos.
E economia tem um subcampo específico denominado comparativo. Em geral, é um subcampo que estuda
dois ou mais sistemas de organização econômica, para buscar tanto semelhanças quanto diferenças.
Um exemplo comum disso é a análise econômica no momento posterior à Segunda Guerra Mundial, em que
o mundo se divida entre capitalistas (Estados Unidos) e socialista (URSS).

Histórico do método comparativo


O método comparativo surgiu a partir do desenvolvimento da Sociologia. As pessoas autoras usavam a
comparação como instrumento para criar explicações e generalizações.
Nessa perspectiva, Durkheim, Comte Weber foram os primeiros a aplicar o método comparativo na
sociologia.
No entanto, um pouco antes de Durkheim, em seu livro A System of Logic, de 1881, Stuart Mill já concebeu
duas possibilidades aplicáveis à comparação de fenômenos, denominando-as de método da concordância e
método da diferença.
Além do mais, colocando em discussão “o outro“, a antropologia também usou o método comparativo para
valorizar a diferenciação, a diversidade e o papel que essas categorias assumem na história da espécie.

Objetivo do método comparativo


Sendo assim, o objetivo do método comparativo é usar a comparação – através das semelhanças ou das
diferenças – para chegar em novos conhecimentos.
Assim, através das comparações, é possível construir correlações e conceitos novos.
Se aliado ao método histórico, é possível fazer comparações entre dados do presente com dados do passado.
Tipos de métodos comparativos

Os tipos de métodos comparativos se resumem através dos dois primeiros – dos cinco métodos indutivos –
de John Stuart Mill: método da concordância e o método da diferença.

Método da concordância
O método da concordância consiste em estudar quais as características coincidem entre os dois ou mais
objetos de estudo. Ou seja:
 Estudar as semelhanças em casos semelhantes entre si.
 Estudar as semelhanças em diferentes casos.
Na concepção de John Stuart Mill, “se dois ou mais casos do fenômeno objeto da investigação têm apenas
uma circunstância em comum, essa circunstância única em que todos os casos concordam é a causa (ou o
efeito) do fenômeno”.

Método da diferença
O método da diferença, por sua vez, compreende o estudo das características que diferem os dois ou mais
objetos de estudo.
Na prática, isso significa:
 Estudar as diferenças em casos semelhantes entre si.
 Estudar as diferenças em casos diferentes uns dos outros.
Sobre o método da diferença, Mill definiu: “se um caso em que o fenômeno está sob investigação ocorre e
um caso em que não ocorre têm todas as circunstâncias em comum menos uma, ocorrendo esta somente no
primeiro, a circunstância única em que os dois casos diferem é o efeito, ou a causa, ou uma parte
indispensável da causa, do fenômeno”.

Para quê serve o método comparativo?

Dessa forma, o método comparativo serve para criar paralelos com outros temas e descobrir dados para
compreender melhor o objeto de estuo.
Através de comparação por semelhança, é possível criar probabilidades de fenômenos nos casos
semelhantes.
De todo modo, as comparações ajudam a criar contextualizações em relação ao entorno ou ao grupo. Ou
seja, através das semelhanças e diferenças, é possível entender onde o objeto está localizado.
Em resumo, a comparação é extremamente útil para gerar novas ideias e novos conceitos.

Como aplicar o método comparativo em seu trabalho?

Aqui está um passo a passo para aplicar o método comparativo em um trabalho:


1. O primeiro passo é entender, a partir do tema e problema de pesquisa, quais os objetos de estudo vão
ser comparados.
2. Em seguida, é importante definir a razão e o propósito de usar o método de comparação para chegar
no objetivo do trabalho.
3. Depois, deve-se identificar os elementos dentro e fora do tema podem ser comparados com outros —
seja a partir de semelhanças ou diferenças.
4. A partir disso, é a hora de construir os critérios e parâmetros de comparação. Para cada comparação,
você deve decidir qual é a comparação: semelhanças, diferenças ou ambos.
5. Agora é hora de colocar a mão na massa e coletar as informações sobre os parâmetros.
6. Por fim, deve-se criar os contrastes entre as informações a partir dos parâmetros dos diferentes
elementos e formular as conclusões finais.
Exemplo de método comparativo

Pois bem. Vamos exemplos para compreender melhor o conceito do método.


Pense no seguinte objetivo geral de uma pesquisa: identificar qual é o remédio que cura a doença X. Para
isso, através do método comparativo, é possível:
 Identificar quais drogas combinam entre si em vários tratamentos semelhantes.
 Identificar quais drogas coincidem em vários tratamentos diferentes entre si.
 Quais remédios são diferentes em vários tratamentos semelhantes entre si.
 Quais drogas são diferentes em vários tratamentos diferentes entre si.
Outro exemplo é imaginar dois países diferentes: o país A e o país B. A partir de comparação, é possível
comparar os principais indicadores macroeconômicos desses lugares como, por exemplo, PIB e IDH.

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