Você está na página 1de 18

GRUPO EDUCACIONAL FAVENI

SHEILA MARIA DA SILVA ALMEIDA

ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO AMBIENTE ESCOLAR

PORTO VELHO

2022
GRUPO EDUCACIONAL FAVENI

SHEILA MARIA DA SILVA ALMEIDA

ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO AMBIENTE ESCOLAR

Trabalho de conclusão de
curso apresentado como
requisito parcial à
obtenção do título
especialista em SERVIÇO
SOCIAL NA EDUCAÇÃO

PORTO VELHO-RO

2022
ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO AMBIENTE ESCOLAR

Sheila Almeida1,

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que
o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído,
seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados
resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste
trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de
Serviços).

RESUMO- O presente trabalho tem com discursão acerca do Serviço Social na Educação
evidenciando o papel do Assistente Social frente as demandas pertinentes a educação básica.
Mencionando o quanto a inserção do profissional de serviço social na escola pode contribuir
com a garantia de direito social de crianças e adolescentes. A pesquisa foi realizada a partir de
pesquisas bibliográficas com ênfase nas competências e atribuições do profissional que almeja
inserir-se na área educacional como assistente social. Considerando a intervenção do
assistente social por meios de projetos, políticas públicas e ações que determina a
consolidação da escola, familiares e a comunidade. O objetivo da pesquisa sintetiza a
importância do Assistente Social na área educacional frente a políticas educacionais para
fortalecer educação de qualidade na Educação Básica no Brasil

PALAVRAS-CHAVE: Serviço Social. Educação. Educação Básica.

1
Assistente Social formada pela Universidade Paulista de Porto Velho - RO - UNIP. Estudante
de Pós Graduação – Faculdade de Venda Nova Imigrante - FAVENI. Programa de Estudos Pós
Graduados em Serviço Social. E-mail: sheilasilva945@hotmail.com
INTRODUÇÃO

A Educação é um tema bastante discutido de século a século em


reuniões escolares, em debates políticos, debates em salas de universidade e
em todo nosso cotidiano. Com transformações de políticas educacionais ao
longo do tempo até os dias de hoje.
A educação não é somente a inserção do ser humano no espaço escolar
para captação de informações e conteúdo de aprendizagem. Em uma
perspectiva crítica é considerada como manifestações do saber e inserção do
ser humano na sociedade e como lidar com as diferenças modificações na
sociedade.
A motivação que se deu para a realização desta pesquisa, ocorreu em
decorrência do estágio supervisionado realizado ainda na época da graduação
no campo educacional, através do Curso de Serviço Social da Universidade
Paulista de Porto Velho – RO.
Este tema dá-se a importância para enfatizar o conhecimento do
exercício da profissão do Serviço Social na área educacional. Com a práticas
de políticas públicas para ajudar profissionais na área da educação, como
professores, pedagogos, orientadores e gestores de escola.
O artigo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográficas, com base
nos autores como: Iamamoto (2001), Piana (2009), Figueiredo (2014), Amaro
(2012), Santos (2008), que informam dados da persuasão do Serviço Social no
Brasil em um contexto histórico.
O primeiro capítulo aborda o sistema educacional no brasil do
surgimento e seu percurso histórico de lutas que algumas com vitorias para
privilégios na educação.
No segundo capitulo é abordado o trabalho do serviço social no campo
educacional, desde de sua criação e a inserção de políticas públicas e sociais
para uma educação de qualidade visando a importância do profissional do
Assistente Social o campo educacional com breve resgate histórico.
No terceiro e último capitulo informa-se as atribuições do serviço social
frente de demandas como a educação especial e as violências na escola que
até hoje tem sido temas a serem discutindo com reformulação nas práticas de
docentes e gestores de escola.
Diante do exposto foi realizado um estudo sobre a atuação do Serviço
Social no ambiente Escolar, mostrando a importância de inserir Assistentes
Sociais na Educação Básica no Brasil. Por último considerações finais do autor
sobre o tema apresentado.

1. SISTEMA EDUCACIONAL NO BRASIL


O sistema educacional brasileiro é considerado deste da sua existência
como um sistema discriminatório e elitista onde as crianças pobres, negras
indígenas não tinha acesso a sala de aula desde da época do brasil colônia até
o período imperial.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, n.9.394, de 20 de
novembro de 1994). Prevê que a educação é um direito de todos. Bem como
no art. 4 da Constituição Federal de 1998 descreve que é direito de todos os
cidadãos e do Estado e da família, afim de que o ser humano exerça cidadania
e prepara-se para o mercado de trabalho. Este artigo da constituição em suma
partida é confirmado em no artigo 53 da do ECA (Estatuto da Criança de do
Adolescente, de 1990):
A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da
cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes: I -
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II -
direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar
critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares
superiores; IV - direito de organização e participação em entidades
estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua
residência.

Algumas mudanças ocorreram no período após a Proclamação da


República, mas com o domínio da classe da burguesia; sem educação de
qualidade, sem políticas públicas que garantissem resultados satisfatórios para
uma aprendizagem igualitária. A educação começou a ter sentido de melhoria
após a Constituição Federal de 1998, quando a criança passa a ser vista como
sujeito em processo de formação.
Foi incluído na constituição de 1934, quando criado o Ministério da
educação e Cultura (MEC), um capítulo sobre a garantia a Educação:
obrigatoriedade do ensino primário, gratuidade, liberdade de ensino, direito de
todos a educação, legislação estadual e federal, ensino religioso obrigatório,
porem facultativo.
No ano de 1937, houve uma reforma no campo da educação, sob o
Estado Novo, na época do governo do presidente Getúlio Vargas, coincido com
um golpe de estado, apresentando uma mudanças na constituição, sendo elas
significativas para educação de acordo com Vargas, algumas delas sendo:
 Favorecendo as escolas particulares, o direito de ensino a todos é
excluído da constituição;
 No ensino secundário foi incluído as disciplina de História e
Geografia do brasil;
 No ensino primário houve uma divisão no ensino fundamental e
supletivo, no ensino normal passou a formar gestores educacionais
e professores especialistas na educação infantil.

O Serviço Social contribuiu historicamente para dar início a politicas


púbicas para a educação, contribuindo para a necessidade escolar,
apresentando um espaço inclusivo social, contribuindo para a formação cidadã
de crianças e jovens tornando –os capazes de produzir transformação do
mundo, assegurando de seus direitos e exercer uma postura crítica.

Em 1906 surgiu o Serviço Social na área educacional nos Estados


Unidos,

Serviço Social Escolar (assim intitulado) integrava a equipe


multidisciplinar juntamente com psicólogos e professores. O objetivo
era atender os alunos com problemas de aprendizagem. A tendência
do Serviço Social era atender as dificuldades de caráter individual e
familiar, configurados como problemas sociais, apresentados no
espaço escolar. (PIANA, 2009, p.184).

Por sua vez no Brasil o Serviço social na área educacional, surgiu em


1946,

Há relatos históricos de que os Estados de Pernambuco e Rio Grande


do Sul no ano de 1946 foram pioneiros no debate e no início do
trabalho acerca do Serviço Social Escolar. No Estado do Rio Grande
do Sul, o Serviço Social foi implantado como serviço de assistência
ao escolar na antiga Secretaria de Educação e Cultura. Suas
atividades eram voltadas à identificação de problemas sociais
emergentes que repercutissem no aproveitamento do aluno, bem
como à promoção de ações que permitissem a adaptação dos
escolares ao seu meio e o equilíbrio social da comunidade escolar.
Os assistentes sociais eram requisitados a intervir em situações
escolares consideradas desvio, defeito ou anormalidade social.
(AMARO apud PIANA, 2009, p. 184).

O Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI), foi criando em 1942


visando a organização de escolas de aprendizagem para industriários
(IAMOTO, 2003). No campo educacional o serviço social fundamentou a crítica
da identidade profissional quebrando barreiras na área de serviço social
conservador.
Conforme Piana (2009),

Tem-se, hoje, muitas vezes, um Serviço Social restrito à educação


infantil em creches e pré-escolas (centro de educação infantil),
desenvolvido pelas Secretarias Municipais de Educação no Brasil. E
no ensino fundamental é voltado também para população de baixa
renda, no qual surgem várias expressões da questão social, que
invadem o cenário escolar, tais como violência doméstica,
dificuldades socioeconômicas das famílias, o uso indevido de drogas
e o tráfico por familiares, crise de valores éticos e morais, que geram
a indisciplina, o baixo rendimento escolar da criança e do
adolescente, a evasão escolar e a falta de perspectiva de um futuro
educacional. (PIANA, 2009, p.184-185).

Dessa forma o ambiente escolar é multifacetado quando se trata de


vulnerabilidades ao acesso de direitos sociais. Para IAMAMOTO

A “questão social” sendo desigualdade é, também, rebeldia, pois os


sujeitos sociais, ao vivenciarem as desigualdades, a elas também
resistem e expressam seu inconformismo. É nesta tensão entre
produção da desigualdade, da rebeldia e da resistência que
trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por
interesses sociais distintos, os quais não são possíveis abstrair- ou
deles fugir- porque tecem a trama da vida em sociedade.
(IAMAMOTO, 2004, p. 17).
Diante desta conjuntura, o/a assistente social é capaz de identificar as
condições sociais, econômicas e culturais que afetam o campo educacional no
atual cenário, e contará neste ponto, como grande desafio o trabalho
interdisciplinar, sendo que o profissional de Serviço Social não irá trabalhar
isoladamente. O trabalho acontecerá junto com a equipe de trabalhadores/as
da educação, onde cada um vai desenvolver seu papel de acordo com sua
especificidade, desenvolvendo o trabalho interdisciplinar, no intuito desenvolver
ações diante das situações cotidianas que vulnerabilizam as relações sociais e
com contribuições que potencializam os processos educativos que ocorrem no
ambiente escolar.

Portanto, compete ao assistente social identificar o ambiente no qual


seja capaz de realizar intervenções e métodos para produzir trabalhos e atingir
a realidade de vida dos indivíduos, colaborando, nas atividades pedagógicas
do ambiente escolar. Desta forma, a inclusão do profissional de Serviço Social
na rede pública de educação básica tem relevância das atribuições na busca
das competências e defesa de direitos sociais dos indivíduos.
Ao idealizar a atuação do Serviço Social no ambiente escolar, Figueiredo
(2014, p. 03), escreve:
Atendimento e acompanhamento sistemático às famílias e alunos das
unidades escolares, colaborando para a garantia do direito ao acesso
e permanência do educando na escola;
Elaboração de Plano de Trabalho da equipe, contemplando
ações/projetos para os diferentes segmentos da comunidade escolar,
considerando as especificidades do território;
Monitoramento e acompanhamento dos educandos em situação de
não frequência e evasão escolar;
Elaboração de relatórios de sistematização do trabalho realizado,
contendo análises quantitativas e qualitativas;
Levantamento dos recursos da área de abrangência e articulação
com a Rede Intersetorial;
Realização de estudos e pesquisas que identifiquem o perfil
socioeconômico - cultural da população atendida, suas demandas,
características do território, dentre outras temáticas;
Realização de reuniões de estudos temáticos, oficinas, estudo de
casos, professores e equipe diretora/pedagógica da unidade escolar;
Participação nos espaços dos conselhos de políticas e direitos,
fóruns, em especial das áreas da educação, assistência, criança e
adolescente e saúde;
Fortalecimento da parceria com as equipes dos Conselhos Tutelares,
CRAS, CREAS e unidades de saúde para viabilizar o atendimento e
acompanhamento integrado da população atendida;
Participação semanal em reunião de supervisão, estudo de casos e
planejamento. (FIGUEIREDO, 2014, p.3).

Deste modo, para Iamamoto:


O exercício da profissão exige, portanto, um sujeito profissional que
tem competência para propor, para negociar com a instituição os seus
projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e
atribuições profissionais. Requer ir além das rotinas institucionais e
buscar apreender no movimento da realidade as tendências e
possibilidades nela presentes passíveis de serem apropriadas pelo
profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho.
(IAMAMOTO, 2004, p. 12).
O Assistente Social produz e reproduz possibilidades de planejamentos
junto à comunidade escolar, familiares, estudantes, profissionais da educação
e o estudantes, no território escolar.

2. O TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL NO CAMPO


EDUCACIONAL

As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil, iniciou por volta da


década de 1930 no Estado do Rio de Janeiro e São Paulo. O início do Serviço
Social está associado ao capitalismo e em decorrência da exploração do
trabalho das classes dominadas. De acordo com Iamamoto (2008, p.218-219) o
Serviço social tem raízes da doutrina da igreja católica:

O Serviço Social no Brasil nasce e se desenvolve nos marcos do


pensamento conservador, como um estilo de pensar e de agir na
sociedade capitalista, no bojo de um movimento reformista
conservador, Articula elementos cognitivos e valorativos diversos em
um arranjo teórico-doutrinário particular, presidido pela doutrina social
da Igreja e os desdobramentos do neotomismo, pelo moderno
conservadorismo europeu a sociologia funcionalista, especialmente
em suas versões mais empiricistas norte-americanas, Esse arranjo
teórico doutrinário, matizado em sua evolução por influências
específicas, é o fio que percorre toda a trajetória do conservadorismo
profissional, estreitamente imbricada ao bloco sócio histórico que dá
sustentação política ao Serviço Social na sociedade brasileira. Esse
fio conservador coesiona tanto as bases de interpretação da
sociedade, o campo dos valores norteadores da ação profissional,
assim como o aperfeiçoamento de seus procedimentos operativos.

Em 1960, surgem mudanças da categoria profissional de assistência


social, onde surgiram debates, que tem por nomeação “Movimento da
Conceituação”2. Nesse debate que ocorrem grandes mudanças na profissão.
Mudanças essas assumiram um novo pensamento, sobre como compreender a
estrutura da burguesia, partindo dos princípios críticos de Marx, Amaro (2012).
Martins (2007) e Santos (2012) ressaltam a relevância de resgatar o
contexto histórico da profissão de Serviço Social, pois possibilita e a análise do
2
Como afirma Netto (2005,148-149) [...] É no marco da reconceptualização que, primeira vez
de forma aberta, a elaboração do Serviço Social vai socorre-se da tradição marxista- e o fato
central é que, depois da reconceiptualização, o pensamento de raiz marxiana deixou de ser
estranho ao universo profissional dos assistentes sociais. [...]Não se trata, como se vê, de um
ingresso muito feliz da tradição marxista em nosso terreno profissional; entretanto- e não há
que perder de vista este aspecto-, o principal é pensar-se a profissão sob a lente de correntes
marxistas; a partir daí, a interlocução entre Serviço Social e a tradição marxista inscreveu-se
como um dado da modernidade profissional.
trabalho do Assistente Social na educação. O Serviço Social na educação teve
início desde o início da profissão, porém não tinha prioridade comparado a
outras políticas públicas. No ano de 1990, época que estabeleceu-se o Projeto
Ético Político3, com trabalhos, fóruns, seminários no campo do Serviço Social
voltado para educação, não havia grande quantidade de artigos e livros
relacionado ao tema.
Perante a degradação do serviço público brasileiro, que compõem a
educação, segundo a afirmação de Witiuk, justifica-se

[...] no Brasil atual, há uma tendência dominante de sucateamento do


serviço público e das políticas públicas o que é contraposto pelas
lutas dos movimentos populares e educacionais que lutam pela
defesa de direitos de cidadania, ou seja, o acesso à educação de
caráter público. É nesse sentido que se dá a inserção do Assistente
Social no âmbito da educação, historicamente enquanto segmento da
classe trabalhadora que move o processo de correlação de forças, na
busca de concretização da escola como espaço de formação de
indivíduos críticos na construção de novos valores que permitam a
recriação de sujeitos individuais e coletivos (WITIUK, 2004, p.1).

A atuação do assistente social na educação é de extrema importância


devido a ajustes e cortes financeiros nas políticas públicas e sociais. Para o
Assistente Social o seu papel é produzir melhorias no ambiente escolar,
propondo estratégias social e política como afirma Iamamoto (2011, p.149):

O assistente social, que é chamado a implementar e viabilizar


direitos sociais e os meios de exercê-los, vê-se diante dos limites em
suas ações, que dependem de recursos, condições e meios de
trabalho cada vez mais escassos para operar as políticas sociais.

A política educacional, assim como todas as outras, rodeiam o processo


da vida material e das relações sociais de cunho capitalista, conforme ressalta
Barbosa (2012, p.71):
Apesar de a universalização da educação ter sido necessária ao
capital para a construção de um novo homem e de uma nova forma
de trabalho, ao mesmo tempo o capitalismo ampliou e restringiu essa
universalização, pois ela se colocou para a classe trabalhadora como
meramente formal [...]. Dessa maneira, a universalização da
educação na sociedade capitalista atende à necessidade de expandir
a formação escolar e ao mesmo tempo restringir o saber aos limites
aceitáveis para o capital.
3
9 [...] a materialização do Projeto Ético-Político profissional construído nos últimos 30 anos no
seio da categoria, haja vista que formulados para dar sustentação legal ao exercício
profissional dos/as assistentes sociais, mas que não se restringem a essa dimensão. Pelo
contrário, fortalecem e respaldam as ações profissionais na direção de um projeto em defesa
dos interesses da classe trabalhadora e que se articula com outros sujeitos sociais na
construção de uma sociedade anticapitalista. (BRASIL -CFESS, 2011, p.14).
Embora haja várias sugestões, o Serviço Social ainda é pouco
reconhecido e na mesma medida também é desvalorizado no contexto escolar,
parafraseando, Santos (2012, p.97): “a inclusão do profissional de serviço
social pela via governamental nas escolas públicas ainda é pouco expressiva
se compararmos à inserção no campo da saúde ou da assistência social”.
O Serviço Social na escola, como ressalta o texto do Projeto de Lei do
deputado Raimundo Gomes de Matos (2012, p.4):

Identifica as demandas presentes no espaço escolar, tendo em


vista que os profissionais da educação não conseguem dar
conta, sozinhos, dos problemas sociais, afetivos e culturais dos
alunos. Para tanto, o Assistente Social, com sua formação
especializada, apresenta-se como uma necessidade urgente
para atender às inúmeras e complexas demandas que
convergem para a escola, influenciando no processo educativo
e na formação de cidadãos e cidadãs aptos a atuarem na
construção de uma sociedade mais justa e feliz.

3. ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL PARA A EDUCAÇÃO

Conforme Yasbek (2006) conseguimos compreender que a origem do


Serviço Social como profissão no Brasil, como forma de ocupar um espaço na
divisão técnica e social do trabalho, assim como a estruturação de um mercado de
trabalho, é decorrente de relações históricas sociais, políticas e econômicas que
ressaltam sua necessidade social e definem os a quem usufrui.
Portanto, os serviços sociais foram elaborados para atender exigências
da classe trabalhadora, porém a principal motivação do Estado e empresários
era de dominar, por meio das realizações socioeducativas dos assistentes
sociais, bem como em caráter político e econômico. Em outros termos,
conforme com Iamamoto e Carvalho as políticas sociais também são
estratégias do capital para diminuir gastos com os meios de reprodução da
classe trabalhadora, pertencendo as políticas de habitação, cultura, saúde e
educação devolvendo uma pequena parcela do que o proletariado produz que
se apropria pelo Estado e empregador.
De acordo com NETTO (1992), podemos declarar que as políticas
sociais evidenciam multiplicações e respostas aos padrões de proteção social
segmentadas a expressões complexas do capitalismo em questão social.
Na hipótese da Política Pública da Educação, A Brochura do CFESS –
“Subsídios para atuação de assistentes sociais na política de educação” (2001)
informa que o resultado é historicamente definidas de acordo com o confronto
das contradições que definem a sociedade capitalista pelo Estado e as classes
sociais, condizentes com as ações institucionalizadas em resposta ao confronto
da questão social.

3.1 SERVIÇO SOCIAL E A EDUCAÇÃO ESPECIAL

O Assistente Social tem seu desempenho efetivo ao manejar as políticas


de acesso para as famílias com filhos na APAE e dessa forma, cumprindo o
acesso a direitos estabelecidos pela legislação de modo ao qual haja uma
perspectiva de trabalho em demais setores.

A cidadania efetivar-se-á por meio de ações e soluções nas áreas de


saúde, educação, trabalho, assistência social, cultura, esporte, lazer,
acessibilidade, adequação arquitetônica, meios de transporte e de
comunicação, dentre outros, mas essas respostas devem estar
adequadas à nossa realidade econômica e social e por isso mesmo
baseadas na participação social e na simplificação de meios sem que
isso signifique diferenças de cidadania (MUNHÓS e PEREIRA, 2015).

De acordo com IBDD – Instituto Brasileiro dos direitos da pessoa com


deficiência (2008, p. 51)
Precisamos realizar um trabalho permanente de conscientização com
a realização de campanhas mobilizando a sociedade e o Estado,
chamando à participação, produzindo e divulgando conhecimento,
tornando o país parte do processo de resgate de cidadania.
Precisamos atuar na área de inclusão social realizando atendimento
especializado, orientando e encaminhando, normalizando a vida das
pessoas com deficiência em suas dificuldades cotidianas.
Precisamos, na área de prevenção, construir, integradamente com as
ações básicas de saúde, medidas simples e que, inseridas nas
rotinas do sistema, podem evitar até cerca de 60% das deficiências.

Outro marco importante de grande conquista para a pessoa com


deficiência foi o reconhecimento da língua de sinais. Em 2002, a Lei nº 10.436
identifica a língua de sinais como elemento legal de comunicação e expressão,
como também, outros mecanismos de expressão associados e o MEC por
recurso da portaria nº.2678 aprovando o projeto da ortografia em braile para a
língua portuguesa, recomendada o uso em todo território nacional,
estabelecendo diretrizes e normas para utilização do sistema Braille nas
modalidades de ensino.
Em 2011 teve avanços significativos no sistema educacional inclusivo
com o Plano nacional dos direitos da pessoa com deficiência. O plano viver
sem limites em seu artigo 3°, tem como eixos: educação, acessibilidade,
atenção a saúde e inclusão social. Nesse eixo educacional presume:

• Implantação de salas de recursos multifuncionais, espaços nos


quais é realizado o AEE;
• Programa escola acessível, que destina recursos financeiros para
promover acessibilidade arquitetônica nos prédios escolares e
compra de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva;
• Programa caminho da escola, que oferta transporte escolar
acessível;
• Programa nacional de acesso ao ensino técnico e emprego
(Pronatec), que tem como objetivo expandir e democratizar a
educação profissional e tecnológica no país;
• Programa de acessibilidade no ensino superior (Incluir);
• Educação bilíngue – Formação de professores e
tradutoresintérpretes em Língua Brasileira de Sinais (Libras);
• BPC na escola. (GIL, 2017)

E no ano de 2011, de acordo com o Decreto nº. 7611, afirma que

É dever do Estado garantir um sistema educacional inclusivo em


todos os níveis e em igualdade de oportunidades para alunos com
deficiência; aprendizado ao longo da vida; oferta de apoio necessário,
no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua
efetiva educação, entre outras diretrizes (GIL, 2017).

Já 2016 a Lei nº. 13.409 detêm acerca da reserva de vagas para


pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das
instituições federais de 24 curso de ensino. As pessoas com deficiência serão
inseridas no programa de cotas de instituições federais de educação superior,
que já beneficiam estudantes provenientes de escolas públicas, de baixa
renda, negros, pardos e indígenas. O cálculo da cota baseia-se na escala em
relação à população, de acordo com o censo 2010 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE, 2010).
Na iminência para que o direito seja garantido com qualidade e universal
é provida a Política Educacional, necessitando de investimentos sociais,
econômicos e políticos, o que declara GARCEZ:
A Educação pode ser definida como política pública cujas prioridades
são oriundas da sociedade que se organiza no intuito de que seus
pleitos ganhem espaço nas agendas governamentais, posto que ,
para se efetivarem, necessitam de investimentos sociais, políticos e
econômicos”. ( GARCEZ, 2010, p. 01)

Assim sendo, o assistente social quando é inserido na política


educacional ou em ambientes escolares, precisam conhecer deve ter
conhecimento da rede para efetuar um trabalho articulado entre os serviços. A
respeito disso BEHRING e BOSCHETTI (2006), declara que o desenvolvimento
das políticas sociais públicas de proteção aos indivíduos se caracterizaram de
formas setorializada e desarticulada, assumindo características hierarquizadas
e centralizadoras.

3.2 O TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL FRENTE A VIOLENCIA


ESCOLAR

Não é somente necessário caracterizar a educação como um novo


ambiente para ser inserido, mas também reconhecer o papel do Assistente
Social no ambiente escolar, tanto como reconhecer o espaço profissional e
suas necessidades.

[...] Educação e Serviço Social são áreas afins, cada qual com sua
especificidade, que se complementam na busca por objetivos comuns
e projetos político-pedagógico pautados sob a lógica da igualdade e
da comunicação entre escola, família, comunidade e sociedade
(SOUZA, 2005, p.39)

Posto isso, inserir o Assistente Social na educação pública instituiu-se


em garantir o funcionamento da cidadania ao aluno, buscando promover a
democracia, através da abertura de espaços de apoio e abrangência na
vivência escolar, e uma delas nos dias atuais é a violência no espaço escolar.
Ao discutir esta relação entre Serviço Social e Educação Santos

Acredita-se que uma das maiores contribuições que o Serviço Social


pode fazer na área educacional é a aproximação da família no
contexto escolar. É intervindo na família, através do trabalho de grupo
com os pais, que se mostra a importância da relação escola-aluno-
família. O assistente social poderá diagnosticar os fatores sociais,
culturais e econômicos que determinam a problemática social no
campo educacional e, consequentemente, trabalhar com um método
preventivo destes, no intuito de evitar que o ciclo se repita novamente
(SANTOS, 2005, p.44).
Então o Assistente Social vem com objetivo de auxiliar as escolas no
combate e prevenção da violência no ambiente escolar, pois nos dias atuais o
índice de violência tanto entre adolescentes e também entre alunos e
professores. Não se tem mais a fronteira entre a escola e a violência das ruas.
Vandalismo, agressões, confronto entre gangues, roubos, tráfico e até
assassinatos passaram a fazer parte da rotina escolar.
O Assistente Social tem como papel principal a preparação ou estimular
crianças e adolescentes no meio escolar, em assumir seu papel se cidadão,
assumindo um pensamento crítico, de forma individual, coletivo e para bem
comum.
Portanto, o papel educativo do assistente social é no sentido de
elucidar, desvelar a realidade social em todos os seus meandros,
socializando informações que possibilitem a população ter uma visão
crítica que contribua com a sua mobilização social visando à
conquista dos seus direitos (MARTINS, 2007,p.135).

A luta contra a violência na escola, não é atual os primeiros estudos


brasileiros datam da década de 1970, quando pedagogos e pesquisadores
procuravam explicações para o crescimento das taxas de violência e crime,
primeiramente a violência nas escolas era marcado por destruição do
patrimônio da escola mas nos dias atuais passou para violência física tanto
entre os adolescentes e também com professores.
Para alcançar uma educação sem atos de violência é necessário
envolver aspectos relacionados à democracia, que na concepção de Tuvilla
Rayo (2004) é requisito necessário para o exercício dos direitos humanos, para
o pleno desenvolvimento da justiça social, e prevenção contra qualquer tipo de
abuso.
Segundo informações do site da UNESCO (Organização das Nações
Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura) que conforme as pesquisas
realizadas no Brasil, o que chama a atenção que existe uma tendência à
naturalização da percepção das violências nas escolas. Por exemplo, as
brigas, os furtos e as agressões verbais são consideradas acontecimentos
corriqueiros, sugerindo a banalização da violência e sua legitimização, como
mecanismo de solução de conflitos.
Logo a profissão se caracteriza por ser interventiva, analisando a
realidade social que é reflexo da questão social
Ao profissional do Serviço Social destina-se outras tarefas que se
realizam como instrumentalizadoras das ações de outros
profissionais, tornando-o diretamente comprometido com a proteção e
vigilância dos direitos de cidadania, relativo ao seu objetivo de ação
profissional. Ao profissional cabe mais que a mera execução de
ordens, pois, ele se caracteriza como um intelectual, um técnico, que
deve possuir um sabe a ser consumido no seu processo de trabalho
(GENTILLI,1998, p.181)

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Você também pode gostar