Você está na página 1de 16

UNIFASIPE CAMPUS SINOP BIOMEDICINA

LUANA DA SILVA RODRIGUES DO CARMO

RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS DE HEMATOLOGIA

Sinop/MT
2021
2
Relatório de aulas práticas de hematologia
Sinop - UNIFASIPE

Sinop/MT
2021
3
I. DOSAGEM DE HEMOGLOBINA
INTRODUÇÃO

É um dos testes realizados para avaliar o controle glicêmico, ou seja, o controle


de açúcar no sangue, da pessoa com diabetes. Também pode ser utilizado para auxiliar o
médico no diagnóstico de diabetes e pré-diabetes. Por isso, o exame de hemoglobina é
um teste de rastreamento para a doença, ou seja, um teste de check-up para o diabetes
(PECHARKI, 2021).
Oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses e ao
sofrer menor variabilidade dia a dia e independer do estado de jejum para sua
determinação. Vale reforçar que se trata de medida indireta da glicemia, que sofre
interferência de algumas situações, como anemias, hemoglobinopatias e uremia, nas
quais é preferível diagnosticar o estado de tolerância à glicose com base na dosagem
glicêmica direta. Outros fatores, como idade e etnia, também podem interferir no
resultado (DE OLIVEIRA JUNQUEIRA, JORDANA MESSIAS et al, 2021).
O método sugerido pelo Comitê Internacional de Hematologia para dosagem da
hemoglobina é o da cianometaemoglobina. Esse método apresenta três importantes
vantagens: A hemoglobina, a metaemoglobina e a carboxiemoglobina são convertidas
em cianometaemoglobina, sendo todas incluídas na determinação; Facilidade de obter
padrões para calibração; A cianometaemoglobina tem uma faixa de absorbância de
540nm, podendo ler a densidade óptica tanto em espectrofotômetro de faixa estreita
como em fotômetro ou colorimento, com filtro verde-amarelo (NAOUM, 2008).

OBJETIVO DA TÉCNICA

Execução da tecnica e realização da dosagem de hemoglobina de maneira


eficiente prezando os cuidados adequados com os materiais para que a análise seja
completa, a fim de averiguar o nível de glicemia.
Hemoglobina glicada como um importante marcador para o controle do
paciente diabético, beneficiando uma comunidade grande de diabéticos e por
extensão toda a sociedade (KUNDE, 2005).

IMPORTÂNCIA CLINICA

4
A dosagem da A1C tem grande importância na avaliação do nível de controle do
DM, sendo indicada para todos os portadores de diabetes. Importante frisar que ainda
não existem evidências que justifiquem a realização desse exame com finalidade
diagnóstica, mas apenas para acompanhar o tratamento (SUMITA, N. M. &
ANDRIOLO, 2008).
A associação entre a hemoglobina glicada (A1C) e o diabetes mellitus (DM) já é
conhecida desde a década de 1960(9). No entanto, a real utilidade deste parâmetro
laboratorial passou a ser reconhecida após a publicação de dois importantes estudos:
Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), de 1993(2), e United Kingdom
Prospective Diabetes Study (UKPDS), de 1998(12). Desde então, os métodos para a
dosagem da A1C evoluíram e o custo da determinação sofreu queda significativa em
razão do uso crescente deste exame no controle do diabetes (SUMITA, N. 2009).

MATERIAL E MÉTODO

A dosagem de hemoglobina pode ser realizada por métodos manuais utilizando


espectrofotômetro ou por automação em contadores hematológicos. O método mais
comumente utilizado para a dosagem de hemoglobina é o cianometemoglobina, que tem
como princípio, a oxidação do íon ferroso da hemoglobina, oxihemoglobina e
carboxihemoglobina pelo ferrocianeto, formando a metemoglobina (MAGNO et al,
2017).
Os materiais usados na dosagem de hemoglobina são: Tubo de ensaio, pipetas
automática de 20 ul, ponteiras 0-100ul, líquido diluidor, espectrofotômetro, papel
higiênico, descarte para tubos, descarte para ponteiras.
Diluir uma amostra de sangue em solução que contenha cianeto e ferrocianeto de
potássio (reagente de DRAKIN) com ph 9,6(para precipitar proteínas e turvar). A
hemoglobina , metahemoglobina , carboxiemoglobina,carboemoglobina e outras formas
de hemoglobina (exceção sulfoemoglobina) são convertidas em cianometaemoglobina;
De inicio é adicionado 20 ul de sangue, colhido com anticoagulante, em 5 ml da solução
de DRABKIN, em seguida homogeneizar e esperar por 10 minutos. Depois fazer a
leitura de absorbância em espectrofotômetro em 535 nm contra a solução, e DRAKIN,
como branco. Por último fazer a leitura do padrão.
RESULTADOS

5
Ao fazer a mistura de reagentes, foi possível notar uma coloração alaranjada por
conta do rompimeento dos eritrócitos, provocado pelo reagente de cor que colore a
hemoglobina.
A leitura da amostra é determinada através da diluição com líquido Drabkin,
feita no espectrofotômetro (535 - 545 m m), apresentando os resultados de: 45% =
15g/dl : 5,0 m m³.
4,5 x 3 = HB x 3 = HT, sendo portanto o resultado final: 13,5 g/dl = 40%.
Os valores de referência são:
Recém-nascido: 18,50 a 21,50 g/dl, 1 a 2 meses : 15,50 a 18,50 g/dl, 2 a 6 meses :
13,00 a 16,50 g/dl, 7 a 23 meses : 10,0 a 14,00 g/dl, 2 a 4 anos : 11,20 a 14,30 g/dl,
5 a 13 anos :12,20 a 15,00 g/dl, Mulheres : 11,50 a 16,00 g/dl, Homens : 13,50 a
18,00 g/dl.

DISCUSSÕES

Pequenas variações para mais ou para menos não necessariamente indicam


alguma doença. Obviamente, quanto mais afastado um resultado se encontra do
valor de referência, maior é a chance disso verdadeiramente representar alguma
patologia (PINHEIRO, 2022).
Dependendo dos métodos utilizados, muitos fatores podem afetar ou interferir
nos resultados. Os fatores mais conhecidos são a fração lábil e a conservação da amostra
(64-66). Estes estudos são antigos e há carência de dados recentes que possam ser
aplicados aos novos métodos e equipamentos disponíveis no mercado (CAMARGO,
GROSS. 2004).
A dosagem de hemoglobina A2 (Hb A2 ) é comumente feita utilizando-se como
amostra solução de hemoglobina (hemolisado clássico com clorofórmio ou tetracloreto
de carbono) ou hemolisados com saponina, apesar de os valores de referência para tal
determinação terem sido estabelecidos a partir de dados tendo apenas solução de
hemoglobina como amostra (OLIVEIRA, R. A. G. et al. 2021).
A dosagem da A1C tem grande importância na avaliação do nível de controle do
DM, sendo indicada para todos os portadores de diabetes. Importante frisar que ainda
não existem evidências que justifiquem a realização desse exame com finalidade
diagnóstica, mas apenas para acompanhar o tratamento (SUMITA, N. M. &
ANDRIOLO, A. 2008).

6
CONCLUSÃO

Para concluir, a medição da hemoglobina é uma ferramenta útil no diagnóstico e


gerenciamento de várias condições médicas. Entretanto, é importante lembrar que os
níveis de hemoglobina podem ser afetados por muitos fatores, por isso é importante o
prestador de serviços de saúde interpretar os resultados de uma medida no contexto da
condição clínica do pacienpçte individual.
A medição da hemoglobina é uma ferramenta valiosa que pode fornecer
informações importantes sobre a saúde de um indivíduo. Entretanto, é importante
considerar os resultados da medição, para a avaliação mais precisa de saúde do
individuo. Os níveis de hemoglobina do paciente devem ser monitorados e medidos
regularmente, a fim de obter resultados de sua saúde.

II. MICROHEMATÓCRITO
INTRODUÇÃO

7
O microhematócrito é uma técnica manual e complementar ao hemograma que
permite mensurar o volume que os eritrócitos ocupam num determinado volume de
sangue total. Através desta técnica é possível diagnosticar e monitorar prováveis
anemias resultantes da deficiência de ferro ou sangramento recente e também
policitemias resultantes de uma desidratação. (LEAL GALARÇA et al., 2013).
O valor hematócrito, o qual mensura a porcentagem de células sólidas
sangüíneas, está diretamente ligado ao número de elementos figurados sangüíneos,
dentre eles citam-se hemácias, basófilos, eosinófilos, heterófilos, leucócitos, monócitos,
plaquetas. (ROSÁRIO et al ., 2002).
Utilizado em laboratórios sem automação, corresponde ao volume compacto dos
glóbulos vermelhos em relação ao volume total de sangue em um capilar de vidro,
obtido após microcentrifugação de 11.000 rpm por 5 minutos. Embora mais
modernizada, depende de um profissional capacitado e com experiência, principalmente
para leitura do resultado após a centrifugação, que pode ser interpretado de maneira
errônea. Além de a leitura ser um interferente, ainda existem diversos outros, cada um
podendo reduzir ou aumentar o valor do hematócrito. (DE FREITAS, 2012).

OBJETIVO DA TÉCNICA

Determinar a porcentagem dos eritrócitos, a partir de parâmetros hematológicos


no sangue, para diagnosticar algumas situações, como a anemia.
Destaca-se a relevância do exame microscópico do esfregaço sanguíneo e da
avaliação do microhematócrito, capazes de detectarem anemias e classificá-las, de
identificarem alterações morfológicas celulares, de reconhecerem inclusões celulares, de
revelarem a presença de hemoparasitos entre outras alterações fundamentais que devem
ser observadas no exame hematológico (BERNARDO et al., 2016; CARMO et al.,
2020)

IMPORTÂNCIA CLINICA

Apesar dos avanços tecnológicos, o microhematócrito permanece como uma


técnica extremamente acurada, precisa e rápida para a determinação do volume
eritrocitário, podendo ser empregado inclusive para validar a performance de sistemas

8
automatizados, nos quais o volume globular (VG) é calculado a partir do volume e da
população de eritrócitos presente na amostra (DE NICOLA, 2011).
Com a confecção de um capilar de hematócrito, pode-se obter a capa flogística
ou leucocitária, a partir da qual é possível fazer um esfregaço para facilitar a
identificação de hemoparasitos (THRALL et al., 2015). Além disso, a observação
microscópica do referido capilar, na região inicial do plasma, é uma das técnicas
utilizadas na pesquisa de Trypanosoma spp. (Técnica do Microhematócrito ou Técnica
de Woo) (BASTOS et al., 2015)

MATERIAL E MÉTODO

Os materiais usados foram: Capilar de microhematócrito, microcentrífuga, régua


de leitura de hematócrito, papel higiênico e descarte para capilar.
Encher com o sangue o tubo para microhematócrito, até dois terços do seu
volume. Para tubos heparinizados o sangue capilar pode ser usado. 2. Selar o tubo,
introduzido a extremidade vazia na massa própria, com movimentos de rotação, até
aproximadamente 5mm de profundidade. 3. Encher os demais tubos de modo idêntico.
4. Coloca-os na microcentrifuga em posição diametralmente opostas com a parte selada
voltada para fora. Observar a numeração evitando a troca de resultados. 5. Após tampar
convenientemente a microcentrifuga, coloca-a em movimento por cinco minutos.
Tempo superior a este não altera a sedimentação dos glóbulos. 6. Desligar o aparelho.
Retirar os tubos e fazer a leitura usando a escala própria (LORDÊLO, 2006).

RESULTADOS

Não houve dificuldade na realização da técnica do microhematocrito, as quais


foram muito bem explicadas previamente. Por fim, foi usado uma pipeta automática
para conseguir acertar o volume correto no tubo e depois colocado na centrífuga para
determinar o hematócrito.
Os resultados se apresentaram em baixo dos valores de referência para mulheres
(apresentou volume globular baixo de 35%). Por conta dos dados utilizados para o
cálculo dos índices não serem da mesma paciente, pois a cada aula prática alternamos as
coletas e as dosagens, com isso os valores se tornaram muito discrepantes. Se o paciente
apresentar o nível abaixo de 40%, há suspeita de anemia.

9
A prática foi muito proveitosa, com a oportunidade de enriquecer um pouco
mais o conhecimento, para aprender a identificar os possíveis erros nas análises
laboratoriais, as quais podem ser decorrentes desde como a troca de amostras ou
interpretação dos resultados.

DISCUSSÕES

A presença de coágulos nas amostras pode causar alterações nos resultados do


hematócrito, gerando uma falsa diminuição no número de hemácias. No método de
impedância os coágulos podem interferir na correta amostragem ou obstruir os
orifícios e tubulações do equipamento. Os microcoágulos podem interferir inclusive
com omicrohematócrito, uma vez que podem gerar compactação incompleta da amostra
(BANDEIRA et al., 2014).
A aglutinação é outra alteração que pode interferir nos resultados do
hematócrito, gerando uma contagem falsamente baixa de hemácias por impedância, pois
as hemácias aglutinadas podem ser contadas como uma única hemácia grande, ou serem
desconsideradas na contagem. Portanto, em casos de aglutinação, o microhematócrito é
capaz de fornecer uma estimativa mais acurada e precisa do volume de eritrócitos (DE
NICOLA, 2011).
Deve-se atentar para casos de leucocitose ou leucopenia, visto que os valores
podem se apresentar superestimados ou subestimados devido a presença de
interferentes, como eritrócitos nucleados, hemácias não lisadas e plaquetas gigantes.
Além disso, apenas com a avaliação microscópica é viável a observação de desvios à
esquerda e, logo, da resposta medular do indivíduo frente à inflamação (BANDEIRA et
al., 2014).
O hematócrito é normalmente solicitado como parte do hemograma e é repetido
em intervalos regulares sob várias condições: para diagnóstico de anemia e policitemia;
para o monitoramento do tratamento da anemia (GOMES, KEILA R. et al, 2006).

CONCLUSÃO

Para concluir, o microhematócrito é uma ferramenta valiosa para medir os níveis


de eritrócitos no corpo. Ele é preciso, preciso e fácil de usar. Com uma técnica

10
adequada, ele pode ser um recurso valioso no diagnóstico e tratamento de muitos
distúrbios sanguíneos.
A avaliação microscópica de amostras de sangue, bem como a observação do
microhematócrito, são de extrema importância para uma correta interpretação dos
resultados e para o diagnóstico precoce de doenças, o que muitas vezes não é possível
com exames automatizados, pois os aparatos não têm capacidade de detectar
principalmente alterações morfológicas para reconhecer.

III. CONFECÇÃO DE EXTENSÃO SANGUÍNEA E MORFOLOGIA


INTRODUÇÃO

11
O esfregaço sanguíneo é feito colocando-se uma pequena quantidade de sangue
sobre a lâmina, formando uma película fina. Essa lâmina deve ser corada e levado ao
microscópio óptico para análise (RONCATI, 2006).
Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos, são os elementos presentes em
maior quantidade no sangue, e possuem a função de transportar oxigênio pelos
diferentes tecidos do corpo humano; Plaquetas, que são fragmentos citoplasmático das
células produzidos na medula óssea, e que participam do processo de coagulação
sanguínea; E leucócitos ou glóbulos brancos, que são produzidos na medula óssea e no
tecido linfático, e têm como função principal atuar na defesa do organismo contra
agentes infecciosos, por meio da produção de anticorpos. Além disso, são divididos em:
Granulócitos (basófilos, neutrófilos e eosinófilos) e Agranulócitos (linfócitos e
monócitos) (HOFFBRAND, 2013).
A técnica laboratorial destinada à visualização de compostos sanguíneos ao
microscópio consiste em uma fina camada de sangue colocada em uma lâmina de vidro
;que foi fixada e corada, chamada de extensão de sanguinea, sendo um teste realizado
em hematologia para a contagem e a identificação de anormalidades nas células do
sangue. "Na porção da lâmina onde normalmente se faz a avaliação qualitativa dos
eritrócitos, na qual se observa confinamento dos mesmos, porém sem sobreposição
celular, tanto as bordas como a porção central desta região foram examinadas (COMAR
SR et al, 2009).

OBJETIVO DA TECNICA

A Confecção de Extensão sanguínea tem como finalidade analisar a morfologia


das células, fornecer informações sobre estimativa de contagem de leucócitos,
plaquetas, estudar problemas hematológicos como doenças encontradas no sangue e
eventualmente parasitas. Fazendo a identificação de anormalidades nas células.
"Podendo fornecer informação que não pode ser obtida através das máquinas de
hemograma. Deste modo, o esfregaço sanguíneo deve ser considerado um método
complementar ao hemograma e observado em todas as amostras." (VILLIERS 2007;
WEISS & TVEDTEN 2012; VALENCIANO et al. 2014).
IMPORTÂNCIA CLÍNICA

12
Geralmente, não se examina o esfregaço para diagnosticar a malária, mas há exceções a
essa regra. O exame do esfregaço é recomendado quando a gota espessa for pequena demais,
houver sido perdida durante a coloração, sofrido autofixação ou se tornado impossível de
examinar por algum outro motivo. Também pode-se usar o esfregaço quando a confirmação da
espécie for difícil ou incerta na gota espessa e quando a parasitemia for muito elevada (OMS,
2010).
O esfregaço sanguíneo pode ser utilizado como meio de diagnóstico de
hemoparasitas. A zona preferível para a sua procura é a cauda do esfregaço. Estes
organismos podem parasitar diferentes células sanguíneas, pelo que podem ser
observadas nos eritrócitos, leucócitos, plaquetas ou livres no fundo do esfregaço."
(HARVEY 2012; VALENCIANO et al. 2014).

MATERIAL E MÉTODO

Os materiais usados nesse metódo foram: Lâminas, Lâminas extensoras, Pipetas


automáticas de 5 ou 10 ul, Ponteiras 0-100ul, Descarte para ponteiras, Descarte para
Lâminas e Papel Higiênico.
A utilização de um esfregaço sanguíneo bem feito é essencial para a correta
avaliação dos elementos sanguíneos. Deste modo, para a realização do esfregaço deve-
se colocar uma pequena gota de sangue misturado na ponta de uma lâmina limpa. Com
a ajuda de outra lâmina colocada 3 em ângulo sobre a superfície da primeira, devemos
puxá-la para trás até estar em contacto com a gota de sangue; de seguida, puxá-la para a
frente num movimento contínuo, rápido e suave, de modo a espalhar o sangue pela
lâmina. O ângulo entre as duas lâminas pode variar conforme o tamanho do esfregaço
que se quer, sendo que um ângulo menor produz um esfregaço maior. Assim, pode-se
usar um ângulo maior em casos de sangue muito anémicos, e um ângulo menor quando
há hemoconcentração. De qualquer modo, o esfregaço não deverá ser tão longo ao
ponto de se estender até ao fim da lâmina, uma vez que poderá perder a zona de
monocamada, essencial para avaliar os elementos sanguíneos (WEISS & TVEDTEN
2012; VALENCIANO et al. 2014).

RESULTADOS

13
Foi confeccionado uma lâmina e na observação do esfregaço sanguíneo, através
do microscópio óptico, foi possível identificar a presença de todos os elementos
figurados do sangue. Foi percebido que as células mais frequentes foram os glóbulos
vermelhos (hemácias ou ainda eritrócitos). Além disso, foi perceptível a grande
quantidade de um dos tipos de leucócitos granulócitos, os neutrófilos. Os basófilo,
foram os mais difíceis de serem encontrados, pois representam apenas cerca de 1% do
total de leucócitos existentes no sangue.

DISCUSSÕES

A extensão sanguinea observada pelo microscópio permite observar inúmeras


hemácias, praticamente da mesma forma e alguns tipos de leucócitos. A grande
presença de linfócitos também foi observada. Por fim, pode se observar um aglomerado
de plaquetas, cujos detalhes não puderam ser observados. " Deve-se também ter cuidado
ao examinar as lâminas para não confundir precipitados de corante com plaquetas,
particularmente em pacientes trombocitopênicos (COMAR SR et al, 2009).
Os leucócitos ou glóbulos brancos, são células incolores que atuam protegendo o
corpo contra organismos invasores e desencadeando respostas imunológicas. A
partir da medula óssea onde são produzidos, são levados através dos vasos
sanguíneos para todo o corpo. Eles são divididos em dois grandes grupos, os
granulócitos (que possuem grânulos no citoplasma e núcleo com formato irregular), são
eles: basófilos, neutrófilos e eosinófilos e os agranulócitos (que não possuem grânulos
e apresentam núcleo com formato relativamente regular), são eles: monócitos e
linfócitos (LORENZI, 1999).
Quando o esfregaço não é realizado logo após a colheita, dever-se-á armazenar o
sangue num tubo com anticoagulante, de preferência ácido etilenodiamino tetra-acético
(EDTA), já que preserva a morfologia celular de amostras refrigeradas até 24 horas após
colheita, ao contrário de outros anticoagulantes, como a heparina. O citrato também
pode ser utilizado para avaliar a morfologia celular, mas como é necessário diluir a
amostra em 10%, interfere com as contagens celulares manuais. O tubo de sangue
deverá ser enchido até à marca de cada tubo, de modo a ter a proporção de sangue ideal
para a quantidade de anticoagulante no tubo (WEISS & TVEDTEN 2012;
VALENCIANO et al., 2014).

14
A metodologia utilizada na confecção de lâminas contendo material sanguíneo é
a técnica esfregaço, que consiste no espalhamento do material sobre a lâmina,e
consequente secagem e coloração. Quanto aos corantes utilizados, um método no qual
uma solução de corantes poderia corar diferentes estruturas a partir da mistura dos
corantes eosina e azul de metileno. Características de um bom esfregaço incluem os
bordos retos, a ocupação de cerca de dois terços da lâmina, o término em franja e a
extensão uniforme, lisa e sem buracos ou ondulações. Na observação ao microscópio as
duas bordas onde são realizadas as contagens devem apresentar os eritrócitos mais
separados e os leucócitos bem distribuídos (CARVALHO DE OLIVEIRA et al, 2019).

CONCLUSÃO

Com a aula prática baseada na observação microscópica de células do tecido


sanguíneo humano, foi possível concluir que é preciso um pouco de técnica e prática
para que o esfregaço sanguíneo seja satisfatório, e que os corantes são de fundamental
importância para a visualização dos leucócitos.
Diante do contexto concluímos que a confecção do esfregaço sanguíneo
permite avaliar leucócitos, hemácias e plaquetas e observando a lâmina, pode -se
perceber que as hemácias se apresentam em maior número que o restante das células.
Concluiu -se também que as células do tecido sanguíneo estão imersas no plasma, e as
plaquetas no esfregaço corado tende a aparecer em grupos.

15
IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

DE FREITAS, Regiane. Estudo Comparativo entre dois métodos para determinação do


hematócrito. In: FACSAUDE-Biomedicina. 2012.

DE OLIVEIRA JUNQUEIRA, Jordana Messias et al. Diabetes mellitus gestacional e


suas complicações–Artigo de revisão Gestational diabetes mellitus and its
complications–Review article. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 12, p. 116574-
116589, 2021.

FONSECA, Lívia Araújo da. Reação em cadeia da polimerase (PCR) de sangue


periférico e esplênico para diagnóstico de babesiose equina. 2012.

GALARÇA, Leandro Leal et al. Realizando a Técnica de Microhematócrito em Aula


Prática. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 4, n. 1, 2012.
GOMES, Keila R. et al. Avaliação do hematócrito e da proteína plasmática em sangues
hemodiluidos. Revista científica eletrônica de medicina veterinária, Ano III, n. 7, 2006.

KUNDE, Juliana. Métodos utilizados na dosagem de hemoglobina glicada e a sua


importância na prevenção de complicações crônicas do diabetes mellitus. 2005.
MAGNO, Jéssica Abatzou; MIGUITA, Karen; OSHIRO, Marilena. Métodos
alternativos para avaliar a concentração de Hemoglobina livre no plasmauma. Bol. do
Inst. Adolfo Lutz, p. 1-3, 2017.

MEDEIROS, Ana Elisa Barros et al. A importância da microscopia e da confecção do


microhematócrito na avaliação hematológica em Medicina Veterinária: The importance
of microscopy and the preparation of the microhematocrit in hematological evaluation
in Veterinary Medicine. Archives of Health, v. 3, n. 2, p. 230-236, 2022.

NAOUM, Paulo C.; NAOUM, Flavio A. Hematologia laboratorial. Leucócitos. Editora


Academia de Ciência e Tecnologia, S. J. Rio Preto, 2006.

Oliveira, R. A. G. et al - A dosagem de hemoglobina A2 pode ser feita a partir de


amostra de hemolisado com saponina ?. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 62(1): 17 - 20, 2003.

16
OMS. Bases do diagnóstico microscópico da malária: Parte I: Guia do aluno; Parte II:
Guia do instrutor. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 1991.

ROSÁRIO, Millor Fernandes do et al. Uso da técnica do micro-hematócrito para


predição do peso corporal e de características reprodutivas em frangos de corte. Revista
Brasileira de Zootecnia, v. 31, p. 1396-1402, 2002.

17

Você também pode gostar