Você está na página 1de 7

HISTÓRIA

A União Europeia
A construção europeia tem sido uma história de altos e baixos, com períodos de
grande entusiamos e outros de bastante pessimismo. Mas, o projeto foi progredindo,
orientando-se por dois vetores principais: o aprofundamento das relações entre os
Estados e o alargamento geográfico da União.
Apesar do Tratado de Roma perspetivar uma integração económica completa e uma
futura união política, o primeiro principal objetivo da CEE foi a união aduaneira
(concretizada em 1968).
Os Estados-membros acordaram o estabelecimento de uma política agrícola comum,
de ajuda às regiões mais desfavorecidas, de um sistema monetário europeu, entre outras
medidas. Apesar destes avanços, a Comunidade enfrentava, no início dos anos 80, um
período de desânimo e descrença nas suas potencialidades e no seu futuro.
Foi graças a Jacques Delors, presidente da Comissão Europeia, que a Comunidade
reencontrou a dinâmica perdida. Este concentrou-se no avanço da união económica. Os
seus esforços levaram, em 1986, à assinatura do Ato Único Europeu, que previa em
1993, o estabelecimento de um mercado único onde, para além de mercadorias,
circulassem, livremente, pessoas, capitais e serviços.
Em 1990, começaram as negociações com o objetivo de aumentar as competências da
Comunidade, que se pretendem ver alargadas, a setores reservados aos governos
nacionais, como a moeda, a política migratória, a política externa e a defesa. Estas
negociações entrarem em vigor no célebre Tratado da União Europeia, assinado na
cidade holandesa de Maastricht, em 1992.
O Tratado de Maastricht estabeleceu uma União Europeia fundada em três pilares:
 o comunitário: cariz económico e o mais desenvolvido;
 o da política externa e da segurança comum (PESC);
 cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos internos.
Maastricht foi um grande ajudante no caminho da União, devido ao reforço pelos laços
políticos e ao facto de ter definido o objetivo da adoção de uma moeda única, de acordo
com um calendário rigoroso e predeterminado.
A 1 de janeiro de 1999, 11 países, onde se vinha a juntar a Grécia, inauguraram
oficialmente o euro, que entrou nos mercados de capitais. Aqui, também começou a
funcionar um Banco Central Europeu, supranacional, que define a política monetária da
União. O euro completou a integração das economias europeias. A CEE tornou-se a
maior potência comercial do Mundo, com o PIB conjunto semelhante ao dos Estados
Unidos; o seu mercado interno apresentou um elevado nível de consumo e uma mão de
obra muito qualificada; possui também uma rede de transportes e comunicações densa.
A Grécia, Portugal e Espanha transformaram-se em democracias e solicitaram a adesão
à CEE. Em 1981, a Grécia tornou-se membro efetivo da comunidade e os países
ibéricos aderiram em 1985. Estas entradas levaram a CEE a ter o seu primeiro desafio,
tendo em conta que se tratava de um grupo de países bastante atrasado em relação aos
outros membros.
Em 1992, o Conselho Europeu de Lisboa recebeu as candidaturas da Áustria,
Finlândia, Suécia e Noruega, países cuja solidez contribuiria para o reforço da
Comunidade. Após três anos, acontecia a adesão da Áustria e dos dois países do Norte.
Assim, a Europa passaria a funcionar a quinze.
Entretanto, a vontade de adesão dos países de Leste era vista com apreensão,
limitando-se a Comunidade, a implementar planos de ajuda às economias em transição.
O princípio da integração das novas democracias é aceite e a Cimeira de Copenhaga
define os critérios que devem condicionar as entradas na União:
 instituições democráticas;
 respeito pelos Direitos do Homem;
 economia de mercado viável;
 aceitação de todos os textos comunitários.
Em 1 de maio de 2004, a Europa enfrentou o desafio de unir o Leste e o Oeste, o Norte
o Sul. Em janeiro de 2007, entraram mais dois países, a Roménia e a Bulgária. Em
2013, a Croácia integrou a União e seis outros países formalizaram a sua candidatura.
Nos últimos 50 anos, os europeus têm se dividido em relação ao futuro do seu
continente, sendo que há uns que se opõem, outros que apoiam um quadro de
colaboração entre estados soberanos e outros que querem um governo federam único e
supranacional.
O euroceticismo e a resistência a todas as medidas que impliquem transferências de
soberania são comuns a vários estados-membros. O Tratado de Maastricht deu um
avanço à união política e, para além de ter introduzido a moeda única, criou a cidadania
europeia e alargou a ação comunitária a questões como o direito de asilo, a política de
imigração e a cooperação nos assuntos internos. Também, reforçou os mecanismos para
a criação de uma política externa e de defesa comum.
A forma relutante como muitos europeus vêm a União deve-se à fraca implantação
popular do sentimento europeísta.
As dificuldades de uma união política viram-se acrescidas pelos constantes
alargamentos da Comunidade, que obrigam a conjugar os interesses de países muito
diferente, a rever o funcionamento das instituições e a harmonizar a política externa, de
maneira a permitir uma intervenção eficaz e coerente na política internacional.

O Médio Oriente e os Balcãs


A questão israelo-árabe
 origem do conflito:
Em 1896, fundou-se o sionismo, isto é, um movimento de cariz religioso e político que
defendia o regresso da diáspora hebraica a Jerusalém e considerava um dever histórico a
fundação de um Estado judeu na Palestina. O Governo britânico apoiava o
estabelecimento na Palestina, de um Lar Nacional para o povo judeu, com a Declaração
de Balfour (1917). Nos anos 40, as perseguições e o extermínio dos judeus nazis
proporcionaram à nação judaica fortes argumentos para a sua concentração na Palestina
e formação de um Estado independente. Pretensão apresentada ao governo inglês
(potência administrativa).
 em 1947, a ONU, em Assembleia-Geral, aprovou a divisão do território da
Palestina em dois estados, um árabe e um judeu.

 Em 1948, os judeus declararam independência do Estado de Israel:


Israel iniciou um processo de perseguição e expropriação de populações palestinianas.
Os Estados árabes vizinhos não reconheceram o novo estado e declararam guerra a
Israel, apoiando a causa palestiniana. A guerra marcou a primeira vitória israelita. Após
isto, seguiram-se várias guerras curtas entre árabes e judeus (Suez: 1957; Seis Dias:
1967; Yom Kippour: 1973), que resultaram sempre na vitória israelita e na conquista de
territórios em favor de Israel. A ocupação dos territórios fez-se com a criação de
colonatos judeus em território conquistado.
 as guerras israelo-árabes provocaram a fuga de populações palestinianas em
direção aos países árabes vizinhos. A resposta dos israelitas é feita com um
recurso a ataques terroristas.

 em 1987, deu-se início à “Intifada”, que foi uma revolta popular encabeçada por
jovens, mulheres e crianças que atacavam os soldados israelitas utilizando paus e
pedras. Com isto, Israel respondeu com uma repressão violenta.

 Em 1993, a Diplomacia americana obteve o reconhecimento de Israel, pelos


palestinianos e os israelitas devolveram os territórios ocupados em 1967. A OLP
renunciou à luta armada e obteve reconhecimento para a criação da Autoridade
Nacional Palestiniana.

 Houve um caminho difícil para a paz:

Os colonos judeus recusaram abandonar os territórios ocupados: os fundamentalistas


palestinianos recusaram aceitar a existência do Estado de Israel; os ataques suicidas
contra militares e civis israelitas sucederam-se com frequência; Israel vingou-se dos
ataques suicidas, utilizando uma repressão militar violenta; em 2001, surgiu a segunda
“Intifada”, que foi fortemente reprimida por Israel e foi aprovado a construção do “muro
de segurança por pare de Israel, na fronteira com a Cisjordânia; em 2006, o Hamas
ascendeu ao poder, na Faixa da Gaza, reacendendo a luta; em 2022, a Amnistia
Internacional acusou Israel de utilizar uma política de Apartheid contra os palestinianos.

 o Muro de Segurança.
O Irão e o fundamentalismo islâmico
 até 1978, era uma monarquia ocidentalizada, sob influência norte-americana,
governada pelo Xá Reza Pahlevi.

 a ocidentalização iraniana foi contestada pelos setores religiosos muçulmanos,


de maioria xiita, que não aceitava a substituição de tradições islâmicas pelas
ocidentais.

 em 1978, os Xiitas lançaram o país numa guerra civil, que resultou ma fuga do
Xá para os EUA e na instituição de uma república teocrática baseada na lei
islâmica.

 a revolução iraniana marcou o triunfo do fundamentalismo islâmico


caracterizado por fanatismo religioso; recurso ao Corão para estabelecer regras
religiosas, políticas e sociais; rejeição da autoridade laica; a defesa da “Guerra
Santa”; o uso do terrorismo como política de Estado.

Península Balcânica
 em 1918, formou-se a Península Balcânica, de uma unidade política composta
pelos povos “eslavos do Sul” - a Jugoslávia:

Estado Constituído por um mosaico de povos que, tendo a mesma origem, sofreram
processos históricos diferentes (Austro-Húngara/Turco-Otomana), constituindo-se como
nacionalidades com línguas, culturas e religiões diferenciadas. Compunha-se de seis
repúblicas (Eslovénia, Croácia, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedónia)
e duas regiões autónomas (Voivodina e Kosovo), politicamente unificadas pelo
marechal Tito. Apesar de unificadas, as várias repúblicas mantinham tensões étnicas e
correntes nacionalistas.

 a desintegração da Jugoslávia ocorre devido à morte do marechal Tito; ao


desmoronamento da URSS e dos regimes comunistas da Europa de Leste; ao
aumento das pretensões independentistas por parte das maiorias étnicas, frente
ao domínio da Sérvia.

 em 1991, iniciaram-se as declarações de independência por parte da Eslovénia,


Croácia, Macedónia, Bósnia-Herzegovina.

 a Eslovénia e a Macedónia constituíram-se de forma política.

 a Croácia, na guerra civil, com intervenção do exército sérvio/jugoslavo


controlado por Slobodan Milosevic. Houve uma intervenção da ONU.

 em 1992, a Bósnia-Herzegovina, um plebiscito confirmou a independência da


Bósnia e relançou a região na guerra. Os sérvios, na tentativa de controlar a
região e impedir a desintegração da Jugoslávia, iniciaram uma política de
limpeza étnica. Houve uma intervenção da NATO, autorizada pela ONU.

 em 2006, houve uma desintegração definitiva da Jugoslávia e uma criação da


Sérvia e do Montenegro.

 Kosovo perdeu a autonomia em 1987, por decisão de Slobodan Milosevic. A


população kosovar resistiu e exigiu a independência. A Sérvia iniciou uma
campanha de limpeza étnica sobre os albaneses. Perante a recusa na entrada de
observadores militares na região, a NATO atacou, intensamente, a Sérvia,
destruindo as infraestruturas do país. Milosevic aceitou a derrota e abandonou o
Kosovo.

O neoliberalismo
 origem: Reino Unido (M. Thatcher) e EUA e (R. Reagan);

 causas: crise dos anos 70


a) crise petrolífera;
b) inflação (dólar deixa de ser a moeda padrão):
c) abrandamento da economia;
d) desemprego.

 propostas de ação:
a) equilíbrio orçamental;
b) redução da inflação;
c) privatização de empresas;
d) redução da função pública;
e) redução da despesa pública;
f) cortes na segurança social.

 objetivos:
a) valorizar a iniciativa privada;
b) fomentar a livre concorrência;
c) incentivar a competitividade;

 processo:
a) liberalização dos preços;
b) diminuição dos impostos;
c) facilitação da contratação e do despedimento;
d) investimento tecnológico;
e) redução das taxas alfandegárias.

A globalização
É a relação mundial estabelecida pela produção e comercialização de bens e serviços,
criando um mercado único mundial.

 fatores de globalização:
a) livre-câmbio incentivado pelo desenvolvimento dos transportes; pelos
mercados comuns (EU, NAFTA, Asean, Mercosul); pelo OMC
(Organização Mundial do Comércio); pela queda do comunismo; pela
abertura da China;
b) movimento mundial de capitais, devido aos investimentos nas grandes
bolsas de valores;
c) empresas transnacionais:
 a sede, a conceção do produto, as fases de produção e
comercialização estão dispersas por vários países;
 alcançar maior rendimento ao selecionar os países de acordo com
o preço das matérias-primas da mão de obra, dos transportes e do
valor dos impostos;
 têm como efeitos negativos a deslocalização e o desemprego.

 vantagens da globalização:
a) maior acesso mundial a bens e serviços.

 desvantagens da globalização:
a) aumento da distância entre países desenvolvidos e vias de
desenvolvimento;
b) aumento da exclusão e pobreza;
c) sobreexploração dos recursos do planeta.

 oposição à globalização: alterglobalização


a) proposta de alterglobalização:
 desenvolvimento equilibrado;
 diminuição da distância entre ricos e pobres;
 defesa da paz;
 preservação do planeta.

Você também pode gostar