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Direito do consumo

Aula 1
2/03/2023

Manual:
 Lições de Direito de Consumo – 2022

Legislação:
 Código de consumo

Aula 2
9/03/2023

Sociedade de consumo
Surge com a revolução industrial e caracteriza-se por uma oferta diversificada e massiva de bens e
serviços, colocados estrategicamente à disposição do consumidor, com o objetivo de gerar um
impulso aquisitivo pouco criterioso. É uma sociedade na qual o consumo ultrapassa a necessidade
fundamental do consumidor e onde se verifica uma massificação e uniformização do consumo. Os
produtos ou serviços são constantemente banalizados, por se tornarem obsoletos numa realidade
em constante evolução/atualização.

Constituição da República Portuguesa


• Art. 52.º, n.º 3, al. a) – direito de ação popular para prevenção, cessação ou perseguição judicial
das infrações contra os direitos dos consumidores;
• Art. 60.º – estabelece os seguintes direitos dos consumidores (dentro dos direitos e deveres
económicos – direitos de natureza análoga aos DLG):
- Direito à qualidade dos bens e serviços;
- Direito à formação e informação sobre o consumo;
- Direito à proteção da saúde, segurança e interesses económicos dos consumidores;
- Direito à reparação dos danos.
• Art. 81.º, al. i) – incumbe ao Estado, no âmbito económico e social, garantir a defesa dos
interesses e os direitos dos consumidores;
• Art. 99.º, al. e) – a proteção dos consumidores como objetivo da política comercial.

Lei
• Lei de Defesa do Consumidor (Lei n.º 24/96, de 31 de julho);
• Práticas Comerciais Desleais (DL n.º 57/2008, de 26 de março);
• Cláusulas Contratuais Gerais (Dl n.º 446/85, de 25 de outubro);
• Práticas Comerciais com Redução de Preço (DL n.º 70/2007, de 26 de março);
• Conformidade dos Bens/Garantias (DL n.º 84/2021, de 18 de outubro);
• Responsabilidade do Produtor (DL n.º 383/89);
• Contratos Celebrados Fora do Estabelecimento Comercial (DL n.º 24/2014, de
• 14 de fevereiro);
• Contrato eletrónico (DL n.º 7/2004, de 7 de janeiro);
• Contrato de crédito aos consumidores (DL n.º 133/2009, de 2 de junho).
Direito do Consumo ou Direito do Consumidor?
Os autores têm-se dividido entre duas designações a dar a este ramo do Direito:
✓ Direito do Consumo – o que releva é o ato de consumo como um todo e não exclusivamente o
consumidor.
✓ Direito do Consumidor – conjunto de princípios e regras destinados à proteção do consumidor.

Noção de consumidor – elementos essenciais – art. 2.º, n.º 1 LDC


“Considera-se consumidor todo aquele (1) a quem sejam fornecidos bens (2), prestados serviços
ou transmitidos direitos, destinados a uso não profissional (3), por pessoa que exerça com caráter
profissional (4) uma atividade económica que vise a obtenção de benefícios”.

(1) Elemento subjetivo


(2) Elemento objetivo
(3) Elemento teleológico
(4) Elemento relacional

(1) Elemento subjetivo – “todo aquele”


Para se ser consumidor é necessário ser um particular, embora pessoas coletivas publicas ou
associações sem fins lucrativas também possam ter o estatuto de consumidor. Ex.: Se a maioria dos
condóminos de um prédio for considerada consumidor, então o condomínio é consumidor. No
entanto, Jorge Morais diz que se houver um condómino consumidor então o condomínio deve ser
considerado consumidor, pois é preferível beneficiar ou outros do que prejudicar aquele que é
consumidor por causa dos vizinhos.

Num prédio (condomínio) os não consumidores são, por exemplo,


lojas ou cafés e os consumidores são os de habitação própria.

(2) Elemento objetivo – “a quem sejam fornecidos bens, prestados serviços e transmitidos
quaisquer direitos”
Para se ser consumidor tem de se adquirir bens ou serviços.

(3) Elemento teleológico – “destinado a uso não profissional”


Para se ser consumidor, o bem terá de ser para uso pessoal. No caso de uso misto/contrato com
dupla finalidade, tem-se em conta o uso predominante.
Deve ser verificado o destino a dar aos bens ou serviços no momento da celebração do contrato
(intenção, mesmo que no futuro).

(4) Elemento relacional – “pessoa que exerça com caráter profissional uma atividade
económica que vise a obtenção de benefícios”
Para se ser consumidor, tem de se adquirir o bem ou serviço a um profissional.

 Pessoas físicas
 Pessoas coletivas? Divergência Tipo de bens abarcados nas
na doutrina transações jurídicas que possam ser
 Legislação UE veda as pessoas tuteladas pelo Direito do Consumo
coletivas (1) (2)
Elemento Elemento
subjetivo Objetivo

(3) (4)
Fim a que se destinam os bens? Elemento Elemento
Aula 3
 Formulação positiva: uso pessoal e Teleológico Racional
16/03/2023
privado dos consumidores  A relação especifica de consumo
surge quando uma entidade
 Formulação negativa: estejam
profissional negoceia com um
excluidos da atividade profissional
consumidor final
dos mesmos
Caso Prático:
Vera, advogar, comprou um PC numa loja de informática para usar com varias finalidades,
principalmente para consultar as suas contas de email, uma pessoal e outra profissional, para ver vídeos
no Youtube e assistir Netflix e ainda para elaborar peças processuais. Vera é consumidora para efeitos
de LDC?

Sim, porque apesar de fazer algumas coisas profissionais no PC, comprou-o principalmente para fins
pessoais (elemento teleológico). E ainda cumpre todos os outros elementos, uma vez que, é um
particular (cumprindo o elemento subjetivo), que comprou um objeto (elemento objetivo) a uma
empresa profissional (elemento racional).

Remissões:
a) Art.º 4º
b) Art.º 5º
c) Art.º 6º
d) Art.º 7º e 8º
e)

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