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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Direito Civil – Prof. Dr. Mairan Gonçalves Maia Junior


Seminário – Direito da personalidade
Entrega até dia 14/06/2021 exclusivamente no e-mail afonsomicheletti@hotmail.com

1 – (Exame da OAB/SP nº 2.010.1 – modificado) Sueli, pessoa solteira e sem filhos,


adquiriu, mediante financiamento, móveis em uma grande loja de departamentos.
Paga em dia a última parcela do financiamento, Sueli faleceu, vítima de acidente
automobilístico. Seu pai, Lúcio, viúvo, passou a receber cobrança da referida loja
contra Sueli. Sabedor da retidão do caráter da filha, Lúcio procurou e achou os
comprovantes de pagamento e quitação da dívida e os levou até a loja. Contudo,
tempos depois, recebeu a comunicação de que o nome de Sueli havia sido
indevidamente negativado. Diante da situação indaga-se: o pai de Sueli possui
legitimidade para pleitear danos morais em nome da filha? Fundamente sua
resposta.

R: O pai da Sueli possui a legitimidade para pleitear os danos morais de sua filha, pois,
de acordo com o parágrafo único do Art. 20 do CC- se a pessoa atingida é morta ou
ausente, são partes legítimas para requerer a proteção o cônjuge, os ascendentes ou os
descendentes.

Com isso, ocorrerá a análise para avaliar se houve prejuízo avaliável ou indenizável.
Entende-se que a atitude da loja de móveis de negativar o nome de Sueli fere a honra e
seu direito de imagem o transformando em uma má pagadora, quando, na verdade, Sueli
agia de boa-fé e quitava as contas em dia.

Essa ofensa indevida aplicada a Sueli dá o direito de seu pai pleitear os danos morais em
nome da filha, porque é parte legítima para a proteção da imagem da filha sendo o seu
ascendente direto.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da


ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a
utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a
fins comerciais. (Vide ADIN 4815)

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

Fonte:

Código Civil. Planalto, não consta data de publicação. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em 04 de junho de 2021.
2 - Quanto aos direitos da personalidade, assinale a opção correta, justificando a
sua resposta:

a) O direito à integridade física é um direito da personalidade absolutamente


indisponível, que, por isso, não admite temperamentos. errada

b) Quando há violação dos direitos da personalidade, deve-se pedir indenização por


perdas e danos, não sendo possível propositura de ação que faça cessar a lesão.

c) O ordenamento legal brasileiro não outorga proteção ao pseudônimo. errada

d) Os direitos da personalidade, via de regra, são intransmissíveis, ou seja, não podem


ser transferidos à esfera jurídica de outrem.

e) A disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte,


com fins científicos ou altruísticos, é perfeitamente válida e não admite posterior
revogação errada

3. Uma jovem deu entrada no hospital inconsciente, necessitando urgentemente de


transfusão de sangue. O hospital adota os procedimentos necessários para evitar-
lhe a morte. Já sã, a jovem ingressa em juízo pleiteando indenização por danos
morais, porque, por questões religiosas, preferia a morte a receber a transfusão de
sangue que lhe garantiu a vida. Como juiz, como você decidiria? Fundamente.

Quanto melhor fundamentada a resposta, maior a nota.

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