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ESCOLA SECUNDÁRIA “29 DE SETEMBRO” DE MAXIXE

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 11ª CLASSE


Apontamentos
Acção humana e valores
Considera-se acção humana todo tipo de comportamento intencional ou consciente desencadeado por um
determinando indivíduo, chamado agente.
O Homem pratica dois tipos de acções: as involuntárias e as voluntárias.
Acções involuntárias ou actos do Homem – são acções que não resultam de uma intenção deliberada da parte do
sujeito. Refere-se à situações que ocorrem connosco, como simples receptores de efeitos que não provocamos, como
por exemplo, mastigar, ressonar, esticar o braço em autodefesa, envelhecer, gritar de susto, etc.
Acções voluntárias ou actos humanos – são acções que resultam de uma intenção deliberada do sujeito, de agir de
determinado modo e não doutro. São acções estudadas, premeditadas e projectadas a longo prazo, tendo em vista
alcançar certos objectivos. Por isso, toda a acção humana implica, necessariamente, os seguintes elementos: agente,
motivo, intenção e fim.
Agente – um sujeito da acção que é capaz de se reconhecer como autor da acção e que age com consciência e livre-
arbítrio ou vontade.
Motivo – a razão que justifica a acção; o que nos leva a agir ou fazer algo.
Intenção – o que o sujeito pretende fazer ou ser com a sua acção.
Fim – a possessão daquilo para que se quer coma acção voluntária.

A acção humana divide-se em duas partes: fazer e agir.


Fazer – trata-se de uma actividade centrada no objecto, e que implica, na maior parte dos casos, o uso de
conhecimentos técnicos específicos.
Agir – trata-se de acções intencionais que executamos de forma livre e consciente dos motivos por que fazemos, o que
fazemos, em que somos plenamente responsáveis pelas consequências dos nossos actos.

Noção de valores
Valores – são princípios segundo os quais damos importância ou não às coisas e são as razões do agir humano.
Toda a acção humana reporta a um determinado valor em função do qual preferimos uma coisa a outra. Por exemplo,
parar quando o semáforo está vermelho exprime um valor nobre: o civismo; dar esmola, também exprime um valor
nobre: a solidariedade.
Distinguem-se dois tipos de juízos: juízos de facto e juízo de valor.
Um juízo de facto – descreve a realidade de uma forma objectiva, neutra e imparcial. Estes juízos podem ser
verificáveis, podendo ser verdadeiros ou falsos. Ex: Maputo é a capital de Moçambique.
Um juízo de valor – descreve a realidade de uma forma parcial e subjectiva. Os juízos de valor são relativos, variam
de pessoa para pessoa; por isso, estão sujeito a discussão. Ex: Maxixe é a cidade mais linda do país.

Tipos de valores
Existe uma enorme diversidade de valores, que podem ser agrupados em espirituais e materiais.
Valores espirituais
Valores religiosos – aqueles que dizem respeito à relação do Homem com a transcendência. Ex: o sagrado.
Valores estéticos – valores de expressão de beleza, harmonia, elegância, etc.
Valores éticos – aqueles que dizem respeito as normas de conduta. Ex: a solidariedade
Valores políticos – aqueles que dizem respeito ao Homem na sua qualidade de cidadão. Ex: a justiça.

Valores materiais ou sensíveis


Valores do agradável ou do prazer – aqueles que exprimem sensações de prazer e de satisfação. Ex: a bebida.
Valores vitais – aqueles que se referem ao estado físico. Ex: a felicidade.
Valores de utilidade ou económicos – aqueles que se referem à habitação, dinheiro, vestuário, etc.

Apesar de existir uma grande diversidade, estes apresentam características comuns a todos os tipos, grupos e situações:
Bipolaridade dos valores: os valores apresentam-se sempre em pares opostos, numa polaridade negativo/positivo;
belo/feio; útil/inútil; e outros mais.
Hierarquia dos valores: os valores encontram-se sempre dispostos numa hierarquia que implica a superioridade e
prioridade de uns sobre outros; cada pessoa, grupo, cultura ou comunidade possui a sua própria hierarquia de valores.
Historicidade dos valores: a selecção, a hierarquização e a próprio conteúdo dos valores sofrem condicionalismos e a
influência da época em que são enunciados.

A subjectividade e a objectividade dos valores


Há três opiniões diferentes sobre a natureza dos valores. Se para alguns, existem valores objectivos e subjectivos, para
outros, os valores são objectivos (absolutos) e, para outros ainda, os valores são subjectivos (relativos).
Para os defensores da subjectividade, valores estão sempre a mudar ao longo dos tempos. Esta posição foi assumida
pelos sofistas ao afirmarem que a verdade ou a moral variava de sociedade para sociedade, de indivíduo para
indivíduo, de cultura para cultura.
Os defensores da objectividade dos valores advogam que estes designam padrões de comportamento colectivamente
reconhecidos e adoptados por um grupo ou uma comunidade. Esta posição é defendida pela maioria das religiões que
considera que certos valores, como o amor ao próximo e as normas morais, são absolutos uma vez que correspondem à
vontade divina.
Por seu turno, os defensores da objectividade e subjectividade dos valores, afirmam que em cada época e em cada
cultura, atribui-se carácter absoluto e inquestionável a determinados valores, em detrimento de outros que são
considerados mais relativos e menos obrigatórios.

TPC
1. Distingue actos voluntários dos actos involuntários.
2. Para que um acto seja voluntário requer certos requisitos. Mencione-os.
3. A Joana levou a filha ao hospital visto que ela está doente. Identifique o tipo e subtipo do valor presente no
enunciado.
4. Qual é a justificação dos defensores da subjectividade da moral?
5. Enuncie a posição dos defensores da objectividade.

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