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“Por uma série de razões fáceis de perceber, esse tipo de desequilíbrio não se
concretiza sem que interfiram outros fatores, pois a propagação da renda dentro da
economia reflete em grande parte as possibilidades que tem essa economia de
satisfazer ela mesma as necessidades decorrentes do aumento da procura”.
(FURTADO, 2005, p. 191)
“Já observamos que de 1929 ao ponto mais baixo da depressão a renda monetária
no Brasil se reduziu entre 25 e 30 por cento. Nesse mesmo período o índice de
preços dos produtos importados subiu 33 por cento”. (FURTADO, 2005, p. 194)
“Ao manter-se a procura interna com maior firmeza que a externa, o setor que
produzia para o mercado interno passa a oferecer melhores oportunidades de
inversão que o setor exportador. Cria-se, em consequência, uma situação
praticamente nova na economia brasileira, que era a preponderância do setor ligado
ao mercado interno no processo de formação de capital”. (FURTADO, 2005, p. 194)
“A produção agrícola para o mercado interno supera com igual rapidez os efeitos da
crise. É evidente que, mantendo-se elevado o nível da procura e represan-do-se
uma maior parte dessa procura dentro do país, através do corte das importações, as
atividades ligadas ao mercado interno puderam manter, na maioria dos casos, e em
alguns aumentar, sua taxa de rentabilidade”. (FURTADO, 2005, p. 195)
“ [...] o fator mais importante na primeira fase da expansão da produção deve ter
sido o aproveitamento mais intenso da capacidade já instalada no país. Bastaria
citar como exemplo a indústria têxtil, cuja produção aumentou substancialmente nos
anos que se seguiram à crise sem que sua capacidade produtiva tenha sido
expandida”. (FURTADO, 2005, p. 195)
“A situação que se criou nos anos da guerra era de grande complexidade e exigia,
se se pretendesse corrigir o desequilíbrio que se estava formando no sistema
econômico - e que se manifestava através da alta rápida e desordenada dos preços
- uma ação muito mais ampla que a simples manipulação cambial”. (FURTADO, 205,
p. 206)