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0.

Crime
Material - ação ou omissão capaz de lesar ou expor a perigo um bem jurídico relevante
penalmente (tutela penal) de terceiro.
Legal - toda infração penal (crime ou contravenção - sistema dicotômico) punível com pena
de reclusão ou detenção, de acordo com a lei.
Analítico - fato típico, ilícito e culpável.

1. Fato típico
1.1 Conduta
Teoria finalista, por Hans Welzel
Ação ou omissão voluntária dirigida a uma determinada finalidade, dolosa ou culposa
(elementos subjetivos).
1.1.1 Conduta comissiva
O agente “faz” alguma coisa.
1.1.2 Conduta omissiva
O agente “não faz” alguma coisa. Ausência de realização da conduta esperada.
- Omissivo próprio (ou puro): a omissão é a conduta que tipifica o crime. O resultado é
irrelevante. Mero nexo normativo.
- Omissivo impróprio (ou impuro) ou crimes comissivos por omissão: se omitiu quando,
tendo o dever legal de evitar o resultado, podia evitá-lo. A omissão é equiparada à causa do
resultado. O resultado é relevante. Nexo de causalidade normativa, nexo de evitação.
1.1.3 Conduta mista
Duas condutas necessárias, uma ação (c. positiva) e uma omissão (c. negativa).

2. Resultado
Modificação do mundo real graças a conduta do agente. É exigida apenas nos crimes
materiais.
- Crime material: o resultado é necessário e previsto no tipo penal. Ex.: homicídio (é
necessário o óbito da vítima).
- Crime formal: o resultado é previsto, porém não é necessário para a consumação do
crime. Ex.: extorsão (não é necessário o recebimento da vantagem econômica).
- Crime de mera conduta: não há um resultado previsto. Ex.: violação de domicílio.
O resultado jurídico (ofensa ao bem jurídico tutelado) sempre estará presente.

3. Nexo
Vínculo entre conduta e o resultado. Só se aplica em crimes materiais.
[Regra] Teoria da equivalência dos antecedentes: causa é toda ação ou omissão sem a qual
o resultado não teria ocorrido, praticada com dolo ou culpa.
[Exceção] Teoria da causalidade adequada: concausa superveniente relativamente
independente, que por si só produziu o resultado = responde por tentativa.

4. Tipicidade
4.1 Tipicidade formal
Adequação da conduta ao tipo penal.
4.1.1 Imediata (direta): exatamente a conduta descrita.
4.1.2 Mediata (indireta): não corresponde exatamente, necessitando de uma norma de
extensão.
4.2 Tipicidade material
Ofensa significativa ao bem jurídico tutelado.
4.3 Tipicidade conglobante
Há fato típico, porém não há ilicitude. Ex.: estrito cumprimento do dever legal, exercício
regular de Direito).
4.4 Conceito e espécies
Comportamento proibido (tipo penal incriminador) ou permitido (tipo penal permissivo) pela
lei penal.
4.5 Elementos do tipo
4.5.1 Objetivos: não faz necessário juízo de valor do intérprete: Ex.: matar, alguém.
4.5.2 Normativos: deve haver juízo de valor do intérprete: Ex.: funcionário público, moléstia
grave.
4.5.3 Subjetivos: dolo ou culpa.
4.6 Funções do tipo
Função garantidora, fundamentadora e limitadora, seletiva, diferenciadora do erro, e
indiciária.
4.7 Classificação do tipo
Tipos congruentes (simétricos) e incongruentes (assimétricos), fechados e abertos, simples
e mistos (alternativos ou cumulativos), fundamentais e derivados.

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