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Resumo
A presente pesquisa pretende investigar qual a percepção que gestores e professores, dos diversos
departamentos e cursos tecnológicos do IFCE – campus Fortaleza, têm em relação ao Departamento e
ao ensino de Artes, bem como analisar suas concepções quanto ao trabalho desenvolvido na
Instituição pelos profissionais dessa área e inferir o nível de conhecimento dos professores e gestores
de outras áreas sobre as possibilidades de desenvolvimento de trabalhos conjuntos entre Arte e
Ciência. A pesquisa se constituirá de estudo bibliográfico da literatura relacionada ao tema e de
pesquisa de campo com coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas com os chefes de
departamento, coordenadores de curso e professores dos demais departamentos da Instituição. Espera-
se com o desenvolvimento da pesquisa por meio da análise dos dados, conhecer as percepções e
concepções que esses gestores e professores possuem acerca dessa área de conhecimento e do trabalho
desenvolvido pelos profissionais que nela atuam. E quem sabe, propor trabalhos conjuntos entre Arte e
Ciência.
Palavras-chave: Departamento de Artes. Ensino de Artes. Arte e Ciência.
Introdução
O Departamento de Artes do Instituto Federal do Ceará (IFCE) – campus Fortaleza,
embora tenha sua criação recente, em 2013, a Instituição, no entanto, desde longa data cultiva
uma profícua relação com a Arte e seu ensino. O fato é que o IFCE, desde o início de sua
criação, em 1909, manteve a Arte, embora que indiretamente, fazendo parte do cotidiano dos
educandos, mas somente na década de 1980, a mesma passou a integrar de forma mais
sistematizada o quadro da Instituição, com o Projeto Arte-Educação.
Desenvolvimento
Arte e Ciência, para alguns, parecem campos de conhecimentos separados e,
praticamente, inconciliáveis, para outros, a Arte sequer seria um campo de conhecimento.
Diante dessa realidade ter um Departamento de Artes dentro de uma Instituição Tecnológica,
muitas vezes, é um grande desafio para os educadores dessa área de conhecimento. Pois
historicamente se construiu o conhecimento ocidental tendo como alicerce supremo a razão.
Zamboni esclarece que:
Desde então, o campo de interação entre arte, ciência e tecnologia parece vir
ampliando-se no país, como sugere a criação e implantação de espaços
acadêmicos dedicados à produção de trabalhos de integração dessas áreas.
Podemos citar, como exemplos: o Laboratório Arte e TecnoCiência, da
Universidade de Brasília, fundado pela pesquisadora e artista multimídia
Diana Domingues; o Núcleo de Arte e Novos Organismos (Nano) e o
Laboratório Anatomia das Paixões/Lamae, ambos na Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ); os laboratórios da Rede Media Lab/BR; o
Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação, em Sergipe; o Laboratório
de Inovação de Prototipagem, da Universidade de Fortaleza, e o Laboratório
de Poéticas Fronteiriças (Lab/Front), da Universidade do Estado de Minas
Gerais. Existem também grupos híbridos, isto é, dedicados a diferentes áreas
de atuação, com ou sem um espaço físico específico, mas que produzem
trabalhos de relevância no campo da arteciência, como o Laboratório em
Formação, da UFRJ, o Liteb - Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino
e Bioprodutos - IOC, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Mita - Estudos
Multi, Inter e Trans em Artes, da Universidade Federal do Vale do São
Francisco e universidades parceiras, entre muitos outros (SILVEIRA;
MALINA; LANNES, 2018, p. 47).
Os registros históricos dão conta dos inúmeros avanços que foram possíveis para a
Ciência moderna e a Arte com a união das duas áreas, isso não quer dizer que todos possamos
de forma tranquila estabelecer essa relação. Claro que não! Isso exigiria de nós a
desconstrução de uma formação educacional, cultural, social e econômica que negou em
todos os aspectos a possibilidade dessa relação, mas a existência de artistas e cientistas que o
conseguiram sugere que podemos no mínimo tentar novamente essa aproximação e respeitar
tanto aqueles que construíram seu caminho na Ciência quanto os que o construíram na Arte.
Vale salientar ainda que é inegável que quando aptos a compreendermos que a
percepção de cientistas e artistas é semelhante abrimos possibilidades de desenvolvimento
para ambas as áreas. Picasso, por exemplo, soube aproveitar-se bem dessa união e
transcendeu em sua obra:
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
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