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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E SAÚDE


CURSO DE ENFERMAGEM

FELIPE DIAS LOPES

DENGUE E RESPOSTA IMUNE

BRASÍLIA 2022
INTRODUÇÃO
O vírus da dengue é transmitido através da picada da fêmea do mosquito Aedes
aegypti, o mosquito tem hábitos diurnos e se multiplica em depósitos de água
parada que pode estar acumulada em areas abertas e em casas.
Existem quatro tipos diferentes desse vírus: os sorotipos 1, 2, 3 e 4. E Todos podem
causar as diferentes formas da doença.
As manifestações podem ser diversas desde a ausência de sintomas a
complicações graves que podem levar a morte, com os sinais mais comuns sendo a
dor no corpo, dor de cabeça e a fraqueza.
A apresentação e evolução da doença pode ocorrer das formas: clássica, com
complicações e hemorrágica.

RESPOSTA IMUNE CONTRA A DENGUE


IMUNIDADE INATA
A imune inata já presente, ao ter suas barreiras atravessadas e com a internalização
do antígeno inicia a resposta com a Fagocitose, após passado o período de
incubação do vírus.
Os monócitos/ macrófagos e neutrófilos são os primeiros a agir, no caso da dengue
em células musculares, porém tem sua ação limitada devido a invasão do vírus a
essas células. É conhecido que o vírus da dengue apresenta tropismo por células
fagocíticas, com isso as células NK tem a principal função na imunidade inata, pois
através de perforinas e granzinas fazem a lise e apoptose das células infectadas.
A migração de leucócitos e apresentação de antígenos ocorrem, porém com
dificuldade devido a invasão, os sintomas gerais da dengue como febre e mal estar
estão relacionados a essa dificuldade e também influência dos níveis altos de
citocinas liberadas por macrófagos para a migração, como interleucinas e fator de
necrose tumoral, que podem causar um efeito inflamatório.

RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA


As células APC ao interagirem com os PAMPS, os apresentam ao linfócito Tcd4 via
mhc2, após a apresentação de antígeno e a replicação, os linfócitos diferenciados em
th1 ativam macrófagos e células tcd8 que induzem apoptose de células infectadas.
Os linfócitos B tem a diferenciação em plasmócitos, e produzem anticorpos na
segunda semana da doença, primeiramente IGM e em seguida IGG, esses
neutralizam as partículas virais, impedindo a adesão as células e
consequentemente a multiplicação do vírus.
O IGG será a imunoglobulina de memória, lembrando que protege contra o sorotipo
específico, no caso de infecção por sorotipo 1 a memória será para sorotipo 1,
explicando assim uma possível reinfecção da doença. Quando há uma infecção
secundária, a produção de IgG se inicia mais cedo e com maiores níveis, como
consequência dos linfócitos de memória.
Com relação a dengue hemorrágica apesar de inicialmente ser pensado uma
agressão do vírus as plaquetas, o que realmente ocorre é a ação dos anticorpos
que combatem o vírus agindo também contra as plaquetas, sendo assim uma
resposta autoimune.
É importante para a citar a proteína E, que se encontra no vírus da dengue, pois ela
é essencial para a ligação viral ao receptor, A região onde se liga os anticorpos da
proteína E determina a produção de anticorpos específicos para o tipo viral, os
anticorpos, principalmente se ligando a epítopos da proteína E, promovem quebra
da membrana ou bloqueio de seus receptores com neutralização, essa proteína
pode também ser detectados em múltiplos testes sorológicos para diagnóstico.

Comportamento da viremia e da resposta imune (primária e secundária) na infecção pelo vírus da


dengue. Fonte: Ministério da Saúde. Dengue, roteiro para capacitação de profissionais médicos no diagnóstico
e tratamento – Manual do monitor. Brasília, 200713.
MECANISMOS DE ESCAPE UTILIZADOS PELO MICRORGANISMO
Os vírus do dengue após internalização fazem uma primeira replicação em células
musculares estriadas, lisas e fibroblastos, além de linfonodos locais. Os vírus
podem circular livres, após internalização no plasma ou no interior de monócitos/
macrófagos os quais inicialmrnte teriam a função de controlar a infecção. O vírus da
dengue tem tropismo por essas células fagocitárias, o que dificulta a resposta imune
inata, influência nos sintomas e as tornam grandes sítios de replicação viral.
Estudos trazem ainda como consequência da infecção uma possível queda do MHC
de tipo 1, pois o vírus inibe a síntese proteica e de materiais da célula, dificultando
assim a comunicação e percepção de células infectadas pelo sistema imune.

CONCLUSÃO
Cabe antes de tudo a prevenção contra essa doença evitando a proliferação do
mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que podem virar criadouros,
como vasos de plantas, pneus e garrafas. Além da Utilização repelente e telas em
janelas e portas. Observando os hábitos diurnos do mosquito, principalmente ao
amanhecer e ao entardecer, é preciso reforçar a atenção nesse período,
principalmente em áreas endêmicas.
É importante ainda esclarecer que não existe tratamento específico para a dengue,
e a vacina apesar de liberada em alguns países ainda está em período de teste e
comprovação da sua eficácia, diante disso a ingestão de líquidos e medicamentos
para controlar sinais e sintomas como a febre e dores são as principais medidas
tomadas. Assim reforçando a questão da prevenção, pois é visto que a dengue até
em apresentações mais fracas causa grandes complicações ao sistema imune.
Em relação ao sistema imune é necessária a informação, orientação e
acompanhamento durante o processo e evolução onde se pode notar alguns dos
sintomas como uma confirmação da ação do mesmo, esse que controla a infecção e
ainda gera memória em grande parte dos casos. É necessário ainda esclarecer para
pessoas que já foram infectadas sobre a memória imunológica e uma possível
reinfecção por outro sorotipo, o que aumenta o risco da doença na sua forma
hemorrágica.
REFERÊNCIAS
Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_dia
gnostico_tratamento.pdf > Acesso em 27/06/2022

Gandini, Mariana. Dengue e imunologia inata estudo dos fatores antivirais e


citotóxicos em células dendríticas plasmacitoides e células NK durante a
infecção pelo vírus Dengue. Biblioteca Virtual em Saúde, 2014.

LOBO, Maria R. G., FURTADO, Silvania da C., JÚNIOR, Jaime R. Citocinas na


dengue: inovações do sistema imune. Scientia Amazonia, v. 3, 2014.

Monitoramento dos casos de arboviroses até a Semana Epidemiológica (SE)


22 de 2022. Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde, Volume 53,
2022.

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