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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Curso: Ciências Sociais

TMCS 1 – Prof. Glauber Matias

Atividade 2 – “Resenha”

Valor: 5,0 pontos

Discente: Wesley Alves De Azevedo (20230002818)

Data de entrega: 15/06/2023.

Armamento segundo Maquiavel no capítulo XX de “O príncipe (1513); Instrumento de


defesa ou ameaça?

Este texto tem como objetivo exemplificar o que disse Maquiavel, a respeito das defesas dos
governantes de sua época. Estarão presentes aqui, elementos que farão relação com fatos
históricos e sociais da época em que foi escrita a obra: “O príncipe”, mais especificamente a
respeito do capítulo 20 (“Sobre a utilidade ou não das fortalezas e de outros meios
frequentemente usados pelos príncipes.”), onde o autor, trata como pauta as escolhas de
condução dos governos e as formas de organização de cada estado para com seus súditos,
tendo uma visão deles como aliados, possíveis aliados ou inimigos, de acordo com diversas
situações cotidianas; por parte de mudanças sociais, revolucionárias e reativas a possíveis
decisões de governo.

Para contextualizar o pensamento de Maquiavel a respeito do tema deste escrito, é


importante traçar parâmetros que indiquem e expliquem o momento histórico e particular em
que o autor estava inserido, vivendo em loco o surgimento e a propagação do pensamento
renascentista. No ano de 1513, Maquiavel escreve a obra em um período um tanto conturbado
de sua vida, durante o seu exílio da cidade onde vivia (Florença), após ter sido acusado de
conspiração contra o governo, já que em meio a ideias políticas “engessadas” e teocêntricas,
surgia ele apresentando uma nova teoria política, que se pautava na prática e experiência.

No início do capítulo, Maquiavel cita com amplitude a forma como para os príncipes, havia a
necessidade de decidir a respeito do que fariam para assegurar a posição de segurança em seu
estado. A exemplo, segundo ele: “alguns decidiram por desarmar, outros cuidaram de dividir os
territórios conquistados, outros optaram pelo favorecimento a inimigos, ou contaram com a
captação da amizade dos inicialmente suspeitos, enquanto que outros, construíram ou
destruíram fortalezas.” O autor, cita ainda, que é histórico dos príncipes novos, a decisão de
sempre fortalecer o seu exército, mas tendo em vista que ainda assim não era suficiente para
resistir ao poder popular dos súditos. Um dos caminhos era a direção contrária; armando-os
apenas por serem submissos, ganhando assim também, a fidelidade dos inicialmente
suspeitos.

Enxergando que não era possível armar a todos, havia também a necessidade de
sequentemente privilegiar os armados, que empregariam as armas recebidas em favor da
proteção do estado. Em contrapartida, dada pela amplitude do caso, Maquiavel dirá também
que aos príncipes novos em estados novos, adquiridos mas com base do que o antecedeu, já
valia a pena desarmar os súditos, com exceção dos que o ajudaram na conquista, desde que
com o decorrer do tempo e de determinadas situações, fosse tirado deles o que ele chamou
de: “ânimo bélico”, levando-os assim a um estado de inércia, até que de um modo sutil, as
armas fiquem em posse exclusiva das suas tropas.

É reprovada por ele a ideia de tensionamento contínuo, visto que estes conflitos seriam
facilmente motivos de motins e revoluções, sendo mais proveitosa a política de distração, onde
seria possível a tomada de decisões e ações com mais facilidade, mesmo que por meio de
manipulação e prejuízos aos súditos, para manutenção da ordem e sobretudo do poder. Na
visão de Maquiavel, é importante para o príncipe, sempre ponderar as motivações dos seus
auxiliadores, se não for por “simpatia natural” mas sim por infelicidade com a liderança que o
anterior, em algum momento será motivo de problemas, descreveu ainda que é mais benéfico
e fácil conquistar e manter o apreço dos que eram favoráveis ao anterior e consequentemente
seus inimigos, do que dos que por serem contrários, se tornaram aliados, vieram a auxiliá-lo na
conquista.

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