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Alunos: Bill Green Jesus de Araujo

Barbara Carolina dos Santos

AUTISMO E A DEFICIÊNCIA AUDITIVA

A perda auditiva é um distúrbio significativo que pode limitar a comunicação e


interação social das crianças, tendo um impacto negativo sobre a linguagem verbal
e contribuindo para o isolamento social e baixa autoestima. Por outro lado, o
Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que
é caracterizado por déficits persistentes na comunicação, interação social e
comportamentos não verbais.
O diagnóstico do TEA é baseado na observação da presença de padrões
restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. A PA quanto o
TEA podem apresentar comportamentos semelhantes, devido à privação parcial ou
total de experiências que podem resultar em atrasos no desenvolvimento da
linguagem e levar a isolamento social, conforme descrito em ambos.
Para os pais, muitas vezes, essas são as caraterísticas que ficam mais
evidentes, em consequência do atraso da linguagem, que pode manifestar-se por
atraso, ou, até mesmo, pela ausência de fala, em alguns casos.
Estudos realizados na Universidade Federal de São Paulo em 2009, apontam
que 62,96% dos pais de crianças com transtorno do espectro autístico (verbais ou
não), suspeitaram inicialmente de perda auditiva, em virtude dos comportamentos
acima descritos. A deficiência auditiva constitui um dos principais diagnósticos
diferenciais do transtorno do espectro autista e é muito comum ser a primeira
suspeita dos pais.
Em estudo pioneiro verificou-se que 80% dos casos diagnosticados
posteriormente, como Autismo Infantil, apresentavam como suspeita diagnóstica
inicial a deficiência auditiva.
Em estudo pioneiro verificou-se que 80% dos casos diagnosticados
posteriormente, como Autismo Infantil, apresentavam como suspeita diagnóstica
inicial a deficiência auditiva. É importante ressaltar que a avaliação da linguagem
deve considerar que, muitas vezes, as características da linguagem de crianças
com TEA e PA são semelhantes e se sobrepõem.
Em ambos os casos, é comum ocorrerem alterações na função simbólica e
na interação social, no entanto, o atraso na linguagem é decorrente de modelos de
desenvolvimento diferentes: no TEA, o modelo atípico de desenvolvimento da
linguagem é o responsável, enquanto na PA o atraso é devido a um modelo de
desenvolvimento tardio da linguagem. Essas discrepâncias podem ser observadas
nas habilidades pré-verbais de comunicação, que são prejudicadas em crianças
com TEA, mas não em crianças com PA.

SELLI, Gabriele et al. Diagnóstico diferencial: perda auditiva ou transtorno do


espectro do autismo. Distúrbios da Comunicação, v. 32, n. 4, p. 574-586, 2020.

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