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4.1– Introdução
Quando publicou sua Lei de moagem, Bond considerou alguns fatores de correção
para seus resultados. Rowland confirmou a aplicação dos fatores de correção de
bond e sentiu a necessidade da introdução de outros. Atualmente, a aplicação do
10Wi 10Wi
W= − xEFi
P F
EF1 – Moagem a seco: Usa-se fator igual a 1,3. Exprime o fato de moagem a seco
apresentar menor eficiência que a moagem a úmido.
0, 2
2,44
EF3 =
D
Para D ≤ 3,81 m, e
Moinho de Barras:
0 ,5
13
F0 = 16 .000
WI
Moinho de Bolas:
0, 5
13
F0 = 4.000
WI
F
Rr =
P
O Fator EF4 é calculado como:
F − F0
Rr + (WI − 7 )
F0
EF4 =
Rr
EF5 – Material fino: Esse fator foi estabelecido por Bond para produtos com mais
de 80% passantes em 74 mícrons.
P + 10,3
EF5 =
1,145 P
EF6 – Relação de redução em moinho de barras: Este fator deve ser aplicado a
moinho de barras, em circuito aberto, sempre que a relação de redução estiver
fora do intervalo Rr0 – 2 ≤ Rr ≥Rr0 + 2, sendo Rr0 a relação ótima de redução
definida como:
5L
Rr 0 = 8 +
D
Sendo L o comprimento das barras e D o diâmetro do moinho interno ao
revestimento. Tem-se então:
EF6 = 1 + r
( R − Rro )2
150
Para alta relação de redução sua aplicação não é sempre necessária; é
recomendável seu uso sempre que WI do minério for superior a 7,0.
EF7 –Baixa relação de redução em moinho de bolas: Não é muito freqüente seu
uso, pois o mesmo só se aplica à relação de redução menor que 6, o que é raro
em moinho de bolas. É comum ocorrer em operação de remoagem.
EF8 – Moagem em moinho de barras: Este fator é variáv el de acordo com a forma
de preparação da alimentação do moinho.
a) Para moinho de barras em circuito único aberto.
a1) Com alimentação do moinho proveniente de um circuito de britagem
em circuito aberto, EF8=1,4
a2) Com alimentação do moinho proveniente de um circuito de britagem
em circuito fechado, EF8=1,2
b) Para moinho de barras em circuito barras/bolas
b1) Com alimentação do moinho proveniente de um circuito de britagem
em circuito aberto, EF8=1,2
b2) Com alimentação do moinho proveniente de um circuito de britagem
em circuito fechado, EF8=1,0
4.3 Determinação de WI
As amostras para testes de moagem devem ser britadas a 25mm. Podem ser
tomadas de galerias, de poços, de frentes de lavra, de furos de sonda etc. Testes
de moagem devem ser executados para cada tipo de minério (escala de
laboratório) e para as misturas representativas da alimentação da planta, tanto
em escala de laboratório como, eventualmente, em planta-piloto. Deve-se
lembrar que o WI de uma mistura geralmente não é igual ao calculado, usando-se
o WI de cada componente, pois pode ocorrer moagem diferencial. Quando o WI
for obtido em operações de planta-piloto, deve-se considerar apenas os
W
Wi 0 = −0 , 5
10 xP − 10 xF −0 , 5
Em que:
WI – Work–Index operacional
W – kWh por tonelada moída
P e F – tamanhos do produto e da alimentação, 80% passantes em mícrons
Material WI (kWh/t)
Media geral de todos os materiais 15,19
Barita 6,86
Bassalto 22,45
Clínquer 14,84
Argila 7,81
Carvão 12,51
Minério de cobre 14,44
Dolomita 12,44
Feldspato 12,84
Galena 10,68
Vidro 3,39
Granito 15,83
Minério de ferro 16,98
Calcário 12,77
Mica 148
Fosforita 11,1
Quartzo 14,05
Taconito 16,36
Solução:
a) Moinho de barras: Adotemos uma granulometria comum para estágio primário
em moinho de barras.
P=1200 mícrons, F=18000 mícrons, WI=13,2 kWh/ton curta
10 x13,2 10x13,2
W= − = 2,83kWh / toncurta
1200 18000
Fatores de eficiência:
Pela Tab. 4.9 verificamos serem necessários dois moinhos de tamanho tentativo
de 3,66 m de diâmetro. Para este diâmetro vem:
18.000 − 15 .878
15 + (13,2 − 7,0)x
15.878
EF 4 = = 1,06
15
769
L= x4,72 = 5,01
724
10,0 10
W = 11,7 − = 5,47
175 1.200 kWh/ton curta
Como foram usados dois moinhos de barras, usaremos também dois de bolas,
constituindo-se assim duas linhas de moagem. Pela Tab. 4.9 pode-se verificar que
os moinhos serão necessariamente maiores que 3,81m; portanto, EF3 = 0,914.
Assim, a potência corrigida será:
Para esta aplicação, pela Tab. 4.11, os moinhos devem ter relação L/D da ordem
de 1,5.
Pela Tab. 4.10 verifica-se que um moinho de 4,12 x 3,96m, com 40% de carga e
bolas de 64 mm, fornece uma potência de 943 kW.
Para uso desse diâmetro de moinho deveríamos ter, portanto, o comprimento:
1.377
L= × 3,96 = 5,78 m
943
Pode-se assim, usar dois moinhos com 4,12 m (interno à carcaça IC) ou 3,93 m
(interno ao revestimento, I.R.) de diâmetro por 5,78 m de comprimento. Pode-se
verificar que a relação L/D tem um valor adequado. Recomenda-se usar motor de
no mínimo 1.500 kW. Neste caso, selecionado moinhos tipo overflow, que
apresentam maior disponibilidade e menor custo operacional. Se optássemos por
moinhos de grelha, poderíamos ter moinhos um pouco menores: 3,96 m (I.C.) ou
3,78 m ( I.R.) de diâmetro por 5,79 m de comprimento.
9.400 − 3.970
53,7 + (11,7 − 7)
EF4 = 3.970 = 1,12
53,7
B − 12,5D
S s = 1,102 = −0,13kW kW por tonelada de bolas
50,8
Assim, haverá uma redução de 0,13 kW por tonelada de bolas. Como a carga de
bolas é de 37,3 t, a redução será 4,8 kW. A potência do moinho 3,05 x 3,05m é
então de 366 – 5 = 361kW.
O comprimento necessário será então:
659
L= x3.05 = 5,55 ≅ 5,48m (18 pés)
361
Deverá ser usado um moinho com 3.05 m (1.C.) (10 pés) ou 2,89 m (1.R.) (9.5
pés) por 5,48 m de comprimento, com 40% de carga de bolas de 30 mm. Motor de
750 kW.
0 ,34
WI × SG
0 ,5
F
B = 25 .4
0, 5
K CS × (3.281 D )
R – diâmetro máximo das barras, em mm
B – diâmetro máximo de bolas, em mm
F – d80 da alimentação, em mícrons
WI – Work-Index, em kWh/ton curta
SG – densidade do material, em g/cm3
CS – porcentagem da velocidade crítica
D – diâmetro do moinho, em m
K – fator variável com o tipo de moagem
Diâmetro
(mm) 115 100 90 75 65 50 40
115 23,0 - - - - - -
100 31,0 23,0 - - - - -
90 18,0 34,0 24,0 - - - -
75 15,0 21,0 38,0 31,0 - - -
65 7,0 12,0 20,5 39,0 34,0 - -
50 3,8 6,5 11,5 19,0 43,0 40,0 -
40 1,7 2,5 4,5 8,0 17,0 45,0 51,0
25 0,5 1,0 1,5 3,0 6,0 15,0 49,0
Total 100 100 100 100 100 100 100
Distribuição da carga indicada como porcentagem em peso
b = Distância do centro de
gravidade da carga em um
plano vertical através do eixo
de rotação (m)
D i = Diâmetro interior das placas
de Revestimento ( m )
Q = Peso de Carga do
Moinho ( N )
n = Velocidade do moinho
( min -1 )
w = Velocidade angular ( S-1 )
Segundo MITTAG, a distância b pode ser expressa como uma função do diâmetro
do moinho Di, levando em consideração as hipóteses seguintes:
• A distância b tem sempre a mesma relação com o diâmetro para moinhos com
o mesmo grau de enchimento, porém com diferentes diâmetros.
• A distância b não depende da velocidade do moinho quando esta última oscila
dentro de limites comuns.
Em conseqüência, pode-se deduzir a seguinte fórmula:
b = x × Di
onde x está principalmente em função do grau de enchimento e do tamanho das
bolas.
O torque M pode ser expresso por:
M = x × Di × Q (Nm)
e a força motriz N como função da velocidade angular ω e do torque M:
N = M ×ω (kW)
Sendo a velocidade angular:
π ×n
ω= (s -1 )
30
A força motriz N pode ser expressa finalmente como :
x × D i ×Q × π × n
N= (kW)
30
Para cálculos práticos, a fórmula pode ser simplificada como se segue:
N = c × Q × Di × n (kW)
Onde :
N = força motriz (kW)
Q = carga de bolas (t)
D i =diâmetro interno das placas de revestimento (m)
n = velocidade do moinho (min-1)
c = fator de consumo de energia
Sendo o Fator de Consumo :
x×π
c =
30
A fórmula permite o cálculo da força motriz total para um moinho tubular
incluindo tanto as perdas totais por fricção nos mancais como as perdas por
transmissão, com uma exatidão de 5 a 10 %.
Para moinhos de vários compartimentos, a força motriz total pode ser calculada
somando a força motriz necessária para cada compartimento considerado
individualmente.
O fator de consumo de energia c depende do grau de enchimento e do tamanho
das bolas. O valor de x, e em conseqüência o valor de c, não podem ser
calculados teoricamente. Sem dúvida, por medições da força motriz total de
moinhos em serviço e considerando os valores conhecidos de Q, Di e n pode-se
calcular o fator de consumo de energia c.
A fórmula (1) indica que a força motriz varia segundo a carga de bolas, a qual,
por sua vez, varia segundo o diâmetro Di ao quadrado para o comprimento
determinado do moinho, indica, deste modo, que a força motriz varia segundo o
diâmetro e que varia segundo a velocidade, o que é uma função inversa do
diâmetro, do que se deriva que
1
N ≈ Di 2 × Di = Di 2.5
Di
Esta fórmula indica que a força motriz de moinhos tubulares com o mesmo
comprimento e operando sob condições similares varia com a potência 2.5 do
diâmetro interno. Diferenças no comprimento podem ser consideradas pela
fórmula seguinte:
Di × Li1
2 .5
N1
= 1 2 .5
N 2 Di 2 × Li2
Assumindo que ambos os moinhos têm a mesma relação entre comprimento e
diâmetro, a fórmula anterior pode se expressar como:
2 .5
N 1 Di1
=
N 2 Di2
Pelo exposto, pode-se deduzir que o diâmetro de um moinho tubular tem uma
grande influência (≅ D 2.5) na força motriz, enq uanto que o comprimento do
moinho tem apenas influência linear.
Segundo alguns autores, a energia que um moinho consome varia em função
direta do comprimento e como função da potência de 2.4 do diâmetro interno. A
diminuição do expoente teórico de 2.5 é devida, provavelmente, à transmissão
de energia das bolas em queda no revestimento do moinho.
A capacidade do moinho varia também como função direta do comprimento e
como função da potência 2.6 do diâmetro interno. BOND afirma que,
teoricamente, o expoente máximo para fragmentação de material
exclusivamente por impacto é de 3.0. A diferença entre os dois expoentes de
diâmetro 2.6 (capacidade) e 2.4 (força motriz) é de 0.2 e representa
teoricamente uma vantagem mecânica para os moinhos de grande diâmetro. A
eficiência aumenta com relação ao diâmetro do moinho à ordem de 0.2 e o
consumo específico de energia deve diminuir na mesma proporção.
Ao se introduzir o uso de moinhos de grande tamanho na indústria de cimento,
esperava-se obter a vantagem acima mencionada. Sem dúvida, esta suposta
vantagem em eficiência dos moinhos grandes nunca foi totalmente provada.
Segundo resultados obtidos até agora, não existe diferença evidente entre
moinhos grandes e pequenos no que se refere à eficiência.
0,75
Di h
0,70
h/Di
0,65
0,60
20 25 30 35 40
Grau de enchimento [%]
Figura 4.5 - Grau de enchimento (f) em função da altura livre (h) acima da carga de bolas.
P
O
T
Limite de
Ê
Operação
N
C
I
A
0 50 100
A ação dos corpos moedores é mais bem visualizada considerando-se uma única
bola em moinho com revestimento liso. A trajetória da bola é marcada na figura
abaixo. Inicialmente a bola acompanha a rotação da parede do moinho, presa a
mesma por meio da ação da força centrífuga; assim, ela chega até o ponto 4,
onde o peso da bola é igual à força centrífuga. Neste ponto, a bola deixa a
parede, e é arremessada por meio de uma curva parabólica e irá atingir o ponto
1
2 × g π × ncrit
ωcrit = =
Di 30
A velocidade crítica do moinho ncrít , por outro lado, pode ser calculada em
função do diâmetro do moinho Di
30 2× g
ncrit = ×
π Di
4 2 ,3
n crit = (min-1)
Di
A velocidade de operação do moinho é calculada então como:
n = k × n crit (min-1)
onde :
n = velocidade de operação do moinho (min-1)
n crít = velocidade crítica do moinho (min-1)
k = relação n/ncrít (%)
D i= diâmetro interno do moinho (m)
O gráfico de velocidade crítica da Figura 4.9 está baseada nas equações acima e
permite uma determinação rápida da velocidade crítica para moinhos tubulares
de diferentes diâmetros:
35
Velocidade de operação (min-1)
30
25
20 ncr
85% ncr
80% ncr
15 75% ncr
70% ncr
65% ncr
60% ncr
10
1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
• Sistema de moagem
Por um lado, a produção por hora dependerá certamente do corte transversal e,
por conseguinte, do diâmetro do moinho. Por outro lado, a finura do material na
saída do moinho depende principalmente do tempo de retenção do material no
moinho. O fator mais determinante para o tempo de retenção é o comprimento
do moinho. Portanto, a relação de comprimento e diâmetro de um moinho
constitui um fator importante para o projeto do mesmo.
Os valores dados a seguir podem ser considerados orientação para a relação de
comprimento e diâmetro λ de um moinho.
Tabela 4.19 - Relação de comprimento e diâmetro λ para diferentes sistemas de
moinhos:
Sistemas de moinho Relação λ Observações
φ2,0-2,4: λ~6,0
Moinhos de circuito 3,0-6,0 φ2,6-3,0: λ~5,0
aberto φ3,0-4,0: λ~4,0
φ >4,0: λ~3,0-3,5
moinhos grandes:
λ=3,0-3,2
Moinhos de circuito 3,0-3,5 uma relação λ baixa de
fechado uma carga circulante
mais alta
Relação λ semelhante à de moinhos de cimento. Comprimento máx.12-
14 m
Moinho de descarga central 2,1-2,7 Os valores λ baixo são
Moinho de duas câmaras 2,0-2,5 usados para grandes
Moinho de três câmaras 1,7-2,2 moinhos de
Moinho com corrente de ar 1,5-2,0 cru
N = c × Q × Di × n (1)
π
Q= × Di 2 × Li × f × γ Q (2)
4
42,3
ncrit = (3)
Di
n = k × ncrit (4)
N = 33,22 × c × Li × f × γ Q × k × Di 2 ,5
Li
Ao se agregar a relação de comprimento e diâmetro λ = se obtêm a equação
Di
seguinte:
Di = Di =
N
(m) ( 7
33,22 × c × λ × f × γ Q × k 33,22 × c × λ × f × γ Q × k
)
Exemplo
Suposições:
Moinho de cimento em circuito aberto, produção 100t/h de cimento normal com
superfície específica de 3.000cm 2/g.
Perguntas:
a) Força motriz do motor do moinho?
b) Diâmetro nominal do moinho?
c) Comprimento total do moinho?
d) Comprimento dos compartimentos?
e) Carga total de bolas?
f) Carga de bolas por compartimento?
g) Velocidade do moinho?
Suposições:
• Grau de enchimento do moinho f=30% (Fg. 4.3)
• % de velocidade crítica k=74% (Figura 4.7)
• Relação de comprimento e diâmetro λ=3,5 (Figura 4.8)
• Peso específico da massa de bolas γ Q=4,5 t/m3 (Figura 4.2)
Solução:
a) Força motriz do moinho
De acordo com a curva de cominuição na figura 4.10, pode-se assumir um
consumo específico de energia ϕ de aprox. 33kwh/t para uma superfície
específica de 3.000 cm2. A força motriz requerida pelo moinho é, então:
N Mss = ϕ × P = 33kwh / t × 100t / h = 3300
. kw
0 ,286
N
Di =
33,22 × c × λ × f × γ Q × k
c = 0,225( Fig.1)
0 ,286
3500
.
Di = = 4,04m
33,22 × 0,225 × 3,5 × 0,3 × 4,5 × 0,74
DN = Di + revestimento = 4,04 + 0,26 = 4,3
g) Velocidade do moinho
De acordo com a fórmula (4) com a Figura 4.7, a velocidade crítica do moinho é:
42,3 42,3
ncrit = = = 21,05min −1
Di 4,04
Observações finais:
Por razões práticas se utilizaria um moinho com um diâmetro padronizado do
revestimento, ou seja, de φ =4,4 m ou de 4,2 m. Tanto o comprimento do moinho
como os parâmetros restantes devem se ajustar em consequência.
Consumo específico de energia (kWh/t)
70
60
50
40
30
20
10
2000 2500 3000 3500 4000 4500