Você está na página 1de 7

1 20 Consiga emprego m

rápido. Experiment
Início Minha rede Vagas Mensagens Notificações Eu Para negócios Premium grátis.

ROLOS, QUAL A
MELHOR ESTRATÉGIA
DE MANUTENÇÃO?
Willian Castro
Engenheiro Mecânico | Manutenção | 29 artigos Seguindo
Confiabilidade | Gestão de Ativos

23 de julho de 2022

1. INTRODUÇÃO

Um dos desafios na manutenção em transportador de


correia é trocar rolos antes de sua falha, pois apesar de
simples, falhas neste componente pode trazer dos mais
variados danos até mesmo catastróficos, sendo os mais
comuns: aumento da tensão efetiva, desalinhamento e
rasgo da correia, além de incêndios provocando a perda
parcial ou total do transportador.

A vida útil de um rolo depende de muitos fatores como o


tipo de material transportado, espessura da parede da
capa, eficiência da vedação do rolamento, RPM de
operação, meio ambiente e etc. Porém, como todos estes
fatores não são quantificáveis, fabricantes e normas
utilizam a vida útil do rolamento como indicativo da vida
dos rolos, como a norma ABNT 6678, que recomenda a
vida útil dos rolamentos de acordo com sua série em horas
de operação, a uma determinada rotação, onde 90% dos
rolamentos atingem antes que apareçam os primeiros
sinais de fadiga (descascamento) em seus anéis ou corpos
rolantes. A vida real do rolo pode ser, contudo, inferior a
vida do rolamento, no entanto, adota-se a vida útil mínima
conforme mostra a figura 01. 
Além destas variáveis, a quantidade instalada de rolos nas
operações é muito alta, chegando a milhares, o que
dificulta no controle de vida útil e substituição no momento
exato. Neste cenário, é preciso recorrer a outras estratégias
de manutenção e implemento de tecnologia na rotina para
atingir a disponibilidade requerida do equipamento e
mitigar os riscos operacionais.

A ABNT através da NBR 6177 define rolos como elementos


cilíndricos constituído de corpo e eixo, capaz de girar
livremente em torno do seu eixo com a finalidade de apoiar
e guiar a correia transportadora. Normalmente dividem-se
em 8 tipos: rolete de carga, retorno, impacto, auto-
alinhante, transição, anéis, espiral e catenária. Basicamente,
um rolo é constituído por uma capa (tubo) e seu
revestimento, eixo, vedação e rolamentos conforme mostra
a figura 02.

2. ESTRATÉGIA DE MANUTENÇÃO PARA ROLOS

Como na prática dificilmente os rolos atingem a vida útil


teórica, a estratégia mais indicada é monitorar por
condição de forma integrada utilizando os recursos como
inspeção sensitiva, monitoramento de temperatura por
termografia e até monitoramento de ruído com uso de um
decibelímetro, sendo este menos usual e de difícil medição
devido a interferência de outras fontes de ruído presentes
no ambiente industrial.

Outra alternativa é a substituição de rolos preventivamente


em intervalos pré-determinados independente da condição
para rotas críticas e em locais de difícil acesso para fazer o
monitoramento por condição. Estas estratégias serão
exploradas a seguir. 

2.1 INSPEÇÃO SENSITIVA

A inspeção sensitiva é uma estratégia de inspeção que


utiliza os sentidos humanos como método de inspeção.
Requer experiência do inspetor, e é limitada à detecção de
defeitos superficiais. Basicamente, a inspeção sensitiva para
rolos consiste em:

Verificar a existência de rolos travados e/ou faltantes


no transportador;

Verificar a existência de rolos com a capa danificada


com risco de rasgar a correia;

Verificar a existência de rolos com excentricidade


ocasionando vibração excessiva;

Verificar se há rolos trabalhando com ruído excessivo


(batendo carcaça e/ou rolamento travado /
danificado);

Verificar se há rolos fora do padrão instalados no


transportador de correia (fora de especificação).

2.2 INSPEÇÃO TERMOGRÁFICA

A inspeção termográfica é a técnica de inspeção não


destrutiva realizada com a utilização de sistemas
infravermelhos para a medição de temperaturas ou
observação de padrões diferenciais de distribuição de calor,
com o objetivo de propiciar informações relativas à
condição operacional de um componente, equipamento ou
processo. A figura 03 mostra o uso da termografia para
monitoramento de rolos. 

Fatores que influenciam no aumento de temperatura nos


mancais de rolos:
Características de fabricação e montagem;

Velocidade de rotação;

Cargas das correias;

Distância entre os cavaletes;

Viscosidade da graxa;

Vedação;

Manuseio e estocagem

A figura 04 recomenda os parâmetros que devem ser


seguidos para orientar o inspetor a tomar a decisão no
momento da sua inspeção. Estas informações devem
constar no plano de inspeção. A grande maioria dos rolos
operam na faixa de temperatura de 25°C a 50°C, sendo que
é recomendável trocar imediatamente caso seja
identificado um rolo com temperatura acima de 70°C, pois
acima deste valor, a vida útil do rolo reduz de forma
exponencial (acelerada), com isto, não se pode prever seu
final de vida útil, podendo falhar a qualquer momento. 

O fabricante de rolamentos SKF mostra na figura 05 a


redução da vida útil em horas de operação de um
rolamento do tipo 6306 a uma rotação de 570 rpm em
função do aumento de temperatura. Percebe-se uma
redução acelerada de vida útil com o aumento de
temperatura nos rolamentos. 

2.3 TROCA DE ROLOS EM INTERVALOS PRÉ-


DETERMINADOS
Trocar rolos em intervalos pré-determinados independente
da condição é recomendável para rotas críticas e em locais
de difícil acesso para fazer o monitoramento sensitivo ou
por termografia, e obviamente é uma estratégia com custo
maior.

Para tal, pode-se padronizar as cores dos rolos por período,


por exemplo, no ano de 2022 os rolos deverão ser
fornecidos na cor vermelha, em 2023 na cor cinza e assim
por diante conforme mostra a figura 06. Desta forma,
facilita o controle do período de instalação e vida dos rolos.
  

3. CRITÉRIOS PARA TOMADA DE DECISÃO

Critérios devem ser definidos para facilitar a tomada de


decisão do inspetor quanto a troca dos rolos, seja
imediatamente, por oportunidade ou em manutenção
preventiva. A tabela da figura 07 é somente uma sugestão,
cabe a engenharia definir estes critérios conforme a sua
realidade operacional. 

4. TECNOLOGIA

No mercado existem tecnologias para monitoramento de


rolos com sensores instalados nos próprios rolos conforme
mostra a figura 08. Estes sistemas podem disponibilizar
informações importantes como:

Temperatura do rolamento;

Vida útil;

Predição de falhas;

Necessidade de intervenção;

Condições adversas no transportador.


Outra opção voltada para segurança disponível no mercado
é o uso de materiais autoextinguíveis em revestimento dos
rolos, principalmente em rolos da mesa de impacto. Estes
materiais foram projetados para evitar propagação de fogo
em casos de princípios de incêndio, testes indicam que
após o início da chama, o material não queimará mais de
que 10 segundos e não projetará partículas (gotículas) que
provoquem a ignição. Após removida, a chama não
permanecerá em combustão depois de 30 segundos. A
figura 09 mostra testes realizados em rolos com material de
revestimento autoextinguíveis. 

5. ARMAZENAMENTO

Condição de armazenamento é peça chave para o bom


desempenho dos rolos e costuma ser negligenciado pelas
empresas. Rolos devem ser acondicionados em caixas de
madeira ou paletes, afixados por fitas de aço ou similar,
com proteção na região de contato com a mesma como
mostra a figura 10. 
Caso os rolos estejam fora dos armazéns, devem ser
cobertos, acondicionados em pilhas, em forma de pirâmide,
e com calços de maneira na base das pilhas para evitar
movimentação dos rolos e, consequentemente, acidentes.
Os rolos não devem estar acondicionados apoiados no
próprio eixo.

OBS: Como boa prática, os rolos deverão ter um plano de


manutenção do estoque. Recomenda-se, a cada seis meses
girar ¼ do eixo e girar o lado de baixo para cima os rolos
revestidos.

6. CONCLUSÃO

Em virtude dos potenciais riscos operacionais e de


segurança envolvidos no uso de rolos em transportador de
correia, faz-se necessário acompanhamento rigoroso por
parte dos envolvidos nas operações.

Recursos e técnicas disponíveis no mercado ajudam a


manter um bom programa de manutenção de rolos, sendo
as mais usadas a inspeção sensitiva e termográfica.
Tecnologia quando possível, é uma ótima alternativa para
auxiliar no monitoramento dos rolos e mitigação dos riscos
com uso de sensores e materiais autoextinguíveis.

E por fim, substituir rolos de forma preventiva pode ser


caro, mas em circunstâncias onde não é possível monitorar,
se torna uma alternativa a ser avaliada.      

Denunciar isto

Publicado por
Willian Castro 29 Seguindo
Engenheiro Mecânico | Manutenção | Confiabilidade |
artigos
Gestão de Ativos
Publicado • 7 m

Boa tarde rede!

Artigo sobre estratégia de manutenção e boas práticas para rolos em transportador


de correia!

Você também pode gostar