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Reações de Substituição Nucleofílica

 Neste tipo de reação um nucleófilo (Nu:) substitui um grupo abandonador (GA) na molécula que
sofre a substituição (chamada de substrato).

 O nucleófilo é sempre uma base de Lewis e pode ser negativamente carregado ou neutro.
 O grupo abandonador é sempre uma espécie que carrega um par de elétrons quando sai.
 Frequentemente o substrato é um haleto de alquila (R- X:) e o grupo abandonador é um ânion
haleto (: X:-).

Cinética de uma Reação de Substituição Nucleofílica:


Reação SN2

Para entender como a velocidade (a cinética) de uma reação pode ser medida experimentalmente,
vamos considerar um exemplo real: a reação que ocorre entre o clorometano e o
íon hidróxido em solução aquosa.

Como Medimos a Velocidade Desta Reação?


A velocidade depende da concentração do clorometano e da concentração do íon hidróxido.
Velocidade = k[CH3Cl][OH- ]

Qual é a Ordem Desta Reação?


 Em geral, a ordem global da reação é igual à soma dos expoentes a e b na equação:
 Velocidade = k[A]^a.[B]^b. Esta reação é dita ser de segunda ordem global.
 A reação é bimolecular. (Por bimolecular queremos dizer que duas espécies estão
envolvidas na etapa cuja velocidade está sendo medida).

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 Chamamos esse tipo de reação de uma reação S 2,significando substituição, nucleofílica,
bimolecular.

Um Mecanismo para a Reação SN2

 A reação SN2 ocorre em apenas uma etapa (sem quaisquer intermediários) através da
formação de um arranjo instável de átomos, chamado de estado de transição.

 O estado de transição é um arranjo transitório dos átomos no qual tanto o nucleófilo


quanto o grupo abandonador estão parcialmente ligados ao átomo de carbono que sofre a
substituição.
 A reação SN2 é um exemplo do que chamamos de reação sincronizada, pois a formação e a quebra
de ligação ocorrem em sincronia (simultaneamente) através de um
único estado de transição.
 O estado de transição tem uma existência extremamente breve.

Teoria do Estado de Transição: Diagramas de Energia Livre

 Uma reação que ocorre com uma variação de energia livre negativa (liberando energia para suas
vizinhanças) é chamada de exergônica (espontânea) ;

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 Uma reação que ocorre com
uma variação de energia livre positiva (absorvendo energia das suas vizinhanças) é
endergônica;

 O topo da barreira de energia corresponde ao estado de transição.


 A diferença de
energia livre entre os reagentes e o estado de transição é a energia livre de ativação, ∆𝑮𝒕 .
 A diferença de energia livre entre os reagentes e os produtos é a variação de energia livre
da reação, ∆𝑮°

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 Se os produtos têm maior energia livre do que os reagentes, a energia livre de ativação será
ainda maior. (∆𝑮𝒕 será maior do que ∆𝑮° .) Em outras palavras, na reação barreira acima
(endergônica) uma barreira de energia ainda maior se localiza entre os reagentes em um
vale e os produtos em um vale mais alto.

A Estereoquímica das Reações SN2


 O nucleófilo aproxima-se do carbono do substrato pelo lado diretamente oposto ao grupo
abandonador. Em outras palavras, a ligação que está se formando com o nucleófilo é oposta (180º)
à ligação que está se rompendo com o grupo abandonador.
 O deslocamento nucleofílico do grupo abandonador em uma reação S~2 causa uma inversão de
configuração no carbono do substrato.

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Reação do Cloreto de terc-Butila com o lon Hidróxido: Uma Reação SN1

Estabilidades Relativas dos Carbocátions


 As estabilidades relativas dos carbocátions estão relacionadas com o número de grupos alquila
ligados ao átomo de carbono trivalente carregado positivamente.
 Os carbocátions terciários são os mais estáveis e o carbocátion metila é o menos estável.
 A ordem global de estabilidade é como se vê a seguir:

Solvólise: quebra pelo solvente


 A reação SNl de um haleto de alquila com a água é um exemplo de solvólise.
 Uma vez que o solvente nesse caso é a água, poderíamos também chamar a reação de uma hidrólise.
Se a reação tivesse ocorrido em metanol, a chamaríamos de metanólise.

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Fatores que Afetam as Velocidades das Reações SN1 e SN2

Vários fatores afetam as velocidades relativas de reações SNl e SN2. Os mais importantes são:
1 A estrutura do substrato
2 A concentração e a reatividade do nucleófilo (apenas para reações bimoleculares)
3 O efeito do solvente
4 A natureza do grupo abandonador.

Reações SN2
Os haletos de alquila simples mostram a seguinte ordem geral de reatividade em reações SN2:
Metila > primário > secundário >> (terciário - inerte)

Reações SN1
Os únicos compostos orgânicos que sofrem reação através de um mecanismo SNl com uma velocidade
razoável são aqueles capazes de formar carbocátions relativamente estáveis.

Efeitos do Solvente nas Reações SN2: Solventes Próticos, Polares e Apróticos.

Em geral, a tendência de nucleofilicidade entre os ânions haleto em um solvente prótico é como se segue:
1 > Br > CI > F

As nucleofilicidades relativas de alguns nucleófilos comuns em solventes próticos são como se segue:

SH- > CN- > I- > OH- > N3- > Br- > CH3C02- > Cl- > F- > H20
Nucleofilicidades relativa em solventes próticos

Solventes Apróticos Polares

Solventes apróticos não têm um átomo de hidrogênio que está ligado a um átomo de um elemento
eletronegativo e, portanto, não dificultam os nucleófilos através das ligações de hidrogênio.

Efeitos do Solvente nas Reações SN1: Capacidade ionizante do Solvente


 Solvente prótico polar tem a capacidade de solvatar cátions e ânions eficientemente.

A Natureza do Grupo Abandonador

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Entre os halogênios, o íon iodeto é o melhor grupo abandonador e o flúor é o pior:
I- > Br- > Cl- >> F-

Resumo de Reações: SN1 vs SN2


SN1
As Seguintes Condições Favorecem uma Reação SN1:

1. Um substrato que pode formar um carbocátions relativamente estável (por exemplo,


um substrato com um grupo abandonador em uma posição terciária = para formar carbocátions
terciário).
2. Um nucleófilo relativamente fraco
3. Um solvente prótico polar = para ionizar o substrato, solvatar cátions/ânions.

Portanto, o mecanismo SN1 é importante nas reações de solvólise de haletos de alquila


terciários, especialmente quando o solvente é altamente polar. Em uma reação de solvólise
o nucleófilo é fraco porque ele é uma molécula neutra (de um solvente prótico polar) em vez de um ânion.

SN2
As Seguintes Condições Favorecem uma Reação SN2:

1. Um substrato com um grupo abandonador relativamente livre (como um haleto de


metila ou de alquila primário, secundário). A ordem de reatividade é:

2. Um nucleófilo forte (geralmente não carregado)


3. Alta concentração de nucleófilo
4. Um solvente aprótico polar = para não impedir nucleófilo.

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Transformações de Grupos Funcionais Usando Reações SN2

Haletos de metila e de alquila primários e secundários podem ser transformados em álcoois, éteres, tióis,
tioéteres, nitrilas, ésteres, e assim por diante.

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Reações de Eliminação nos Haletos de Alquila: Formação de Alcenos

 São reações importantes que competem com as reações de substituição.


 Em uma reação de eliminação os fragmentos de alguma molécula (YZ) são removidos (eliminados)
a partir de átomos adjacentes do reagente. Essa eliminação leva à formação de uma ligação múltipla:

Desidroalogenação: eliminação de HX
 O aquecimento do haleto de alquila com uma base forte faz com que a reação ocorra.

 O átomo de carbono que contém o grupo abandonador é chamado de átomo de carbono alfa (𝜶)
 Qualquer átomo de carbono adjacente a ele é chamado de átomo de carbono beta (𝜷)
 Um átomo de hidrogênio ligado ao átomo de carbono (𝜷) é chamado de átomo de hidrogênio (𝛃).

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Reação E2: Eliminação Bimolecular

 A orientação na qual todos eles estão no mesmo plano é necessária.

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Reação E1: Eliminação Unimolecular

 A etapa inicial para ambas as reações (SN1 e E1) é a formação de um cátion terc-butila como
intermediário comum (carbocátions terciário). Essa também é a etapa determinante da velocidade
para ambas as reações; assim, ambas as reações são unimoleculares:

 Se a substituição ou a eliminação ocorre, depende da etapa seguinte (a etapa rápida):


 Se reagir no átomo do carbocátion: a reação é SN1

 Se reagir em algum dos hidrogênio (β): a reação é E1

Obs: As reações E1 quase sempre acompanham as reações SN1

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Mecanismo E1

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SN2 versus E2

 Substrato primário
Fácil acesso do nucleófilo ao Carbono halogenado = SN2 favorecida

 Substrato secundário
Impedimento estérico = E2 favorecida

 Substrato terciário
Impedimento estérico maior = E2 favorecida (com aquecimento, sem aquecimento = compete com SN1)

OBS:
O aumento da temperatura da reação favorece a eliminação (El e E2) sobre a substituição.
Base forte estericamente impedida favorecem reações de eliminação.

Haletos Terciários: SN1 versus E1

 As reações E1 são favorecidas com substratos que podem formar carbocátions estáveis (ou
seja, haletos terciários);
 Elas são também favorecidas pelo uso de nucle6filos pobres (bases fracas)
 Geralmente são favorecidas pela utilização de solventes polares.

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A Regra de Zaitsev: Base Pequena

 Formação do Alqueno mais substituído

 O produto de uma reação de Zaitsev corresponde àquele que é mais estável.

A regra de Hofmann: Base Volumosa

 Formação do Alqueno menos substituído

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Desidratação de Álcoois Catalisada por Ácidos

 Quando aquecidos em presença de um ácido forte, a maioria dos álcoois sofre desidratação
(perda de uma molécula de água) com formação de um alqueno.

 Ácidos mais utilizados: o ácido sulfúrico e o ácido fosfórico.


 A facilidade relativa com que os álcoois sofrem desidratação dá-se na seguinte ordem:

Mecanismo de Desidratação de Álcoois Secundários e Terciários: Uma Reação E1

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Mecanismo de Desidratação de Álcoois Primários: Uma Reação E2

Rearranjos Durante a Desidratação de Álcoois Secundários

 Migração de um íon alcaneto ou de um íon hidreto do átomo de carbono adjacente para aquele
com a carga positiva, pode levar à formação de um carbocátion mais estável (terciário).

Rearranjos Durante a Desidratação de Álcoois Primários

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