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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA


BACHARELADO EM FARMÁCIA

RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA DE FORMAS


FARMACÊUTICAS – ESTUDO DA ESTABILIDADE PRELIMINAR
DE EMULSÕES

ANDRIA CAROLINA DA SILVA LOPES


AMANDA VITÓRIA NOGUEIRA FERREIRA
DARLENE DA SILVA PONTES
JOSIANE DOS SANTOS CARMO

SANTARÉM – PARÁ
2023
ANDRIA CAROLINA DA SILVA LOPES
AMANDA VITÓRIA NOGUEIRA FERREIRA
DARLENE DA SILVA PONTES
JOSIANE DOS SANTOS CARMO

RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA DE FORMAS


FARMACÊUTICAS – ESTUDO DA ESTABILIDADE PRELIMINAR
DE EMULSÕES

Relatório Síntese das Atividades da Aula


Prática de Formas Farmacêuticas em
Emulsões apresentado como requisito
obrigatório para a obtenção da pontuação
necessária para aprovação na disciplina de
Farmacotécnica II.
Professor(a) Orientador(a): Profa. Dra. Kariane
Mendes Nunes.

SANTARÉM – PARÁ
2023

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1. INTRODUÇÃO

Emulsões são definidas como sistemas dispersos compostos de


pequenos glóbulos de líquidos distribuídos em um veículo, sendo ambos
imiscíveis entre si. Trata-se de um sistema polifásico, onde há uma fase dispersa
(interna) dentro de uma fase dispersante (fase externa). Dependendo da
finalidade desta emulsão, sua formulação pode apresentar fase interna oleosa e
fase externa aquosa, óleo-em-água (O/A), ou o contrário água-em-óleo (A/O)
(ALLEN e colab., 2013).
Essas formas farmacêuticas possuem diversas aplicações, dentre elas
existem produtos alimentícios (maionese, manteiga, sorvetes), produtos para
revestimentos (tintas), petróleo, agroquímicos e cosméticos. Isto deve-se às
inúmeras vantagens que as emulsões possuem quando comparadas a outras
formas farmacêuticas, como o preparo de medicamentos e cosméticos com
ativos e veículos hidrofílicos e lipofílicos na mesma formulação, sendo possível
um controle das propriedades sensoriais de um medicamento afim de facilitar a
sua administração, um exemplo é o emprego de um veículo aquoso edulcorado
e flavorizado na formulação de um óleo de sabor desagradável (ALLEN e colab.,
2013; CASTRO, 2014; NARA e DIAVÃO, 2009).
São comumente empregadas na formulação de cosméticos e
preparações farmacêuticas de aplicação tópica, como também constituem
grande parte das formas farmacêuticas líquidas, sendo administradas pela via
oral e parenteral. Em se tratando do seu uso cosmético, por este ser na maioria
das vezes aplicado sobre a pele, a emulsão não deve ser irritante, como também
deve manter suas propriedades físico-químicas e terapêuticas (CASTRO, 2014;
NARA e DIAVÃO, 2009).
Entretanto, emulsões são termodinamicamente instáveis, fato que
demanda devida atenção à estabilidade dessa forma farmacêutica. Assim, o
objetivo principal para formular emulsões de qualidade é ter estabelecido
critérios técnicos para escolha de componentes – principalmente o agente
emulsificante, ou tensoativo –, com o intuito de alcançar a estabilidade cinética.
Isso envolve desde a escolha de agentes emulsificantes com maior afinidade
com a fase contínua da emulsão (por exemplo em emulsões A/O um tensoativo
com potencial lipofílico seria mais compatível), desde a realização de testes de

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parâmetros que podem afetar a estabilidade da emulsão, como temperatura,
viscosidade, comportamento reológico, entre outros (CASTRO, 2014; FRANZOL
e REZENDE, 2015).
O objetivo deste trabalho foi desenvolver e estudar a estabilidade
preliminar da emulsão de ureia, avaliando suas características organolépticas,
pH, viscosidade aparente e analisando seu teste de estresse térmico.

2. METODOLOGIA

2.1. Materiais e equipamentos utilizados

Para formulação da emulsão de ureia utilizamos:


• Glicerina
• Nipazol
• Nipagin
• Lanette
• BHT
• Ureia
• Água destilada
• Termômetro
• Agitador magnético
• Phmetro calibrado
• Viscosímetro

2.2. Técnica de preparo da formulação da emulsão:

• Pesar todos os componentes da fase aquosa, individualmente, e colocar


no Becker 1;
• Pesar todos os componentes da fase oleosa, individualmente, e colocar
no Beck 2 (exceto ureia);
• Aquecer a 80 C, separadamente, os componentes da fase aquosa e fase
oleosa até a dissolução dos componentes ou aquecimento acima de 80
C;
• Triturar a ureia e solubilizar na fase aquosa já aquecida;
• Colocar no agitador mecânico e inverter a fase aquosa na fase oleosa;

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram avaliados os seguintes parâmetros: avaliação das características


organolépticas, determinação da viscosidade aparente, determinação do valor
de pH e teste de estresse térmica, os achados apontam que:

3.1. Avaliação das características organolépticas:

Após a preparação de emulsão verificamos que o aspecto da emulsão é fluido


viscoso, sua cor branca e odor apresenta cheiro característico de lanette.

3.2. Determinação da viscosidade aparente:

A viscosidade aparente da emulsão inicialmente se relaciona com o fluído Não-


Newtoniano tixotrópico, pois ocorre a diminuição da viscosidade com o tempo de
aplicação da tensão de cisalhamento, evidenciando que, a medida que aumenta
a velocidade diminui a viscosidade da emulsão.

Fonte: 1 Autoria
Figura 1: Gráfico sobre a Viscosidade própriade
da Emulsão (2023
Uréia de acordo com a velocidade (rpm).

3.3. Determinação do valor de pH:

Analisamos o pH através do pHmetro calibrado evidenciando a emulsão


com 8.5, ou seja, de caráter básico.

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3.4. Teste de estresse térmico:

Para o teste de estresse térmico colocamos uma amostra ao aquecimento


em estufa a temperatura a 45 C e outra amostra em temperatura ambiente a 25
C. E após 20 dias analisamos os seguintes parâmetros: análise macroscópica
determinação do valor de pH e viscosidade das amostras.

Figura 2: Emulsões de Uréia a 25°C e 45°C. Fonte: Própria.

Após analise percebeu-se que:

Emulsão a 25 C Emulsão a 45 C
Aspecto: fluido, com bolinhas
Aspecto: viscoso, com
bolinhas
Cor: branco voltado para o Cor: branco translucido
translucido
Odor: sem odor Odor: sem odor
Ph: 8.05 Ph: 8.48

Além disso, a viscosidade aparente em ambas as emulsões continua


sendo relacionada com o fluído Não-Newtoniano tixotrópico.

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Figura 3: Viscosidade Aparente da Emulsão de Uréia a 45°C. Fonte: Própria.

Figura 4: Viscosidade Aparente da Emulsão de Uréia a 45°C. Fonte: Própria.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta forma observamos que o PH e a viscosidade da emulsão são


afetados diretamente pela temperatura e também pelo armazenamento do
produto, assim como as características organolépticas, entretanto é importante
destacar que as emulsões por serem termodinamicamente instáveis necessitam
de cuidados específicos.

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Com isso, as aulas práticas de manipulação surgem como uma
ferramenta para proporcionar ao futuro profissional farmacêutico práticas de
farmácias magistrais para a produção de formulações, controle de qualidade e
boas práticas de manipulação seja medicamentos ou cosméticos.

5. REFERÊNCIAS

ALLEN, Loyd V. e POPOVICH, Nicholas G. e ANSEL, Howard C. Formas


Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 9a ed. Porto Alegre:
Artmed, 2013.
CASTRO, RAFAELLA MORGANA LIMA DE. EMULSÃO : UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA. João Pessoa/PB: [s.n.], 2014.
FRANZOL, Angélica e REZENDE, Mirabel Cerqueira. Estabilidade de
emulsões: um estudo de caso envolvendo emulsionantes aniônico,
catiônico e não-iônico. Polimeros, v. 25, p. 1–9, 2015.
NARA, Sheila e DIAVÃO, Castoldi. Estudo dos Parâmetros Físicoquímicos
na Estabilidade de Emulsões Cosméticas. Infarma, v. 21, n. 11/12, p. 15–20,
2009.
PRESTES, P. S. e colab. Avaliação da estabilidade físico-química de
emulsão acrescida de uréia dispersada, ou não, em propilenoglicol.
Revista de Ciencias Farmaceuticas Basica e Aplicada, v. 30, n. 1, p. 47–53,
2009.

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