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II Curso de Interações Medicamentosas

na Prática Clínica

Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Junior


Farmacêutico
Doutor em Biotecnologia

Dezembro
2020
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Introdução
• Polifarmácia
• Vantagens
• Desvantagens
• Perigos
• Reações adversas
• Efeitos colaterais

Interações medicamentosas podem contribuir


para um maior tempo de hospitalização e
aumentar custos da instituição, além de riscos e
danos potencialmente graves
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Introdução
• Interação medicamentosa (IM)
• O efeito de um fármaco é modificado pela presença
do outro
• Aumento da eficácia
• Diminuição da eficácia
• Efeitos tóxicos
• Formas de interação
• Medicamento – medicamento
• Medicamento – alimento
• Medicamento – bebidas alcoólicas

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Introdução
• Epidemiologia
• Fatores que influenciam na incidência e no grau de
severidade da interação
• Relacionados ao paciente
• Idade
• Sexo
• Peso
• Condições clínicas (função hepática e renal)
• Relacionado ao medicamento
• Potência
• Seletividade
• Meia-vida
• Via de administração

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Introdução
• Epidemiologia
• O aumento do número de fármacos utilizados
aumenta os riscos de interações medicamentosas
• Variação de 5 a 20% de interações potenciais

Os efeitos clínicos das interações podem não se


manifestar, em todos os pacientes, ou podem
ocorrer deforma diferente em cada um

O risco de maior gravidade em crianças é maior que


no indivíduo adulto
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Introdução
• O efeito da administração de 2 fármacos
diferentes simultaneamente pode ser diferente
quando comparado a administração de cada
fármacos isoladamente
• Melhora do efeito farmacológico
• Efeitos danosos
• Perda do efeito de um ou de ambos os fármacos.

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Introdução
• Fármacos de baixo índice terapêutico
• Apresentam maiores riscos
• Digoxina
• Fenitoína
• Teofilina

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Classificação das IM
• Quanto ao início de efeito
• Efeito rápido
• Efeitos clínicos/adversos ocorrem em até 24h após a
administração do fármaco.
• Efeito tardio
• Efeitos clínicos/adversos ocorrem após 24h ou podem
levar dias ou semanas para se tornar evidente.

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Classificação das IM
• Quanto à gravidade do efeito
• Contraindicada
• Independente de monitorização não deve acontecer
• Grave
• Pode afetar a evolução clínica ou promover danos
permanente se não devidamente monitorado
• Requer intervenção para prevenir ou minimizar os
efeitos
• Associados ao acontecimento de eventos clínicos
relevantes

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Classificação das IM
• Quanto à gravidade do efeito
• Moderadas
• O efeito da interação pode exacerbar ou alterar uma
condição clínica
• Pode ser necessária a alteração da terapia
• Leves
• O efeito da interação pode não afetar o paciente, somente
efeitos clínicos inconvenientes
• Não é necessário alterar a terapia ou realizar intervenções
mais complexas.

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Classificação das IM
• Quanto à Documentação na Literatura
• Excelente
• Interação estabelecida por estudos controlados
• Bom
• A literatura sugere fortemente que a interação existem,
mas necessita de estudos bem controlados
• Razoável:
• Há suspeita de interações medicamentosas mas os
estudos são pobres.
• Pobre
• Há possibilidade de interações medicamentosas mas os
estudos são pobres (relatos de caso).
• Improvável:
• É necessária uma maior base farmacológica
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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Ocorrem entre 2 fármacos:
• Próprio mecanismo de ação
• Compete por receptores específicos
• Podem ocorrer sinergismo ou antagonismo
• Sinergismo
• Quando um fármaco potencializa o efeito do outro
• Associação medicamentosa para potencializar a eficácia
• Podem ocorrer efeitos tóxicos
• Juntos podem potencializar efeito tóxico
• Vancomicina + Gentamicina

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo benéfico
• Sulfametoxazol + trimetroprima

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo benéfico
• Amoxicilina + clavulonato

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo benéfico
• Levodopa + carbidopa

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo benéfico
• Valsartan + Hidroclorotiazida

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo benéfico
• Furosemida+ Espironolactona

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo benéfico
• Paracetamol + codeína

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo benéfico
• Cetoprofeno + omeprazol

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo benéfico
• Cetoconazol + betametasona

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo benéfico
• AAS + clopidogrel

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo NÃO benéfico
• Haloperidol + Metoclopramida

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo NÃO benéfico
• Clonidina + metildopa

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo NÃO benéfico
• Sibutramina + Fluoxetina

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Sinergismo NÃO benéfico
• Selegilina + Levodopa/carbidopa

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Antagonismo
• Um fármaco anula o efeito do outro
• Pode ser benéfico para combater o efeito do outro em
caso de intoxicação
• Pode ser benéfico para diminuir o efeito colateral do
outro
• Anfetamina (Anfepramona, Femproporex) com laxante
• Anfetamina com benzodiazepínico
• Hidróxido de Magnésio com Hidróxido de Alumínio

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Antagonismo
• Benzodiazepínico + flumazenil

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Antagonismo
• Opióides com Naloxona ou Naltrexona

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Antagonismo
• Amitriptilina com clonidina/metildopa

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Antagonismo
• Captopril (IECA) com Diclofenaco de sódio (AINE)

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Mecanismos de Interação
• Farmacodinâmico
• Antagonismo
• Levodopa/carbidopa com Haloperidol
(Antipsicótico típico)

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Mecanismos de Interação
• Farmacocinético
• Estão relacionados com os processos
• Absorção
• Distribuição
• Metabolismo
• Excreção
• Interferem na biodisponibilidade
• Eficácia reduzida

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Mecanismos de Interação
• Farmacocinético
• Absorção
• Tetraciclinas com cálcio

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Mecanismos de Interação
• Farmacocinético
• Absorção
• Colestiramina e outras resinas com medicamentos
em geral

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Mecanismos de Interação
• Farmacocinético
• Absorção
• Omeprazol (IBP) e alimentos em geral

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Mecanismos de Interação
• Farmacocinético
• Distribuição
• Fármacos que possuem alta ligação à proteínas
plasmáticas podem deslocar outros fármacos

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Mecanismos de Interação
• Farmacocinético
• Metabolismo
• Fármacos indutores enzimáticos, aumentam a
expressão de enzimas do complexo citocromo P-450
• Carbamazepina
• Fenitoína
• Rifampicina

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Mecanismos de Interação
• Farmacocinético
• Metabolismo
• Fármacos Inibidores enzimáticos, diminuem a
expressão de enzimas do complexo citocromo P-450
• Macrolídeos (claritromicina, eritromicina)
• Antifúngicos azóis (fluconazol, cetoconazol, itraconazol)

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Mecanismos de Interação

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Mecanismos de Interação
• Farmacocinético
• Excreção
• Alteração no fluxo glomerular
• Alteração na reabsorção
• Fármacos que alteram o ciclo êntero-hepático
• Bicarbonato com Fenobarbital
• Alteração na secreção tubular
• Competição na excreção
• Probenecida compete com a penicilina na eliminação
• Diuréticos (furosemida, hidroclorotiazida) com ácido
úrico

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Ferramentas
• Medscape
https://reference.medscape.com/drug-
interactionchecker

• Drusg.com
https://www.drugs.com/drug_interactions.html
Ferramentas
• Micromedex
• Aplicativo: IBM Micromedex Drug Int.
• Senha do Aplicativo: P5aswu
IM com fitoterápicos
• Muitas vezes os fitoterápicos são usados
como automedicação
• Dificuldade de estimar a composição exata
dos componentes
• Potencial hepatotóxico
• Varfarina com Ginko Biloba
• Aumenta o risco de sangramento
• Ginseng com digoxina
• Aumenta significativamente as concentrações de
digoxina

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Interações Farmacêuticas
• Também conhecida como incompatibilidade
medicamentosa
• Dois ou mais medicamentos injetáveis são físico-
quimicamente incompatíveis
• Mistura na seringa
• Em via Y
• Interações in vitro
• Ocorrem no preparo do medicamento para
administração

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Interações Farmacêuticas
• Incompatibilidades físicas
• Detectada visualmente
• Turvação
• Alteração da cor
• Formação de espuma
• Precipitação lenta
• Pode ser verificada apenas depois de um tempo

• Incompatibilidade Química
• Degradação irreversível de um dos componentes
• Hidrólise
• Isomerisação
• Oxidação
• Podem não ser detectadas visualmente
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Interações Farmacêuticas
• Os β-lactâmicos podem ser inativados pelo pH
ácido de soros glicosados.

• Alguns antineoplásicos, como a doxorrubicina


devem ser protegidos da luz por serem
fotossensíveis e devem ser administrados em
equipos escuros.

• Um agente conservador pode inativar outro


medicamento. Ex. bissulfito para as penicilinas.

• O gluconato de cálcio e fosfato de potássio se


forem misturados em nutrição parenteral podem
precipitar.
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Interações Farmacêuticas
• As penicilinas e as cefalosporinas reagem com
o grupo amino dos aminoglicosídeos e os
inativam, portanto não devem ser misturados
em soluções intravenosas.

• As tetraciclinas são agentes quelantes


eficientes contra vários cátions com os quais
formam complexos pouco solúveis.

• Inativação do Nitroprussiato de sódio pela luz.

• Adsorção da insulina pelo frasco e equipos. 50


Interações Farmacêuticas
• Incompatibilidades físicas
• Cuidados para evitar incompatibilidades
• Respeitar a orientação do fabricante quanto a
reconstituição;
• Somente adicionar outros fármacos à solução se existir
garantia de compatibilidade;
• Proteger as soluções do calor excessivo e luz solar
direta;
• Preparar as soluções no momento do uso;
• Evitar administrar concomitantemente soluções
parenterais e medicamentos.

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Considerações Finais
• A polifarmácia predispõe o indivíduo a
interações medicamentosas potenciais;
• O profissional de saúde deve ficar atento e ser
capaz de prever as interações medicamentosas;
• A avaliação das interações pelo potencial em
causar agravos à saúde deve ser realizada pelo
profissional de saúde;
• A substituição dos medicamentos ao identificar
uma potencial interação pode evitar agravos.

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Prática Clínica

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