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INSTITUTO EDUCACIONAL SÃO JOÃO DA ESCÓCIA

CURSOS TÉCNICOS PROFISSIONALIZANTES


TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS

NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO

DATA: 18/08/2021

TIPOS DE EMPREGO
TIPOS DE EMPREGO

• TRABALHADOR EVENTUAL
Eventual é o trabalhador subordinado atípico, que presta serviços
em caráter transitório, acidental, isto é, não há exigência
permanente dos seus serviços pelo tomador. Os serviços por ele
prestados não são essenciais ou complementares aos fins da
empresa.
Desta forma, eventual é o trabalhador que não se fixa numa fonte
de trabalho, enquanto o empregado se fixa nela. A fixação é
jurídica. Esta teoria encontra amparo pelo Ilustre Jurista Amauri
Mascaro Nascimento o seu mais ardoroso defensor, o qual
fornece-nos os seguintes exemplos de trabalhador eventual:
TIPOS DE EMPREGO

a) o “boia-fria”, volante rural, que vai a cada dia trabalhar numa


fazenda diferente, ganhando por dia, sem se fixar em nenhuma
delas; b) o “chapa”, que faz carga e descarga de mercadorias de
caminhões de um motorista diferente ou de uma empresa
diferente dentre as muitas para as quais, sem fixação, faz esse
serviço; c) a diarista doméstica, que vai de vez em quando fazer a
limpeza na residência da família. Adverte, porém, que qualquer um
desses trabalhadores pode se transformar em autêntico
empregado, basta que em vez de trabalhar de vez em quando,
passe a fazê-lo seguidamente para a mesma fonte de trabalho,
caso em que surgirá um ajuste, até mesmo tácito, correspondente
a uma relação de emprego.
TIPOS DE EMPREGO

❑ JURISPRUDÊNCIA:
VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. “CHAPA”. LABOR EVENTUAL.
Sabidamente, para que se reconheça a efetiva relação de emprego,
cumpre investigar acerca da presença de todos os fatos constitutivos
essenciais, que por lei a definem (subordinação, recebimento de
salário, pessoalidade e não eventualidade na prestação laborativa).
Neste processado, contudo, não restou evidenciada a presença
cumulativa dos requisitos previstos nos artigos 2º e 3º da CLT,
sobretudo no que tange à pessoalidade e à não eventualidade, já que
os trabalhos de carga e descarga de mercadorias feitos no caso dos
autos por “chapas”, realçam que não havia ligação em definitivo a um
empregador, sendo os chapas livres para escolher a carga e o preço,
realçando a ocorrência de trabalho autônomo ou eventual (TRT – 3ª R.
– 0010945-64.2017.5.03.0059 RO – 8ª T. – Rel. Des. Marcio Ribeiro do
Valle – j. 15.03.2018).
TIPOS DE EMPREGO

• TRABALHADOR AVULSO
Avulso é o trabalhador subordinado atípico que, de forma
descontínua, presta serviço essencial e complementar à
atividade da empresa, mas sem inserir-se na sua organização.
Embora a doutrina majoritária considere avulsos apenas os
trabalhadores da orla marítima, há quem visualize, na figura dos
“boias-frias” – recrutados por “turmeiros” –, que trabalham ora
numa fazenda ora noutra sem se prender a lugar nenhum, uma
espécie de trabalhador avulso, ainda que sem intermediação de
sindicato, ou seja, um “avulso individual”.
Para Mozart Victor Russomano, o avulso é trabalhador autônomo,
mas destinatário de todos os direitos outorgados aos
empregados, por força do “princípio amplo e inflexível” contido
no art. 7º, XXXIV, da CF.
TIPOS DE EMPREGO

❑ Algumas características do trabalhador avulso são:


a) a intermediação do sindicato profissional na intermediação da
mão de obra (não obstante a divergência sobre a
dispensabilidade da intervenção da entidade sindical); b) a curta
duração dos serviços prestados ao tomador dos mesmos; c)
remuneração paga, em regra, através de rateio procedido pelo
sindicato.
A Constituição Federal (art. 7º, XXXIV), é certo, igualou, no plano
do direito material, o trabalhador avulso ao trabalhador com
vínculo empregatício permanente (empregado).
Conclusão: Feitas estas considerações, somos de opinião de que o
avulso, à luz do direito positivo brasileiro, é um trabalhador – rural
ou urbano – subordinado, cuja prestação do serviço é
obrigatoriamente intercedida pelo sindicato de sua categoria
profissional, seja ele associado ou não.
TIPOS DE EMPREGO

• TRABALHADOR PORTUÁRIO AVULSO


O trabalho portuário encontra-se, atualmente, regulado pelo art.
32 e seu parágrafo único da Lei de Modernização do Sistema
Portuário (Lei 12.815, de 05.06.2013).
Assim, o trabalho portuário prestado aos Operadores Portuários
poderá ser intermediado por Órgão de Gestão de Mão de Obra
do Trabalho Portuário Avulso-Ogmo(Órgão Gestor de Mão de
Obra. São entidades sem fins lucrativos que atuam na
regulamentação dos trabalhadores avulsos do setor portuário. A
elas atribui-se caráter administrativo, fiscalizador e
profissionalizante) ou por sindicato da categoria profissional
correspondente.
TIPOS DE EMPREGO
❑ O OGMO:
• não responde por prejuízos causados pelos trabalhadores
portuários avulsos aos tomadores dos seus serviços ou a
terceiros.
• responde, solidariamente com os operadores portuários, pela
remuneração devida ao trabalhador portuário avulso e pelas
indenizações decorrentes de acidente de trabalho . Para tanto, o
Ogmo pode exigir dos operadores portuários garantia prévia dos
respectivos pagamentos, para atender a requisição de
trabalhadores portuários avulsos.
O art. 34 da Lei 12.815 dispõe expressamente que o “exercício das
atribuições previstas nos arts. 32 e 33 pelo órgão de gestão de
mão de obra do trabalho portuário avulso não implica vínculo
empregatício com trabalhador portuário avulso”, ainda que ceda
“trabalhador portuário avulso, em caráter permanente, ao
operador portuário” (Lei 12.815, art. 35).

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