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HUMANO-
COMPUTADOR
Introdução
Entre os vários tipos de processos de design de interação humano-
-computador (IHC), certamente os principais são aqueles que atraem os
usuários para trabalhar junto com os designers na construção do design.
Um processo de design que conta com a participação do usuário
desde o projeto tende a obter mais sucesso na fase de implantação, pois
o designer tem condições de ser mais assertivo, em razão do seu alto
grau de entendimento acerca das necessidades de quem vai utilizar a
interface elaborada por ele.
Neste capítulo, você vai estudar o design contextual, a diferença entre
o design baseado em cenários, o design centrado na comunicação e,
ainda, o design de interface.
O design contextual
O design contextual é um processo de design de IHC que é centrado no
usuário e que envolve métodos para estudar as pessoas, que possibilitarão
fazer a coleta de dados relevantes para a produção do artefato. Ele orienta o
designer a compreender de maneira profunda as necessidades dos usuários
por meio da análise do contexto de uso.
2 Processos de design de IHC II
Isso significa dizer que os designers vão envolver no seu trabalho os dados
dos usuários no ambiente em que eles vivem ou trabalham, para conhecer
o seu dia a dia e o seu trabalho na realização de suas atividades, a fim de
utilizar esse conhecimento como uma ferramenta para o desenvolvimento
do produto final.
Investigação contextual
Envolve o conhecimento acerca dos usuários, de suas necessidades, de seus
objetivos e a forma como ele trabalha e executa suas atividades rotineiramente.
Para que a investigação seja bem-sucedida, são usadas técnicas de coleta de
dados em campo, ou seja, o designer vai até o ambiente de trabalho do usuário,
a fim de obter informações minuciosas sobre como o usuário de um artefato
interage com o produto, diretamente no ambiente onde o utiliza.
Algumas das técnicas utilizadas são a observação do usuário enquanto
realiza suas atividades e também a conversa com o usuário enquanto ele
trabalha com o produto, que vão resultar em relatos escritos que servirão de
fundamento para a fase de modelagem ou interpretação.
Processos de design de IHC II 3
Reprojeto do trabalho
A consolidação dos modelos de trabalho, realizada na fase de consolidação
dos dados vai servir de base para que o designer consiga reprojetar a maneira
com a qual os usuários trabalham na situação atual. O designer vai poder
utilizar histórias em quadrinhos como ferramenta para demonstrar a sua ideia
a respeito de melhorias para as práticas de trabalho dos usuários.
Envolve a idealização de uma nova forma para os usuários trabalharem e
executarem suas atividades.
Prototipação
Envolve a elaboração de um protótipo da interface idealizada. O protótipo
deve ser avaliado junto aos usuários, o que vai permitir revisar e melhorar o
projeto de forma colaborativa e iterativa, até que seja atingida uma solução
satisfatória.
Essa fase auxilia os designers a melhorar cada vez mais o design projetado.
Os protótipos são ferramentas que conseguem colocar à prova as primeiras
ideias acerca do design, observar pontos que faltaram e identificar partes que
podem ser melhoradas.
Para exemplificar como são feitos os cenários, pode-se imaginar a tarefa de desenvolver
uma interface para um caixa eletrônico. Um provável cenário, nesse caso, poderia
conter o seguinte texto:
“O usuário chega no caixa eletrônico, insere o cartão do banco no caixa, pressiona a
opção de saque, informa o valor a sacar, digita sua senha, coloca sua digital no leitor,
retira o dinheiro, retira o cartão e vai embora”.
não será desenvolvida por eles, e sim pelos designers que têm conhecimento
técnico para a atividade.
O trabalho com o design centrado na comunicação tem como principais
atividades (BARBOSA; SILVA, 2010):
O design da interface
O processo de design de interface tem o propósito de projetar a interface de
um software, que é a parte do software que tem contato com o usuário, e que
serve para fazer efetivamente a interação entre o usuário e o computador.
O design da interface deve ser elaborado da maneira mais simples e
eficiente possível, para os usuários que vão utilizá-la. Os objetivos e as
necessidades do usuário devem ser atingidos de maneira satisfatória e o
usuário deve ter prazer com a experiência de utilizar a interface (BARA-
NAUSKAS; ROCHA, 2003).
Processos de design de IHC II 11
quais seriam suas intenções de melhoria e seus objetivos. Porém, além disso,
o designer precisa desenvolver interfaces que sejam eficientes técnica e es-
teticamente, para que sejam funcionais e proporcionem rapidez e eficiência
para o usuário no desempenho de suas atividades.
Quando o assunto é IHC, o design de interface deve ser elaborado sempre
colocando o elemento humano como prioridade. Por isso, existem alguns
princípios ou diretrizes que foram elaborados para um bom design de in-
terface com base na psicologia e também na capacidade que o ser humano
tem de perceber as coisas ao seu redor e aprender por meio da realização de
atividades. Alguns desses princípios são descritos a seguir, de acordo com
Baranauskas e Rocha (2003).
Um bom design de interface é algo que garante que o usuário realize suas
tarefas de maneira eficiente, mas, acima de tudo, é o que assegura que um
usuário continuará utilizando um determinado software, ou, ainda, visitando
um determinado site na internet ou utilizando um aplicativo específico (BA-
RANAUSKAS; ROCHA, 2003).
Em outras palavras, o design de interface é o que garante a fidelização
dos usuários para o artefato produzido, pois quando os usuários se sentem
satisfeitos com a utilização de uma interface, por ela ser fácil de utilizar e
proporcionar bons resultados, além de ser bonita e agradável, ele certamente
gostará de repetir a experiência em utilizá-la.
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Leitura recomendada
ROGERS, I.; SHARP, H.; PREECE, J. Design de Interação: além da interação humano-com-
putador. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
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