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Plano de Aula

• Conteúdo:
• A relação das emoções com a aprendizagem
• A inclusão da criança na Educação Infantil.
• O papel do brincar no desenvolvimento infantil.

• Competências
1-Investigar os principais teóricos e fases do desenvolvimento infantil
incluindo desenvolvimento das crianças com deficiência.
2 - Identificar e Analisar os diferentes aspectos do desenvolvimento
infantil: físico-motor, cognitivo, afetivo-emocional e social.
3 - Aplicar os conceitos básicos do desenvolvimento infantil para
resolver situações cotidianas.
Professor A
Cena 1:
• Durante a realização de um exercício voltado para
a turma:
• - Vocês fariam isso como? (aguarda a participação,
mas ninguém fala nada). Vocês estão muito
quietos hoje... Fala aí alguma maneira de resolver
para... Vocês sabem que eu tô crente que vocês
vão faturar, né? (...) Então, vamos lá, comigo... (...)
Vocês precisam me falar. Se vocês ficam parados
eu não sei se tá tudo certo, seu estou sendo
repetitivo, ou se posso tocar. (...) Vocês precisam
falar, porque sempre aparece um jeito de resolver
que o outro não pensou. Vocês são imaginativos e
isso é bom.
Professor A
Cena 2:
• Um aluno levanta a mão.
• - Professor, deixa eu fazer uma pergunta idiota?
• - Para com isso, a gente tem que criar aqui um ambiente
agradável pra fazer qualquer pergunta. Não existe pergunta
idiota. Precisamos parar com essa mania. Pode perguntar
Professor B
Cena 3:
• Um aluno pergunta:
• -Tem como partir de ... (inaudível). Acredito que seria uma
alternativa de resolução.
• O professor responde:
• - Só se você for mais esperto do que eu... Eu parti da função e é
assim que deve ser. Não vejo outra forma.
Professor B
Cena 4:
Um aluno faz uma pergunta. (inaudível). O professor B responde:
- Ah, mas isso que você perguntou é óbvio, meu amigo. É disso que
estamos falando. Outras perguntas, gente.
Cena 5:
- Aluno: Então ele (o professor) falava super bem, ele falava “olha
isso”, “olha que legal”, era como se ele estivesse descobrindo pela
primeira vez. Então, você acompanha isso. Pelo menos é o meu
jeito, na aula eu entro na cabeça do professor, então se ele tá
animado pra ensinar eu tô animado pra aprender também (...).
Cena 6:
- Aluno: O retorno do trabalho escrito, ela devolveu o trabalho, mas
assim só com o visto, não tinha nenhuma correção, nenhuma
observação, nada. Acho que ela deu ponto para quem entregou.
Não houve oportunidade de aprendizado, de refazer algo que não
estava bom, nada.
Unidade
Afeto-cognição
• São funções psíquicas superiores – se
originam e se desenvolvem nas relações
sociais, nas práticas culturais.
• Nas relações de ensino – funções que
caminham juntas – não há aprendizagem sem
afeto.
• Afeto – do verbo afetar – como afetar o outro
para a aprendizagem?
• Relação dialógica - troca, partilha,
colaboração e respeito pelos diferentes
papeis ocupados.
EU TAMBÉM QUERO FALAR! NARRATIVAS DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA E COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO SOBRE A ESCOLA COMUM E AS AULAS
DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Tese Doutorado: Rodrigo Barbuio
Disponível: https://www.usf.edu.br/galeria/getImage/427/1012554935201856.pdf

• Lipão; 16 anos; 9º ano; Deficiência motora (não


congênita); Traumatismo craniano (Sequelas de um
acidente automobilístico).
• Sonic; 13 anos; 8º ano; Transtorno do Espectro
Autista.
• Pesquisador (Rodrigo): Sonic, explica o desenho da sua escola, fazendo um favor.
• Sonic: Tá… Isso é uma vinheta, todo desenho tem uma vinheta, o Looney Tunes tem uma vinheta, o Sonic tem
uma vinheta, o desenho da escola tem uma vinheta…
• Pesquisador (Rodrigo): Entendi, continua.
• Sonic: Esse sou eu na aula de Ciências, eu gosto muito da aula de Ciências…
• Pesquisador (Rodrigo): Certo, continua explicando, por favor…
• Sonic: Aqui é a monitora gritando: “Não corre, não corre, não corre…”
• Pesquisador (Rodrigo): Certo, vocês se dão bem? Conta como é, por favor.
• Sonic: Conto como é, temos, temos mais ou menos…
• Pesquisador (Rodrigo): Mais ou menos como?
• Sonic: Mais ou menos, que ela manda eu não correr: “Não corre, não corre…”
• Pesquisador (Rodrigo): Entendi… E aí, o que acontece depois?
• Sonic: Acontece que ela manda eu ficar sentado na escada pensando…
• Pesquisador (Rodrigo): Me fala uma coisa, só ela manda você para a escada pensar ou mais alguém aqui da
escola?
• Sonic: Aqui da escola, manda para a escada, só ela…
• Pesquisador (Rodrigo): Entendi… Você sabe me dizer se algum responsável aqui da escola sabe que ela te manda
para a escada para pensar?
• Sonic: Eu não sei te dizer, mas a minha mãe manda eu ficar trancado no quarto pra pensar, pensar, pensar…
• Pesquisador (Rodrigo): Me fala dessa foto…
• Lipão: Bem, é, eu tirei, porque eu gosto de futebol…
Pesquisador (Rodrigo): Legal. Você costuma jogar na aula de
Educação Física?
• Lipão: Não muito…
• Pesquisador (Rodrigo): Mas eu já vi você jogando… Lipão:
Bem, é, mas não é jogar, jogar, de verdade… Bem, é, eu jogo,
mas é como se eu não jogasse… É… é, tipo assim… Vou
tentar explicar para você… Eu jogo, mas eu nunca chuto a
bola no jogo… Entende? Pesquisador (Rodrigo): Mais ou
menos, fala mais, pra eu entender melhor…
• Lipão: Bem, é, eu não chuto a bola, é, porque os meninos
não tocam a bola para mim… Bem, é, aí, eu jogo, mas não
jogo, entende o que quero dizer para você?
• Pesquisador (Rodrigo): Deixa eu ver se entendi, você joga a
partida, mas você não participa ativamente dela, você joga,
mas não toca na bola em nenhum momento, é isso?
• Lipão: É… Isso… Bem, é, para mim, isso é jogar, mas não
jogar de verdade… Entende?
• Pesquisador (Rodrigo): Entendi… Seus colegas nunca tocam
a bola pra você?
• Lipão: Ah… Muito difícil… E… É… Eu fico triste com isso,
porque eles não tocam a bola para mim… E… É… Sempre sai
briga por isso, porque eles não quer eu no time
deles…Porque eles fala que o time fica com um a menos…
Bem, é, eles fala que o time fica fraco… Aí eu fico nervoso e
saio do jogo…
• Pesquisador (Rodrigo): Me fale sobre essa foto.
• Lipão: Bem, é, que eu queria fazer lição igual os outro
faz, da lousa… É… Bem, deixa eu tentar explicar para
você… Eu queria copiar lição da lousa…
• Pesquisador (Rodrigo): Hum… Entendi… Você não copia
nada da lousa?
• Lipão: E, é… Muito pouco… Elas não deixam, fala que
preciso fazer o caderno…
• Pesquisador (Rodrigo): Elas quem? Lipão: As Dona…
• Pesquisador (Rodrigo): Entendi… Todas as professoras
falam isso?
• Lipão: É… Bem, que eu tenho que fazer, porque eu
preciso… Bem, mas eu não gosto disso… E… É, eu queria
fazer normal, igual os outro… Pesquisador (Rodrigo):
Você já disse isso para elas?
• Lipão: Ishii… Já falei um monte… Bem, é… E eu fico
nervoso e saio da sala, toda vez…
Educação Inclusiva
• Política Pública – baseada no paradigma dos Direitos Humanos
• Documentos norteadores Internacionais: Declaração de Jontien (1990) Declaração
de Salamanca (1994), Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com
Deficiência (ONU, 1996).
• Leis e Documentos Nacionais: Constituição Federal (1988); LDB 9394/1996; Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (1998); Lei
Brasileira de Inclusão (2015).
• Educação Especial – eixo transversal, perpassa todas as modalidades de ensino.
• Retrocesso: Política Nacional de Educação Especial – “Nova Política” (2020 –
suspensa pelo ministério público)
• Público-Alvo da Educação Especial: Alunos com Deficiência Motora, Intelectual,
Sensorial (Surdez, def. auditiva/ cegueira, baixa visão, def. visual, surdocegueira)
Deficiências múltiplas, Alunos com Transtorno do Espectro do Autismo e Alunos
com Altas Habilidades/Superdotação.
• Atendimento Educacional Especializado (no contraturno escolar – professores de
educação especial)
Modelos de Deficiência
• Modelo Médico – ênfase no diagnóstico (laudo) – ideia de reabilitar, tratar (ideia
que vem desde a Idade Moderna – Europa e depois no Brasil)
• Modelo Social – ênfase nos direitos humanos – acessibilidade/ quebra de barreiras
(arquitetônicas, comunicacionais, etc) – A partir dos anos de 1990 – movimento
mundial (ONU, Unicef) – Educação Inclusiva.
• Modelo Histórico-Cultural (Lev Vigotski) – Concepção Dialética da Deficiência
• Déficits orgânicos – consequências primárias da deficiência.
• Consequências secundárias – o modo como o grupo social compreende a deficiência e as condições
oferecidas de acesso, participação, escolarização
• O meio social pode ser fonte de desenvolvimento para as pessoas com deficiência ou via de
impossibilidade.
• Na escola – quando ao aluno são oferecidas atividades empobrecidas de conteúdo, simplificadas,
quando o aluno faz uma atividade diferente do que o restante do grupo – via de impossibilidade.
• “o que decide o destino da pessoa, em última instância, não é o defeito em si
mesmo, mas suas consequências sociais, sua realização psico-social” (VYGOTSKI,
1997, p. 19).
Deficiência na perspectiva histórico-
cultural
• A visão cultural do desenvolvimento é, portanto, marcada por uma referência
prospectiva.
• Vincula-se a uma concepção da estrutura psíquica do próprio sujeito como
configuração complexa, plástica e flexível, que admite transformações qualitativas.
• A plasticidade do funcionamento humano e a qualidade das experiências
concretas propiciadas pelo grupo social permitem avanços na formação
individual, inclusive para aqueles com algum tipo de deficiência.
• As funções superiores são mais educáveis que as elementares, em especial
porque, por vezes, essas últimas se encontram diretamente comprometidas pelo
núcleo orgânico, e porque as primeiras estão “nas mãos” do grupo social.
Narrativas/Comentários/Dúvidas
• 1- O brincar na educação infantil
Próximo
• 2 - A relação família e escola para
encontro: desenvolvimento global da criança
07/12/2022

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