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A Semana na Era Cristã 1

A SEMANA NA ERA CRISTÃ

O AUTOR do livro que estamos considerando, formula à pág. 58,


estas indagações: "Podem os sabatistas provar que o sábado é o dia
sétimo exato desde a criação? Estão eles certos de que tem sido
conservado... durante todos os séculos?! Certamente não." E nós
respondemos, com absoluta firmeza: Certamente sim! E fica o oponente
na obrigação de provar em que época, em que dia, mês e ano acorreu a
alteração dos dias da semana.
Notem os leitores que não se apresenta uma única prova sequer em
favor da rotura do ciclo semanal através da História. Apenas afirmações
vagas, imprecisas, hipotéticas. Coisas assim: quem sabe foi na ocasião
do dilúvio... quem sabe no período anárquico dos juízes... quem sabe ...
talvez ... é provável ... etc. Isto é um "complexo de extravio de tempo"
que acomete os antiadventistas, em grande parte devido ao modernismo
religioso, calcado em equivocas idéias evolucionistas, que os induz a não
levarem a sério a antigüidade do dia de repouso.

Na era pré-cristã não se perdeu o dia original de repouso. Na nossa


era não seria possível perder-se. Consideremos estes fatoras:
1. Irrazoabilidade de o Mundo Perder a Contagem de um Dia. –
Uma simples pessoa dificilmente perde a contagem de um dia. Mais
difícil é que uma família o faça. Seria possível que um povoado, ou
cidade, ou país perdesse a contagem de um dia? Seria, pois, absurdo
admitir que o mundo com seus biliões de habitantes, grande parte
observando o primeiro dia da semana, perdesse a contagem do dia?
2. O Cuidado de Deus. – É absurdo supor que Deus exija a
observância de uma instituição – como no caso do sábado por
mandamento – e permita que este dia se extravie através dos tempos.
3. Os Judeus. – Nos tempos de Jesus, os judeus eram extremados na
guarda do sábado. Ao serem espalhados, dispersos por todas as nações
da Terra, após a destruição de Jerusalém, levaram consigo a observância
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sabática. Em tempo algum se perdeu o sétimo dia nas nações em que se
estabeleceram.
4. O Costume e a História. – O pastor William Jones, de Londres,
com a cooperação de competentes lingüistas de todo o mundo, elaborou
um mapa da semana em 162 idiomas ou dialetos. Todos reconhecem a
mesma ordem dos dias da semana, e 102 deles denominam o sétimo dia
de sábado. Abram-se as enciclopédias, cronologias seculares ou
eclesiásticas, e o domingo é reconhecido como o primeiro dia da semana,
logo depois do sábado. Quer dizer que não houve extravio de dia algum.
5. As Igrejas. – A igreja primitiva observava o sábado. O Prof.
Edward Brerewood, em sua obra Learned Treatises of the Sabbath,
Oxford, 1631 (notem bem a data), afirma: "O sábado ou sétimo dia... era
observado religiosamente na igreja oriental por 300 anos ou mais depois
da Paixão do Salvador." Quer observadores do domingo (católicos e
protestantes) quer da sexta-feira (muçulmanos) ou do sábado (judeus e
adventistas), na era cristã, jamais houve entre eles a menor dúvida
quanto ao dia que guardam.
6. Astronomia. – Os registros astronômicos e datas, que remontam a
600 A. C. concordam com o cômputo dos astrônomos de hoje, de que
jamais se alterou em tempo algum o ciclo semanal.

Reformas do Calendário

Houve, de fato, mudanças no calendário. Nenhuma delas, Porém,


mexeu com a ordem dos dias da semana. Não vamos referir-nos às
reformas precárias que não foram adotadas, ou apenas simbólicas como
o calendário positivista, o da Revolução Francesa, e outros. Analisemos
sucintamente as mudanças que alteraram o cômputo dos meses, dias e
anos. O calendário judaico vinha dos primeiros tempos bíblicos, e
consignava o sábado. Os calendários das demais nações do Antigo
Oriente, embora dessemelhantes quanto aos meses ou anos, eram
contudo idênticos na divisão semanal.
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O calendário romano mais antigo, que se crê fora dado por Rômulo,
supunha um ano de 305 dias, em 10 meses, a partir de março. Numa,
sucessor de Rômulo, acrescentou dois meses, elevando o ano civil para
365 dias. Quando Júlio César subiu ao poder supremo de Roma, notando
que o calendário vigente era deficiente, chamou o famoso astrólogo
Alexandrino Sosígenes para estudar a questão. Este determinou que se
abandonasse o calendário dos meses lunares, e se adotasse o egípcio. Foi
feita a reforma no ano 45 A. C. e a semana que vinha no calendário
egípcio era paralela à do calendário judaico, e foi mantida.
Assim a ordem de sete dias dos dias da semana não se alterou. Isso
foi antes do nascimento de Cristo. Nos tempos de Jesus e dos apóstolos,
a semana na Palestina coincidia com a semana dos romanos quanto a
ordem dos dias. Também a denominação dos dias era a designação
ordinal, pois os nomes dos dias da semana se devem a Constantino, o
mesmo que, por decreto, legalizou a observância do primeiro dia.
Voltando a Júlio César, o calendário ficou alterado, sem afetar a ordem
dos dias semanais. É a reforma chamada juliana.
A outra reforma que alterou o cômputo, mas não a semana, é a
denominada gregoriana, feita por ordem do Papa Gregório XIIII. Os
países latinos: Espanha, Portugal e Itália aceitaram-na em 1682. A
reforma se fez no dia 4 de outubro daquele ano. O dia 4 de outubro pulou
para 15 (havendo portanto uma dedução de 10 dias). Mas o dia 4 foi
quinta-feira, e o dia 15 logo a seguir foi sexta-feira, permanecendo
inalterado o ciclo semanal. Nos países de fala inglesa a mudança
gregoriana só foi aceita em 1752, em setembro daquele ano. Assim o dia
dois foi seguido pelo dia 14. Mas o dia 2 de setembro caiu numa quarta-
feira, e o dia 14 que se seguiu, numa quinta-feira. De novo não se alterou
a semana.
Grande ignorância é afirmar que as alterações de calendário
produziram extravio do sábado.
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Testemunho dos Astrônomos

Não creio haver pessoas mais bem informadas a respeito do assunto


do que os astrônomos. Recorramos, pois, a eles. Eis o que depõem:
"Tivemos o ensejo de investigar os resultados dos trabalhos de
especialistas em cronologia, e jamais se soube de um sequer que tivesse
a menor dúvida acerca da continuidade do ciclo semanal desde muito
tempo antes da era cristã. Nenhuma das reformas havidas em nosso
calendário, em séculos passadas, afetam de algum modo o ciclo da
semana."
Dr. A. James Robertson, Diretor do Observatório Naval de
Washington, respondendo carta de consulta, em 1932. (Fotocópia
publicada à pág. 560 de Answers to Objections, de F. D. Nichol.)
Outra carta assinada por Sir Frank W. Dyson, do Real Observatório
de Greenwich, Londres diz, em 1932:
"Tanto quanto se sabe, nas várias mudanças do Calendário, não tem
havido nenhuma alteração na ordem dos sete dias da semana, a qual
transcorre inalterada desde os mais remotos tempos." (Fac-símile no
mesmo livro, pág, 562.)
Depoimento do Prof. D. Eginitis, Diretor do Observatório de
Atenas, num relatório apresentado à antiga Liga das Nações:
"A quebra da continuidade da semana, que tem atravessado, ainda
intata, os séculos e todos os calendários conhecidos, e o uso universal
desta unidade de medição do tempo, são as razões que se opõem a esta
mudança de calendário"
Em Nature, publicação científica inglesa, de 6-6-1931, na "Coluna
da Astronomia," há o seguinte tópico:
"A regularidade ininterrupta da seqüência das semanas, que têm
decorrido sem uma quebra por mais de três mil anos está agora
suscitando debates... Alguns... defendem a utilidade de manter-se a
unidade do tempo que se mantém invariável desde o alvorecer da
História."
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O Dr. Fotheringham, uma das mais eruditas autoridades em
cronologia, num artigo, publicado no National Almanac para 1931, pág.
740, afirma:
"Evidência clara é que o período de sete dias era contado
independentemente do mês e de todos os períodos astronômicos. Da
Igreja judaica passou-se ele para a Igreja Cristã."
O congressista Sol Bloom, de Nova York, falando no Senado
americano, em 11-6-1929, sobre a reforma do calendário disse:
"As mudanças do calendário de modo algum interferiram na
continuidade dos dias da semana ... Não produziram quebra no ciclo
semanal. As datas do mês foram alteradas mas nunca os dias da semana.
A continuidade dos dias da semana... não foi alterada quando a França
cancelou dez dias de seu calendário no mês de dezembro. A mudança
teve lugar numa sexta-feira, mas continuou sendo sexta feira dia 20 em
vez de sexta-feira dia 10.... Os dias do ciclo semanal jamais foram
alterados em tempo algum, em qualquer reforma processada no
calendário." – Congressional Record, junho, 1829, pág. 5. (Grifos
nossos).
"A divisão da semana vem inalterável em milhares de anos." – M.
Anders Donner, Prof. de Astronomia da Universidade de Helsinki
(Report on the Reform of the Calendar, 17 de agosto, 1926, pág. 51.)
O espaço não nos permite citar perto de quinze depoimentos de
autoridade em matéria de calendário, entre elas o Prof. M. Edouard
Bailland, Diretor do Observatório de Paris, o Prof. Frederico Oom,
Diretor do Observatório Astronômico de Lisboa, o Prof. M. Emite
Picard, Presidente do Office of Longitudes.
Concluiremos com a transcrição dos debates havidos em torno da
reforma da calendário, no Congresso de Washington, extraída dos Anais
do Congresso, sessão de 21-1-1929, entre os congressistas Sol Bloom,
Cyrenus Cole, e W. S. Eichelberger, então Diretor do Observatório
Naval dos EE.UU.:
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"MR. BLOOM: Não é um fato que, nas mudanças produzidas no
calendário, as datas foram mudadas, porém nunca os dias? V. Excia.
sabe de algum tempo na História em que algum calendário, a partir do
princípio do remoto calendário egípcio, em que o dia da semana se tenha
trocada?
"MR. EICHELBERGER: Não, não sei absolutamente.
"MR. BLOOM: Mas m datas foram mudadas?
"MR. EICHELBERGER: Sim, não há dúvida.
"MR. BLOOM: V. Excia. pode mudar qualquer data do calendário
a seu critério, como o fez o Papa Gregório, desprezando 10 dias em
1582, e os britânicos 11 dias em seu calendário, instituindo-se assim o
calendário sob o qual vivemos. As datas foram trocadas, mas não foi
alterada sequer um dia da semana...
"MR. EICHELBERGER: Tanto quanto eu saiba, isto é exato.
"MR. COLE: Há fundamento na crença de que sábado, ou outros
dias da semana se têm sucedido em ininterrupta continuidade desde os
tempos mais remotos?
"MR. EICHELBERGER: Tanto quanto eu saiba, isto é verídico." –
(Congressional Report, pág. 68.)
Temos absoluta certeza de que o dia de sábado jamais se perdeu na
meada dos milênios. E, a despeito da multiplicidade das provas,
contentamo-nos com uma: sendo o dia que tem o brilho imarcescível da
bênção divina, jamais se perderia na noite dos tempos. O próprio Deus
Onisciente cuidou que assim fosse. E de fato o foi. Graças a Deus!
Já o mesmo não ocorre com os professos cristãos em relação ao seu
espúrio dia de repouso. Não têm certeza de que não se tenha extraviado
nalguma alteração cronológica ou mudança de calendário na era cristã.
Com este "complexo de extravio de dia," nem têm certeza do dia que
guardam.
Isto, porém, é problema deles.

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