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Lista de abreviatura
U.R.S.S- União das repúblicas socialistas soviéticas.

GM- Guerra mundial.

Séc.- Séculos.
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Introdução
Introdução ao estudo de Sistemas Jurídicos de tendência Comunista, Os direitos dos
países socialistas de tendência comunista. Um sistema jurídico novo nasceu na Rússia
depois da Revolução de 1917. Baseado numa nova doutrina filosófica e política, o
marxismo-leninismo, o direito da União Soviética é um sistema revolucionário de
direito que visa alterar os fundamentos da sociedade pela colectivização dos meios de
produção; tende a instaurar uma sociedade comunista, na qual não haveria nem Estado
nem direito, pelo desaparecimento dos constrangimentos nas relações sociais. Para
passar de uma sociedade capitalista a uma sociedade comunista é necessária, todavia,
uma fase intermediária, já admitida por Marx e analisada, sobretudo, por Lenine.
Durante esta fase, o Estado deve realizar, pela ditadura do proletariado, as necessárias
reformas por via legislativa, elaborando um «direito socialista». A influência do sistema
romanista de direito continua no entanto a constituir uma parte considerável nos direitos
socialistas, nomeadamente nos conceitos e na terminologia jurídicos. A maior parte das
Repúblicas populares que surgiram a partir de 1945 adaptaram um sistema jurídico
inspirado no da U.R.S.S. Checoslováquia, Polónia, Hungria, Roménia, Bulgária, etc. O
sistema jurídico da China comunista apresenta particularidades em virtude da influência
da concepção tradicional do direito neste país; o mesmo acontece, por outras razões, na
Jugoslávia, em Cuba e noutros países.
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Objectivos
Geral:

 Compreender com profundeza os sistemas jurídicos de tendência comunista.

Específicos:

 Abordar com nitidez a transição do socialismo ao comunismo;

 Identificar os países de tendência comunista;
 Explicar a evolução do direito na U.R.S.S já que este apresenta-se como o centro
da emergência do comunismo.
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O SISTEMA JURIDICO DE TENDÊNCIA COMUNISTA

A evolução do direito nos Estados socialistas não se realiza em todos os lados, da
mesma maneira, por isso, preferimos a expressão sistemas jurídicos de tendência
comunistas para agrupar o conjunto dos sistemas que tendem ao desaparecimento de
direito e do Estado pela instauração de uma sociedade comunista.

Com a Revolução de Outubro de 1917, foi imposto um novo sistema político e jurídico
na Rússia. A base filosófica deste sistema é o marxismo-leninismo. Concebida por Marx
(1818-1883) e Engels (1820-1895) no séc. XIX, a doutrina foi adaptada no início do
séc. XX, quando a revolução de 1905 e a 1 GM pareciam tornar possível a tomada do
poder pelo proletariado na Rússia. Essa adaptação foi a obra de Lenine (1870-1924),
que elaborou a tácita dessa tomada de poder e que introduziu uma profunda
transformação na nação de ditadura dos proletariados concebida por Marx a imagem da
comuna de Paris.

Para Lenine não se trata de ditadura da maioria dos trabalhadores em relação a minoria
formada pelas classes exploradoras, mas duma ditadura exercida em nomes dos
trabalhadores por uma minoria activa de revolucionários profissionais reunidos no seio
de partido Bolchevique. O advento da sociedade comunista depende dum grande
número de factores para que as suas diferentes etapas possam ser fixadas
antecipadamente.

Foi apenas nos anos 60 que as modalidades da passagem gradual da revolução proletária
ao comunismo integral começaram a ser objecto do comunismo científico, ramo do
Marxismo-leninismo, que é interpretado actualmente pelos ideológicos soviéticos.
Durante as fases transitórias sucessivas, o Estado e o direito subsistem, mas unicamente
com o fim de realizarem a sociedade comunista.

Baseados primeiros na ditadura do proletariado e depois na vontade de todo o povo, o

Estado e o direito são designados socialistas, aguardando a sua extinção.

Depois de comunismo de guerra (1917-1921), os países agrupados na União das

Republicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S) começaram a edificar um Estado e um
direito socialista que considerou-se atingido em 1936, uma nova constituição foi
elaborada para prosseguir a marcha para o comunismo.

Depois da segunda guerra mundial outros países entram na via do comunismo.

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O direito socialista

Os sistemas jurídicos de tendência comunista possuem certos traços comuns com os

outros sistemas jurídicos da Europa Continental: uma concepção abstracta da regra de
direito, o primado da lei entre as fontes do direito, a redução a escrito do direito sobre
forma de codificações, e uma certa influência do direito romano, existe também
profundas diferenças quanto a finalidade e ao conteúdo do direito. Estas diferenças
encontram a sua origem na doutrina marxista-leninista e conferem aos sistemas
jurídicos de tendência comunista algumas características comuns e originais.

A concepção instrumental do direito

Enquanto o meio da edificação da sociedade comunista sem classes não é desconhecido
no ocidente para o Rosco Pound, o direito é um meio de social engineering em que se
irão proteger os interesses da ordem publica, social e privada, enquanto na óptica de
marxismo-leninismo o interesse que consiste na edificação do comunismo sobrepõem-
se a todos os outros: dai a opinião de Lenine segundo a qual todo o direito é político, e
que já não há direito privado.

No plano política os estados ditos socialistas caracterizam-se pelo monopólio político do

partido marxista-leninista. Este monopólio do poder é exercido quer por esse partido
com exclusão de outros, quer na vanguarda de uma frente composta por vários partidos
que aceitam todos o papel aderente do partido marxista-leninista. Formalmente, o poder
emana da representação popular mais graças ao centralismo democrático encontram-se
de facto nas mãos do partido. O princípio da separação de poderes é rejeitado: é
considerado supérfluo um sistema de checksandbalances, pretendendo-se que todos os
poderes estão concentrados nas mãos do povo.

O estado e o direito são considerados fenómenos indissociáveis que desempenham um

papel passageiro, com vista a edificação da sociedade comunista. Acima do Estado e do
direito não existem outros valores se não os que são definidos pela ideologia marxista-
leninista. Dai resulta:

- Um monismo ideológico: qualquer expressão duma opinião não conforme é

severamente reprimida.

- Uma concepção que não reconhece os direitos do homem se não no quadro da ordem
jurídica estabelecida e da ideologia marxista-leninista e enquanto contra partida do
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deveres que incumbem aos cidadãos com vista a realização dos objectivos fixados pelo
Estado e pelo partido.

A lei é considerada a única fonte de direito

Com o argumento de que apenas ela constitui a expressão directa da vontade popular. A
lei apresenta-se sobre uma forma codificada. A jurisprudência desempenha apenas
um papel perfeitamente secundário: o de «concretizar» a lei nos limites circunscritos
por esta. A uniformidade na aplicação da lei é atingida por métodos administrativos.

- Pelas «explicações com força obrigatória» nos supremos tribunais da URSS e das
Republicas Federadas.

-Pelo controlo geral exercido pelo ministério público sobre a legalidade socialista.

-Pelo controlo popular.

Assim, o papel dos juristas não é muito importante: tem se em conta os seus pareceres
na elaboração e no aperfeiçoamento da legislação, mas a posição que ocupam não lhes
permite imprimir a evolução do direito uma dinâmica específica distinta das
preocupações imediatas dos detentores do poder político.

A lei no entanto não é fetichizada quando a evolução social o exige pode ser modificada
ou substituída. Deste modo, a necessidade de uma adaptação jurisprudencial faz-se
sentir menos que nos sistemas em que a lei reveste uma maior estabilidade

As outras características do direito socialista derivam da sua função enquanto

instrumento de edificação do comunismo:

- Uma sociedade sem classes, totalmente integrada sem qualquer discriminação.

- A abundância dos bens materiais e culturais a fim de dar a cada um segundo as suas
necessidades.

- Um grau muito elevado de consciência social nos indivíduos chamados a contribuir

espontaneamente para o bem-estar geral.

Estes objectivos determinam a função organizativa do direito, sobretudo no domínio da

economia assim como a função ideológica e pedagógica.

Aguardando a realização destes objectivos, o direito conserva a sua função coactiva e

protectora.
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A função ideológica e pedagógica da lei é assumida em primeiro lugar pelos tribunais.

Em todos os níveis de hierarquia dos tribunais da URSS, os juízes são eleitos por um
período de 5anos, não têm necessariamente de ser juristas. Na primeira instância, os
juízes são geralmente assistidos por assessores populares, igualmente eleitos, a sua
presença é sobretudo justificada, parece, pela preocupação da educação e da
transformação do homem soviético e deve preparar-se para a vida numa sociedade sem
direito.

Países de tendência comunista e suas distinções

Depois da 2 GM maior parte das repúblicas populares que surgiram, adoptaram um
sistema jurídico inspirado no da URSS.O fim prosseguido é o mesmo em toda a parte,
isto é, a esta relação de uma sociedade comunista, na qual o estado e o direito terão
desaparecido.

Entretanto, esses países conhecem a fase intermédia de estabelecimento de um estado

socialista, geralmente designado por democracia popular.

A evolução do sistema jurídico é influenciada geralmente pelo procedente soviético,

mas não atingiu ainda o estádio avançado da URSS na edificação do comunismo.

Os dirigentes da URSS admitem de bom grado, parece, que esta evolução não seja
idêntica a do direito soviético porque deve adaptar-se as necessidades próprias de cada
pai e ao grau de evolução económica atingido. O título exemplificativo temos o sistema
jurídico da china comunista que apresenta particularidades em virtude da influência da
concepção tradicional do direito nestes pais, o mesmo acontece na Jugoslávia, em Cuba
e nos outros países, mas impõem-se, muitas vezes com energia, a todo o desvio do plano
da interpretação da doutrina marxista-leninista.

A polónia, a Checoslováquia, a Hungria, a Roménia, a Bulgária e a Alemanha de Leste

(DeutscheDemokratischeRepublik), liberta da URSS em 1945, são ou da colectivização
dos meios de produtos, pela adopção do princípio da legalidade socialista. As
constituições e os códigos desses países são expirados por aqueles das repúblicas
socialistas soviéticas.

A Jugoslávia, transformada em república popular com a vitória do exército de libertação

nacional de 1945, entrou em conflito com a URSS desde 1948. Tito e os dirigentes
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jugoslavos censuram a URSS por ter instaurado um capitalismo de estado em benefício

de uma classe dirigente e funcionários.

Na China, o partido comunista impõem-se no conjunto de território em 1949. Durante

10anos, os dirigentes chineses inspiram-se no precedente soviético, mas desde 1958 a
1960, impõem-se ai uma concepção mais estritamente maiorista.

A Albânia foi o único país da Europa que surgiu, pelo menos ate 1977, a evolução
Chinesa do marxismo-leninismo os juízes que são quase todos não juristas, são eleitos,
sendo apresentados e exoneráveis pelas organizações de massas. Os advogados foram
suprimidos partir de 1970, mas existe uma organização de assistência judiciária.

Em Cuba, a tomada de poder por Fidel Castro em 1959 instaurou um regime politico
inspirados nos princípios em vigor na URSS. A evolução do sistema jurídico é lenta
pois, a remodelação geral do sistema judiciário estas ainda em curso, tribunais populares
e tribunais revolucionários coexistem com tribunais que continuam a aplicar os códigos
da época colonial. Dentre os já mencionados temos também o Vietname, Camboja,
América, e alguns países africanos (Argélia, Etiópia, Angola, Moçambique etc.)

O direito na doutrina marxista-leninista

Importa no entanto indicar a sua posição face ao direito, porque é a doutrina oficial da
U.R.S.S. e dos outros Estados de tendência comunista. É considerada como a única
doutrina admitida, sendo qualquer outra subversiva.

- A doutrina marxista

Foi fundada por Marx e Engels, é baseado no materialismo histórico, no sentido em que
a matéria é considerada como o dado primeiro em toda a vida social, no sentido da
evolução, para um progresso constante, uma maior perfeição nas relações sociais, que
obedeceria a leis semelhantes às das ciências naturais.

O marxismo distingue dois elementos em toda a sociedade: a base (ou infra-estrutura) e

a super estruturam.

A base é tudo o que constitui a existência material da sociedade, são as forças

produtivas. Compreende os meios físicos, os recursos materiais e também a produção
económica e as descobertas técnicas.
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Super estrutura compreende as artes, a moral, a religião, o Estado, toda a ideia de uma
sociedade.

O direito é considerado uma super estrutura dependendo da infra-estrutura económica,

permite a classe dominante manter a posse dos bens de produção e explorar a classe
dominada.

Na maior parte das obras de Marx e Hegel encontramos a concepção marxista do

direito; já esboçada em a crítica da Filosofia do Estado de Hegel e introdução a crítica
da Filosofia do direito, escritas por Karl Marx no manifesto do partido comunista
redigido por Marx. O direito é ʺa vontade de classe burguesa redigida em leisʺ

As origens da família da propriedade do Estado (1884) que se encontra uma exposição

sistemática da concepção marxista da evolução do direito e do Estado. Na origem da
humanidade todos os homens eram iguais e dispunham livremente dos bens de
produção; não havia então nem direito nem Estado, mas alguns homens apoderaram-se
dos meios de produção, em prejuízo dos outros aparecem assim duas classes sociais: os
possidentes e os explorados. Ao mesmo tempo aparece o direito, conjunto de regras de
conduta impostas pela classe possidente para explorar a outra classe, regras imposta por
coação no quadro dum Estado, pois organizado pela classe possidente para assegurar o
respeito das regras necessárias.

O nascimento do direito e do Estado pela formação de classes sociais seria a principal

revolução da história da humanidade. Para fazer cessar a exploração de uma classe
social pela outra, é possível caminhar para a supressão das classes sociais, abolindo a
propriedade privada pondo-os a disposição da colectividade.

- A doutrina marxista-leninista

Para passar do capitalismo ao comunismo, a classe explorada deve levantar-se contra a

classe possidente; a luta de classes implica uma Acção política e, em caso de
necessidade, revolucionaria. Ora é na Rússia pais agrícola subdesenvolvido no domínio
industrial, que a revolução incluído e que depois de alguns meses de luta entre o partido
menchevique (reformista) e o partido bolchevique (revolucionários). O seu chefe Lenine
foi levado, tanto pelos seus escritos (sobretudo o Estado e a revolução, 1917) como
pelos seus actos, a definir como devia ser realizada a passagem da sociedade capitalista
à sociedade comunista.
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O próprio Marx tinha previsto um período transitório de transformação revolucionária,

durante o qual devia manter o estado, um tipo de estado socialista baseado na ditadura
do proletariado.

Estaline e outros dirigentes Russos encontraram-se perante a necessidade de adaptar a

doutrina marxista a uns pais agrícola cercado por países capitalistas.

Evolução do direito na URSS

A evolução do direito na Europa Oriental desde o séc. XIX é bastante semelhante a do
direito dos países ocidentais, mas com um certo atraso em relação ao ocidente.

Na baixa idade média, o direito RUSSO é quase exclusivamente consuetudinária como

no Ocidente, as regiões RUSSAS já quase não tem então mais contacto com o Ocidente
nem com o Império Bizantino do Ocidente isto no séc. XVI e XVII, época durante a
qual os Soberanos do principado de Moscovo conseguem reunir toda região a leste da
colónia e da Lituânia sobre sua autoridade. Os contactos com o Ocidente são
restabelecidos no fim do séc. XVII por Pedro, o Grande por Catarina II.

Desde o fim da idade média, o direito RUSSO continuou uma lenta evolução com base
na Roussraiapravda, na redacção dos costumes urbanos. Alem disso, este direito
sobretudo administrativo, é demasiado erudito para as populações das regiões rurais, no
domínio do direito privado, estas continuam aplicar seus costumes locais, a propriedade
individual, regular metade nas compilações do direito quase não é ai conhecida, o solo é
pelo contrário ainda comum a família (dvor), ou mesmo aldeia (mir). Estas
características específicas do direito na RUSSIA explicam em parte o carácter do
sistema jurídico que se estabelece desde a revolução de 1917.

Edificação do estado socialista (1917-1936)

Entre (1917-1921), a guerra exterior a guerra civil perturbaram a organização do novo
regime político os dirigentes comunistas tentaram estourar comunismo por medidas
racionais.

Em 10 de Junho de 1918 é promulgada uma primeira constituição, só si aplica a

república Russa, porque nessa altura as outras partes do império escapavam ao poder
dos soviéticos. A estrutura do Estado é caracterizada por uma pirâmide (Conselho-
representantes eleitos), o congresso pane russo dos soviéticos. Não a separação de
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poderes. Deste 1921 impõe-se uma concepção mais realista tendente a uma edificação
progressiva do socialismo, com etapa transitória apara o comunismo.

Do socialismo ao comunismo (1936)

A constituição da URSS tende a afazer o balanço dos resultados obtidos. Foram
edificados um Estado e um direito socialista pela supressão da luta de classes e pela
colocação dos meios de produção a disposição da colectividade. Estaline (1879-1953)
considera que apesar da realização do socialismo na URSS a ditadura do proletariado ai
deve ser mantida tanto por causa do «certo capitalista» e do «culto da personalidade».

O princípio da legalidade socialista, implica a subordinação do direito a política é

edificação do socialismo. A teoria do estado do povo implica a participação de todo
povo nas principais decisões legislativas.

A nova constituição contem uma longa introdução na qual o estado atingido no

estabelecimento da sociedade comunista é longamente descrito e os objectivos do
comunismo reafirmados, constata-se que a ditadura do proletariado desempenhou o seu
papel histórico e que o estado soviético é agora um estado de todo povo.

A grande novidade da constituição 1977,é a importância assumida pelos direitos e

deveres dos cidadãos soviéticos, são-lhes consagrados mais de 30 artigos (art. 39-69).

A concepção desses direitos é no entanto profundamente diferente da dos direitos do

homem dos países ocidentais.

Os direitos africanos
Os direitos dos povos da África Negra e de Madagáscar constituem sistemas jurídicos
geralmente mais arcaicos do que os direitos religiosos da África e do Islão. Direitos
arcaicos, mas não direitos primitivos, pois eles conheceram também uma longa
evolução interna, com fases descendentes e ascendentes, por vezes muito complexas. É,
de resto, difícil estudar estas evoluções, pois os direitos africanos são direitos não
escritos. A base essencial destes sistemas jurídicos é a coesão do grupo - a família, o
clã, a tribo, a etnia -, cuja solidariedade interna dita a maior parte das relações sociais.

O costume é aí a fonte quase única de direito, havendo em África um número muito

elevado de costumes diferentes, em estádios muito diferentes de evolução. Colonizados
tanto pelos Muçulmanos como pelos Europeus, os povos africanos sofreram a influência
dos sistemas jurídicos dos seus colonizadores. A partir do acesso à independência, no
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decurso dos anos 1955 e 1965, os Estados africanos têm procurado soluções novas,
umas em ruptura com os seus direitos tradicionais, outras na conciliação de sistemas
jurídicos frequentemente muito diferentes uns dos outros, outros, por fim, na busca de
uma autenticidade africana.
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Conclusão
No presente trabalho pudemos concluir que Direito socialista é um tipo de sistema
jurídico que foi utilizado nos Estados socialistas. Ele foi baseado no sistema
jurídico romano-germânico, entretanto sofreu algumas modificações vindas do
Marxismo e do Leninismo. Existem algumas controvérsias se o direito
socialista constituiu um sistema jurídico separado dos demais ou não. Caso se considere
esse sistema como único, antes do término da Guerra, o direito socialista estaria entre os
principais sistemas jurídicos do mundo. A família do direito romano-germânico trata da
propriedade privada, como adquiri-la, transferi-la ou perdê-la. Já no sistema socialista,
as propriedades são em sua grande maioria de posse do Estado.

O direito socialista teve sua origem na Rússia, em 1917, devido aos avanços das ideias
de Karl Marx e Lenine. Com o advento da Revolução Russa, um novo tipo de sociedade
é criada, a sociedade comunista. Essa sociedade foge da tradição Romano-germânica
pois, no comunismo, em tese, não existiria Estado nem Direito. Para os socialistas, o
direito é o reflexo de uma estrutura económica opressora e desigual. O direito socialista
é influenciado pela noção de um Estado social. Diferentemente do Estado Capitalista,
esse Estado de bem-estar social interfere de maneira demasiada na sociedade, inclusive
na economia, visando, através de serviços públicos, promover o bem-comum. Com a
queda do Muro de Berlim, e o fim da Cortina, no final do século XX, o âmbito
territorial dessa família de direitos reduz drasticamente. Essa redução pode ser agravada
já que alguns estudiosos não consideram o direito chinês como parte da família
socialista.
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Bibliografia

GILISSEN, John. Introdução histórica ao direito. Editora fundação Calouste

gulbevkan. Lisboa, Junho de 1986.

KLABIN, Aracy Augusta Leme. História geral do direito. Editora Revista dos
Tribunais, 2004.

CAETANO, Marcello. História do Direito português, Lisboa, Verbo, 1981.

COSTA, Mário Júlio de Almeida. História do Direito Português, Coimbra,

Almedina, 1989.
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Anexo

Comina de Paris

Os Grandes Lideres Marxistas-Leninistas