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PÓS-

GRADUAÇÃO EM: GESTÃO, SUPERVISÃO, E ORIENTAÇÃO


EDUCACIONAL

Vera Lucia Silva Sousa

A contribuição da família no processo de aprendizagem dos alunos


da Escola Dáurea Alves da Gloria.

Cândido Sales- BA
2014
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Vera Lucia Silva Sousa

A contribuição da família no processo de aprendizagem dos alunos


da Escola Dáurea Alves da Gloria.
Trabalho de Conclusão de Curso, sob a forma de
Artigo Científico, apresentado a universidade Candido
Mendes (UCAM), como requisito obrigatório para a
conclusão do curso de Pós-graduação em Gestão,
Supervisão e orientação educacional.

Orientador (a): Profª. Selma Oliveira

Cândido Sales- BA
2014
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RESUMO

Este texto apresenta uma reflexão em torno dos desafios encontrados para
desenvolver uma educação que avance no caminho de oferecer alternativas para a
formação de cidadãos de valores, discutem-se características familiares atuais,
porém não se tem a intenção de modelar ou exemplar as famílias. Procura-se
também, retratar um pouco sobre a responsabilidade de que, tanto os pais quanto os
professores têm o dever de bloquear as influências negativas da criança, ensinando-
as a serem pessoas educadas e define as maiores dificuldades encontradas pelo
professor no dia a dia, em seu trabalho com relação as famílias e a própria escola, a
escrita do artigo partiu de uma observação diária como professora da escola Daurea
Alves da Gloria,onde foi tomado como exemplo a atuação dos pais dessa mesma
unidade escolar Para tanto utilizou-se como suporte teórico necessário as pesquisa
de Tiba (1996, 2002) Piaget (2007) além de Carneiro (2010), a fim de discutir melhor
a questão da participação da família na escola.

Palavras- chave: Família. Educação. Parceria. Aprendizagem

INTRODUÇÃO
A sociedade atualmente vem passando por várias mudanças decorrentes do
surgimento de informações e avanços tecnológicos, o que repercutiu sobre a
configuração da família e o processo de interação dessa com a escola. Entretanto, a
atuação dos pais na educação é essencial para o desenvolvimento da criança na
escola. 
os pais tem um papel primordial na educação das crianças, mas para isso
devem proporcionar espaço para que ela realmente aconteça. ou seja, permitindo
que ocorra e se amplie no contexto familiar, escolar ou qualquer outro onde haja
interação social, segundo Tiba (2002), muitos pais culpam a escola pelo mau
comportamento em casa, dando a entender que quem educa é a escola. Na
realidade, essa idéia é errônea e não deve prevalecer, pois cabe aos pais a
formação do caráter, da auto-estima e da personalidade da criança.
O ato de educar deve ser iniciado na família e ser complementado na escola,
uma vez que a base que fornece a criança os conceitos de valores que norteiam- a
durante a vida são transmitidos pela família. Se o estudante chega à escola sem o
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conhecimento entre o bem e o mal que proporciona o bom relacionamento entre


colegas e professor, a atuação dos docentes pode ficar comprometida, no sentido de
precisar começar a educação que deveria iniciar na família.

Dizem os psicólogos e confirmam, na prática, professores e


psicopedagogos, que não há desenvolvimento equilibrado e saudável da
criança, sem a família. A escola contribui para socialização crescente da
criança, porém, é na família que ela encontra todos os insumos necessários
(auto-estima, afetividade, confiança, motivações intrínsecas, quadro de
emoções saudáveis, aceitação, autonomia, intencionalidade, decisão,
maturidade, respeito, elementos de reciprocidade etc.) para aguar este
processo de socialização e de sócio-afetividade, chão e base de
sustentação para o desenvolvimento da aprendizagem (pereira e silva 2011
apud, CARNEIRO, 2010, p.43).

É necessário que família e escola sejam parceiras, cada uma desenvolvendo


seu papel, onde não se pratica a exigência e sim a proposta, o acordo.
A família pode e deve sugerir o que ela considera importante para enriquecer
a relação entre pais e professores, não ficando abitolados às reuniões formais, além
de ser um bom momento para estabelecer a confiança, podem discutir juntos acerca
dos seus papéis.
A escola deve estimular a participação dos pais, procurando conhecer o que
pensam e fazem e obtendo informações sobre a criança.

Os pais e sua participação na escola Dáurea Alves da Glória

A Escola Dáurea Alves da Gloria, é uma escola de porte médio, da qual faço
parte do quadro de professores com 6 salas, funcionando do pré II ao quinto ano, no
turno matutino e vespertino, e funcionam também três turmas da EJA no turno
noturno.
A frequência dos pais na escola é satisfatória, pois mesmo aqueles pais que
trabalham todo o dia sempre arrumam um tempinho para ir ate a escola “saber”
como está o filho, a grande dificuldade dos professores está em fazer esses pais
acompanharem “realmente” essa criança, pois em reuniões periódicas eles sempre
alegam não conseguirem acompanhar as crianças por conta da correria do dia a dia
e isso gera um problema bem comum nas escolas, como: atividades de casa e
trabalhos escolares sem fazer, indisciplina e falta de respeito com colegas e
professores. Claro que existem alunos que são acompanhados pela família o tempo
todo e em todas as atividades desenvolvidas na escola, facilitando a aprendizagem
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e o trabalho do professor, porém a uma quantidade significativa de pais que na


verdade vão ate a escola mas só por ir parece que eles querem dizer eu “to aqui viu”
mas na verdade não cumprem com seu papel, de fazer sua parte em casa, de
acompanhar os seus filhos e orientá-los nas atividades, ao contrario as crianças
muitas vezes tentam fazer as atividades e trabalhos sozinhas, fazem do jeito que
conseguem quando na verdade deveriam contar com o apoio e orientação da
família.
A intervenção da escola
A escola está sempre buscando uma maneira não de “aproximar” os pais,
pois eles são frequentes, e sim de fazê-los compreender a importância de ajudar os
filhos mesmo em tarefas que eles consideram sem importância.
A escola trabalha durante todo o ano letivo com projetos pedagógicos que
atendem e buscam aproximar a família da escola, recentemente foi desenvolvido um
projeto,intitulado de: Leitura e Família, que consiste em durante dois meses, duas
vezes por semana os pais são sorteados (dois) por turma, durante o primeiro
momento da aula eles fazem uma leitura para as crianças, discutem o final da
história, como eram os personagens,se na historinha há alguma semelhança com a
família,se gostaram ou não o que mudariam, enfim o texto era sempre muito bem
explorado pelo convidado e sempre mediado pelo professor que já faz isso todos os
dias na sala, mas dessa vez é diferente pois quem está contando é o papai ou a
mamãe.
Logo após a leitura o pai ou mãe segue auxiliando o professor nas atividades
de rotina, o papel do professor é chamar a atenção dos pais com atividades praticas,
para a necessidade do auxilio em casa, e da importância de acompanhar o seu filho
dentro e fora da escola, esse projeto de inicio não foi muito bem aceito, mas com o
passar das semanas as crianças e até os próprios pais comentavam uns com os
outros sobre a experiência vivida e provocou uma curiosidade, inclusive sobre
quando eles seriam chamados, se as atividades eram iguais, se tinham que estudar
alguma coisa antes, e com isso os professores fizeram um levantamento sobre o
projeto e puderam constatar que o índice de atividades que voltavam de casa sem
fazer havia diminuído e a equipe pedagógica constatou que deveria dar segmento
ao projeto uma vez que os resultados foram satisfatórios.
E o projeto seguiu ate o final programado pelos professores, e encerrou com
uma reunião muito dinâmica onde foram exibidos vídeos, da participação dos pais
ajudando os seus filhos e seus coleguinhas em atividades de rotina, contou também
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com o depoimento de alguns pais que contribuíram participando da aula e


compreendendo a proposta, a coordenação pedagógica da escola falou sobre o
trabalho desenvolvido e a participação dos pais, os professores explanaram sua
satisfação em perceber o aumento do interesse dos pais na aprendizagem das
crianças e nas atividades que eram realizadas em casa.
Desse modo, a participação da escola, professores e a família visam melhorar
o desenvolvimento em todo o seu processo de aprendizagem, ficando o dever da
família, da sociedade e do estado assegurar á criança, com absoluta prioridade,
dentre outras o direito á educação. Visto que o trabalho em conjunto em parceria
com todos os envolvidos pela educação, visam melhorar o ensino tornando facilitar a
prática do educador e da escola.

O papel da família
A educação familiar bem estruturada possui papel importante no
desenvolvimento do comportamento produtivo do discente.
Além de uma educação familiar bem fundamentada, TIBA. (1996, p.140)
aponta que: "O ambiente escolar deve ser de uma instituição que complemente o
ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores de
afetos. Os pais e a escola devem ter princípios muito próximos para o benefício do
filho/aluno". Reis menciona que:
“A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade
educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a
relação com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e
filhos”. (Carvalho, Castro e Orlando. 2011apud REIS, 2007, p. 6).

Segundo Carvalho, Castro e Orlando 2011, as escolas devem promover ações


concretas, visando atrair os pais para a escola, essa aproximação pode ser uma
ótima saída para formar melhor os alunos dentro dos padrões de estudos esperados
e no sentido da cidadania.
A família, por outro lado, deve proporcionar atenção e carinho à criança e deve
assegurar um ambiente agradável para que a criança consiga de maneira
satisfatória realizar seus deveres escolares. Há uma necessidade de a escola estar
em ligação com a família:
 
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois
a muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba
resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real
dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações
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profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um


interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de
responsabilidades. ((Carvalho, Castro e Orlando. 2011,apud Piaget
1972/2000, p.50).

Quando o assunto é aprendizagem, o papel de cada um está bem claro - da


escola, ensinar, e dos pais, acompanhar e fazer sugestões. Porém, se o tema é
disciplina, as ações exigem cumplicidade redobrada. Ao perceber que existem
problemas pessoais que se refletem em atitudes que atrapalham o desempenho em
sala de aula, os pais devem ser chamados e ouvidos, e as soluções, construídas em
conjunto, sem julgamento ou atribuição de culpa.
HÁ alguns anos atrás, a separação de tarefas entre escola e família era clara:
a escola promovia aquilo que à época chamava de "instrução", que na verdade era a
transmissão de conteúdo, e a família se dedicava à "Educação", o que significava o
ensinamento de valores, hábitos e atitudes.
Em dias atuais não está muito bem definida essa divisão do trabalho
educacional existem conflitos que não são resolvidos, responsabilidades
tumultuadas, escolas que se fecham no seu mundo pedagógico e famílias que se
negam a assumir suas reais responsabilidades com as crianças, a necessidade de
dialogo é nítida e cada vez mais necessária, pois só assumindo cada um o seu
papel como já foi dito, é que conseguiríamos ao menos planejar e executar um
ensino com a participação de todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se que as escolas estão passando por dificuldades em relação à


participação das famílias no desenvolvimento escolar das crianças. O objetivo mais
relevante desta proposta é conscientizar a família do papel que possui na
construção dos educandos.
A escola convive com problemas de evasão familiar que muitas vezes é a
peça fundamental para o fracasso escolar.
A escola por si só não resolverá esse problema e esta por sua vez, precisa
conscientizar-se da necessidade da participação dela no âmbito escolar, pois desse
modo faz com que a criança se sinta valorizada quando vê a participação de seus
pais em sua vida educacional. Nesse intuito, escola e família devem estar juntas no
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trabalho pedagógico e social dos alunos, onde ambas terão a responsabilidade do


desenvolvimento da criança no seu processo ensino-aprendizagem.
Todavia, a falta da participação dos pais na vida escolar de seus filhos, pode
causar problemas no ensino escolar como um todo.

Segundo Cerutti, Knopf, É possível, enfim, concluir que a participação dos


pais na carreira escolar de crianças e adolescentes é, sim, imprescindível; mas, ao
mesmo tempo, é necessário que este envolvimento seja um envolvimento de
qualidade - ressaltando que o essencial é a qualidade do tempo em que os pais se
envolvem com a escola e não apenas a quantidade de tempo em que eles fazem
isso.
Um envolvimento saudável é o que causa o sucesso escolar do aluno.

REFERÊNCIAS

CARNEIRO, Moacir. Alves LDB fácil: leitura crítico?compreensivo, artigo a artigo.


17. Ed. Atualizada e ampliada. Petrópolis, RJ: vozes, 2010.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Relações entre família e escola e suas
implicações de gênero. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/cp/n110/
n110a06.pdf, acesso em: em 20 de janeiro de 2014.

CERUTTI, Janaina KNOPF, Cassiane e; Relação entre família e a escola e seus


impactos.Disponívelem:http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/
gramatica-ortografia/36/artigo264707-1.aspa21. acesso em: 21 de janeiro de 2014
 

DESSEN, Maria Auxiliadora. POLONIA, Ana Costa; Relações Família e Escola.


Disponível em: http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/6226/1/ARTIGO_ Busca
Compreensão Relações Família Escola.pdf acesso em: 20 de janeiro de 2014

LOPES Patrícia, Atuação dos pais na educação, encontrado em:


http://educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/atuacao-dos-pais-na-
educacao.htm, acesso em 26/01/2014
ORLANDO, Ellen karoline Teixeira; CARVALHO, Márcia Franco de; CASTRO,
Márcia Siqueira de. A RELAÇÃO FAMILIAR NO PROCESSO DE
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APRENDIZAGEM- Graduação em Pedagogia, da Universidade Luterana do Brasil,


disponível em: http://www.cefaprocaceres.com.br/index.php?option=com
content&view=article&id=784&Itemid=134 Acesso em: 29 de janeiro de 2014.
PEREIRA, Ediana Costa; SILVA, Marilene Santos da. O Acompanhamento Familiar
no Desenvolvimento Educacional da Criança: novembro de 2011 disponível em:
http://www.pedagogia.com.br/artigos/desenvolvimentoeducacionaldacrianca/
index.php?pagina=3 acesso em: 21 de janeiro de 2014
PIAGET, Jean. Para onde vai à educação. Rio de Janeiro. José Olímpio, 2007
Publicado em GESTAO ESCOLAR, Edição 003, AGOSTO/SETEMBRO 2009.
TIBA, I. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996.
TIBA, I. Quem ama, educa. São Paulo: Gente, 2002.

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