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Química de coordenação
Compostos de coordenação: formados por um átomo metálico/ião com um ou mais
ligandos (podem ser átomos, iões ou moléculas). Provém de uma ligação covalente coordenada,
em que os ligandos doam os seus eletrões para o metal.
➔ Nomenclatura
➔ Isomerismo
A variedade de números de coordenação fornece um grande número de isómeros. Para
números de coordenação mais altos existem mais isómeros
• Isomerismo de constituição:
o Isomerismo de hidratação = isomerismo de solvente: substituição de ligandos
da esfera interna do metal por moléculas de água (ou outro solvente doador).
o Isomerismo de ionização: têm a mesma fórmula química mas formam-se
diferentes iões em solução. Há troca entre as esferas de coordenação interna e externa. (ex:
[Co(NH3)5SO4]NO3 e [Co(NH3)5(NO3)]SO4).
o Isomerismo de coordenação: a razão metal-ligando mantém-se mas os ligandos
encontram-se ligados aos iões metálicos em números diferentes (ex: Fórmula empírica:
[Pt(NH3)2(Cl)2]. [Pt(NH3)3(Cl)][Pt(NH3)(Cl)3] e [Pt(NH3)4][Pt(Cl)4])
o Isomerismo de ligação: ocorre com ligandos ambidentados (têm átomos
doadores diferentes). Depende de por qual dos átomos é que o ligando se encontra ligado ao
metal.
• Isomerismo de configuração (estereoisomerismo)
o Número de coordenação 4
▪ Geometria tetraédrica: se os 4 ligandos coordenados ao metal forem
diferentes, o complexo é quiral. Não há possibilidade de existirem isómeros cis- ou trans-.
▪ Geometria quadrangular plana: geralmente não apresentam
quiralidade pois apresentam um plano de simetria, mas podem ser quirais se os ligandos o
forem. Complexos do tipo MA2B2 são cis- ou trans-, sendo que se houver um ligando bidentado
o complexo será cis-.
o Número de coordenação 6
▪ Complexos com a forma ML3L’3 (L e L’3 são ligandos monodentados)
podem ter dois isómeros: fac- (facial: 3 ligandos idênticos numa face triangular) e mer-
(meridional: 3 ligandos idênticos num plano que bissecta a molécula).
Alto spin
Baixo spin
• Orbitais T2: têm simetria semelhante às orbitais dxy, dxz e dyz do metal. Aumentam de
energia.
• As orbitais dx2-y2 e dz2 do metal não estão envolvidas em interações σ, logo mantêm-se
inalteradas em termos energéticos.
• O resultado final é uma inversão do que acontece para os complexos octaédricos – as
orbitais T2 (ligante e antiligante) ficam acima das E (não ligante).
• Δt é menor do que Δo (Δt ≈ 4/9 Δo) quando os ligandos são os mesmos, porque o
número de ligandos é menor e nenhum deles está orientado diretamente para as orbitais d do
metal. Deste modo, os complexos tetraédricos são usualmente de alto spin (baixo Δt = baixa
energia de emparelhamento → + favorável).
• Série espetroquímica
CO > CN- > NO2- > en > piridina > NH3 > NCS- > H2O > F- > RCO2- > OH- > Cl- > SCN- > Br- > I-
Aceitadores π Doadores σ Doadores π
Força do campo
• Efeito de Jahn-Teller
o As configurações eletrónicas em que existe ocupação desigual de orbitais com a
mesma energia (degeneradas) são instáveis.
o Para evitar a ocupação desigual, a molécula distorce em relação à geometria
ideal, de modo a “levantar” essa degenerescência.
o A distorção da geometria é mais visível se a ocupação desigual das orbitais se
verificar nas orbitais eg.
• Preferências estruturais
➔ Espetroscopia Eletrónica
• Regras de seleção
o As transições entre estados com a mesma paridade (simetria relativamente a
um centro de inversão) são proibidas. Ex: transições entre orbitais d (g --> g) (proibidas).
Transições entre orbitais d e p (g –> u) (permitidas) – Regra de Seleção de Laporte.
o As transições entre estados de multiplicidade de spin (2Edesemp+1) diferentes são
proibidas, devido ao facto da radiação eletromagnética incidente não poder alterar a orientação
relativa do spin eletrónico num complexo. Ex: 4A2 e 4T1 (permitida). 4A2 e 2A2 (proibida) – Regra
de Seleção do Spin.
o IMPORTANTE: Nos complexos tetraédricos não existe centro de simetria, então
estes absorvem com uma maior intensidade do que os complexos octaédricos do mesmo metal
e com o mesmo estado de oxidação.
• Diagramas de correlação
T T + T’ (há 6 (3 x 2) A (não
possibilidades) – 2 T degenerado)
• Diagramas de Tanabe-Sugano
o Parâmetros:
▪ Δo – diferença de energia entre as orbitais t2g e eg
▪ B – parâmetro de Racah. É uma medida da repulsão entre termos com
a mesma multiplicidade de spin.
Nota: Alguns diagramas apresentam uma linha vertical que representa a passagem de
complexos de alto spin (esquerda) para baixo spin (direita). Tem de se ter em atenção a alteração
da multiplicidade de spin do estado fundamental!
• Espetros eletrónicos
➔ Reações e Mecanismos
o Mecanismos de substituição
Mecanismo estequiométrico
Intermediário pentacoordenado Intermediário septacoordenado
Mecanismo
dissociativo para reagente associativo para reagente
íntimo
octaédrico octaédrico
Ativação
D Id
dissociativa
Ativação
Ia A
associativa
Casos limite:
▪ Verificação de um mecanismo
𝑑 𝑙𝑛𝑘 Δ𝑉 ‡
𝑑𝑝
=− 𝑅𝑇
, onde V é o volume molar de ativação e tem duas partes: solvente e
complexo. Se for possível separá-las (se não existir variação de carga), ΔV<0 corresponde a um
mecanismo associativo e >0 a um dissociativo.
Costumam usar-se complexos inertes para estes estudos, nomeadamente com Platina
(II) ou outros complexos d8 (Ni(II), Pd(II), etc). Se o solvente tiver algum poder coordenante
(nucleofílico), existe substituição por uma molécula do solvente, sendo que o mecanismo é
associativo. Mas não se costuma considerar para não dificultar.
Para qualquer reação que ocorre por mecanismos associativos, é possível estabelecer
uma escala de nucleofilicidade (que é diferente da escala utilizada em Química Orgânica – o
centro de substituição era sempre o Carbono). Esta escala é feita tendo em atenção o parâmetro
de nucleofilicidade, definido para a platina - 𝜂 Pt, para um dado ligando Y.
𝑘 (𝑌)
𝜂𝑃𝑡 (𝑌) = log 𝑘 20 (𝑌), onde 𝑘2 (𝑌) é a constante de 2ª ordem para a reação trans-
2
Átomos macios (2º, 3ª, etc, séries de transição) têm muitos eletrões (carga baixa), e por
isso a sua nuvem eletrónica está dispersa. A presença de grupos abandonantes macios nos
complexos (ex: CN-, NO2-) aumenta a força da ligação a um metal macio (ex: Pt(II)), dificultando
a saída do ligando e diminuindo a velocidade da reação.
A presença de grupos aceitadores π afeta a reação da mesma forma: aumentam a força
da ligação, diminuindo a velocidade da reação.
o Complexos octaédricos
Este mecanismo requer a presença de ligandos desprotonáveis (ex: NH3, H2O) e iões
hidróxido (OH-) em solução. A base (OH-) irá remover um protão desse ligando, que ficará com
um par de eletrões não ligantes que irá ser utilizado para formar uma ligação dupla com o metal,
facilitando a saída do grupo abandonante e estabilizando o intermediário (e aumenta a
velocidade da reação).
Se fosse N(CH3)3 não poderia haver catálise básica, pois não há protões ionizáveis (não
é possível retirar o protão do grupo metilo).
• Catálise ácida
O complexo tem normalmente um halogéneo como ligando, que não consegue sair do
complexo na forma F-. Então, o solvente (água) doa um protão ao complexo, formando HF que
já pode abandonar o complexo. Forma-se um intermediário de geometria bipirâmide trigonal
(ou pirâmide de base quadrangular), ao qual se liga uma molécula de água.
A formação do intermediário é mais rápida se esta reação ocorrer em meio ácido, uma
vez que há mais iões H+ disponíveis em solução, e a protonação do halogéneo é facilitada.
• Reações de oxidação-redução
IMPORTANTE:
[Co*(NH3)6]3+ + [Co(NH3)6]2+ → [Co*(NH3)6]2+ + [Co(NH3)6]3+ (k=10-6 M-1s-1; d=0,178 A)
[Ru*(NH3)6]3+ + [Ru(NH3)6]2+ → [Ru*(NH3)6]2+ + [Ru(NH3)6]3+ (k=102 M-1s-1; d=0,04 A)