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Ensinar e aprender no

séc. XXI – que desafios?

1. Entender o nosso tempo


2. A sociedade a escola
3. A profissão docente
Ensinar e aprender no séc.
XXI – que desafios?

• É necessário que todos


aqueles que ensinam se
apresentem como postos
avançados da incerteza dos
nossos tempos.” (E. Morin,
2000).

• “Não é o passado que nos


empurra mas sim o futuro
que nos atrai.” (Karl
Popper, 1989).

• “Os bons alunos preparam-


se para receber um
diploma, os alunos
fascinantes preparam-se
para a vida” (Cury, 2006).
O século XXI coloca desafios
fundamentais aos sistemas
educativos. Atravessamos um
período em que o conhecimento
científico e tecnológico se
desenvolve a um ritmo de tal
forma intenso que a quantidade
de informação disponível cresce
exponencialmente todos os dias.
A OCDE* (2013) considera que as
áreas que mais transversalmente
condicionam os sistemas
educativos são:

1. As dinâmicas da globalização.
2. Os novos desafios sociais.
3. Transformações do mundo e
do trabalho.
4. Transformações da infância e
da juventude.
5. A próxima geração de TIC.

* OECD (2013). Trends. Shaping Education, Paris;


OCDE
O que tem mudado...

1. Alteração profunda na
natureza e organização do
trabalho e do emprego.
2. Mudança significativa no
tipo e conteúdo das
profissões .
3. “encefalização” das nossas
sociedades: a inteligência
tornou-se uma das
“mercadorias” mais
procuradas.
4. Escassez de postos de
trabalho desemprego como
problema crónico.
O que tem mudado...
1. Complexidade de formas de
organização - autonomia, trabalho
em rede, trabalho em equipa,
polivalência funcional;
2. Um contexto global de
oportunidades;
3. Relevância crescente da
componente tecnológica;
4. Importância das competências
transversais: comunicação,
relacionamento, adaptabilidade,
saber-agir, saber-estar.
5. Criação de novos empregos e
serviços de proximidade.

.... “Cerca de 60% dos melhores


empregos dos próximos dez anos
ainda não foram criados.”
Thomas Frey, DaVinci Institute
Speaker da Google
Profissões do futuro...
Sparks & Honey , 2016

1. Consultores de produtividade.
2. Curadores digitais.
3. Gestores de 'morte digital‘.
4. Disruptores corporativos -
estimular um ambiente de
startup, informalidade e inovação.
5. Tutores de curiosidade.
6. Alternative Currency Speculators.
7. Operadores de drones.
8. Coaches de Skype.
9. Consultores de privacidade
10. Especialistas em crowdfunding,
especialistas em plataformas de
promoção e captação de
investimento para projetos nas
várias plataformas disponíveis.
The Future of Jobs

O relatório do Fórum, The Future of


Jobs, em Davos (2016)., elenca as
competências a considerar num futuro
próximo.
10 Competências em 2020

Resolução de problemas complexos


Pensamento crítico
Criatividade
Gestão de pessoas
Trabalho Colaborativo
Inteligência emocional
Capacidade de decisão
Orientação para o serviço
Negociação
Flexibilidade Cognitiva
Os sete saberes para a educação do futuro
(Morin, 1999)

1. As cegueiras do conhecimento –
o erro e a ilusão
2. Os princípios de um
conhecimento pertinente
3. Ensinar a condição humana
4. Ensinar a identidade terrena
5. Afrontar as incertezas
6. Ensinar a compreensão
7. A ética do género humano
No relatório da Comissão Europeia (2012)
“Educação e Formação na Europa; Sistemas
Diferentes e objetivos Comuns” definem-se 4
objetivos estratégicos:

1.º Tornar a aprendizagem ao longoo


da vida e a mobilidade uma realidade.
Atrair e manter pessoas devidamente
qualificadas e motivadas para o ensino,
que está a enfrentar grandes necessidades
de recrutamento devido ao
envelhecimento da população docente.
2. Melhorar a qualidade e a eficácia
da educação e da formação.

3. Promover a igualdade, a coesão


social e a cidadania ativa.

4. Incentivar a criatividade e a
inovação, incluindo o espírito
empreendedor, em todos os níveis de
educação e formação. Além de ser
fonte de realização pessoal, a
criatividade constitui um manancial de
inovação, a qual por seu turno é
considerada um dos principais
motores de um desenvolvimento
económico sustentável.
E a escola...?
Resultados
• Académicos
• Sociais
• Reconhecimento da comunidade

Prestação do Serviço Educativo


• Planeamento e articulação
• Práticas de ensino
• Monitorização e avaliação do ensino e
das aprendizagens

Liderança e gestão
• Liderança
• Gestão
• Autoavaliação e melhoria

E a sala de aula? Como se ensina ? Como


aprende?
"A escola do ponto de vista da
preparação para a razão faz um
bom trabalho, mas tem visto a
criança como metade daquilo que
ela é.” (A. Dias Figueiredo, 2006).
… uma escola alinhada com
tempo

"O futuro da escola é a


mudança da organização do
ensino, da relação pedagógica
entre professores e alunos, da
organização do tempo, do
espaço, do currículo. No fundo,
a transformação da sala de
aula, que é o núcleo duro da
escola.” João Barroso, 2006
A realidade portuguesa...

As mudanças em curso tem


que envolver cinco
dimensões:
• a política,
• a tecnológica,
• a pedagógica,
• a curricular
• e a da formação de
professores.
Pactos para a educação ou
ideologia?

“Defendi que deviam acabar as


reformas educativas sempre
que o ministro mudava.
Alunos, professores e escolas
precisam acima de tudo de
estabilidade” (Carlos Fiolhais).

“Na hora de definir as políticas


públicas, qual o peso da
ideologia e qual o papel das
evidências e dos resultados das
reformas?” Homem Cristo
Os currículos devem desenvolver
competências transversais e ainda que
continuemos a falar de disciplinas, o
ensino não precisa de estar organizado
assim.

Há o tempo necessário para a aquisição


dos conceitos-chave e depois todo o
grande trabalho é na operacionalização
desses conceitos - é aí que se resolvem as
dúvidas e se inter-relacionam os conceitos.
A vocação do conhecimento é:
• inter e transdisciplinar;
• Circular;
• Complementar;
• Abrangente e holístico.

As escolas têm de preparar os


cidadãos para "um mundo globalizado,
complexo, de mudança, centrado no
conhecimento, onde todos competem
com todos, sem fronteiras, e onde a
capacidade de cada um para criar
valor, com empenho e inovação,
passou a ser fator crítico, não apenas
de sucesso, mas de sobrevivência".
2009. A. Figueiredo, 2006)
Estes desígnios complementam-se,
Perfil do aluno. interpenetram-se e reforçam-se entre si num
Despacho n.º 6478/2017, de 26
modelo de escolaridade orientado para a
de julho
aprendizagem dos alunos, que visa,
• dotado de literacia cultural, simultaneamente, a qualificação individual e a
científica e tecnológica; cidadania democrática.
• livre, autónomo, responsável e
consciente de si próprio e do
mundo;
• capaz de lidar com a mudança e a
incerteza num mundo em rápida
transformação;
• que reconheça a importância e o
desafio oferecidos conjuntamente
pelas Artes, as Humanidades, a
Ciência e Tecnologia para a
sustentabilidade social, cultural,
económica e ambiental de
Portugal e do mundo;
• capaz de pensar critica e
autonomamente, criativo, com
competência de trabalho
colaborativo e capacidade de
comunicação;
• ...
Competências séc.. XXI
Fazer o futuro na escola

• Uma identidade nova e


irreversível que se manifesta
nos seguintes pilares:

i. desenho, metodologia e
avaliação do currículo,

ii. papel de alunos e


professores;

iii. planeamento,;

iv. uso dos espaços.


O futuro a acontecer...

Exemplos disso, são entre outras, as


escolas de:
• Hellerup Skole na Dinamarca;
• Col, Legi Montserrat e Colégio
Santa Maria la Blança em Espanha
• Innoomnia na Finlândia,
• Escolas Vittra e Kunskapsskolan na
Suécia;
• Mattthew Moss High Schoool e
Studio Schools no Reino Unido;
• Centro Internacional Loris
Malaguzzi na Itália; (...)

Calvo, Alfredo (2015)


Desenho, metodologia e
avaliação do currículo

• Promovem a participação ativa dos


alunos, entendendo a sala de aula
como um cenário de experiências
de aprendizagem variadas que
tendem à personalização.

• Relacionam os conteúdos com a


vida cotidiana de um modo prático
e real.

• Usam o conflito nas suas


diferentes formas: espanto,
enigma, desafio, pergunta,
diálogo.
Desenho, metodologia e
avaliação do currículo

• A avaliação é autêntica e
relaciona-se com a vida real graças
a apresentações, exposições,
portfólios, protótipos, obras de
arte, testes, rascunhos, dossiês,
currículos, páginas web, relatórios,
entrevistas…

• Contam com um programa


explícito de inteligência
intrapessoal e interpessoal, e
trabalham o desenvolvimento
emocional e as relações sociais: a
empatia, o respeito, a criatividade,
a responsabilidade, a
assertividade, o autocontrole,

..... são competências que se


aprendem.
Papel de alunos e professores

• O desenho de experiências e
projetos é uma aprendizagem
partilhada entre o corpo docente.

• Os professores crescem como


profissionais na avaliação
partilhada nas suas dinâmicas de
reflexão para a ação.

• Organizam o calendário e os
horários escolares de acordo com
o desenho das experiências de
aprendizagem e não unicamente
pela divisão de matérias.

• Apostam em simplificar o horário


com o objetivo de otimizar a
aprendizagem
Papel de alunos e professores

• Dentro do horário escolar existem


espaços de tempo livre nos quais
os próprios alunos escolhem como
usá-lo para aprender.

• O horário é organizado de acordo


com critérios metodológicos e não
unicamente pelo desenvolvimento
de cada matéria.

• Estimulam conferências, oficinas e


outras formas de participação
aberta com especialistas externos
e instituições destinadas a todos
os membros da comunidade.
Uso dos Espaços

• A organização do espaço,
tanto dentro como fora
das salas de aula, estimula
o trabalho cooperativo e a
colaboração de alunos e
professores.

• A sala de professores é um
«colaboratório» para
desenhar experiências de
aprendizagem e projetos.
Uso dos Espaços

• Todo o espaço da escola é


definido pela sua funcionalidade,
sejam espaços dedicados a
inteligências múltiplas, a
estratégias cognitivas, a projetos,
para refletir, para trabalhar em
grupos, para pensar, para resolver
conflitos, para estar só... todos os
cantos têm uma função educativa.

• “Os espaços são os habitats das


espécies. O contexto
impõe/impede comportamentos.”
(Neuza Pedro)
O enriquecimento
metodológico

A teoria das inteligências múltiplas


fundamenta uma aprendizagem mais
personalizada.

Todos aprendemos de maneiras


distintas e a nossa inteligência oferece
múltiplas faculdades para
compreender e criar.

Enriquecer a aprendizagem com


atividades que nascem de diferentes
inteligências oferece mais
oportunidades a todos os alunos.
A cultura do pensamento

O discurso educacional com base


na pergunta e na geração de
conflitos é o primeiro passo para
conquistar a curiosidade na sala
de aula.

A representação visual de
estratégias de pensamento, a
criação do mapa do
conhecimento na escola, os
mapas mentais e o diálogo
igualitário e provocativo dirigem a
construção do conhecimento
Project based learning

• A aprendizagem com
base em projetos.
Desenhar projetos
permite-nos criar desafios
e produtos
personalizados, trabalhar
em equipas e integrar as
estratégias do
pensamento com o
conteúdo curricular.

• O PBL (Project based


learning) oferece a base
para uma aprendizagem
mais viva e próxima da
realidade que se
enriquece com a
integração do design
thinking.
Design Thinking

A criatividade aprende-se, só é preciso


introduzir as estratégias necessárias
para estimular o potencial em cada um
de nossos alunos.

Passo a passo, relacionamos a nossa


prática educacional com o contexto
local, gerando ações de transformação
com um impacto real

Comunidades de aprendizagem. A O
PBL e o design thinking deram as bases
para criar compromissos de
aprendizagem com os alunos, mas
também para abrir a escola para
famílias e especialistas.
Sabemos que também aqui
temos excelentes professores
que...

• Geram expectativas positivas


• Partem do quotidiano
• Dominam as matéria que ensinam
• Esperam mais dos seus alunos
• São recetivos aos alunos
• Gostam de ensinar
• Fazem autocrítica
• Criam contextos favoráveis para a
aprendizagem
• Evitam a arbitrariedade, clarificam
as regras do jogo avaliativo
• Mantêm um forte compromisso
com a comunidade
Bom semestre

Muito obrigado

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