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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IV

CURSO DE EXTENSÃO “DIREITO PARA TODOS”

RILDO SANTOS

AILLEN LOPES; BRENDA ESTER DE ANDRADE SILVA; GUALTER CARNEIRO;


KLYSLANNE LIMA; SABRINA RIOS; YASMIN MOREIRA

13 DE NOVEMBRO DE 2020

Relatório de aula do dia 11.11.2020

Na aula do dia 11 de novembro de 2020, foi-nos apresentado o conteúdo do art. 39 e seus


incisos, do CDC, que versa sobre as práticas abusivas perpetradas em face do consumidor. A
primeira vedação se encontra no inciso primeiro, dispondo sobre a conhecida “venda casada”,
quando o fornecedor condiciona a venda de um determinado produto à aquisição de outro.

Sobre esse tipo de prática, o professor trouxe o exemplo dos serviços de internet e telefonia
que, em muitos casos, só eram disponibilizados aos consumidores em venda conjunta. Todavia,
com a expressa vedação dessas condições, o mercado tem traçado novas estratégias,
concedendo pacotes mais vantajosos aos serviços adquiridos em conjunto. Com relação a essa
nova tática, não há que se falar em “venda casada”, considerando a faculdade do consumidor
em adquirir, ou não, os pacotes ofertados.

Com relação ao inciso segundo, cumpre ressaltar a proibição de recusa de atendimento às


demandas dos consumidores. A hipótese citada foi a impossibilidade de controle sobre a venda
de determinado produto ou quantidade. No entanto, se houver expressa informação
condicionando a venda por cada CPF, por exemplo, é possível o controle, com vistas a se evitar
a compra de todos os produtos por apenas uma pessoa, trazendo prejuízos aos demais, como no
caso do álcool em gel no contexto de pandemia.

Em seguida, pontuou-se a impossibilidade de entrega ou envio de mercadorias sem solicitação


prévia. Nesse casos, os produtos recebidos pelo consumidor serão considerados amostras grátis,
considerando que não houve o consentimento por parte de quem recebeu. Exemplificou-se,
ainda, um julgado que reconheceu a natureza de amostra grátis ou cortesia para compras
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efetuadas no cartão de crédito de quem não o solicitou, apesar desse entendimento ser mais
isolado, pois o próprio desbloqueio e uso do cartão já são capazes de demonstrar o
consentimento. Em bancos, por exemplo, já se busca mecanismos como forma de evidenciar a
vontade livre do consumidor, como a instalação de câmeras.

Sequencialmente, consignou-se a vedação constante no inciso quarto, proibindo aproveitar-se


da vulnerabilidade do consumidor para lhe impor serviços ou produtos, o que acontece muitas
vezes com o empréstimo consignado, no qual muitos idosos acabam caindo em fraudes.

Ademais, exigir do consumidor prestação manifestamente excessiva também é outra vedação.


A execução de serviços sem a prévia elaboração de orçamento ou solicitação do consumidor é
outra prática que deve ser combatida. Nos casos de orçamento, é possível realizar cobrança.

A transmissão de informações depreciativas em relação ao consumidor que buscou a efetivação


de seus direitos é outra prática abusiva. É necessário, ainda, que os produtos ou serviços estejam
de acordo com os padrões estabelecidos pelos órgãos oficiais.

Há a proibição, também, de recusa ao fornecimento de serviços ou produtos para quem se


disponha em adquiri-los mediante pronto pagamento. Sobre o dispositivo, o professor explicou
que as empresas não são obrigadas a aceitar o pagamento via cartão de crédito ou cheque, tais
modalidades dependem da política de cada estabelecimento.

Explicou-se que compras avistas compreendem o pagamento em espécie, débito em conta e


cheque para o dia, de modo tal que o fornecedor não pode fazer distinção sobre essas
modalidades.

Elevar sem justa causa o preço dos produtos incide em outra vedação. Por exemplo, ao se
realizar orçamento sobre determinado serviço, não pode o fornecedor elevar o valor
anteriormente estipulado, se o orçamento ainda estiver no prazo de validade.

Faz-se necessário a estipulação do prazo para a conclusão ou início da realização do serviço,


não podendo tal indicação ficar exclusivamente ao alvedrio do fornecedor. Consiste em prática
abusiva, do mesmo modo, a aplicação de reajustes fora do que foi acordado contratualmente ou
diverso do estabelecido pela legislação, sob pena de enriquecimento ilícito.

Por fim, é imprescindível a observação do número máximo de consumidores para o ingresso


em determinado estabelecimento, de acordo com as normas fixadas pelas autoridades
administrativas, tal dispositivo possui grande relevância no atual cenário de pandemia, com
vistas a conter a contaminação da doença.

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