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Instituto Superior de Ciências de Saúde de Maputo

2º ano de licenciatura em Serviço Social


Iº Semestre, regime laboral.
Cadeira: Estagio I em serviço social
Relatorio de estagio
Local de Estágio: SDGCAS- Katembe
Período de Estágio
Inicio: 18/008/2022
Termino: 16/09/2022

Discente: Pedro Cariaco António

Supervisor de campo: dr Batista Tique

Maputo, setembro de 22
Instituto Superior de Ciências de Saúde de Maputo
2º ano de licenciatura em Serviço Social
Iº Semestre, regime laboral.
Cadeira: Estágio I em serviço social
Relatório de estágio

Local de Estágio: SDGCAS- Katembe

Discente: Pedro Cariaco António

Supervisor de campo: dr Batista Tique

Maputo, Setembro 2022

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Índice

Introdução .................................................................................................................................. 3

1 Objectivos de estágio .......................................................................................................... 4

1.1 Geral: ........................................................................................................................... 4

1.2 Específicos: ................................................................................................................. 4

2 Metodologia ........................................................................................................................ 4

3 Caracterização da Instituição .............................................................................................. 5

3.1 Localização geográfica ................................................................................................ 5

3.2 . Historial da Instituição .............................................................................................. 5

3.3 Missão: ........................................................................................................................ 6

3.4 Visão: .......................................................................................................................... 6

3.5 Valores: ....................................................................................................................... 6

3.6 Perspectivas ................................................................................................................. 6

3.7 Atores da instituição .................................................................................................... 6

3.8 Ornograma do SDGCAS ............................................................................................. 7

4 Áreas de actuação: .............................................................................................................. 7

4.1 Enquadramento jurídico-legal ..................................................................................... 8

5 Serviço Social na instituição............................................................................................... 9

6 Actividades realizadas ...................................................................................................... 10

Apoio psicossocial................................................................................................................ 10

Considerações finais ................................................................................................................ 11

Anexos ..................................................................................................................................... 12

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Introdução

O estágio supervisionado em Serviço Social e um espaço privilegiado de aprendizado


teórico-prático para que o(a) acadêmico(a) estagiário(a) tenha uma aproximação com a
prática profissional do assistente social. E por vezes são essas apreensões que ele faz no
campo de estágio que subsidiarão a tomada de decisão sobre a área que terá maior interesse
em atuar profissionalmente, embora saibamos que o profissional é formado para atuar em
qualquer área.

O presente relatório insere-se no âmbito do plano curricular correspondente ao primeiro


estagio de licenciatura em Serviço Social. Assim, desenvolveu-se o seu estágio no Serviço
Distrital de Genero Criança e Acção Social da Katembe (SDGCAS) sendo acompanhado pelo
dr . Batista Tique, Técnico Superior de Serviço Social.
O estágio incidiu sobre dois objetivos fulcrais. O primeiro objetivo respeita ao propósito da
constituição de um Observatório das actividades desenvolvidas naquela instituição .
Pretende-se que o Observatório se constitua como um instrumento de recolha de dados,
capazes de proporcionar a operacionalização de metodologias de Investigação no estudo
social e/ou cultural.
Procede se, neste relatório, num primeiro momento, à identificação e caracterização do local
onde se realizou o estágio e posteriormente aborda se a função que o Serviço Social
desempenha no local e com a população-alvo.
Numa segunda parte, descreveu-se as atividades desenvolvidas durante o período de estágio e
a caracterização da população-alvo residentes no Municipio de Katembe.

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1 Objectivos de estágio
1.1 Geral:
Conciliar a teoria adquirida no processo académico com a prática vivenciada no campo de
Estágio.

1.2 Específicos:

i. Incentivar o estudante a conhecer, por meio de reflexao acompanhada, a realidade de


estagio na Instituiçao de acolhimento, sua dinamica, sua estrutura, suas respostas
sociais, seu funcionamento, historia, legislaçao e populaçao alvo;
ii. Recolher dados de informação relevante a partir de diferentes fontes;
iii. Conhecer programas e as respostas sociais que se encontra implementados na
instituição que respondem as necessidades da população alvo;
iv. Acompanhar e assistir as técnicas utilizadas pelos profissionais da instituição
(atendimento, visita domiciliaria, entrevista, reintegração), bem como todo o processo
de intervenção social realizado;
v. Treinar competências ao nível do relacionamento profissional desenvolvendo as
capacidades técnicas de comunicação verbal e não verbal;
vi. Respeitar os aspectos éticos relativos ao utente e a todos os documentos que lhe são
facultados.

2 Metodologia

O estagio foi realizado através de observação participante consoante a uma abordagem


Qualitativa, onde foi usada como técnica à Visita Domiciliar, Inquerito. Realizando deste
modo, a história social, visitas domiciliares, e visitas de supervisão. E também se usou alguns
instrumentos como o diário de campo que visava facilitar no processo de memorização das
atividades desenvolvidas diariamente no campo de estágio. As técnicas e instrumentos
arrolados facilitaram em intervenções de casos diferenciados. A observação foi à técnica mais
usada em casos de indivíduos que iam á instituição para poder pedir ajuda a achar alguma
solução para algum problema social que o afetava.

Foram distinguidas múltiplas formas de envolvimento e tipo de participação: alto (completo,


ativo, moderado), baixo (passivo) e sem envolvimento (não participação) (Spradley, 1980).

Segundo Gil (2008) a observação é uma técnica de recolha de dados que usa todos os órgãos
sensoriais para captar as manifestações de algum fenómeno social. A observação é sempre

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utilizada conjugada a outras técnicas ou utilizada de forma exclusiva. Por ser utilizada,
exclusivamente, para a obtenção de dados em muitas pesquisas, e por estar presente também
em outros momentos da pesquisa, a observação chega mesmo a ser considerada como método
de investigação.

3 Caracterização da Instituição

Os Serviços Distritais de Gênero, Criança e Ação Social Katembe é um Órgão do Distrito


Municipal do aparelho de Estado para Planificação, Direção de Gênero, Criança e Ação
Social da cidade de Maputo. Está inserido na estrutura do Distrito Municipal e observa o
princípio da dupla subordinação a este órgão e a Direção do Gênero, Criança e ação social.
3.1 Localização geográfica

O Distrito Municipal Katembe situa – se a sul da Cidade de Maputo na qual e banhado pela
Baia de mesmo nome. Administrativamente esta subdividida em 05 Bairros e 65 quarteirões.
Tem uma superfície de 174 Km², com uma população de 32,248 habitantes; cerca de 90%
desta população e camponesa, trabalhando em regime de sequeiro. 10% São pescadores
artesanais; 3 % são da função pública; 2 de pessoas são propriamente de serviços intelectuais,
entre elas 15,552 do sexo Masculino e 16,696 do sexo Feminino segundo o ultimo senso
geral da população 2018.

3.2 . Historial da Instituição

Dizer que os SDGCAS estão sob tutela do MGCAS que é a o órgão do Estado responsável
pela formulação e execução de políticas, estratégias, planos e programas orientados para a
emancipação e desenvolvimento do género, assim como para a proteção social básica dos
grupos mais vulneráveis.

Os SDGCAS do Distrito da Katembe, foram criados em 2000, numa primeira fase


funcionaram durante 12 anos numa sala que pertencia ao partido FRELIMO do Distrito, mas
em 2012 foi erguida uma infraestrutura no espaço que pertence a Sede da Administração do
Distrito da Katembe, essa mesma infraestrutura foi inaugurada pela V.Excia Governadora da
Cidade de Maputo Dra. Lucilia Nota Hama.

Desde a sua criação os SDGCAS tem trabalhado juntamente com a Administração do Distrito
da Katembe, e também trabalha com os centros de acolhimento que existem e tem trabalhado
em conjuntura com os centros infantis

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3.3 Missão:
Garantir a implementação da política nacional de ação social, através da rede de instituições
assistentes em nível do distrito e seu desenvolvimento com base nas determinações dos
planos Municipais, nas decisões da Direção do Gênero, Criança e Ação Social.

3.4 Visão:
i. Dirigir o funcionamento das unidades sócias existentes no distrito;
ii. Recolher, compilar e fornecer regularmente informações aos órgãos competentes,
segundo as regras superiormente estabelecidas.

3.5 Valores:
Ética;
Rigor;
Transparência;
Celeridade.

De referir que estes objetos só são conseguidos com a colaboração de vários intervenientes
nomeadamente os chefes dos departamentos e repartições da DGCAS da cidade, vereação do
distrito através dos secretários dos Bairros e técnicos de administração, diretores dos centros
infantis, organizações da sociedade civil, e a sociedade em geral, e com apoio dos estagiários.

3.6 Perspectivas

Aumentar o número de técnicos para responder cabalmente as atividades desenvolvidas e no


atendimento dos grupos alvos: crianças, idosos, deficientes, meninos de rua e meninos na rua
e que estejam em situação de vulnerabilidade ou risco social, principais características da
questão social.

3.7 Atores da instituição

Para o seu funcionamento pleno, os SDGCAS contam profissionais organizados da seguinte


maneira:
1. Directora (Zélia Duda Francisco dos Santos Matomba);
2. Dois Técnicos Profissionais de Acção Social (António Muchanga e Patrício Rogério);
3. Dois Técnicos assistentes (Lúcia Arone e Titos Mahumane).

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3.8 Ornograma do SDGCAS

Director

Àrea Àrea da Criança Àrea de Àrea de idoso Àrea de


Administrativa em idade pré- Genero deficiencia
escolar e em
situação dificil

Programas

Subsidio social Apoio social Acção social


básico Directo produtiva

4 Áreas de actuação:

i. Área do gênero - Nesta área promove-se o enquadramento da Mulher e do Homem a


elevação do seu estatuto e da sua participação na vida política, económica e social do
país;
ii. Área da Violência Baseada no Género – área responsável pela assistência a pessoas
vítimas de violência.
iii. Divulgação dos Direitos dos grupos alvos – área responsável por garantir o bem-
estar da Mulher, Criança, Pessoa Idosa, Pessoa com deficiência e outros grupos alvos,
assim como prevenir práticas nocivas, na comunidade, família e na sociedade no
geral.
iv. Promoções da Assistência social – Nesta área realizam-se actividades como visitas
de supervisão de modo a garantir o bom funcionamento e cumprimento das normas
estabelecias por lei nos centros infantis, escolinhas, centros de acolhimento e
instituições do género, apoia-se e assiste-se criança em situação difícil, promove-se a
educação pré-escolar e realiza-se outros tipos de actividades.

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4.1 Enquadramento jurídico-legal

a) Lei nº 4/2007, de 7 de Fevereiro que define as bases em que se assenta a protecção


social em Moçambique e organiza o sistema em 3 partes nomeadamente: a protecção
social básica, a obrigatória e a complementa;
b) O Decreto nº 16/93, de 25 de Agosto que aprova o subsidio de alimentos para as
pessoas incapacitadas para o trabalho;
c) Lei nº 6/99, de Fevereiro que regula o acesso de menores a recintos de diversão
noturna, contra o consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco;
d) O Decreto nº 24/89, de 8 de Agosto que aprova o regulamento de transporte em
automóveis para as pessoas da terceira idade e que preconiza a isenção do pagamento
de qualquer tarifa nos transportes públicos a idosos com idade igual ou superior a 70
anos;
e) Lei sobre o HIV/Sida e o trabalhador, lei nº 5/2002, de 5 de Fevereiro que visa
proteger os direitos dos trabalhadores e candidatos ao emprego;
f) A lei n°4/2007 de 7 de Fevereiro, que é a lei na qual se assenta a proteção social em
Moçambique define no seu artigo 7 que a segurança social básica deve beneficiar, dos
muitos grupos apontados, também, os idosos em situação de pobreza absoluta, ou seja
o Estado garante proteção para os idosos no caso deste não ter condições para se
reproduzir materialmente.

A Segurança Social básica conta com uma série de programas, como o caso do Subsidio
Social Básico, o Programa de Apoio Social Direto (PASD).

Para poder se beneficiar desses programas o idoso deve dirigir as secretarias do bairro ou aos
Serviços Distritais do Gênero, Criança e Ação Social para solicitar o seu enquadramento num
dos programas. No caso de o idoso ser beneficiário de um dos programas não pode ser
beneficiário do outro, é uma maneira que o Estado encontrou para poder cobrir muitos
beneficiários.

Apesar do esforço o Estado não consegue cobrir a todos que estão em situação de
vulnerabilidade. O Orçamento do Estado recém- aprovado prevê que no ano de 2019 o
número e beneficiário dos programas de proteção social vão aumentar

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5 Serviço Social na instituição

O Servico Social, numa primeira concepção, esta ligado a ajuda, a filantropia, a caridade,
concepação esta equivocada, pois, baseada na acção Assistencial que a a história regista
desde a antiguidade, sofreu alterações e aperfeiçoamentos com o advento de princípios e
métodos cientificos que lhe deram a configuração atual.

A Ação Social é uma intervenção organizada e integrada visando garantir a assistência social
a indivíduos, grupos socais em situação de pobreza de modo a melhorarem as suas condições
de vida a se tornarem aptos a participar no desenvolvimento global dos países em pleno gozo
de seus direitos sociais básicos, (MMAS, 1998).

Política de Ação Social é um conjunto de princípios de Acções de instituições públicas e


privadas na provisão da assistência social a indivíduos, populações e grupos sociais, neste
contexto a criança é um elemento a quem se deve prestar acompanhamento sistemático e
permanente pelos adultos de modo a adquirir valores culturais que a permitem viver na
sociedade.

Os SDGCAS Katembe, para a prestação da assistência social orienta-se nos princípios


regidos na política de ação social, como é o caso da criação dos centros abertos, que garantem
a ocupação e amparo de menores que não são assistidos por seu país. E como forma de dar
resposta aos problemas sociais criaram-se os centros abertos que realizam várias atividades
no atendimento da criança de rua, nas áreas tais como saúde, educação, visitas nas famílias,
reintegração, atenção básica, auto emprego, palestras. São instituições polivalentes que não
tem como vocação o lucro, ou seja, são instituições que não colocam o lucro como um
objetivo principal a prestação de assistência social a população acometida pelas
manifestações da questão social.

Segundo Netto (2001), o Serviço Social profissionaliza-se diante as demandas do mercado


capitalista monopolista. Para Netto (2001) diferente de vários autores do Serviço Social não
foi a organização da filantropia e a evolução da caridade que legitimou o Serviço Social
como profissão, pelo contrário, foi a ruptura com esse referencial tradicional. O Serviço
Social surge para responder a demanda da sociedade capitalista europeia, num determinado
período histórico. Quando o estado introduziu as primeiras formas de segurança social,
precisamente na Alemanha, houve necessidade de se ter um profissional para o gerencia e
execução dos programas existentes. Com isso o assistente social passa a ser um trabalhador

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assalariado, abandona o trabalho voluntario, a profissão passa a fazer intervenções
acompanhadas por estratégias lógicas.

6 Actividades realizadas
Quanto à área de intervenção de informação e sensibilização, é objetivo do SDGCAS
contribuir para a construção do conhecimento esclarecido sobre os distintos fenómenos
relacionados à pobreza e exclusão social, dinamizando canais de informação e comunicação
que possibilitem uma melhor intervenção no terreno. Pretende com a facilitação do acesso à
informação contribuir para a partilha e construção de opiniões favoráveis aos problemas
sociais, partindo da elaboração de diversos formatos, como são exemplo as linhas editoriais,
as diversas campanhas e workshops de sensibilização, assim como os documentos de análise
sobre as políticas sociais e tomadas de posição, entre outros.
Para esta atividade procedeu-se à deslocação a a associaçao 7 de Abril contando com a
participação de 20 mulheres da associação de idades compreendidas entre os 35 e os 50 anos,
tendo como objetivo primordial a sensibilização para a prática do voluntariado na promoção
do combate à exclusão social, violencia domestica

Ordem Actividades Metodologia N°

01 Atendimento ao cliente Observação e entrevista 10

02 Apoio psicossocial Observação e entrevista 02

03 Visita domiciliar Observação participante 05


De forma interarativa foram abordados os seguintes temas:
i. Violência doméstica; 20
04 Palestra ii. Violência baseado no gênero;
iii. Exclusão social;
iv. Tratamento da pessoa com deficiência.

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Considerações finais

Pensar em Estágio Supervisionado em Serviço Social é muito mais que o cumprimento de


uma “atribuição privativa do estudante” de acordo com o seu código de ética, mas deve ser
um espaço que oportunize a vivência da práxis, com compromisso e disposição para desvelar
as complexidades da realidade em que atua. Muitas vezes o estagiário já chega com uma
formação acadêmica fragilizada, um dos motivos é a mercantilização do curso de Serviço
Social nas instituições privadas. Nesse caso o supervisor de campo pode ser um “divisor de
águas” na formação desse aluno, mostrando- lhe na prática o verdadeiro papel do Serviço
Social na sociedade

A importância da prática profissional do assistente social está para além de atividades


burocráticas e rotineiras, que apenas respondam aos interesses institucionais, esta requer uma
prática comprometida com os sujeitos que procuram os serviços sociais, uma prática que
procure desvelar as complexidades da realidade que o envolve, uma prática profissional
pautada no compromisso ético-político e na direção de transformação da realidade. Espera-se
que o assistente social siga construindo “propostas de trabalho criativas e capazes de
preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um
profissional propositivo e não só executivo”.

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Anexos

Legenda: As imagens em anexo foram tirada durante a ctividade de visita domiciliar

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