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DE ANGOLA
Mugimbu:
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Especificidades de línguas bantu versus língua portuguesa
Alfabeto1 20 a 25 Alfabeto 24
Vogais 5 Vogais 5
Semivigal 2 Semivogal 2
Consoante 13 a 18 Consoante 21
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As línguas bantu possuem caracteristicas e particularidades diferentes que as distingue
das línguas indo-europeia (língua portuguesa), no tange a formação de singular e
plural, nas línguas nacionais de matriz bantu é formado através do acréscimo de um
morfema prefixal, cada sistema de classes apresenta um prefixo nominal responsável
para a marcação de singular e plural de várias entidades. Como se pode ler em
Andrade (2017), citado em Ualhanga (2017) que,
[…] nas línguas bantu, a estrutura morfológica dos nomes consiste no radical precedido do
prefixo de classe a que nome pertence. Quando o nome não é primitivo, isto é, derivado de um
outro nome ou de um verbo, para além do prefixo, há muitas vezes, modificações da vogal final
(p. 45).
Ademais, os prefixos nominais determinam os demais prefixos das palavras no âmbito
da relação ou concordância dos constituintes frásicos.
No entanto, a luz da gramática normativa, as palavras na língua portuguesa flexionam-
se tendo em conta duas bases teóricamente conhecidas: singular e plural, (cf. Estrela,
Soares & Leitão 2015) e (Amorim & Sousa 2009). Na língua portuguesa, para se
marcar o plural é preciso acrescentar ao morfema uma desinência “S”, ora, tal flexão
pode acontecer em: singular- quando se refere a uma individualidade e em plural-
quando se refere a mais de duas individualidade, no caso um conjunto. Cunha (1999)
lido em Svodabová (2012, p. 29) aflora que,
o plural forma-se acrescentando-se –s ao singular, quer isto dizer, à raiz do núcleo do sintagma.
A concordância do número, através da adição do sufixo –s, está-se realizando também no nível
dos determinantes (isto é: artigos, demostrativos e possessivos), quantificadores (isto é:
indefinidos e numerais) e modificadores (isto é: adjectivos, sintagmas preposicionais e relativos)
no sintagma nominal.
Uma vez que, as mesmas línguas, são de origem comum e semelhante, devido aos
apanágios linguísticos que apresentam, os substantivos ou demais palavras nas
línguas africanas de Angola (Línguas bantu), são caracterizados pelos prefixos que
indicam os números singular e plural, nessas línguas a flexão faz-se com prefixos,
muito contrariamente da LP, que usa o morfema desinencial /s/, no caso o sufixo para
a sua identificação.
Vimos que, em português, a flexão das palavras é tida, pelo acréscimo de um morfema
preso, para que se torne prático a nossa abordagem, apresenta-se abaixo um quadro
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ilustrativo, onde figuram algumas palavras com a ocorrênciade flexão em género
(Singular e plural). O plural nas línguas bantu é feito no início da palavra, já na língua
portuguesa ele ocorre no final.
Tabela: 2 flexão de palavras nas línguas bantu é apresentado pelo prefixo nominal que
seleciona a classe, o género e o número de cada palavra.
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Para Heli Chatelain (1888) citado por Ndombele (2022), afirmam no que concerne a
marcação de grau, no caso diminutivo e aumetativo em línguas bantu é feito através de
prefixos. (Ka —- para a foma diminutiva, Ki —- para aumentativo), já para palavras que
se encontram pluralizada juta-se a ela o prefixo Tu, (Ci (Txi), Mi e Li ou Lu).
Singular Plural
Kalumba/rapariguinha Tulumba/rapariguinhas
Kaliwe/pedrinha Tumawe/pedrinhas
Kasuwo/casinha Tusuwo/casinhas
Kamutwe/cabecinha Mitwe/cabeçaS
Grau aumetativo
Kingombe/boizão Tungombe/boizões
Kilumba/raparigona Tulumba/raparigonas
Kamuhela/camazinha Cimuhela/camarão
Fonte: elaboração própria.
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Classes singular Ocorrência Classes plural Ocorrência
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Fonte: elaboração própria.
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Singular Plural
Pessoa PessoaS
Casa CasaS
Carro CarroS
Fonte: elaboração própria
).
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Singular Plural
Mutu Atu
Suwo Masuwo
Diyala Mayala
Apatir do quadro acima ilustrado, se pode observar que as línguas bantu sempre a
formação do plural de certos nomes, advérbios, adjetivos formam-se através de um
prefixo, enquanto em português forma-se com sufixo. De modo, a sermos pragmáticos
achamos melhor trazemos à liça duas marcas de Pluralidade em algumas LB, de modo
a facilitar a compreensão da nossa abordagem, por isso, vamos antes trazer aqui,
abordagens sobre duas línguas de mesma família, no caso bantuísta para vermos a
frequência da variação em certos léxicos. Logo, mais à seguir vamos tratar de línguas
Cokwe e Kimbundu, por serem as que mais, vemos com frequência as palavras com
essas ocorrências pluralizante. Fonte: elaboração própria. Classes dos prefixos, para formação de
singular e plural, em Cokwe e Kimbundu.
Bantu BantuS
Kakhongo KakhongoS
Kacokwe CokweS
Lunda LundaS
Kamanga KamangaS
Baluba BalubaS
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Maka MakaS
Imbamba ImbambaS
Kamba CambaS
Kota CotaS
Ndengue NdenueS
Kakusu CacusoS
kandongueiro CandongueiroS
Zongola ZongolaS
Jinguba GingumbaS
Kubata CubataS
kiabu QuiaboS
Ibondóò IbindoS
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Dizer que as palavras, das quais fizemos alusão já pertence à Português, falado em
Angola, nós em particular não concordamos porque ainda não é reconhecido e
também, não foram ainda dicionarizadas, enquanto não estarem listadas num
dicionário, enciclopédia, glossário etc, é prematuro as considerarmos como sendo
palavras de Português de Angola. Sendo assim, elas continuam a ser ainda palavras
de línguas bantu, por isso devem respeitar a sua grafia original. Se não nos referimos
de empréstimo ou até mesmo neologismos.
Conclusão
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estáticas, no sentido de não se adequarem às novas realidades que o mundo nos
impõe. Pouco conhecimento do sistema gráfico e morfológico, faz com que os falantes
façam uma adaptação afim de que se estabelecer a comunicação. Não devemos falar
de empréstimo, neologismo e variação ou mudança, mas a falta de conhecimento
ligado à linguística Africana (Bantu), a oficialização delas como línguas de escola, da
função pública, e a existência de poucos trabalhos no ramo da léxicologia e
lexicografia, que abordam cuidadosamente sobre essas línguas.
Referência bibliográfica
Banza, Ana Paula. O portugues em Angola: uma questão de política Linguistica, (s.d).
in Repositório Científico da Universidade de Évora- Portugal.
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Serrote, J. M. (2015). Antroponimia da língua kimbundu em Malanje. Dissertação de
Mestrado em Terminologia e Gestao da Informaçao de Especialidade apresentada à
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Suequel, Roque dos Reis Tito. A contribuição histórica do português de Angola para
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Dissertação para obtenção de grau de Mestre em Estudos Lusófonos, apresentada à
Universidade da Beira Interior Artes e Letras: cavilhã, junho de 2018.
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