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8 - (FGV/TJSC/Analista/2015)

“Ao se apresentarem os projetos, chegou-se à seguinte conclusão: pôr em discussão esses projetos com outros
menos caros equivaleria a julgar melhor o valor desses projetos, em vista do princípio geral que vem julgando os
mesmos projetos”. Transcrevendo o texto, substituindo as expressões sublinhadas por pronomes pessoais que
lhes sejam correspondentes e efetuando as alterações necessárias, as formas adequadas seriam,
respectivamente:

(A) pô-los / julgar-lhes / os vem julgando;

(B) por-los / julgá-los / vem julgando-os;

(C) pô-los / julgar melhor o seu valor / vem-nos julgando;

(D) por em discussão eles / julgar-lhes / os vem julgando;

(E) por-los / julgar o seu melhor valor / vem julgando-os.

Quando nos perguntamos o que é a consciência, não temos melhor resposta Já esqueci a língua em que comia,

que a de Louis Armstrong quando uma repórter perguntou-lhe o que era o jazz: em que pedia para ir lá fora,

“Moça, se você precisa perguntar, nunca saberá. em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
9 - (CESPE/SEDF/2017)
do namoro com a prima.
Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto caso fosse
10 - (CESPE/SEDF2017)
introduzida a preposição sobre imediatamente após “perguntou-lhe” (linha 3).
Considerando-se as regências do verbo esquecer prescritas para o português, estaria
correta a seguinte reescrita para a oração “Já esqueci a língua”: Já esqueci da língua.
Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de
Ovídio nos fala da seguinte maneira sobre a Fênix. A maioria dos seres nasce de
praticar e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro —
audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem — tudo, enfim, quanto se outros indivíduos, mas há certa espécie que se produz sozinha. Os assírios
relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por outro lado, as energias
chamaram-na de fênix.
e esforços que se dirigem a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; tanto as
energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança pessoal quanto os esforços sem perspectiva de 12 – (CESPE TRT – Analista 2012)
rápido proveito material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para eles.

11 - (CESPE/IRBr/2018)
O trecho “Chamaram-na de fênix” poderia, sem prejuízo da correção gramatical

O acento indicativo de crase utilizado à linha 06 poderia ser suprimido, mantendo-se a correção do texto e do sentido original, ser substituído por chamaram-na fênix ou por
gramatical e as principais informações do texto, tendo em vista a variação, no português do Brasil, da chamaram-lhe fênix.
transitividade do verbo visar com a acepção ter em vista, ter como fim ou objetivo.

REGÊNCIA (base teórica) Regência Verbal

Regência trata da relação de subordinação entre palavras, ou seja, mostra a Estuda-se, na regência verbal, a relação de subordinação entre o verbo (regente)
comunicação entre termos regentes e regidos. e o seu complemento (regido).

Regente – palavra que é complementada, inteirada na sua significação. Observação: a regência é para os gramáticos um tema tão flutuante que é
frequente vê-los discordar em torno do mesmo verbo.

Regido – palavra que serve de complemento.


Observe, agora, a regência de alguns verbos.
ASPIRAR
AGRADAR No sentido de sorver (o ar) é transitivo direto.
a) No sentido “de acariciar”, “fazer carinho” é verbo transitivo direto. Exemplo:
Exemplo: Os moradores de áreas rurais aspiram um ar puro.

A Maria e a Laura agradavam futrica: o cãozinho de estimação.


No sentido de desejar, almejar é transitivo indireto (com a preposição “a”)

b) No sentido de “ser agradável”, exige complemento preposicionado (VTI). Exemplo:

Exemplo: Os alunos aspiram a um cargo público.

A prova não agradou aos candidatos despreparados.


Observação: neste caso, não admite o complemento representado por pronome átono.

ASSISTIR
C- No sentido de ajudar, prestar socorro, dar assistência pode ser empregado como
A- No sentido de estar presente, ver, presenciar, pede complemento preposicionado (VTI – prep. “a”).
verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto.
Exemplo:
Exemplos:
Ontem, assistimos ao jogo do Palmeiras.
O professor assiste os alunos em suas dificuldades.

Observação: neste sentido, não admite complemento representado por pronome átono. O professor assiste aos alunos em suas dificuldades.

B- No sentido de caber, competir é transitivo indireto com a preposição “a”. D- No sentido de residir, morar, constrói-se com a preposição “em” (VI).
Exemplo: Exemplo:
Assiste ao candidato o direito de recurso.
O Cristovam Buarque assiste, ainda, em Brasília.
AJUDAR
ATENDER
Emprega-se este verbo com ou sem preposição. Pede indiferentemente complemento com ou sem preposição.
Exemplos: Exemplo:
Atendi às necessidades dos alunos.

A opinião pública ajudou o ministro Gilmar Mendes.


Atendi as necessidades dos alunos.

A opinião pública ajudou ao ministro Gilmar Mendes.


Observação: há divergências entre os gramáticos quanto à regência deste verbo.
Contudo, o Cespe e a Esaf têm contemplado a visão acima.

CHAMAR b) No sentido de “alcunhar”, “cognominar”, “dar nome” admite as seguintes

a) No sentido de convocar é transitivo direto. construções.

Exemplo: Exemplos:

O Lula chamou o ministro para conversar. Chamei o político de honesto.

Chamei ao político de honesto.


Chamei o político honesto. CHEGAR

a) Com expressões locativas, utiliza-se a preposição “a” (ideia de destino).

Chamei ao político honesto. Exemplo:

Cheguei a casa às dez horas.

Observação: o predicativo do objeto “honesto” pode ser registrado com ou


sem preposição. Observação: a construção “cheguei em casa às dez horas” é comum no
português falado no Brasil e até em alguns clássicos da literatura, todavia o rigor
gramatical condena, neste caso, o uso da preposição “em”.

COMPARECER
b) Com expressões locativas, utiliza-se a preposição “de” (ideia de origem).
a) Complemento “atividade”: o verbo pede a preposição “a”.

Exemplo:

As testemunhas não compareceram ao depoimento.


Exemplo:

Cheguei de Fortaleza ontem. b) Complemento “lugar”: o verbo admitirá as preposições “em” ou “a”.

Exemplo:

A torcida palmeirense compareceu no estádio.

A torcida palmeirense compareceu ao estádio.


CONVIDAR CUSTAR
Pede objeto direto.
a) No sentido de “ser difícil”, “ser custoso”, tem como sujeito aquilo que é
Exemplo:
difícil.
Não convidei o professor.
Exemplo:

Observação: cuidado com as formas pronominais nas substituições lexicais. Custou-nos entender a matéria.
Não o convidei. (certo)
Não lhe convidei (errado)

IMPLICAR: no sentido “de acarretar” é transitivo direto. Exemplo:

Exemplo: Conhecer a Deus implica em amar ao próximo e cuidar da natureza. (construção

O não pagamento implica multa. incorreta)

Observação: o verbo implicar (no sentido de acarretar) tem sido bastante Conhecer a Deus implica amar ao próximo e cuidar da natureza. (construção

empregado com a preposição “em”. Ressalte-se que este emprego contraria a correta)

norma culta da língua portuguesa.


INFORMAR, COMUNICAR, AVISAR, NOTIFICAR, ACONSELHAR, ALERTAR, Importante!
CERTIFICAR, CIENTIFICAR Como os verbos acima são transitivos diretos e indiretos, eles pedem
Como verbos transitivos diretos e indiretos, admitem duas construções. complementos sem preposição obrigatória (objeto direto) e com preposição

Exemplos: obrigatória (objeto indireto). Todavia, são recorrentes, em provas de concursos


públicos, construções em que estes verbos são empregados com dois objetos
Avisei-o do fato ocorrido. (aviso alguém de algo)
diretos, ou com dois objetos indiretos.
Avisei-lhe o fato ocorrido. (aviso algo a alguém)

IR LEMBRAR, ESQUECER, RECORDAR, ADMIAR

Com expressões locativas, utiliza-se a preposição “a” ou “para”. Estes verbos possuem duas construções básicas:

Exemplos:
1) Sem pronome (não pronominal) – transitivo direto.
Frente Parlamentar vai à Câmara e Senado cobrar a regulamentação.
(ideia de retorno breve)
Os envolvidos não lembraram o detalhe do crime.
Não fale dos emigrantes portugueses que, nos anos 60, foram para
França. (ideia de permanência)
Aprofundando
2) Com pronome (pronominal) – transitivo indireto.
Há construções em que o pronome não é empregado na mesma pessoa gramatical do verbo, como
nos exemplos que serão apresentados. Nestas, obtêm-se outras possibilidades de interpretação.
Observe os exemplos abaixo.
Os envolvidos não se lembraram do detalhe do crime.
1) Os meus pais recordaram-me o fato do passado.

Análise:

Observação: na construção pronominal, o pronome tem de estar na mesma “os meus pais” – sujeito

“recordaram” – VTDI
pessoa gramatical do verbo. Nesta oração, o pronome “se” e a forma verbal
“o fato do passado” – objeto direto
“lembraram” estão na terceira pessoa do plural.
“me” – objeto indireto.

2) Recordou-me o detalhe gramatical. MORAR, RESIDIR


Estes verbos devem ser construídos como intransitivos + a preposição “em”.
Análise: (neste caso, o ser lembrado pode exerce a função sintática de sujeito).
Exemplo:
“o detalhe gramatical” – sujeito
O acusado reside na rua João Machado. (na = em+a)
“Recordou” – VTI O acusado mora na cidade de Goiânia.
“me” – objeto indireto.
Observação: o uso da preposição a diante de nomes femininos (residir à rua, morar à
rua), muito comum na linguagem jurídica, não atende ao rigor gramatical. Veja o
trecho abaixo.
NAMORAR OBEDECER, DESOBEDECER.
Este verbo deve ser empregado sem preposição obrigatória (VTD). A língua culta moderna consagrou estes verbos como transitivos indiretos. (VTI)
Exemplo: Exemplo:
Desde o último Natal, a Joana namora o João. Distribuidoras de gás no Rio dizem que cortes obedeceram a critérios de
segurança.
Observação: é comum, na linguagem moderna, o seguinte emprego do verbo
namorar: “Desde o último Natal, a Joana namora com o João”; porém a norma
culta da língua portuguesa não admite esse registro com a preposição “com”.

PAGAR, PERDOAR, AGRADECER


PREFERIR
Verbos transitivos direitos e indiretos: usa-se para coisa = objeto direto e para pessoa
= objeto indireto. Na norma culta, este verbo é transitivo direto e indireto (o termo sem
Exemplos: preposição é o preferido; o preposicionado, o preterido).
É necessário pagar as contas vencidas aos cobradores. Exemplo:

Alguns preferem estudar a trabalhar.


Perdoei os erros aos alunos.

As cooperativas agradeceram a aprovação dos projetos aos deputados de oposição.


Cuidado! PRESIDIR

As construções com termo intensificador (mais, tão, muito...) no objeto direto e Pede complemento com ou sem preposição.
com a expressão (do que) no objeto indireto são incorretas. Exemplos:
Exemplo: As juízas federais Fernanda Hutzler, Gisele Bueno e Sílvia Melo presidiram às
Alguns preferem mais estudar do que trabalhar. (construção incorreta) audiências.

Alguns preferem estudar a trabalhar. As juízas federais Fernanda Hutzler, Gisele Bueno e Sílvia Melo presidiram as
audiências.

PROCEDER
c) No sentido de “provir de” é intransitivo (utiliza-se a preposição “de”)
a) No sentido “de iniciar”, “executar” é verbo transitivo indireto (emprega-se preposição “a”).
Exemplo:
Exemplo:

O juiz procedeu ao julgamento. Eles procedem de Natal.

b) No sentido de “ter procedência”, “ter fundamento” é verbo intransitivo.

Exemplo:

A teoria dos deputados não procede.


QUERER RENUNCIAR

a) No sentido “de desejar” é transitivo direto. Na acepção própria de abrir mão de, pode-se empregar este verbo com ou sem a preposição
“a”.
Exemplo:
Exemplos:
A maioria das mulheres querem o improvável.
O príncipe regente, naquele momento, renuncia ao trono.

b)No sentido de “estimar”, “gostar” é transitivo indireto.


O príncipe regente, naquele momento, renuncia o trono.
Exemplo:

É fato que os pais querem aos filhos.


Observação: no português hodierno, é mais utilizada a construção com a preposição “a”.

SENTAR SIMPATIZAR, ANTIPATIZAR, SOBRESSAIR

Sentar à mesa: sentar-se junto a ela. Não são verbos essencialmente pronominais.

Exemplo: Exemplo:

Os deputados da base governista sentaram à mesa para discutirem os projetos.

Os leitores simpatizaram com os candidatos.

Sentar na mesa: sentar sobre ela.

Exemplo: Eles sobressaíram muito bem na prova.

Não é recomendado sentar na mesa, pois ela pode quebrar.


Observação: VISAR

a) No sentido “de mirar”, “assinar”, “dar o visto”, pede objeto direto.

Os eleitores se simpatizaram com os candidatos. (uso popular). Exemplo:

O locatário visou o contrato.

Eles se sobressaíram muito bem na prova (uso popular).

O policial visou o alvo.

b) No sentido “de pretender”, “aspirar”, “objetivar”, pede de preferência


APROFUNDANDO
complemento preposicionado iniciado pela preposição “a”.
Quando o complemento do verbo visar (no sentido de pretender, objetivar,
Exemplo:
desejar) vem expresso por uma oração reduzida de infinitivo, é comum a
As teorias ministradas visam ao aprimoramento dos alunos.
construção sem o uso da preposição “a”. Na abordagem abaixo, o examinador
da ESAF considerou a construção gramaticalmente correta. Observe que foi
Observação: modernamente já se constrói o verbo, neste sentido, sem preposição. registrado “visa melhorar” – e não a construção, também, gramaticalmente
Exemplo: correta visa a melhorar.
As teorias ministradas visam o aprimoramento dos alunos.
(ESAF AFC)

a) O projeto de lei que visa melhorar a regulamentação da interceptação, da


interrupção, da escuta e da gravação de comunicações telefônicas e das que
lhes são equiparadas não representa, de modo algum, uma forma de censura à
imprensa.

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