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I – DOS FATOS
O Autor e seu pai, no dia 01/04/2022, voltavam para casa quando foram
atropelados pelo Réu (boletim de ocorrência em anexo, doc.02). Tal fato ocorreu às 19h,
na avenida principal da cidade de Pirapora do Oeste/XX, e teve como testemunhas um
casal que andava pela calçada (qualificação das testemunhas e anexo, doc.03). Frisa-se
que as vítimas atravessavam a pista pela faixa de pedestre e quando o semáforo para os
carros estava no vermelho.
Logo a polícia militar e o SAMU foram acionados, e uma vez que estavam no
local, foi constato que o Requerido se encontrava alterado – alcoolizado. Apesar do
resgate diligente, o genitor do Autor veio a óbito (certidão em anexo, doc.04), ademais o
Requerente teve a mão direita amputada devido aos graves ferimentos (laudo médico
em anexo, doc.05).
Assim, devido ao acidente, o Autor teve sua família mutilada, perdendo todo os
cuidados que provia seu genitor, bem como foi afastado do estágio que exercia na
orquestra da prefeitura como violinista, como também ficou com uma lesão permanente.
Salienta-se que o Réu, não colaborou em nenhum momento com tratamento e
demais despesas realizadas pelo Autor.
Portanto, não restaram alternativas ao Requerente senão de buscar o Poder
Judiciário para obter a condenação da Requerido pelos danos materiais, morais e
estéticos causados pela conduta ilícita do Réu.
II – DO DIREITO
DOS DANOS SOFRIDOS
No caso em tela, o Requerido violou o dever jurídico lato sensu de cuidado que
permeia todas as relações civis causando um dano gravíssimo, como também
descumpriu várias normas de trânsito. Ao contrário, teria evitado o acidente. De acordo
com o artigo 26, 28, 29 e 70 do Código de Trânsito Brasileiro, temos que:
I - Abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito
de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas
ou privadas;
[...]
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo,
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação
obedecerá às seguintes normas:
[...]
II - O condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o
seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no
momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as
condições climáticas;
[...]
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo,
em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela
segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela
incolumidade dos pedestres.
infração - gravíssima;´´
´´Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Apesar de ter sido atendido por um hospital municipal, o Autor teve gastos com
remédios e outros tratamentos que não foram encontrados no serviço público
(comprovantes anexados doc.06) no total de R$ X reais (valor por extenso).
O funeral do pai do Autor, vítima do mesmo acidente, também foi arcado pela
sua família (comprovantes anexados doc.07), e teve como valor R$ Y reais (valor por
extenso).
Entretanto, tal entendimento se mostrou pouco apropriado, uma vez que deixava
de abarcar várias possibilidades de lesão a direitos da personalidade que não resultam
em ´´dor´´ ou ´´mazelas ´´ necessariamente. Como bem elucida, Rogério Donnini
[Responsabilidade civil na pós-modernidade: felicidade, proteção, enriquecimento com
causa e tempo perdido, 2015]: ´´Condicionar o arbitramento de danos morais à dor, ao
sofrimento e à aflição da vítima ou de seus parentes, consiste em descaracterizar e
restringir os direitos da personalidade, uma vez que os danos extrapatrimoniais podem
não ser necessariamente vinculados a esses sentimentos.´´
Ementa:
ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO
NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANOS
DECORRENTES DE PERSEGUIÇÃO POLÍTICA NA ÉPOCA DA DITADURA
MILITAR. ANISTIA. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
CUMULAÇÃO COM A REPARAÇÃO ECONÔMICA DECORRENTE DA LEI N.
10.559/2002. POSSIBILIDADE. SÚMULA 37 DO STJ.
1. A Corte de origem negou a pretensão autoral ao afirmar que, "em que pese a injusta
demissão do autor à época, a reparação econômica alcançada na forma da Lei n.
10.559/2002 abrange os danos materiais e morais sofridos em decorrência da
1 CANDIA, Ana Carolina Nilce Barreira. Inadimplemento contratual e danos morais. Revista Âmbito
Jurídico de 01/07/2017. https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/inadimplemento-contratual-e-
danos-morais/. Acessado em: 17/04/22.
perseguição política, não havendo falar em indenização por danos morais com base nos
mesmos fatos".
2. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça, com amparo na Súmula 37 do STJ,
firmou a orientação de que "inexiste vedação para a acumulação da reparação
econômica com indenização por danos morais, porquanto se trata de verbas
indenizatórias com fundamentos e finalidades diversas: aquela visa à recomposição
patrimonial (danos emergentes e lucros cessantes), ao passo que esta tem por
escopo a tutela da integridade moral, expressão dos direitos da personalidade"
(REsp 1.664.760/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
30/6/2017). Precedentes.
3. Nos termos da Sumula 37 do STJ: "São cumuláveis as indenizações por dano
material e dano moral oriundas do mesmo fato".
4. Embargos de declaração acolhidos, com efeito modificativo, para dar provimento ao
recurso especial e determinar o retorno dos autos a origem, para que se pronuncie
quanto à procedência do pedido autoral.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
´´Enunciado 379: o art. 944, caput, do Código Civil não afasta a possibilidade
de se reconhecer a função punitiva ou pedagógica da responsabilidade civil.
Enunciado 458: o grau de culpa do ofensor, ou a sua eventual conduta
intencional, deve ser levado em conta pelo juiz para a quantificação do dano moral.´´
C) A condenação do Réu em danos matérias no valor total de: R$ X+Y reais (valor total
por extenso e corrigido pelo IPCA), mais juros de mora devidos desde a data do
acidente (artigo 398 CC), bem como a pensão no valor de Z salários mínimos por T
anos;
F) Seja ainda condenada a Réu ao pagamento das custas e despesas processuais, bem
como ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais arbitrados por Vossa
Excelência; {juizado especial não tem custas e honorários na 1ª instância, mesmo assim
é salutar colocar}
Dá-se a causa, o valor de R$ X+Y+Z+K reais (valor por extenso) – referente a soma dos
danos materiais, morais e estéticos.
Nestes termos,
Espera deferimento.
Local..., data...
... ...
OAB/... OAB/...