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“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
AUDITORIA DA QUALIDADE
PROF. ESP. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
AULA 1
CONCEITOS E PRINCÍPIOS DAS
AUDITORIAS
Fonte: https://cdn.pixabay.com
Anote isso
Auditoria é definida como: “sistemática, independente e processo documentado
para obter evidência objetiva e avaliá-la objetivamente, para determinar a
extensão na qual os critérios de auditoria são atendidos” NBR ISO 19011
(ABNT, 2018).
Anote isso
• Processo sistemático: neste caso a
realização da auditoria dos sistemas
de gestão deve ser planejada de forma
sistemática. Neste sentido, é preciso
realizar as auditorias periódicas para
avaliar a adequação e a conformidade
do sistema de gestão implementado. Figura 1. https://pixabay.com
AULA 2
CLASSIFICAÇÃO DAS AUDITORIAS
O escopo ou objeto de uma auditoria, diz respeito à finalidade para que se quer realizar
o processo. Um exemplo é a realização de uma auditoria de sistema da qualidade
para verificar a conformidade de processos ou documentos no desenvolvimento das
atividades. Outro exemplo pode ser dado em relação à auditoria contábil, onde se
Este tipo de auditoria, também conhecida como auditoria de primeira parte é realizada
por uma pessoa da própria empresa ou pela contratação de um serviço de auditoria
de uma empresa especializada.
O desenvolvimento de um processo de auditoria é uma exigência estabelecida
por normas ou regulamentos que tratam da implantação ou manutenção de um
determinado sistema de gestão.
Dentre as normas que determinam os requisitos para a implementação de um
sistema de gestão está a norma NBR ISO 9001. Desde 1987, data da primeira versão
da norma NBR ISO 9001, a realização da auditoria interna já era determinada para
fazer uma avaliação constante do sistema de gestão. Na última versão da norma, em
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15
AUDITORIA DA QUALIDADE
PROF. ESP. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
2015, o texto que versa sobre a realização da auditoria interna é encontrado na seção
9, onde descreve que: “A organização deve conduzir auditorias internas a intervalos
planejados para prover informação sobre se o sistema de gestão da qualidade” (NBR
ISO 9001, 2015, p. 20). Neste sentido, para que se estabeleça e mantenha um programa
de auditoria interna organizado a norma determina que a organização deve:
Anote isso
“A organização deve conduzir auditorias internas a intervalos planejados
para prover informação sobre se o sistema de gestão da qualidade” (NBR
ISO 9001, 2018, p. 20).
Auditorias externas, como o próprio nome já diz, são aquelas realizadas em outras
organizações. Estas auditorias são realizadas por organizações certificadoras ou por
profissionais contratados. As auditorias externas, segundo a norma ISO 19011:2018,
podem ser caracterizadas como sendo de segunda ou terceira parte, conforme descrito
no item 1.2 desta aula. A realização das auditorias externas pode ser dividida em tipos:
Diante das diferenças entre auditoria interna e externa, acerca da extensão e direção
dos trabalhos, responsabilidade do auditor e métodos utilizados, Crepaldi (2004, p.50)
diferencia estes dois tipos de auditoria, conforme apresentado no Quadro 1.
Exame das
Exame dos controles
Ação e objetivo demonstrações
operacionais
contábeis
Opinar sobre as
Promover melhorias nos
Finalidade demonstrações
controles internos
contábeis
Recomendações de
Relatório principal Parecer controle interno e eficiência
administrativa
A empresa e o público
Interessados no trabalho A empresa
em geral
Profissional, civil e
Responsabilidade Trabalhista
criminal
Resumo
O mundo dos negócios nos últimos anos foi surpreendido por escândalos
contábeis que causaram a queda de confiança por parte dos investidores
nas demonstrações e números informados pelas empresas. A descoberta
de fraudes contábeis praticadas pelas gigantes norte-americanas Enron e
WorldCom, que levaram estas sólidas empresas a falência em questão de
dias, foram responsáveis pela criação da lei Sarbanes-Oxley (SOX). Após a
criação desta lei o conceito de governança corporativa ganhou força dentro
das organizações, sendo que a área de auditoria interna começou a ser mais
explorada pelas entidades visando melhoria dos processos e proteção de
seus ativos. Conforme identificado na realização deste trabalho, os estudos
científicos sobre este departamento são pouco expressivos, assim esta
pesquisa teve como objetivo estudar a percepção de auditores e auditados
sobre as práticas de auditoria interna em uma empresa do setor atacadista
de Uberlândia. Os aspectos metodológicos da pesquisa foram constituídos de
pesquisa descritiva, qualitativa e estudo de caso, sendo usado um questionário
na escala Likert para coleta dos dados. A população era composta por todos
os atacadistas distribuidores da cidade, porém em decorrência de apenas
o atacadista estudado possuir a auditoria interna, a amostra ficou restrita
a essa organização empresarial. Os resultados revelaram que a maioria
dos profissionais auditores e responsáveis pelos departamentos está no
cargo há mais de dez anos, cuja formação acadêmica é a especialização.
Verificou-se que a percepção de ambos os grupos estudados é avaliada de
forma positiva, porém, com algumas percepções indiferentes e negativas.
Texto completo disponível em: http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/
ragc/article/view/922/671>. Acesso em 29 de maio. 2020.
AULA 3
PROCESSO DE AUDITORIA
Anote isso
Um processo de auditoria só se encerra quando todas as não conformidades
apontadas no relatório de auditoria são corrigidas.
O ciclo PDCA embora seja mais conhecido por ser um ciclo de melhoria contínua em
sistemas de gestão da qualidade é aplicado em diversos segmentos e atividades. No
caso dos processos de auditoria pode ser utilizado para avaliar as etapas desenvolvidas
no processo. A seguir são detalhadas as etapas do ciclo PDCA.
P- Plan (planejamento): nesta etapa é realizado o planejamento da auditoria e
definidas as etapas de programação e preparação da auditoria.
D- Do (fazer, execução): nesta etapa são realizadas as ações estabelecidas na fase
de planejamento, ou seja, neste caso a etapa de condução da auditoria.
C- Check (checagem, verificação): após a execução da execução, realiza-se a
compilação dos resultados e verifica-se se todas as etapas foram realizadas. Após a
verificação dos documentos, emite-se o relatório de auditoria e se encerra o processo
por meio de uma reunião de encerramento, onde são apresentadas as ponderações
e não conformidades apontadas durante o processo de auditoria.
A- Act (ação): após o encerramento do processo de auditoria são realizadas as
ações para corrigir as não conformidades apontadas ou a realização de melhorias
apontadas no relatório de auditoria. Esta ação pode ocorrer diversas vezes devido
a resultados insatisfatórios, sendo necessário a realização de um novo ciclo PDCA.
Figura 7: Auditores
Fonte: https://pixabay.com
3.1.1 Auditor
3.1.2 Cliente
O cliente pode ser classificado como aquele que solicitou a auditoria. Neste caso
pode ser uma organização ou uma pessoa. Sendo assim, podemos dizer que cliente,
em questões de auditoria, é aquele que tem o objetivo de avaliar a si mesmo a fim
de buscar evidências de conformidade de seu sistema de gestão comparado aos
requisitos de uma norma. Um comprador que deseja avaliar se o fornecedor atende
aos requisitos estabelecidos por ele. Também pode ser um órgão que regulamenta um
sistema e tem o objetivo de avaliar se um determinado produto atende aos requisitos
estabelecidos (HUTCHINS,1994). Neste caso, podem ser exemplos o INMETRO (Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), IPEM (Instituto de Pesos e Medidas),
a ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária), entre outros. Assim como os auditores, os
clientes também têm responsabilidades. Segundo Cerqueira e Martins (2004), estas
responsabilidades são:
3.1.3 Auditado
O auditado é aquele que passa pelo processo de auditoria podendo ser esta uma
divisão ou parte do cliente, ou uma organização completamente independente. Assim,
como os auditores e clientes, o auditado também tem responsabilidades quanto ao
processo de auditoria. Bombana (2010) descreve as responsabilidades do auditado
como sendo:
Podemos ver neste capítulo que o processo de auditoria para que atinja os seus
objetivos, deve ser estruturado, elaborado e realizado por pessoas capacitadas. É
importante para o desenvolvimento do processo de auditoria que os atores e seus
objetivos estejam bem definidos, além de manterem um espírito participativo e
colaborativo para que os objetivos da auditoria sejam alcançados satisfatoriamente.
Resumo
AULA 4
PLANEJAMENTO DA AUDITORIA
Figura 8: Planejamento
Fonte:<https://pixabay.com
a) objetivos de auditoria;
b) escopo da auditoria, incluindo identificação da organização e suas
funções, assim como processos a serem auditados;
c) critério de auditoria e qualquer informação documentada de
referência;
d) locais (físicos e virtuais), datas, tempo e duração estimados das
atividades de auditoria a serem conduzidas, incluindo reuniões com
a direção do auditado;
e) necessidade de a equipe de auditoria se familiarizar com as
instalações e processos do auditado (por exemplo, conduzindo
uma visita ao(s) local(is) ou analisando criticamente tecnologia de
informação e comunicação);
f) métodos de auditoria a serem usados, incluindo a extensão na qual
a amostragem de auditoria seja necessária para obter evidências
suficientes de auditoria;
g) papéis e responsabilidades dos membros da equipe de auditoria,
assim como dos guias e observadores ou intérpretes;
Ainda segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 24), convém que o planejamento
da auditoria, conforme apropriado, contenha:
Figura 9: Equipe
p.10), recomenda: “Convém que os objetivos do
Fonte: <https://pixabay.com
programa de auditoria sejam coerentes com
a direção estratégica do cliente da auditoria e apoiem a política e os objetivos do
sistema de gestão”.
Os objetivos de um programa de auditoria, segundo a norma ISO 19011 (ABNT,
2018, p. 10), podem ser baseados em:
Como podemos ver na Figura 10, o programa de auditoria interna deve ser bem
elaborado para que nenhuma informação seja esquecida. A organização, ao realizar o
programa de auditoria, pode determinar o intervalo de realização da auditoria. Neste
caso, estes períodos devem atender as necessidades do sistema implantado na
organização e podem variar de organização para organização. Por exemplo: existem
empresas que realizam auditorias em intervalos mensais de forma que em cada mês
um determinado setor é auditado, outras empresas determinam períodos trimestrais,
semestrais, anuais etc. O importante é entender quais as necessidades do sistema
e dos processos desenvolvidos na organização e assim determinar o período que irá
garantir que estes estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos pelo
sistema implantado na organização.
Anote isso
“A organização deve determinar e aplicar critérios para a avaliação, seleção,
monitoramento de desempenho e reavaliação de provedores externos,
baseados na sua capacidade de prover processos ou produtos e serviços
de acordo com requisitos” (ISO 9001, ABNT, 2015, p. 15).
Estudo de Caso:
TAMBU Brasil Industrial Ltda., é uma fabricante de sobremesas que tem
por característica ser um negócio do ramo de alimentação com foco nos
clientes da área de varejo. Situada em uma localidade caracteristicamente
industrial, com foco estratégico, possui reconhecimento no mercado local
AULA 5
DESENVOLVENDO A AUDITORIA:
PARTE 1
O processo de auditoria passa por diversas etapas. Estas etapas são fundamentais
para o estabelecimento de uma ordem sistemática e desta forma as etapas sejam
realizadas de forma eficiente e os objetivos alcançados satisfatoriamente. Nesta aula
daremos início ao estudo destas fases.
Anote isso
Para a realização do processo de auditoria é necessário que se estabeleça
o contato com o auditado. A responsabilidade de realizar este contato é do
auditor líder.
Para cada um dos elementos apresentados acima é possível que sejam elaborados
questionamentos para auxiliar na condução do processo de auditoria e devem ser
respondidas confrontando os critérios estabelecidos. O Quadro 2 apresenta alguns
exemplos de questionamentos para cada elemento apresentado.
Documentos:
Equipamentos
Itens
Pessoas
Anote isso
O check-list é o documento que norteia as atividades de auditoria durante
a coleta das evidências.
A norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 23), apresenta os itens que devem estar contidos
em um plano de auditoria.
a) objetivos de auditoria;
b) escopo da auditoria, incluindo identificação da organização e suas
funções, assim como os processos a serem auditados;
c) critérios de auditoria e qualquer informação documentada de
referência;
d) locais (físicos e virtuais), datas, tempo e duração estimados das
atividades de auditoria a serem conduzidas, incluindo reuniões com
a direção do auditado;
e) necessidade de a equipe de auditoria se familiarizar com as
instalações e processos do auditado (por exemplo, conduzindo uma
visita ao(s) local(is) físico(s) ou analisando criticamente tecnologia
de informação e comunicação);
f) métodos de auditoria a serem usados, incluindo a extensão na qual
a amostragem de auditoria seja necessária para obter evidências
suficientes de auditoria;
g) papéis e responsabilidades dos membros da equipe de auditoria,
assim como dos guias e observadores ou intérpretes;
h) alocação de recursos apropriados, baseada na consideração
dos riscos e oportunidades relacionados às atividades que serão
auditadas.
A norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 24), também recomenda que ao desenvolver o
plano de auditoria, o auditor líder considere os seguintes itens, conforme apropriado.
Qualquer situação que surja, segundo norma ISO 19011 (ABNT, 2018), ao longo do
processo de auditoria, deve ser tratada primeiramente entre o auditor líder, a equipe
auditora e o auditado. Somente em casos específicos, se necessário, a tratativa deve
incluir terceiros que gerenciam o processo de auditoria.
Conforme apresentado, vimos que o processo de planejamento das atividades de
auditoria tem uma série de considerações ou sugestão da norma ISO 19011, que
orientam um processo de auditoria sistematizado e que possibilita o alcance dos
objetivos de forma eficiente.
AULA 6
DESENVOLVENDO A AUDITORIA:
PARTE 2
Juntamente com o plano de auditoria, a equipe auditora deve elaborar uma agenda.
Esta agenda, segundo Mello (2002), precisa ser comunicada ao cliente da auditoria
com ao menos quinze dias antes da data marcada para a realização da auditoria. Este
documento deve conter os horários e o roteiro das áreas a serem auditadas. Desta
forma, o auditor pode garantir que os responsáveis pelas áreas estejam presentes no
horário marcado para acompanhar o processo. A agenda, assim como o planejamento
de auditoria, precisa ser flexível, pois pode sofrer alteração durante o processo. A agenda
de auditoria, segundo Cerqueira e Martins (2004), deve conter as seguintes informações:
Objetivo:
• Auditar o Sistema de Gestão da Qualidade da organização para avaliar o desempenho e
conformidade, conforme a norma ISO 9001:2015.
Documentos de Referência:
• Norma ISO 9001:2015
• Procedimentos, Especificações de produtos e processos, instruções de trabalho e
registros gerados durante o processo.
Requisitos de confidencialidade:
Os auditores se comprometem a tratar e manter as informações evidenciadas, de forma
a manter o sigilo das mesmas em todos os aspectos e formas, além de não permitir o
acesso às mesmas por terceiros não autorizados por esta organização.
Distribuição do Relatório:
A equipe auditora se compromete a entregar o relatório de auditoria ao RD da
organização até o 22/05/2020
Equipe de Auditoria:
Auditor(a) Líder: Juliano Moura
Auditor(a): Silvana Cristina
AGENDA DE AUDITORIA
Atenciosamente
Data: 01/05/2020
O auditor precisa estar atento aos fatos que dizem respeito e são importantes para o
sistema de gestão que está incumbido de auditar ou está auditando independentemente
do método escolhido.
Departamento /
Setor Auditado:
Data:
Setor:
Auditor:
Documento de
referência:
Item de
REQUISITOS
verificação
(nº tópico)
Departamento /
Administração
Setor Auditado:
Data: 05/05/2020
Setor: Diretoria
Documento de
NBR ISO 9001:2015
referência:
Item de
Contexto da organização
verificação
Conforme
Há evidências de que a alta ( )
direção determina a política da
qualidade para a organização? Não Conforme
( )
Conforme
A alta direção acompanha o
( )
desempenho do sistema de
gestão através de análise crítica
Não Conforme
dos resultados?
4.1. Entendendo ( )
a organização e
seu contexto. Conforme
Há evidências documentadas ( )
de análises críticas avaliadas e
aprovadas pela alta direção? Não Conforme
( )
Conforme
Há evidências de que a alta
( )
direção provê condições para o
desenvolvimento de ações para
Não Conforme
melhoria do sistema de gestão?
( )
AULA 7
INICIANDO A AUDITORIA
Anote isso
A reunião de abertura é a primeira atividade da agenda de auditoria e é
realizada. Nesta reunião é exposto às partes interessadas a forma como
será conduzido processo de auditoria.
a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), pode ser realizada somente para informar o início
da auditoria, pois o plano de auditoria já foi distribuído a todas as partes interessadas
antecipadamente. Contrário ao exemplo dado existem outras auditorias em que, devido
a abrangência e complexidade dos processos desenvolvidos pela organização, a reunião
de abertura deve ser realizada formalmente e os registros dos participantes mantidos.
Nas auditorias de certificação ou auditorias de terceira parte é comum que os
auditores esclareçam os graus de não conformidades, a dinâmica da certificadora
para as contestações das não conformidades, critérios estabelecidos para follow-up,
relatórios, termo de confidencialidade, entre outros.
A pauta de reunião de abertura é uma prática comum utilizada, pois é este documento
formal que faz com que a reunião seja delimitada e não se perca o foco do tema
proposto. De acordo com Cerqueira e Martins (2004), o auditor líder deve estabelecer
uma pauta para a reunião de abertura contendo:
Apresentações: o objetivo é apresentar a equipe auditora e dar oportunidade aos
demais participantes da reunião que fazem parte da organização, tais como, gerentes,
supervisores e direção.
Portanto, como podemos observar, a reunião de abertura deve ser realizada de forma
que sejam esclarecidas todas as dúvidas, discutidas todas as etapas e confirmadas
todas as atividades e diretrizes para a realização do processo de auditoria. A reunião
de abertura deve ser entendida como uma atividade importante para que sejam
minimizadas as tensões e preocupações do auditado.
Dentre as fontes de informação citadas pela norma ISO 19011, a mais utilizada e
a mais importante é a entrevista, pois nesta forma, o auditor entra em contato direto
com as pessoas que estão envolvidas nas áreas e atividades que fazem parte do
escopo da auditoria. Assim, a qualidade da informação é superior àquelas que se
obtém simplesmente de forma documental, ou seja, é a informação do que realmente
ocorre na prática.
Anote isso
A escolha das fontes de informações pode variar conforme a complexidade
e o escopo da auditoria.
Um exemplo de constatação pode ser dado com base em uma entrevista, onde
o auditor, ao questionar o colaborador sobre a importância da realização do registro
AULA 8
AUDITORIA NA PRÁTICA: PARTE 1
O ser humano, de um modo geral, ao saber que será avaliado, altera o seu estado
psicológico. Uma avaliação faz com que as pessoas se sintam receosas e apreensivas,
e por isso, podem criar algumas barreiras em relação ao processo de auditoria. Estas
barreiras, quando criadas, causam problemas ao auditor durante a coleta de dados,
pois o auditado pode distorcer as informações e/ou omitir pontos importantes.
Para Bombana (2010), o ambiente que se forma na organização e o clima psicológico
durante o processo de auditoria se torna pesado. As pessoas acham que o auditor
está ali para fazer críticas e apontar quanto ao esquema de trabalho estabelecido por
ele, além de muitas vezes, achar que se trata de uma ação policial que tem o objetivo
de puni-los pelos erros cometidos. Por isso é importante que a organização como um
todo, deve estar ciente do processo de auditoria, bem como das consequências de
um resultado insatisfatório de auditoria, pois um resultado ruim pode prejudicar as
relações comerciais estabelecidas.
Neste sentido, segundo Bombana (2010), o grupo de auditor tem a tarefa de remover
a barreira natural criada pelos colaboradores, que através da distorção ou omissões
de pontos importantes da auditoria, torna difícil a coleta de informações e/ou dados.
Anote isso
O grupo de auditor tem a tarefa de remover a barreira natural criada pelos
colaboradores (BOMBANA, 2010).
Auditados oferecem,
disfarçadamente ou até mesmo
claramente, recompensas, a fim de Recusar qualquer tentativa de suborno.
Tentativa de
que o conteúdo do relatório seja Reportá-la e notificar a organização auditora
Suborno
modificado com relação as não- sobre o ocorrido.
conformidades detectadas e ao
parecer final da auditoria.
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), não conformidade é “não atendimento de
um requisito”. Assim, para o processo de auditoria, uma não conformidade é evidenciada
quando um requisito é imprescindível e necessário para o processo não é atendido.
O auditor, ao evidenciar uma não conformidade durante a auditoria, deve, além
de registrar, comunicar o auditado imediatamente para obter sua compreensão e
reconhecimento das evidências e evitar qualquer problema futuro quanto às dúvidas
que possam surgir sobre o problema. Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018,
p. 6), convém que: “os obstáculos significativos encontrados durante a auditoria e
não resolvidos por divergência de opiniões entre a equipe de auditoria e o auditado
sejam reportados”.
Anote isso
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), não conformidade é “não
atendimento de um requisito”.
PROCESSO/ AVALIAÇÃO
DESCRIÇÃO DA NÃO REQUISITO
ÁREA AUDITADA DA NÃO
CONFORMIDADE DESCUMPRIDO
(ONDE) CONFORMIDADE
2 - O PR 05 –
Procedimento de
Item 7.5 (Informação
Auditoria da Qualidade
documentada) da ISO Qualidade Menor
na revisão nº 03, quando
9001:2015.
a revisão atual está na
nº 04.
3 - Foram apresentados
vários indicadores que Item 10.3 (Melhoria Observação
evidenciam a melhoria do contínua) da ISO Qualidade (As metas devem
sistema de gestão abaixo 9001:2015. ser reavalidas).
dos índices estabelecidos
AULA 9
AUDITORIA NA PRÁTICA: PARTE 2
( ) Auditoria Externa
( x) Fornecedor (x ) Cliente
Local: Setor:
Descrição:
AÇÃO CORRETIVA
Aceite da Ação
Disposição final:
Nova (x ) Sim
( x) Satisfatório (x ) Insatisfatório –
Ação: ( x) Não
Podemos observar que o relatório de não conformidade é um registro que possui uma
série de informações importantes para posterior análise e controle da ação corretiva. É
importante dizer que este é só um modelo, podendo a empresa desenvolver um modelo
Ação Corretiva: neste campo, deve ser descrita a ação a ser tomada para corrigir a
não conformidade evidenciada. Veremos as ações corretivas com maior profundidade
em outra aula.
Análise da Ação Corretiva: após a conclusão da ação corretiva, o responsável deve
fazer uma análise dos resultados e sinalizar se a ação foi ou não satisfatória, ou seja,
se as ações resultaram na resolução do problema ou se necessita de nova ação para
que este seja resolvido.
Como podemos ver, a organização das atividades proporciona à empresa e equipe
auditora, visualizar todas as fases de resolução de uma não conformidade. É importante
que se mantenha o registro documentado de todas as ações realizadas, bem como
os resultados das análises. Ao finalizar a explanação e apresentação de um modelo
para servir de referência de um relatório de não conformidade, passemos para as
fases seguintes do desenvolvimento da auditoria.
Após a reunião da equipe auditora é necessário que seja realizada uma reunião
para que os pontos observados durante a auditoria sejam apresentados. Estes postos
são as evidências e as conclusões resultantes da auditoria. Nesta reunião também é
possível que sejam negociados, junto ao auditado, o prazo para a realização e entrega
dos resultados das ações relativas às suas constatações.
Anote isso
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), é importante que o grau de
detalhamento durante a reunião de encerramento leve em consideração a
eficácia do sistema de gestão, incluindo o contexto, riscos ou oportunidades,
de forma que os objetivos do auditado sejam alcançados.
Anote isso
É importante que na reunião de encerramento não fique nenhuma divergência
que seja relativa às constatações da auditoria entre a equipe auditora e
o auditado.
Com base no que foi apresentado nesta aula, podemos ver o quanto é importante
a reunião de encerramento para o esclarecimento dos apontamentos feitos durante
o processo de auditoria. O grau de detalhamento da reunião de fechamento deve
estar de acordo com o conhecimento do auditado em relação à auditoria. Em uma
auditoria interna, a reunião de fechamento requer menos formalidade, isto quer dizer
que a reunião é feita somente para que seja feita a comunicação das constatações e
conclusões às partes interessadas ou aos clientes da auditoria. Em outros casos, as
reuniões são realizadas de maneira formal com elaboração de atas para registrar os
assuntos abordados e das pessoas presentes.
AULA 10
FINALIZANDO A AUDITORIA
Nesta aula iremos tratar das atividades relativas à fase de pós-auditoria, ou seja,
a fase onde são relatadas as evidências, concluir o processo de auditoria e realizar o
acompanhamento das ações corretivas necessárias para corrigir as não conformidades
evidenciadas durante a avaliação do sistema de gestão. A formalização da finalização
do processo de auditoria é dada a partir da emissão do relatório de auditoria. As demais
ações são consequências ou desdobramentos que devem ser executados posteriormente.
A seguir, veremos as atividades de pós-auditoria detalhadamente.
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), convém que o auditor líder, conforme
citado anteriormente, relate ao cliente da auditoria as conclusões a que chegaram
em relação ao programa de auditoria. Para isso, convém que o relatório de auditoria
seja um documento completo, conciso e esclarecedor onde estejam contidas
algumas informações, conforme estabelecidos pela norma ISO 19011 (ABNT, 2018,
p. 32), conforme a seguir:
a) objetivos de auditoria;
b) escopo de auditoria, particularmente a identificação da organização
(o auditado) e as funções ou processos auditados;
c) identificação do cliente de auditoria;
d) identificação da equipe de auditoria e de participantes do auditado
na auditoria;
e) datas e locais onde as atividades de auditoria foram conduzidas;
f) critérios de auditoria;
g) constatações de auditoria e evidências relacionadas;
h) conclusões de auditoria;
i) uma declaração sobre o grau no qual os critérios de auditoria foram
atendidos;
j) quaisquer opiniões divergentes não resolvidas entre a equipe de
auditoria e o auditado;
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), convém que o prazo acordado com o
cliente para a entrega do relatório de auditoria seja cumprido. Se porventura houver
alguma intercorrência durante o processo de confecção do relatório, é importante
que o auditor comunique ao auditado e à(s) pessoa(s) que gerencia(m) o programa
de auditoria. Neste ponto é importante destacar que, para que o relatório de auditoria
seja distribuído é necessário que seja datado, analisado de forma crítica, ou seja,
com uma leitura e análise com maior nível de profundidade, e aprovado conforme os
procedimentos estabelecidos no programa de auditoria.
10.2 Conclusões e
Encerramento da Auditoria
O processo de auditoria só se
encerra após a conclusão de todas as
atividades planejadas ou acordadas
com o cliente da auditoria.
Cerqueira e Martins (2004),
após a conclusão da auditoria,
asseveram que é preciso que o
cliente faça uma análise crítica dos
resultados apresentados no relatório
de auditoria. A análise crítica dos
resultados consiste em uma leitura
criteriosa do conteúdo do relatório
de auditoria, onde o cliente busca
evidenciar se o conteúdo é coerente
Figura 20: Exemplo de relatório de auditoria
com o que foi relatado pelo auditor Fonte: Cordeiro (2013, p.9) – Disponível em: <https://vitorsts.files.
wordpress.com/2013/04/artigo-relatorio_-parcer-de-auditoria-
profclaudiomarcelo.pdf>. Acesso em: 09 de jun. 2020.
líder na reunião de encerramento, das
ações acordadas, das conformidades com o escopo, diretrizes e requisitos estabelecidos
no plano de auditoria.
Figura 21:
Conclusões de
auditoria
Fonte: https://
br.freepik.com
Anote isso
Cerqueira e Martins (2004), após a conclusão da auditoria, enfatizam que é
preciso que o cliente faça uma análise crítica dos resultados apresentados
no relatório de auditoria.
Anote isso
A auditoria interna não termina com a divulgação do relatório e seus resultados.
Os auditados devem preencher o formulário de ação corretiva, analisando a
causa de cada não conformidade e propondo ações corretivas eficazes para
evitar sua reincidência, com responsabilidade e prazos (MELLO, 2002, p. 173).
RELATÓRIOS DE AUDITORIA
AULA 11
AÇÕES CORRETIVAS E
PREVENTIVAS
Constatação:
IDENTIFICAÇÂO: Evidência:
Requisito:
brainstorming e o método dos cinco (05) porquês. Vejamos uma breve explicação das
ferramentas citadas.
Anote isso
A solicitação da ação corretiva é um documento separado do documento
de registro de não conformidade e deve ser preenchido pelo auditado.
Como podemos observar na Figura 23, o diagrama de causa e efeito possui seis
(06) tipos de causas, as quais podemos chamar de 6 M’s (Materiais, Máquinas/
equipamentos, Método, Meio Ambiente, Mão de obra e Medida), resultando na obtenção
PROCESSO:
( ) Reclamação de cliente
( ) Auditoria da Qualidade – Item da Norma: ______________
( ) Reunião de: _____________________________________
Não conformidade:
( ) Materiais e serviços Não Conforme
( ) Análise de Dados
( ) Outros: _________________________________________
Responsável: Data:
Assinatura:
Brainstorming:
Causa:
1-Porque?
2-Porque?
3-Porque?
4-Porque?
5-Porque?
PLANO DE AÇÃO
Quando irá
O que fazer Como fazer Quem irá fazer?
fazer?
Análise Crítica
Observações:
Vemos que uma ação corretiva tem várias fases a serem realizadas e estas devem
ser realizadas de forma organizada para que os resultados sejam alcançados de
forma satisfatória.
Na próxima aula veremos o desenvolvimento das ações preventivas e o processo
de melhoria contínua.
AULA 12
AÇÃO PREVENTIVA E MELHORIA
CONTÍNUA
Ações preventivas são, como o próprio nome diz, para antecipar a ocorrência de um
problema ou uma não conformidade potencial. Esta ação é importante para a busca
constante da estabilidade da conformidade do sistema de gestão, ou seja, que as
atividades, documentos, registros etc., estejam em conformidade com os requisitos
e objetivos estabelecidos pela organização.
As ações preventivas devem ser realizadas a partir do entendimento que se tem das
causas potencias que podem desenvolver uma situação que pode causar um problema.
Assim, se a probabilidade de ocorrência do problema for reduzida, a quantidade de
potenciais não conformidades são reduzidas na mesma proporção.
No processo de auditoria nem todas evidências são não conformidades, pois algumas
podem ser observações da equipe auditora que resultam ou levam ao entendimento
da necessidade de uma ação preventiva.
Vejamos no Quadro 12 um exemplo de observação onde o auditor observa uma
atividade e registra uma ação preventiva.
A melhoria contínua, de um modo geral, deve estar focada nos clientes, sejam
internos ou externos, de forma que se busque atingir níveis de desempenho mais
altos, através da identificação e solução dos problemas identificados.
Em um mercado competitivo devido o desenvolvimento tecnológico, nunca foi
tão importante o olhar para a melhoria contínua, pois as empresas não competem
em um mercado interno, mas em um mercado internacional com diversos níveis de
desenvolvimento. Neste sentido, a auditoria se faz importante para que se direcione
as ações necessárias, tanto para os problemas já identificados quanto para aqueles
que possam vir a ocorrer.
A melhoria contínua pode ser relacionada à implantação de pequenos projetos
ou projetos estratégicos de maior complexidade. Neste caso, é necessário que as
organizações precisam desenvolver um processo que permita identificar e gerenciar
ações de melhoria, pois estas podem gerar alterações em produtos, processos e/ou
no sistema de gestão.
Em um processo de melhoria contínua, as metodologias aplicadas proporcionam
uma análise com maior nível de detalhamento e rigor dos problemas que influenciam
nos resultados das organizações, proporcionando a detecção as causas raízes e
permitindo o desenvolvimento dos planos de ação. Dentre as ferramentas utilizadas
para o processo de melhoria contínua, podemos citar a metodologia Kaizen. Esta
metodologia proporciona o desenvolvimento de um ambiente com alto nível de
comprometimento com os objetivos
estabelecidos para a melhoria e um
forte instrumento para motivar a
realização das tarefas.
O Kaizen é considerado um
método simples para ser aplicado,
pois possibilita que os próprios
colaboradores o implementem.
Além disso, o Kaizen estimula o
trabalho em equipe para o alcance
dos objetivos de melhoria. Segundo
Tubino (2000, p. 45): Figura 26: Ciclo de melhoria kaizen
Fonte: Elaborado pelo autor
De acordo com Mello et al. (2002), uma das maneiras de constatar a melhoria
contínua de uma empresa é verificar se há indicadores de qualidade implementados.
Quando a empresa faz o acompanhamento destes
indicadores, entende-se que a empresa toma ações
para alcançar as metas estabelecidas, podendo até
ultrapassá-las, durante a realização de análise crítica
do sistema de gestão pela direção, evidenciando
assim, que a empresa busca a melhoria contínua. Figura 27: Kaizen
Fonte: Disponível em: <http://profamarins.blogspot.
com/2017/09/kaizen-conheca-filosofia-da-melhoria.html>.
A aplicação da filosofia Kaizen nas organizações
traem grandes benefícios para manter a conformidade do sistema. A seguir, são
apresentados alguns dos mandamentos da metodologia Kaizen, segundo Marins (2017).
Assim, vemos que a melhoria contínua deve ser uma prática constante dentro das
organizações e a metodologia Kaizen, PDCA, entre outras, podem e devem ser utilizadas
como forma de ajuda para se obter os objetivos estabelecidos pela organização. A
ferramenta ou metodologia deve ser a que melhor se adapta ao sistema desenvolvido
pela organização.
AULA 13
CARACTERÍSTICAS DO AUDITOR
Para que uma auditoria seja realizada de forma adequada, efetiva e uniforme, o
auditor deve ser qualificado, precisa atender a alguns requisitos profissionais e que
apresente características inerentes à auditoria.
Anote isso
Um auditor deve possuir conhecimentos e habilidades que demonstrem
a capacidade de alcançar os resultados pretendidos da auditoria, tenham
competência genérica e em disciplinas e setores específicos (ABNT, 2018).
processo de auditoria. Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), é importante que
o auditor líder, além de ter a responsabilidade de gerenciar o processo de auditoria,
deve ter conhecimento e habilidades suficientes para:
Treinamento: o auditor, seja ele líder ou parte da equipe, deve adquirir competência
necessária de forma que além do conhecimento, também seja aperfeiçoado os métodos
e desenvolvimento dos processos de auditoria.
Neste caso, o treinamento não deve focar unicamente na parte técnica, mas incluir
os aspectos comportamentais que envolvem um processo de auditoria. Ramos (1991)
descreve que o auditor deve possuir habilidades de fazer com que a auditoria seja um
processo envolvendo cordialidade e confiança mútua, de forma que as informações
desejadas sejam adquiridas com maior facilidade.
Anote isso
O treinamento não deve focar unicamente na parte técnica, mas incluir os
aspectos comportamentais que envolvem um processo de auditoria.
A capacitação dos auditores pode ser definida pela própria organização. Neste
caso, são escolhidos os colaboradores que irão passar por treinamento para execução
da auditoria interna. Os treinamentos ou cursos de formação de auditor interno são
realizados com uma carga horária de no mínimo dezesseis horas. Já os cursos de
capacitação para auditor líder, a carga horária é maior. Além disso, para a participação
em um curso de auditor líder é necessário que o auditor já possua uma certa experiência
de trabalho na área que pretende se qualificar, conhecimento do funcionamento do
sistema de gestão, bem como da norma de referência.
Experiência: o auditor deve comprovar experiência profissional nas áreas que irá
atuar como auditor. Ishikawa diz que “o auditor pode assumir uma pilha de fórmulas e
checklist, mas sem o conhecimento baseado em experiência, ele não conduzirá bem
a sua função” (CAMPOS, 2004, p.131).
Neste sentido, a competência de auditor, segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018,
p. 38), pode ser adquirida usando uma combinação do seguinte:
Anote isso
Ishikawa diz que “o auditor pode assumir uma pilha de fórmulas e checklist,
mas, sem o conhecimento baseado em experiência, ele não conduzirá bem
a sua função” (CAMPOS, 2004, p.131).
AULA 14
ATRIBUTOS DO AUDITOR
sua profissão, agindo dentro dos padrões normais e não prejudicam as outras pessoas,
cumprindo os valores impressos pela sociedade. Ou seja, o auditor que tem uma
conduta ética, cumpre as suas atividades profissionais de acordo com os princípios
estabelecidos pela sociedade e pelo grupo de trabalho. Podemos dizer então que ser
um profissional com ética é ser uma pessoa que desenvolve suas atividades de forma
honesta, imparcial, responsável e competente.
Anote isso
Um profissional ético é aquele que procedem bem no exercício de sua
profissão, agindo dentro dos padrões normais e não prejudicam as outras
pessoas, cumprindo os valores impressos pela sociedade.
da atividade que audita. Em auditorias internas o auditor deve ter a autoridade para
desenvolver a atividade de auditoria, ou seja, o auditor não pode ser o profissional que
atua na área interna que irá auditar.
Confidencialidade: o sigilo das informações em um processo de auditoria é um
atributo de extrema importância em um profissional de auditoria, pois as informações
que lhe são passadas são particulares das organizações e podem envolver detalhes
financeiros, de desenvolvimento de projetos, produtos, processos etc., que cabem
única e exclusivamente à organização. O vazamento de algumas destas informações
pode causar grandes transtornos e/ou danos no tocante ao desenvolvimento futuro da
organização auditada. Em uma auditoria interna, o auditor jamais deve tecer comentários
de uma determinada área quando estiver auditando outra, pois pode gerar conflitos e
consequentemente prejudicar o andamento da auditoria. Já em auditorias externas, o
auditor deve ser muito cauteloso no que diz respeito à concorrência ou aos clientes
do auditado para que este não seja prejudicado.
Anote isso
Um auditor, seja no exercício de sua função ou em qualquer outra situação,
nunca deve aceitar qualquer tipo de benefícios (subornos) ou forjar situações
que possam prejudicar a sua conduta profissional.
Segundo Marques (2016), a ética profissional faz com que o desenvolvimento das
atividades de auditoria, dentre tantos que direcionam o comportamento, bem como
a) ético – neste sentido, o auditor deve realizar suas atividades de forma justa,
verdadeira, sincera, honesta e discreta, de forma que o processo de auditoria não
seja prejudicado ou comprometido;
b) mente aberta – o auditor deve estar aberto a receber críticas e considerar ideias
ou pontos de vista alternativos advindos de outras pessoas;
c) diplomático – o auditor deve saber lidar com os diversos tipos de pessoas e
situações que envolvem o processo e assim obter as informações que necessita,
ou seja, deve ser sensível ao tratar com pessoas;
d) observador – o auditor deve ser detalhista e observar ativamente o ambiente
físico e as atividades que está auditando;
e) perceptivo – neste caso o auditor deve ser consciente e capaz de entender
situações que envolvem o processo auditado;
Ainda, segundo Costa e Filho (2007, p. 123), como atributos importantes a serem
considerados em um profissional de auditoria, no que diz respeito à obtenção de
informações dos auditados, algumas ações que contribuem para a eficácia e a qualidade
destas informações.
AULA 15
ÉTICA, AVALIAÇÃO E POSTURA
TÁTICA DO AUDITOR
Para cada profissão tem um código de ética, seja este expresso por meio de
documentos ou entre os próprios profissionais que estabelecem uma conduta própria
Anote isso
Os princípios de ética são aplicados em qualquer situação em um processo
de auditoria.
Vejamos no Quadro 13, o código de ética estabelecido pelo Instituto dos Auditores
Internos do Brasil.
Regras de Conduta
1. Integridade
1.1 Devem executar seus trabalhos com honestidade, diligência e responsabilidade.
1.2 Devem observar a lei e fazer as divulgações esperadas pela legislação e pela profissão.
1.3 Não devem conscientemente fazer parte de qualquer atividade ilegal ou se envolver em
atos impróprios para a profissão de Auditoria Interna ou para a organização.
1.4 Devem respeitar e contribuir para os objetivos legítimos e éticos da organização.
2. Objetividade
2.1 Não devem participar de qualquer atividade ou relacionamento que possa prejudicar
ou que presumidamente prejudicaria sua avaliação imparcial. Esta participação inclui
aquelas atividades ou relacionamentos que possam estar em conflito com os interesses da
organização.
2.2 Não devem aceitar qualquer coisa que possa prejudicar ou que presumidamente
prejudicaria seu julgamento profissional.
2.3 Devem divulgar todos os fatos materiais de seu conhecimento que, caso não sejam
divulgados, possam distorcer o reporte sobre as atividades sob revisão.
3. Confidencialidade
3.1 Devem ser prudentes no uso e proteção das informações obtidas no curso de suas
funções.
3.2 Não devem utilizar informações para qualquer vantagem pessoal ou de qualquer outra
maneira contrária à lei ou em detrimento dos objetivos legítimos e éticos da organização.
4. Competência
4.1 Devem se envolver somente com aqueles serviços para os quais possuam os necessários
conhecimentos, habilidades e experiência.
4.2 Devem executar os serviços de Auditoria Interna em conformidade com as Normas
Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna.
4.3 Devem melhorar continuamente sua proficiência, e a eficácia e qualidade de seus serviços.
Anote isso
[...] alguns conhecimentos e habilidades de auditores são comuns para
qualquer sistema de gestão, porém outras são específicas ou particulares.
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), convém que o processo contenha quatro
passos. São eles:
Métodos de
Objetivos Exemplos
avaliação
Análise de registros de
educação, treinamento,
Análise crítica Verificar a formação profissional
emprego, credenciais
dos registros. do auditor.
profissionais e experiência
em auditar.
Pesquisas, questionários,
Fornecer informação sobre como referências pessoais,
Realimentação o desempenho do auditor é testemunhos, reclamações,
percebido. avaliação de desempenho,
análise crítica por pares.
Avaliar o comportamento
profissional e a habilidade de
comunicação desejados para
Entrevista Entrevista pessoal.
verificar informação e testar
conhecimento e para adquirir
informação adicional.
Avaliar o comportamento
profissional Desempenho de funções,
Observação desejado e a capacidade para auditorias de testemunho e
aplicar desempenho no trabalho.
conhecimento e habilidades.
Avaliar o comportamento e
Exames orais e escritos,
Teste conhecimento e habilidades
testes psicométricos.
desejados e sua aplicação.
que foi estabelecido como aceitável. Caso o auditor não alcance o mínimo necessário
deve passar por treinamento de aperfeiçoamento ou ser substituído por outro auditor.
Independentemente do método utilizado para avaliar o auditor é imprescindível que
este seja avaliado, e ao final da avaliação, deve-se comparar os resultados obtidos
com os critérios pré-estabelecidos. O modelo proposto por Mello (2002) é apresentado
no Quadro 15.
Visto
Auditor líder
Um auditor ao conduzir uma auditoria deve manter uma postura proativa de forma
a aumentar a efetividade do processo. Segundo Cerqueira e Martins (2004), não uma
padronização para realizar uma auditoria, mas sim regras que precisam ser seguidas
para facilitar o trabalho do auditor. Neste sentido, o auditor pode utilizar de algumas
táticas para executar o processo de auditoria onde deve:
• Utilizar perguntas como: O quê? Quem? Quando? Onde? Por quê? Como?
• Procurar evidências objetivas, em que deve solicitar ao auditado para que
mostre: como é feito, onde é feito, o que é feito e/ou quando é feito. O auditor
deve buscar registros para que estes sejam examinados.
• Fazer perguntas hipotéticas, tais como: o que aconteceria se..., suponha ou
imagine que... .
• Não ter receio de sinalizar que não entendeu a resposta e solicitar ao auditado
que explique novamente.
• Pedir para que o auditado exemplifique a resposta ou explicação.
• Utilizar perguntas silenciosas olhando o auditado nos olhos.
• Ser sistemático, ou seja, não deixar de fazer perguntas ainda que pareçam
óbvias. Fazer uma pergunta de cada vez. Formular a pergunta no nível da pessoa
que realiza a tarefa e não para o superior dele.
• Não perder tempo com assuntos que não dizem respeito à auditoria e ao que
se está auditando.
• Falar de forma que o auditado entenda.
• Repetir a pergunta sempre que necessário.
• Ser educado ao entrar e sair da área auditada, ou seja, ser cordial, agradecer,
desculpar-se por interromper o trabalho, cumprimentar o auditado, etc.
• Ouvir atentamente o auditado.
• Manter a calma e tranquilidade acima de tudo e qualquer situação.
• Ser imparcial.
• Volte ao local sempre que necessário para que se esclareça uma determinada
informação que tenha ficado obscura.
• Usar uma lista de verificação.
• Conduzir a auditoria buscando investigar para frente e para trás, conforme os
requisitos especificados.
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110
AUDITORIA DA QUALIDADE
PROF. ESP. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
AULA 16
AUDITORIA DE CERTIFICAÇÃO E
AUDITORIA VIRTUAL
Fonte: https://br.freepik.com
Anote isso
Os organismos internacionais desenvolveram protocolos para o
desenvolvimento de ações voltadas à prevenção de problemas, além de
incorporarem questões de sustentabilidade dos negócios.
Anote isso
Para um processo de certificação, o primeiro passo, considerado um dos
mais importantes é a definição da organização sobre o que deseja certificar.
Nos tempos em que a tecnologia é algo muito presente em tudo o que fazemos,
nas organizações não é diferente, principalmente pela praticidade que é proporcionada
no desenvolvimento das atividades de alguns setores mais burocráticos, tais como:
administrativo, financeiro, RH etc. Hoje as empresas buscam agilizar o desenvolvimento
das atividades, e no caso dos processos de auditorias, o tempo, espaço, demanda de
pessoal da empresa para que seja realizada a auditoria in loco é grande e em alguns
casos este processo é desnecessário. Neste sentido a norma ISO 19011 (ABNT, 2018),
traz a possibilidade de realização de auditorias virtuais, sendo este um grande avanço
para o meio devido à praticidade com que esta ocorre. Assim, a norma ISO 19011 (ABNT,
2018, p. 50), apresenta os requisitos para a realização desta modalidade de auditoria:
Anote isso
Auditorias remotas se referem ao uso de tecnologia para coletar informação,
entrevistar um auditado etc., quando métodos “cara a cara” não são possíveis
ou desejáveis.
Ainda, segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), vejamos os processos definidos
para a realização do processo de auditoria virtual apresentado no Quadro 16.
CONCLUSÃO
Um grande abraço.
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
LIVRO
LIVRO
LIVRO
LIVRO
Título: Auditoria
Autor: Osni Moura Ribeiro; Juliana Moura Ribeiro Coelho
Editora: Saraivauni
Sinopse: Você sabe por que as organizações são
auditadas? Esta e outras perguntas podem ser respondidas
por este livro, que traz um método introdutório ao estudo
da auditoria. Auditoria Série Em Foco (antiga Série Fácil)
apresenta os principais temas das Normas Brasileiras
e Internacionais de Auditoria que entraram em vigor
no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2010, tratando os
assuntos de forma didática, objetiva e com foco sempre
pensando na aplicação do que está sendo tratado.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br/>. Acesso em: 02 de jun. 2020
LIVRO
LIVRO
LIVRO
LIVRO
traz neste livro toda a sua bagagem aplicada em metodologias objetivas, didáticas
e práticas que ajudam a entender o que há de mais moderno na auditoria e como
a sua prática oferece ampla sustentação para os negócios das organizações que
estão sempre em busca da melhor maneira de gerenciar suas finanças e recursos
que mantenham sua vantagem competitiva.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>. Acesso em: 06 de jun. 2020
LIVRO
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LIVRO
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LIVRO
LIVRO
LIVRO
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é uma pessoa contratada para observar se o nosso sistema de gestão funciona. Ele
não está procurando vítimas, ou culpados, ou mesmo erros pessoais.
Você sabe como se portar diante do auditor?
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FZB-TpsCQ3s>. Acesso em:
02 de jun. 2020.
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Ano:2016
Sinopse: Essa aula foi feita com o objetivo de que você entenda de uma vez por
todas a estrutura do relatório de auditoria.
Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0DX5lJwx9tc>. Acesso
em: 10 de jun. 2020.
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O perfil do auditor
Saiba mais sobre carreira contábil.
Assista ao vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P60iwyZmmhQ
REFERÊNCIAS