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AUDITORIA DA QUALIDADE

PROF. ESP. JULIANO BERTOLOTTI MOURA


Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

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A v. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.


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salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
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SUMÁRIO

AULA 01 CONCEITOS E PRINCÍPIOS DAS AUDITORIAS 6

AULA 02 CLASSIFICAÇÃO DAS AUDITORIAS 12

AULA 03 PROCESSO DE AUDITORIA 20

AULA 04 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA 27

AULA 05 DESENVOLVENDO A AUDITORIA: PARTE 1 35

AULA 06 DESENVOLVENDO A AUDITORIA: PARTE 2 42

AULA 07 INICIANDO A AUDITORIA 49

AULA 08 AUDITORIA NA PRÁTICA: PARTE 1 56

AULA 09 AUDITORIA NA PRÁTICA: PARTE 2 64

AULA 10 FINALIZANDO A AUDITORIA 71

AULA 11 AÇÕES CORRETIVAS E PREVENTIVAS 77

AULA 12 AÇÃO PREVENTIVA E MELHORIA CONTÍNUA 85

AULA 13 CARACTERÍSTICAS DO AUDITOR 91

AULA 14 ATRIBUTOS DO AUDITOR 98

AULA 15 ÉTICA, AVALIAÇÃO E POSTURA TÁTICA DO 104


AUDITOR

AULA 16 AUDITORIA DE CERTIFICAÇÃO E AUDITORIA 112


VIRTUAL
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INTRODUÇÃO

Olá caro aluno, tudo bem?


Está preparado para mergulhar no universo dos processos que envolvem a
realização de uma auditoria? Este é um universo muito interessante e importante para
o desenvolvimento profissional, pois as organizações, de um modo geral, precisam
realizar auditorias internas para avaliar a situação de seu sistema de gestão, bem
como o andamento de seus processos.
Outro fator importante é a realização de auditorias em fornecedores ou clientes
para que a organização tenha certeza da qualidade dos produtos fornecidos ou da
qualidade dos produtos entregues aos clientes. Portanto, ao longo das aulas serão
apresentados conceitos, requisitos e critérios que envolvem desde a solicitação de
um processo de auditoria até a finalização do processo.
Em nossa primeira aula veremos os conceitos e princípios do processo de auditoria,
em que será apresentado um breve contexto histórico, algumas definições importantes
quanto aos processos, critérios e termos utilizados pelos auditores, além dos princípios
que envolvem os princípios da auditoria.
Já na segunda aula serão apresentas as classificações das auditorias, o escopo,
os tipos de auditoria, partes interessadas, os objetivos, entre outras classificações da
auditoria. Ao estudar a quarta aula, você irá entender como são divididas as atividades
de um processo de auditoria, ou seja, quais são as fases que envolvem este processo,
quem são os atores e o que cada um representa no ambiente em que se audita.
O planejamento de uma auditoria é uma fase muito importante, pois é nela em que
se estabelece toda a sistemática para o desenvolvimento do processo. É nesta fase
que se estabelece o programa de auditoria. O desenvolvimento da auditoria é a fase
seguinte ao planejamento e esta fase é onde se avalia a viabilidade ou não da realização
do processo, os elementos que o envolvem, a preparação, a agenda, os métodos e
os recursos necessários, entre outros. Esses assuntos veremos nas aulas 4, 5 e 6.
A aula 7 dá início à auditoria de fato. Nesta aula serão apresentadas a reunião
de abertura onde, por meio da pauta da reunião estabelecida pelo auditor líder, são
apresentados a todos os presentes na reunião os objetivos, critérios e forma de
condução do processo.

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Nas aulas que se seguem de 8 a 10 são tratados os assuntos pertinentes ao


desenvolvimento das atividades do processo de auditoria. Também são apresentadas
as formas com que os auditores realizam a coleta das evidências, o tratamento com
as situações que envolvem o processo durante as entrevistas nos locais em que está
ocorrendo a visita do auditor, bem como os procedimentos para o encerramento do
processo de auditoria. Nesta fase ocorre a entrega do relatório e o estabelecimento
dos acordos para as ações corretivas para as não conformidades apontadas pela
equipe auditora.
As formas de procedimento para as ações corretivas e preventivas são apresentadas
nas aulas 11 e 12. Nestas aulas são estabelecidos os modelos e forma de preenchimento
pela organização para se adequar aos requisitos estabelecidos no escopo e critérios
da auditoria.
As aulas 13, 14 e 15 apresentarão os assuntos pertinentes às características,
atributos, valores éticos, entre outros que são estabelecidos para o profissional de
auditoria. Um auditor deve estar habilitado e possuir algumas características pessoais
que demonstram confiança e credibilidade ao processo de auditoria.
Iremos estudar na aula 16, como é o processo de certificação de uma organização
e o processo de auditoria virtual. A auditoria virtual é algo novo estabelecido para o
processo e que tem ganhado espaço nas auditorias de algumas organizações, expandido
o mercado e viabilizando o processo onde não é possível avaliar o ambiente in loco.
Neste caso é realizada uma auditoria documental e através de videoconferência.
Portanto, é hora de pôr a mão na massa e aprender como desenvolver uma auditoria.

Bons estudos!

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AULA 1
CONCEITOS E PRINCÍPIOS DAS
AUDITORIAS

Fonte: https://cdn.pixabay.com

Com o desenvolvimento das atividades econômicas, o homem precisou controlar


seus negócios. Há relatos de práticas de auditoria datadas de mais de três mil anos
a.C., encontradas na Pérsia (RIBEIRO; RIBEIRO, 2017, p.11). Mais tarde, a partir do
século XIII, algumas associações de auditores já realizavam auditorias nos principais
países da Europa.
Ainda segundo Ribeiro e Ribeiro (2017), no início do século XX, a aceleração do
desenvolvimento dos procedimentos de auditoria se deu com o surgimento das grandes
organizações norte-americanas, que devido à abertura de seus capitais, era necessário
passar credibilidade e segurança aos investidores.
Com o passar dos anos, o desenvolvimento dos conceitos e práticas de auditoria
passaram a ser utilizados nas mais diversas áreas, tais como: qualidade, meio
ambiente, processos produtivos, prestação de serviços etc. Assim, nos dias atuais,
a concorrência que ocorre nos mercados tem tornado os clientes cada vez mais

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exigentes. Devido estes clientes terem maior facilidade de acesso às informações, as


empresas têm sido forçadas a buscarem recursos para poderem oferecer produtos e
serviços com alta qualidade. Este aumento das exigências dos clientes tem feito com
que as empresas busquem implementar sistemas de gestão da qualidade de forma a
melhorar o desempenho de seus processos e assim poder satisfazer as necessidades
dos clientes.

1.1 Conceito de Auditoria

Sistemas de qualidade sejam estabelecidos em empresas de manufatura, de


prestação de serviços, órgãos governamentais etc., são de grande importância, pois
estas empresas, quando possuem um sistema de qualidade, precisam avaliar se os
requisitos estabelecidos estão sendo realizados corretamente.
Segundo Ribeiro e Ribeiro (2017), auditoria é uma técnica advinda da contabilidade
e surgiu da necessidade de garantir a conformidade das informações derivadas dos
registros contábeis. Assim Ribeiro e Ribeiro (2017, p.11), descrevem auditoria como
sendo “uma técnica contábil que consiste na verificação da exatidão e fidedignidade
dos dados contidos nas demonstrações contábeis, por meio do exame minucioso dos
registros de contabilidade e dos documentos que deram origem a eles”.
Segundo a norma NBR ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 1), auditoria é definida como
“sistemática, independente e processo documentado para obter evidência objetiva e
avaliá-la objetivamente, para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria
são atendidos”.
Vejamos a seguir, quais os significados de cada termo utilizado no conceito da
palavra auditoria, segundo NBR ISO 19011 (ABNT, 2018).

Anote isso
Auditoria é definida como: “sistemática, independente e processo documentado
para obter evidência objetiva e avaliá-la objetivamente, para determinar a
extensão na qual os critérios de auditoria são atendidos” NBR ISO 19011
(ABNT, 2018).

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Anote isso
• Processo sistemático: neste caso a
realização da auditoria dos sistemas
de gestão deve ser planejada de forma
sistemática. Neste sentido, é preciso
realizar as auditorias periódicas para
avaliar a adequação e a conformidade
do sistema de gestão implementado. Figura 1. https://pixabay.com

• Processo documentado: uma auditoria deve ser realizada de forma que a


manutenção das evidências objetivas levantadas sejam asseguradas. Para
isso é necessário que toda atividade desenvolvida seja realizada por meio
de procedimentos específicos e os resultados obtidos documentados.

• Processo independente: deve ser observado em um processo de auditoria


que as pessoas responsáveis por realizar as auditorias nos locais determinados
sejam de áreas diferentes aos que irão auditar. Esta atitude faz com que não
haja conflitos de interesse, ou seja, não haverá benefícios por parte do auditor
em relação às evidências encontradas. Assim se garante a imparcialidade
do auditor sobre o que está auditando.

• Critério de auditoria: trata-se do conjunto de políticas, procedimentos e/ou


requisitos que servirão como critérios para o desenvolvimento da auditoria.
Estes critérios permitem nortear os auditores para buscar as evidências no
sistema de gestão da qualidade que está sendo auditado.

• Evidências da auditoria: as evidências são resultados das observações


feitas durante a realização da auditoria. Assim, podem ser obtidas através
da verificação in loco por meio de fatos ocorridos no processo ou outras
informações que possam ser verificadas. Neste caso, as evidências devem
estar conforme os critérios estabelecidos para a auditoria. As evidências da
auditoria podem ser qualitativas ou quantitativas.

• Qualitativas: são aquelas em que o auditor observa o cumprimento dos


requisitos estabelecidos através de procedimentos implementados pelo
sistema de gestão da qualidade. Um exemplo para este tipo de auditoria
pode ser o acondicionamento de um determinado produto fora da área
especificada, a identificação de uma determinada área, preenchimento
equivocado de um documento etc.

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• Quantitativas: são evidências que tem como resultado um determinado valor.


Exemplos para este tipo de evidência são as auditorias fiscais, financeiras,
de estoques, de produção etc.
• Constatações da auditoria: são os resultados obtidos a partir das avaliações
das evidências quando comparados com os critérios estabelecidos para
a auditoria.

1.2 Princípios da Auditoria

Os princípios da auditoria, segundo a norma NRB ISO 19011 (ABNT, 2018), é


caracterizado por uma série de princípios que fazem com que a auditoria seja uma
ferramenta auxiliar no apoio das políticas de gestão e controles confiáveis e eficazes.
Neste caso, a auditoria pode fornecer informações importantes para a organização
de forma que esta possa tomar ações para melhorar seu desempenho. Além disso,
estes princípios permitem que o auditor trabalhe de forma independente e chegue a
conclusões semelhantes nas mesmas circunstâncias de auditoria. A norma NBR ISO
19011 (ABNT, 2018), apresenta sete princípios para a realização da auditoria. São eles:

1. Integridade: aos auditores e às pessoas responsáveis pelo gerenciamento do


programa de auditorias cabe desempenhar seu trabalho de forma responsável,
com ética e honestidade, de forma imparcial, ou seja, devem se manter justos
e não serem tendenciosos em todas as suas interações. Também devem ser
competentes para realizar a auditoria. Além disso, os auditores devem estar
sensíveis às influências que possam ser exercidas sobre o seu julgamento durante
a realização das atividades de auditoria.
2. Apresentação justa: é uma obrigação do auditor relatar com veracidade e exatidão
as constatações, conclusões e relatórios de auditoria. Neste caso, convém ao auditor
reportar os obstáculos encontrados e não resolvidos durante a auditoria, seja por
divergências de opiniões ou entre a equipe auditora e o auditado. Esta comunicação
deve ser completa, verdadeira, precisa, clara, objetiva e em tempo hábil.
3. Devido cuidado profissional: espera-se que o auditor, de acordo com a
importância da tarefa que executa, realize as atividades de auditoria de acordo com
a confiança nele depositada por parte do cliente e por outras partes interessadas.
Neste caso um fator importante é o auditor ser capaz de ponderar os julgamentos
em todas as situações da auditoria com o devido cuidado profissional durante a
realização do seu trabalho.

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4. Confidencialidade: a confidencialidade diz respeito à segurança da informação.


Neste aspecto, os auditores devem manter a discrição no que diz respeito à
utilização e proteção das informações ao longo do processo de auditoria. As
informações obtidas durante o processo não devem ser utilizadas para que o
auditor obtenha vantagens (ganhos) pessoais ou pelo cliente que contratou o
serviço de auditoria, ou de maneira que prejudique os interesses legítimos do
auditado. Ou seja, o conceito de confidencialidade inclui o manejo de informações
sensíveis ou confidenciais de forma apropriada.
5. Independência: trata da imparcialidade durante a realização da auditoria e da
objetividade de suas conclusões. Neste sentido, convém que os auditores, durante
a realização da atividade que está sendo auditada, sejam independentes e livres
de tendências e conflitos de interesse. Um exemplo para este caso é uma pessoa
que trabalha no departamento de compras, não deve auditar este departamento
ou áreas afins, pois, deste modo, pode ser tendencioso a deixar de auditar um
determinado item por saber que tem problema e não querer mostrá-lo, deixar
passar uma não conformidade, não relatar um determinado fato evidenciado.
Pequenas empresas podem não ter condições de ter um auditor para cada área,
por isso é de suma importância que haja o empenho para que as tendenciosidades
sejam removidas e que a objetividade seja encorajada.
6. Abordagem baseada em evidências: para que se realize uma auditoria de
forma racional e alcançar resultados confiáveis de que possam ser reproduzidos
em um processo sistemático de auditoria, está inteiramente ligado à verificação
das evidências. De um modo geral as evidências são amostras colhidas durante
a visita do auditor às áreas onde ocorrem as atividades que se busca auditar. As
evidências também podem ser documentais, ou seja, através da verificação de
procedimentos estabelecidos, documentos emitidos ou recebidos pela organização,
registros gerados a partir das atividades realizadas etc.
7. Abordagem baseada em riscos: em um processo de auditoria são considerados
riscos e/ou oportunidades. Neste sentido, os riscos devem ser observados em
todas as fases do processo, ou seja, na fase de planejamento, no desenvolvimento
e na conclusão. Assim, é possível focar as atividades da auditoria em assuntos
que são relevantes ao cliente e assegurar que o processo seja eficiente e eficaz.

Vemos que os princípios da auditoria são de grande importância para a realização


de um processo de auditoria. Estes princípios devem ser observados pelo auditor
para que o seu trabalho seja realizado de forma organizada e que os resultados
sejam satisfatórios, tanto para quem realiza o processo de auditoria, quanto para o
cliente auditado.

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Isto está na rede


Auditoria Interna e Externa, aplicabilidade e características.
Neste artigo apresentado o autor descreve um panorama geral das auditorias
internas e externas de forma simples e objetiva.
Disponível em: <https://drquality.com.br/auditoria-interna-e-externa-
aplicabilidade-e-caracteristicas/>. Acesso em: 29 de maio. 2020.

Isto acontece na prática


A legislação brasileira determina que algumas empresas são obrigadas
a passarem por uma auditoria externa e independente. As instituições
financeiras devem ser submetidas a auditorias a cada seis meses, assim
como as empresas de seguro. Já as empresas de capital aberto (com ações
negociadas em Bolsa) são auditadas uma vez ao ano.
Todas as empresas classificadas como de grande porte (com faturamento
superior a R$ 300 milhões por ano ou que tenham ativos totais superiores
a R$ 240 milhões) também devem ser auditadas um vez ao ano. O primeiro
passo de uma auditoria externa é analisar o controle interno da empresa.
Texto completo disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/
redacao/2010/12/27/entenda-como-funciona-o-trabalho-de-uma-auditoria.
htm>. Acesso em: 29 de maio. 2020.

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AULA 2
CLASSIFICAÇÃO DAS AUDITORIAS

Figura 2: Reunião de equipe


Fonte: Fonte: https://pixabay.com

Existem várias classificações de auditorias na literatura. As auditorias podem ser


classificadas quanto ao escopo ou objeto da auditoria, partes interessadas, objetivos
e quanto à frequência (CERQUEIRA; MARTINS, 2004). A seguir são detalhadas cada
uma das classificações citadas.

2.1 Escopo ou Objeto

O escopo ou objeto de uma auditoria, diz respeito à finalidade para que se quer realizar
o processo. Um exemplo é a realização de uma auditoria de sistema da qualidade
para verificar a conformidade de processos ou documentos no desenvolvimento das
atividades. Outro exemplo pode ser dado em relação à auditoria contábil, onde se

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busca avaliar os valores de entradas e saídas de um determinado período. O escopo ou


objeto de um processo de auditoria podem classificados como: auditoria de sistemas,
auditorias de processos ou auditorias de produtos. A seguir, são apresentadas as
classificações das auditorias apresentadas.

• Auditoria de Sistemas: é um tipo de auditoria que visa avaliar a


conformidade de um sistema de gestão conforme os padrões de referência
adotados. Estes padrões podem ser provenientes de normas, tais como ISO
(International Organization for Standardization), ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas). Os padrões também podem ser estabelecidos por meio de
procedimentos internos estabelecidos pela empresa, órgãos governamentais
etc. As auditorias de sistemas comumente têm maior abrangência e podem
ser realizadas de forma total (em todo o sistema) ou de forma parcial (em uma
parte do sistema). Segundo Campos (2004), a auditoria de sistema é realizada
para avaliar se a política do sistema é compreendida por todos e se os requisitos
estabelecidos e implementados estão sendo cumpridos.
• Auditoria de Processo: é o tipo de auditoria que ocorre somente em uma
parte do processo. Neste caso, todos os documentos ou elementos que estão
relacionados a ele são avaliados. Segundo Campos (2004, p. 131), a auditoria de
processos é realizada para verificar:

a) se todos os processos estão seguindo padrões preestabelecidos;


b) se os operadores estão seguindo os procedimentos operacionais
padrão;
c) se os padrões técnicos estão atualizados e disponíveis na área
de trabalho;
d) se todos os operadores estão adequadamente educados e treinados;
e) se todos os equipamentos, ferramentas e instrumentos de medida
estão calibrados, identificados e com boa manutenção.

• Auditoria de Produtos: este tipo de auditoria é direcionado para a adequação


de um produto especifico. Geralmente este tipo de auditoria busca avaliar a
conformidade do produto em relação aos requisitos do sistema de gestão
aplicados a ele.

2.2 Partes Interessadas

As partes interessadas em um processo de auditoria podem ser:


Auditoria de primeira parte: são realizadas para avaliar o sistema de gestão
da própria empresa interessada que busca obter resultados sobre o desempenho

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do sistema implementado. Este tipo


de auditoria é realizado por um auditor
interno ou contratado.
Auditoria de segunda parte: são
conduzidas ou realizadas por partes
ou organizações que têm interesse
na organização. Normalmente estas
auditorias são realizadas por clientes
ou por pessoas, que, em seu nome,
Figura 3: Relação entre os tipos de auditoria
buscam evidenciar conformidade com Fonte: elaborado pelo autor

os requisitos estabelecidos para aquisição dos produtos fornecidos e se estes são


atendidos pela empresa fornecedora.
Auditoria de terceira parte: são auditorias conduzidas ou realizadas por organismos
certificadores. Neste caso, são processos de auditoria em que organismos independentes
(ABNT, BSI, Bureau Veritas, Tüv Rheinland do Brasil etc.), fornecem a certificação de
conformidade do sistema de gestão implementado. Esta certificação também pode
ser fornecida por agências governamentais. A Figura 3 apresenta a relação entre os
três tipos de auditoria.

2.3 Objetivos da Auditoria

Os objetivos de auditoria podem ser realizados para:

• Certificação: o objetivo para este tipo de auditoria é a certificação do sistema


de gestão da qualidade de uma organização por meio de um órgão certificador, ou
seja, através de uma auditoria de 3ª parte.
• Supervisão ou manutenção: tem o objetivo de manter ou acompanhar uma
certificação realizada por uma auditoria de 3ª parte. Também é utilizada para
qualificar um fornecedor por um cliente ou ainda qualquer outra parte interessada.
• Prêmio: tem o objetivo de analisar se a organização atende aos critérios
estabelecidos por um determinado prêmio, por exemplo, o Prêmio Nacional de
Qualidade (PNQ).
• Gestão: tem o objetivo de avaliar a conformidade de um sistema, seja de
gestão da qualidade, gestão ambiental, gestão de riscos etc.
• Garantia da Qualidade: tem o objetivo de avaliar a efetividade de um sistema
da qualidade no que diz respeitos aos requisitos estabelecidos pelo cliente sobre
um processo, produto ou serviço etc.

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• Credenciamento: este tipo de auditoria tem o objetivo de credenciar uma


empresa por uma entidade de regulamentação. Dentre estas entidades, a mais
conhecida é o INMETRO.

2.4 Frequência da auditoria

As auditorias podem ser realizadas em períodos estabelecidos ou por uma


necessidade ante a uma não conformidade. Sendo assim, a auditoria pode ser:

• Programada: trata-se do processo de auditoria que pode estar contido em um


planejamento de auditoria, ou seja, são auditorias de rotina.
• Não programada: neste caso, as auditorias podem ocorrer a qualquer
momento que se detecta um problema ou uma redução nos níveis de qualidade,
seja de processo, de produto etc.

2.5 Auditoria Interna e Externa

Auditoria, como já vimos anteriormente, é uma atividade que tem o objetivo de


avaliar a conformidade de requisitos estabelecidos em um sistema de gestão, de
processos, produtos ou serviços de uma organização. Estas auditorias podem ser
internas ou externas.

2.5.1 Auditoria interna

Este tipo de auditoria, também conhecida como auditoria de primeira parte é realizada
por uma pessoa da própria empresa ou pela contratação de um serviço de auditoria
de uma empresa especializada.
O desenvolvimento de um processo de auditoria é uma exigência estabelecida
por normas ou regulamentos que tratam da implantação ou manutenção de um
determinado sistema de gestão.
Dentre as normas que determinam os requisitos para a implementação de um
sistema de gestão está a norma NBR ISO 9001. Desde 1987, data da primeira versão
da norma NBR ISO 9001, a realização da auditoria interna já era determinada para
fazer uma avaliação constante do sistema de gestão. Na última versão da norma, em
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2015, o texto que versa sobre a realização da auditoria interna é encontrado na seção
9, onde descreve que: “A organização deve conduzir auditorias internas a intervalos
planejados para prover informação sobre se o sistema de gestão da qualidade” (NBR
ISO 9001, 2015, p. 20). Neste sentido, para que se estabeleça e mantenha um programa
de auditoria interna organizado a norma determina que a organização deve:

a) planejar, estabelecer, implementar e manter um programa de


auditoria, incluindo a frequência, métodos. Responsabilidades,
requisitos para planejar e para relatar, o que deve levar em consideração
a importância dos processos concernentes, mudanças que afetam a
organização e os resultados de auditorias anteriores;
b) definir os critérios de auditoria e o escopo para cada auditoria;
c) selecionar auditores e conduzir auditorias para assegurar a
objetividade e a imparcialidade do processo de auditoria;
d) assegurar que os resultados das auditorias sejam relatados para
a gerência pertinente;
e) executar correção e ações corretivas apropriadas sem demora indevida;
f) reter informação documentada como evidência da implementação
do programa de auditoria e dos resultados de auditoria.

Anote isso
“A organização deve conduzir auditorias internas a intervalos planejados
para prover informação sobre se o sistema de gestão da qualidade” (NBR
ISO 9001, 2018, p. 20).

As auditorias internas, segundo Mello et al (2002), devem ser realizadas


preferencialmente antes de uma auditoria de manutenção ou de certificação, de forma
que seja possível identificar antecipadamente se o sistema de gestão está de acordo
com os requisitos estabelecidos. De acordo com Bombana (2010), um programa de
auditoria pode ser dividido em três situações:

• Auditoria inicial: a auditoria interna é realizada para avaliar o sistema, produto,


processo ou serviço.
• Auditoria de acompanhamento: tem o objetivo de fazer o acompanhamento
de ações tomadas para adequar ou corrigir não conformidades evidenciadas em
auditorias anteriores. Este tipo de auditoria também é conhecido como auditoria
de Follow-up.

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• Auditoria periódica: é a auditoria que se realiza para avaliar o sistema de


gestão, o processo, o produto ou o serviço. Este tipo de auditoria também é
chamado de auditoria de manutenção.

2.5.2 Auditoria externa

Auditorias externas, como o próprio nome já diz, são aquelas realizadas em outras
organizações. Estas auditorias são realizadas por organizações certificadoras ou por
profissionais contratados. As auditorias externas, segundo a norma ISO 19011:2018,
podem ser caracterizadas como sendo de segunda ou terceira parte, conforme descrito
no item 1.2 desta aula. A realização das auditorias externas pode ser dividida em tipos:

Avaliação: este tipo de auditoria tem o objetivo de credenciar a qualificação ou


certificação de uma organização por um tempo determinado de um sistema, produto,
processo ou serviço em relação a uma documentação pré-estabelecida, podendo
ser uma norma, um procedimento, uma lei etc.
Reavaliação: tem por objetivo reavaliar um sistema, produto, processo ou serviço,
após vencido o prazo de vigência do credenciamento, qualificação ou certificação
da organização.
Periódica: é conhecida como auditoria de manutenção e tem o objetivo de verificar
se o sistema, produto, processo ou serviço continua atendendo aos requisitos pré-
estabelecidos e avaliados anteriormente em outras auditorias.
Acompanhamento: é a auditoria que tem a finalidade de fazer o acompanhamento
das ações realizadas para corrigir ou adequar os apontamentos realizados em
auditorias anteriores. Também é chamada de auditoria de follow-up.

Diante das diferenças entre auditoria interna e externa, acerca da extensão e direção
dos trabalhos, responsabilidade do auditor e métodos utilizados, Crepaldi (2004, p.50)
diferencia estes dois tipos de auditoria, conforme apresentado no Quadro 1.

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Elementos Auditoria Externa Auditoria Interna

Profissional Auditor interno (funcionário


Sujeito
independente da empresa)

Exame das
Exame dos controles
Ação e objetivo demonstrações
operacionais
contábeis

Opinar sobre as
Promover melhorias nos
Finalidade demonstrações
controles internos
contábeis

Recomendações de
Relatório principal Parecer controle interno e eficiência
administrativa

Grau de independência Mais amplo Menos amplo

A empresa e o público
Interessados no trabalho A empresa
em geral

Profissional, civil e
Responsabilidade Trabalhista
criminal

Número de áreas cobertas


pelo exame durante um Maior Menor
período

Intensidade dos trabalhos


Menor Maior
em cada área

Quadro 1: Diferenças entre auditoria externa e interna


Fonte: Crepaldi (2004, p.50)

Como podemos observar, o processo de auditoria possui algumas particularidades


e distinções para que sejam estabelecidas e conduzidas de forma a atender as
necessidades, tanto internamente em uma organização, quanto para a avaliação,
validação ou certificação de outras organizações.

Isto está na rede


DICAS DE AUDITORIA EM SISTEMAS DE GESTÃO
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZkwIZCJra1Q>. Acesso
em: 29 de maio. 2020.

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Isto acontece na prática


AUDITORIA INTERNA EM UMA EMPRESA ATACADISTA: um estudo
de caso na percepção dos auditores e auditados quanto às práticas de
auditoria interna

Resumo

O mundo dos negócios nos últimos anos foi surpreendido por escândalos
contábeis que causaram a queda de confiança por parte dos investidores
nas demonstrações e números informados pelas empresas. A descoberta
de fraudes contábeis praticadas pelas gigantes norte-americanas Enron e
WorldCom, que levaram estas sólidas empresas a falência em questão de
dias, foram responsáveis pela criação da lei Sarbanes-Oxley (SOX). Após a
criação desta lei o conceito de governança corporativa ganhou força dentro
das organizações, sendo que a área de auditoria interna começou a ser mais
explorada pelas entidades visando melhoria dos processos e proteção de
seus ativos. Conforme identificado na realização deste trabalho, os estudos
científicos sobre este departamento são pouco expressivos, assim esta
pesquisa teve como objetivo estudar a percepção de auditores e auditados
sobre as práticas de auditoria interna em uma empresa do setor atacadista
de Uberlândia. Os aspectos metodológicos da pesquisa foram constituídos de
pesquisa descritiva, qualitativa e estudo de caso, sendo usado um questionário
na escala Likert para coleta dos dados. A população era composta por todos
os atacadistas distribuidores da cidade, porém em decorrência de apenas
o atacadista estudado possuir a auditoria interna, a amostra ficou restrita
a essa organização empresarial. Os resultados revelaram que a maioria
dos profissionais auditores e responsáveis pelos departamentos está no
cargo há mais de dez anos, cuja formação acadêmica é a especialização.
Verificou-se que a percepção de ambos os grupos estudados é avaliada de
forma positiva, porém, com algumas percepções indiferentes e negativas.
Texto completo disponível em: http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/
ragc/article/view/922/671>. Acesso em 29 de maio. 2020.

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AULA 3
PROCESSO DE AUDITORIA

Figura 4: Processo de auditoria


Fonte: https://br.freepik.com

As auditorias da qualidade, como já estudado, são realizadas em intervalos planejados


ou em situações em que é necessário avaliar um desvio ocorrido no sistema de
gestão, produto, processo ou na prestação de um serviço. Para que as auditorias
forneçam resultados confiáveis, é necessário que se desenvolva um processo de
auditoria conforme o estabelecido na norma ISO 19011:2018. Esta norma é a que
determina os requisitos para a realização de um processo de auditoria eficaz. A norma
contempla orientações para o planejamento e desenvolvimento de um programa de
auditoria, competências necessárias do auditor, da equipe auditora etc.
O processo de auditoria é um conjunto de atividades distintas que se divide em três
partes contendo as etapas a serem realizadas em cada uma das atividades. Estas
atividades são apresentadas na Figura 5.

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A seguir, são detalhadas as atividades apresentadas na Figura 5.


Atividades pré-auditoria: nesta atividade são realizadas as etapas necessárias para
preparar a condução da auditoria propriamente dita. Estas etapas compreendem o
programa e a preparação da auditoria, onde as ações são de elaboração do programa
de auditoria, dar início ao processo de auditoria, análise da documentação, planejamento
agenda e a lista de verificação.
Atividade de execução da auditoria: nesta fase ocorre a condução ou realização
das etapas de auditoria. Nesta atividade é realizada a reunião de abertura, a
condução e avaliação do processo de
auditoria e a reunião de fechamento.
Atividades pós-auditoria: esta
atividade é composta pelas etapas
de elaboração e emissão do relatório
de auditoria, conclusão da auditoria
ou reunião de encerramento da
auditoria, acompanhamento das
ações corretivas.
Fim: esta etapa finaliza a auditoria
propriamente dita.

Figura 5: Atividades do processo de auditoria


Fonte: Elaborado pelo autor

Anote isso
Um processo de auditoria só se encerra quando todas as não conformidades
apontadas no relatório de auditoria são corrigidas.

Segundo Cerqueira e Martins (2004), a realização de um processo de auditoria


possui um ciclo de vida que é formado através de etapas bem definidas. Neste sentido,
este ciclo de vida pode ser representado pelo ciclo PDCA desenvolvido por Deming,
conforme apresentado na Figura 6.

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Figura 6: Ciclo PDCA


Fonte: NBR ISO 9001 (ABNT, 2015, p. X)

O ciclo PDCA embora seja mais conhecido por ser um ciclo de melhoria contínua em
sistemas de gestão da qualidade é aplicado em diversos segmentos e atividades. No
caso dos processos de auditoria pode ser utilizado para avaliar as etapas desenvolvidas
no processo. A seguir são detalhadas as etapas do ciclo PDCA.
P- Plan (planejamento): nesta etapa é realizado o planejamento da auditoria e
definidas as etapas de programação e preparação da auditoria.
D- Do (fazer, execução): nesta etapa são realizadas as ações estabelecidas na fase
de planejamento, ou seja, neste caso a etapa de condução da auditoria.
C- Check (checagem, verificação): após a execução da execução, realiza-se a
compilação dos resultados e verifica-se se todas as etapas foram realizadas. Após a
verificação dos documentos, emite-se o relatório de auditoria e se encerra o processo
por meio de uma reunião de encerramento, onde são apresentadas as ponderações
e não conformidades apontadas durante o processo de auditoria.
A- Act (ação): após o encerramento do processo de auditoria são realizadas as
ações para corrigir as não conformidades apontadas ou a realização de melhorias
apontadas no relatório de auditoria. Esta ação pode ocorrer diversas vezes devido
a resultados insatisfatórios, sendo necessário a realização de um novo ciclo PDCA.

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3.1 Atores em um Processo de


Auditoria

Para que ocorra um processo de


auditoria é necessário que haja três
grupos de atores (participantes), sendo
eles: auditor, cliente e auditado. Estes
grupos têm características específicas,
conforme descritos a seguir.

Figura 7: Auditores
Fonte: https://pixabay.com

3.1.1 Auditor

O auditor é o responsável por realizar o processo de auditoria. Entende-se que o


auditor é a pessoa que possui competência comprovada por meio de certificação e
autorização para realizar o processo. Uma auditoria pode ser realizada por um ou
mais auditores e o responsável pela condução do processo é chamado de auditor
líder. O Auditor líder é o responsável por conduzir o processo de auditoria. Segundo
Hutchins (1994), o auditor líder possui a responsabilidade e autoridade para realizar
o planejamento, condução e emissão dos resultados obtidos. Um auditor, para ser
considerado como líder precisa preencher os requisitos de certificação de experiência,
treinamento, de avaliações e de horas de auditorias realizadas. Em resumo, pode-se
dizer que o auditor líder é o principal contato entre a equipe auditora durante todo o
período de realização da auditoria. As responsabilidades atribuídas ao auditor líder,
segundo Bombana (2010), são as seguintes:

- Conduzir todas as etapas da auditoria;


- Participar do processo de seleção dos membros da equipe de auditoria;
- Elaborar o plano de auditoria;
- Representar a equipe auditora junto ao auditado;
- Entregar o relatório de auditoria.

Cerqueira e Martins (2004) descrevem as responsabilidades do auditor, parte da


equipe de auditoria são:

- Agir de acordo com os requisitos estabelecidos para a auditoria;

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- Comunicar e esclarecer os requisitos da auditoria;


- Planejar e desenvolver suas atribuições com eficácia e competência;
- Documentar suas evidências e constatações;
- Relatar os resultados da auditoria que lhe competem;
- Quando solicitado pelo cliente, o auditor deve verificar a eficácia das ações
corretivas executadas como resultado da auditoria;
- Manter os documentos relativos à auditoria retidos e salvaguardados e entregá-
los, conforme requerido;
- Garantir a confidencialidade dos documentos relativos à auditoria e, tratar
informações privilegiadas com discrição;
- Estar à disposição para cooperar e apoiar o auditor líder no que for preciso.

3.1.2 Cliente

O cliente pode ser classificado como aquele que solicitou a auditoria. Neste caso
pode ser uma organização ou uma pessoa. Sendo assim, podemos dizer que cliente,
em questões de auditoria, é aquele que tem o objetivo de avaliar a si mesmo a fim
de buscar evidências de conformidade de seu sistema de gestão comparado aos
requisitos de uma norma. Um comprador que deseja avaliar se o fornecedor atende
aos requisitos estabelecidos por ele. Também pode ser um órgão que regulamenta um
sistema e tem o objetivo de avaliar se um determinado produto atende aos requisitos
estabelecidos (HUTCHINS,1994). Neste caso, podem ser exemplos o INMETRO (Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), IPEM (Instituto de Pesos e Medidas),
a ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária), entre outros. Assim como os auditores, os
clientes também têm responsabilidades. Segundo Cerqueira e Martins (2004), estas
responsabilidades são:

- Determinar a necessidade e o objetivo da auditoria e iniciar o processo;


- Determinar a equipe auditora e autorizá-la a conduzir o processo;
- Definir o escopo geral da auditoria, assim como a norma do sistema de qualidade
ou o documento a ser auditado;
- Receber o relatório da auditoria e realizar a análise crítica de seu conteúdo;
- Determinar as ações a serem tomadas para o acompanhamento das atividades
de adequação dos apontamentos contidos no relatório de auditoria e informar ao
auditado a necessidade da realização dessas ações.

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3.1.3 Auditado

O auditado é aquele que passa pelo processo de auditoria podendo ser esta uma
divisão ou parte do cliente, ou uma organização completamente independente. Assim,
como os auditores e clientes, o auditado também tem responsabilidades quanto ao
processo de auditoria. Bombana (2010) descreve as responsabilidades do auditado
como sendo:

- Informar a organização sobre os objetivos e o escopo da auditoria;


- Apontar as pessoas responsáveis para acompanhar a equipe auditora;
- Prover todos os recursos necessários à equipe auditora para garantir a eficiência
e eficácia do processo de auditoria;
- Disponibilizar o acesso às instalações e evidências quando solicitado pela
equipe auditora;
- Cooperar com os auditores para permitir que os objetivos da auditoria
sejam atingidos;
- Determinar e iniciar ações corretivas baseadas no relatório da auditoria.

Podemos ver neste capítulo que o processo de auditoria para que atinja os seus
objetivos, deve ser estruturado, elaborado e realizado por pessoas capacitadas. É
importante para o desenvolvimento do processo de auditoria que os atores e seus
objetivos estejam bem definidos, além de manterem um espírito participativo e
colaborativo para que os objetivos da auditoria sejam alcançados satisfatoriamente.

Isto está na rede


CARACTERÍSTICAS DO AUDITOR INTERNO
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NgNgrmMBX3A>.
Acesso em: 02 de jun. 2020.

Isto acontece na prática


A PRÁTICA DA ENFERMEIRA EM AUDITORIA EM SAÚDE

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Resumo

O objetivo da investigação foi conhecer a prática da enfermeira em auditoria


em saúde. A concepção de análise adotada foi a da hermenêutica-dialética,
e foi desenvolvida em três lócus: a auditoria interna de uma organização
hospitalar; a auditoria externa de um comprador privado de serviços de
saúde, e o sistema de auditoria do âmbito estadual do Sistema Único de
Saúde (SUS), na Bahia. Foram entrevistadas nove enfermeiras auditoras.
Na auditoria do SUS, as enfermeiras expressaram satisfação no exercício
desta prática e valorização de seu papel profissional. Na auditoria privada -
interna e externa às organizações de saúde - as ações das enfermeiras se
direcionam para atender aos interesses de seus contratantes, e pouco se
relacionam com a assistência prestada pela equipe de enfermagem e com
as necessidades dos usuários dos serviços.
Texto completo disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-
62342010000300017&script=sci_arttext>. Acesso em: 02 de jun. 2020.

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AULA 4
PLANEJAMENTO DA AUDITORIA

Figura 8: Planejamento
Fonte:<https://pixabay.com

Em um processo de auditoria é fundamental que haja um planejamento para a


realização das atividades, pois é através deste que se estabelece a forma, métodos,
os controles e instrumentos que serão utilizados durante a execução das atividades.
Quando se desenvolve um planejamento de auditoria, seja ela interna ou externa é
importante considerar a particularidade do sistema implantado pela organização,
possibilitando o desenvolvimento de um programa específico de auditoria que atenda
às necessidades de seus objetivos.
Sendo assim, podemos dizer que o planejamento é uma das mais importantes etapas
do processo de auditoria, pois é nesta etapa que avalia os impactos da utilização efetiva
do tempo, do tipo e qualidade das evidências coletadas, bem como da avaliação do
sistema de gestão implementado na organização.

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Segundo Almeida (2003. p. 154), a importância do planejamento de auditoria é “[...]


estabelecer metas para que o serviço de auditoria seja de excelente qualidade e ao
menor custo possível”. Crepaldi (2004, p. 334), destaca que:

o planejamento correto de um serviço de auditoria compreende a


preparação de um plano de auditoria, o desenvolvimento de um
programa de auditoria e a compilação de uma previsão de horas de
trabalho, assim como a seleção dos auditores e a distribuição dos
serviços entre eles.

A realização de um planejamento de auditoria, como podemos observar, é necessária


que o auditor tenha certo nível de conhecimento da empresa a ser auditada. Assim,
o primeiro passo é entender o negócio da empresa a ser auditada de forma a obter
informações para o estabelecimento e organização dos trabalhos a serem realizados.
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), pode haver variações na dimensão e no
conteúdo de um planejamento de auditoria. Estas variações podem ocorrer em auditorias
iniciais ou subsequentes (manutenção, follow-up), bem como auditorias internas e
externas. Neste sentido, é importante que o planejamento seja suficientemente flexível
de forma que se permita mudanças que possam se tornar necessárias conforme o
desenvolvimento das atividades de auditoria. Em um planejamento de auditoria, o texto
da norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 23), no item 6.3.2.2 - Detalhes do planejamento
da auditoria descreve que:
Convém que o planejamento da auditoria aborde ou referencie o seguinte:

a) objetivos de auditoria;
b) escopo da auditoria, incluindo identificação da organização e suas
funções, assim como processos a serem auditados;
c) critério de auditoria e qualquer informação documentada de
referência;
d) locais (físicos e virtuais), datas, tempo e duração estimados das
atividades de auditoria a serem conduzidas, incluindo reuniões com
a direção do auditado;
e) necessidade de a equipe de auditoria se familiarizar com as
instalações e processos do auditado (por exemplo, conduzindo
uma visita ao(s) local(is) ou analisando criticamente tecnologia de
informação e comunicação);
f) métodos de auditoria a serem usados, incluindo a extensão na qual
a amostragem de auditoria seja necessária para obter evidências
suficientes de auditoria;
g) papéis e responsabilidades dos membros da equipe de auditoria,
assim como dos guias e observadores ou intérpretes;

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h) alocação de recursos apropriados, baseada na consideração


dos riscos e oportunidades relacionados às atividades que serão
auditadas.

Ainda segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 24), convém que o planejamento
da auditoria, conforme apropriado, contenha:

— Identificação do(s) representante(s) do auditado para a auditoria;


— Idioma de trabalho e do relatório da auditoria, quando for diferente
do idioma do auditor ou do auditado, ou de ambos;
— Tópicos do relatório de auditoria;
— Arranjos de logística e comunicações, incluindo arranjos específicos
para os locais a serem auditados;
— Quaisquer ações específicas a serem tomadas para abordar riscos
para se alcançarem os objetivos de auditoria e oportunidades que
surjam;
— Assuntos relacionados à confidencialidade e segurança da
informação;
— Quaisquer ações de acompanhamento de uma auditoria anterior
ou outra(s) fonte(s), por exemplo, lições apreendidas, análises críticas
de projeto;
— Quaisquer atividades de acompanhamento para a auditoria
planejada;
— Coordenação com outras atividades de auditoria, no caso de uma
auditoria conjunta.

A não realização de um planejamento prévio das atividades a serem desenvolvidas


em um processo de auditoria pode incorrer em alguns inconvenientes, tais como:

• Esquecimento de áreas importantes;


• Reconhecimento de problemas somente após a realização do processo
• de auditoria;
• Demora para identificar problemas importantes;
• Indisponibilidade de pessoal para compor a equipe de trabalho;
• Omitir a eliminação de procedimentos que não dizem respeito aos objetivos
da auditoria.

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4.1 Programa de Auditoria Interna e Externa

4.1.1 Objetivo do programa de auditoria

A eficiência e eficácia de um programa de


auditoria está diretamente ligado ao cliente
da auditoria. Neste caso, o cliente tem a
responsabilidade de assegurar que os objetivos
do programa sejam estabelecidos para nortear
o planejamento e a condução da auditoria, e
que este programa seja implementado de
forma eficaz. A norma ISO 19011 (ABNT, 2018,

Figura 9: Equipe
p.10), recomenda: “Convém que os objetivos do
Fonte: <https://pixabay.com
programa de auditoria sejam coerentes com
a direção estratégica do cliente da auditoria e apoiem a política e os objetivos do
sistema de gestão”.
Os objetivos de um programa de auditoria, segundo a norma ISO 19011 (ABNT,
2018, p. 10), podem ser baseados em:

a) necessidades e expectativas de partes interessadas pertinentes,


externas e internas;
 b) características e requisitos de processos, produtos, serviços e
projetos, e quaisquer mudanças neles;
 c) requisitos de sistema de gestão;
 d) necessidade para avaliação de fornecedores externos;
 e) nível de desempenho e nível de maturidade do(s) sistema(s) de
gestão do auditado, como refletido nos indicadores de desempenho
pertinentes (por exemplo, KPI), a ocorrência de não conformidades
ou incidentes ou reclamações de partes interessadas; riscos e
oportunidades identificados para o auditado;
 g) resultados de auditorias anteriores.

4.1.2 Programa de auditoria interna

Após o desenvolvimento das atividades de planejamento de auditoria, o próximo


passo é desenvolver o programa de auditoria. A norma ISO 9001 (ABNT, 2015), determina

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que as empresas ou organizações planejem e programem suas auditorias internas e


mantenham um programa de auditoria que leve em consideração as contingências
do sistema de gestão da qualidade implantado. Para Cerqueira e Martins (2004), o
estabelecimento de um programa de auditoria, para que seja adequado, é preciso que
as organizações respondam aos seguintes questionamentos:

• A auditoria será funcional, departamental ou documental aplicável?


• A auditoria será total (em todos os setores) ou parcial (em setores específicos,
tais como qualidade, comercial, financeiro etc.)?
• Quais atividades, locais ou funções devem ser auditadas (conforme
importância ou criticidade)?
• Qual frequência para realização da auditoria?
• Quem serão os auditores?
• Como será o processamento das solicitações de ação corretiva (com base
nas não conformidades evidenciadas)?
• Será preciso realizar auditoria de acompanhamento?

O programa de auditoria interna, conforme apresentado, precisa considerar a situação


e importância dos processos e áreas a serem auditadas. Também é importante que
se considere os resultados de auditorias anteriores.
Para o cumprimento do programa de auditoria interna é imprescindível que a
organização estabeleça e mantenha um procedimento documentado e que nestes
estejam contidas todas as atividades para o planejamento e execução das auditorias.
Para Cerqueira e Martins (2004), os procedimentos para que o programa de auditoria
seja cumprido deve conter os seguintes requisitos:

• Definição do programa de auditoria a ser implementado;


• Descrição das atividades constantes do processo de auditoria interna;
• Maneira adotada para a formação e qualificação dos auditores internos;
• Tratamento a ser adotado par análise dos relatórios de auditoria, bem como a
definição do processo de análise das não conformidades encontradas;
• Definição para a tomada de ações corretivas e as atividades de
acompanhamento para verificação das ações tomadas;
• Definição clara das responsabilidades pelas diversas atividades.

Mello et al. (2002) apresentam um modelo de programa de auditoria

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Figura 10: Exemplo de programa de auditoria


Fonte: Adaptado de Mello (2002, p. 170)

Como podemos ver na Figura 10, o programa de auditoria interna deve ser bem
elaborado para que nenhuma informação seja esquecida. A organização, ao realizar o
programa de auditoria, pode determinar o intervalo de realização da auditoria. Neste
caso, estes períodos devem atender as necessidades do sistema implantado na
organização e podem variar de organização para organização. Por exemplo: existem
empresas que realizam auditorias em intervalos mensais de forma que em cada mês
um determinado setor é auditado, outras empresas determinam períodos trimestrais,
semestrais, anuais etc. O importante é entender quais as necessidades do sistema
e dos processos desenvolvidos na organização e assim determinar o período que irá
garantir que estes estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos pelo
sistema implantado na organização.

4.1.3 Programa de auditoria externa

O programa de auditoria externa visa estabelecer o controle adequado sobre


fornecedores de bens e serviços considerados importantes para a organização
interessada. Segundo a norma ISO 9001 (ABNT, 2015, p. 15), estabelece que:

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A organização deve determinar e aplicar critérios para a avaliação,


seleção, monitoramento de desempenho e reavaliação de provedores
externos, baseados na sua capacidade de prover processos ou
produtos e serviços de acordo com requisitos.

Como vimos os requisitos estabelecidos na norma ISO 9001 pode exigir da


organização o estabelecimento de um programa de auditoria voltado para a avaliação
dos fornecedores.

Anote isso
“A organização deve determinar e aplicar critérios para a avaliação, seleção,
monitoramento de desempenho e reavaliação de provedores externos,
baseados na sua capacidade de prover processos ou produtos e serviços
de acordo com requisitos” (ISO 9001, ABNT, 2015, p. 15).

Isto está na rede


FASES DE UMA AUDITORIA.
Texto disponível em: <https://portaldeauditoria.com.br/fases-de-uma-
auditoria/>. Acesso em: 03 de maio. 2020.

Isto acontece na prática


ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO DE AUDITORIA INTERNA EM UMA
EMPRESA DE SOBREMESA.
Uma case fictício, porém aplicando ferramentas reais da qualidade. No anexo
será possível conhecer a redação de não-conformidades, a estrutura de um
plano de ação, bem como a avaliação de eficácia das ações tomadas. Clique
aqui para baixar. Trabalho da disciplina de Ferramentas da Qualidade para
Gerenciamento dos Processos, FEA 211 do curso de especialização em
Gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos da Unicamp.

Estudo de Caso:
TAMBU Brasil Industrial Ltda., é uma fabricante de sobremesas que tem
por característica ser um negócio do ramo de alimentação com foco nos
clientes da área de varejo. Situada em uma localidade caracteristicamente
industrial, com foco estratégico, possui reconhecimento no mercado local

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destes produtos, bem elaborada identidade visual e um constante trabalho


de aproximação e retenção de clientes.
A empresa é de pequeno porte, com aproximadamente 60 funcionários e
produção média de 05 toneladas/mês.
Texto completo disponível em: https://foodsafetybrazil.org/estudo-de-caso-
aplicacao-de-auditoria-interna-em-uma-empresa-de-sobremesa/>. Acesso
em: 03 de maio. 2020.

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AULA 5
DESENVOLVENDO A AUDITORIA:
PARTE 1

Figura 11: Auditando equipamento


Fonte: https://br.freepik.com

O processo de auditoria passa por diversas etapas. Estas etapas são fundamentais
para o estabelecimento de uma ordem sistemática e desta forma as etapas sejam
realizadas de forma eficiente e os objetivos alcançados satisfatoriamente. Nesta aula
daremos início ao estudo destas fases.

5.1 Iniciando a Auditoria

O processo inicial de uma auditoria propriamente dita, ocorre com a programação e


outras atividades que devem definir os objetivos, o escopo, os critérios de auditoria, o
auditor líder, a equipe de auditoria; determinar a viabilidade da auditoria, o estabelecimento
do contato inicial o auditado etc. Vejamos a seguir a explicação para estas atividades.
Objetivos: para a realização do processo de auditoria é importante que o cliente
tenha definido os objetivos, onde descreva os reais motivos para a realização do

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processo. O auditado tem a responsabilidade de definir o escopo e os critérios para


a realização da auditoria.
O escopo: Cerqueira e Martins (2004) descrevem os locais, processos e o que
será auditado.
Os critérios de auditoria: são as referências que determinam o que será utilizado
para avaliar a conformidade do sistema de gestão, seja em sua totalidade ou em parte
dele, podendo incluir procedimentos documentados, leis, regulamentos requisitos
normativos ou requisitos contratuais.
Auditor líder: a cada auditoria específica é designado um auditor líder, ou seja, a
auditoria deve ser efetuada pelas pessoas que gerenciam o programa de auditoria.
A equipe de auditora: a escolha das pessoas para compor a equipe auditora, pode
ser feita tanto pelo auditor líder como pelo cliente. Neste caso, deve ser considerado
a competência das pessoas de forma que não prejudique os objetivos da auditoria.
Neste sentido, a norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 34), determina:

Convém que a avaliação da competência do auditor seja planejada,


implementada e documentada para fornecer um resultado que seja
objetivo, coerente, justo e confiável. Convém que o processo de
avaliação inclua quatro passos principais, como a seguir:
 a) determinar a competência necessária para atender às necessidades
do programa de auditoria;
 b) estabelecer os critérios de avaliação;
 c) selecionar o método apropriado de avaliação;
 d) conduzir a avaliação.

É importante que durante a escolha da equipe seja assegurada a independência em


relação às atividades a serem auditadas de forma a evitar qualquer conflito de interesse.
Viabilidade da auditoria: algumas situações, o programa de auditoria que consta
no programa, devido a alguns fatores que fogem ao controle e vontade do cliente,
não pode ser realizado. Assim, segundo Cerqueira e Martins (2004), é necessário
que se verifique a viabilidade de realização da auditoria nas condições proposta e se
for comprovado que esta não pode ser realizada, será necessário indicar uma nova
alternativa ao cliente em comum acordo com o auditado.
Para que o processo de auditoria ser realizado é necessário que seja feito o contato
com o auditado. De acordo com a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), o auditor líder é
quem tem a incumbência de realizar este contato, seja de maneira formal ou informal
e deve ter como propósitos:

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a) confirmar canais de comunicação com os representantes do auditado;


 b) confirmar a autoridade para conduzir a auditoria;
 c) fornecer informação pertinente sobre os objetivos, escopo, critérios,
métodos de auditoria e composição da equipe de auditoria, incluindo
quaisquer especialistas;
 d) solicitar acesso à informação pertinente para propósitos de
planejamento, incluindo informação sobre os riscos e oportunidades
que a organização tenha identificado e como eles serão abordados;
 e) determinar requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis e
outros requisitos pertinentes às atividades, processos, produtos e
serviços do auditado;
 f) confirmar o acordo com o auditado relativo à extensão da divulgação
e ao tratamento de informação confidencial;
 g) fazer arranjos para a auditoria, incluindo o agendamento;
 h) determinar quaisquer arranjos específicos ao local para acesso,
saúde e segurança, segurança, confidencialidade ou outro;
i) acordar sobre a presença de observadores e a necessidade de guias
ou intérpretes para a equipe de auditoria;
 j) determinar quaisquer áreas de interesse, preocupação ou riscos
para o auditado em relação à auditoria específica;
 k) resolver questões relativas à composição da equipe de auditoria
com o auditado ou o cliente de auditoria.

Anote isso
Para a realização do processo de auditoria é necessário que se estabeleça
o contato com o auditado. A responsabilidade de realizar este contato é do
auditor líder.

5.2 Elementos envolvidos na auditoria

Conhecer os elementos que são importantes para o desenvolvimento de uma auditoria


é imprescindível. É através destes elementos que os dados ou informações serão
coletados pelo auditor. Os principais elementos de uma auditoria são resumidos em:

• Documentos: diz respeito aos procedimentos, especificações de trabalho,


especificações de processo, registros de dados etc. No que diz respeito aos
documentos, a norma ISO 9001 (ABNT, 2015), determina que a empresa deve
incluir informações documentadas que estabeleça os requisitos que evidenciem
sua criação, atualização e controle.
• Equipamentos: são considerados equipamentos as ferramentas,
equipamentos de processo, equipamentos de inspeção, medição e ensaios.
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• Itens: são pertinentes aos materiais e insumos recebidos, bem como os


produtos oriundos dos processos produtivos.
• Pessoas: são trabalhadores distribuídos em todos os níveis da organização
e os seus graus de formação e experiência em função da necessidade de
qualificação requerida para o desenvolvimento de cada tarefa.

Para cada um dos elementos apresentados acima é possível que sejam elaborados
questionamentos para auxiliar na condução do processo de auditoria e devem ser
respondidas confrontando os critérios estabelecidos. O Quadro 2 apresenta alguns
exemplos de questionamentos para cada elemento apresentado.

Documentos:

• Os documentos estabelecidos foram elaborados e aprovados?


• Os documentos estão disponíveis para uso?
• Os documentos são avaliados periodicamente quanto à sua adequação?
• Os documentos são revisados quando necessário?
• Há evidências de revisão e aprovação dos documentos?
• Os documentos estão na última revisão aprovada?
• Os documentos estão em condições adequadas de uso?
• Os documentos são devidamente identificados e distribuídos?
• Há evidências de controle de documentos de origem externa?

Equipamentos

• Os equipamentos utilizados em inspeção e medição estão em condições adequadas


de uso?
• Os instrumentos estão devidamente calibrados e identificados?
• Os equipamentos de processo têm a capacidade requerida?
• Existem evidências de realização manutenção periódica nos equipamentos?
• Existem evidências de que as manutenções são controladas?

Itens

• Os itens estão sendo utilizados de acordo com o especificado?


• Os itens estão em condições adequadas de uso?
• Existem métodos que descrevem a forma correta de manuseio dos itens?

Pessoas

• As pessoas são treinadas para realizar as suas atividades?


• Há registros que evidenciam os treinamentos realizados?
• Os treinamentos são realizados periodicamente?

Quadro 2: Exemplos de questionamentos


Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

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Como podemos ver no Quadro 2, a elaboração das questões e a sua utilização


auxiliam no desenvolvimento da auditoria e contribuem para que o resultado seja
eficaz. Neste caso, as questões norteiam o auditor naquilo que pretende avaliar durante
o processo.

5.3 Preparação da auditoria

A etapa de preparação da auditoria é aquela em que o auditor realiza a análise da


documentação do sistema de gestão do auditado. É com base nesta análise que o
auditor elabora o plano de agenda para o processo de auditoria, determina o método de
auditoria e desenvolve o check-list ou lista de verificação para orientar o auditor quanto
aos quesitos a serem observados. A seguir, veremos o detalhamento destas fases.

Anote isso
O check-list é o documento que norteia as atividades de auditoria durante
a coleta das evidências.

Análise da documentação: nesta etapa o auditor líder, juntamente com a


equipe auditora, realiza uma auditoria de adequação. Esta auditoria tem
o objetivo de analisar criticamente a documentação disponibilizada pelo
auditado e definir se a mesma atende aos critérios da auditoria solicitada. Na
documentação apresentada, devem estar contidos os registros do sistema
de gestão implementado, assim como os relatórios de auditorias anteriores.
O auditor pode analisar esta documentação nas instalações do auditado ou
na organização do auditor.
Plano de auditoria: após a realização da análise dos documentos, estando a
equipe de acordo, inicia-se o processo de planejamento da auditoria. Neste
processo, o auditor deve levar em consideração os impactos das atividades
sobre os processos do auditado. O auditor líder também deve fornecer a
base para o estabelecimento ou formalização de um acordo entre as partes
interessadas (cliente, equipe auditora e auditado), no tocante à condução
da auditoria. Este plano é um documento onde as atividades e arranjos
para o desenvolvimento de uma auditoria são descritas, devendo este ser
flexível. Ou seja, o plano de auditoria deve permitir que o processo possa ser
adequado diante de uma necessidade durante o progresso das atividades.

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A norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 23), apresenta os itens que devem estar contidos
em um plano de auditoria.

a) objetivos de auditoria;
 b) escopo da auditoria, incluindo identificação da organização e suas
funções, assim como os processos a serem auditados;
 c) critérios de auditoria e qualquer informação documentada de
referência;
 d) locais (físicos e virtuais), datas, tempo e duração estimados das
atividades de auditoria a serem conduzidas, incluindo reuniões com
a direção do auditado;
e) necessidade de a equipe de auditoria se familiarizar com as
instalações e processos do auditado (por exemplo, conduzindo uma
visita ao(s) local(is) físico(s) ou analisando criticamente tecnologia
de informação e comunicação);
 f) métodos de auditoria a serem usados, incluindo a extensão na qual
a amostragem de auditoria seja necessária para obter evidências
suficientes de auditoria;
 g) papéis e responsabilidades dos membros da equipe de auditoria,
assim como dos guias e observadores ou intérpretes;
 h) alocação de recursos apropriados, baseada na consideração
dos riscos e oportunidades relacionados às atividades que serão
auditadas.

A norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 24), também recomenda que ao desenvolver o
plano de auditoria, o auditor líder considere os seguintes itens, conforme apropriado.

— identificação do(s) representante(s) do auditado para a auditoria;


— idioma de trabalho e do relatório da auditoria, quando for diferente
do idioma do auditor ou do auditado, ou de ambos;
— tópicos do relatório de auditoria;
— arranjos de logística e comunicações, incluindo arranjos específicos
para os locais a serem auditados;
— quaisquer ações específicas a serem tomadas para abordar riscos
para se alcançarem os objetivos de auditoria e oportunidades que
surjam;
— assuntos relacionados à confidencialidade e segurança da
informação;
— quaisquer ações de acompanhamento de uma auditoria anterior
ou outra(s) fonte(s), por exemplo, lições apreendidas, análises críticas
de projeto;
— quaisquer atividades de acompanhamento para a auditoria
planejada;
— coordenação com outras atividades de auditoria, no caso de uma
auditoria conjunta.

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Qualquer situação que surja, segundo norma ISO 19011 (ABNT, 2018), ao longo do
processo de auditoria, deve ser tratada primeiramente entre o auditor líder, a equipe
auditora e o auditado. Somente em casos específicos, se necessário, a tratativa deve
incluir terceiros que gerenciam o processo de auditoria.
Conforme apresentado, vimos que o processo de planejamento das atividades de
auditoria tem uma série de considerações ou sugestão da norma ISO 19011, que
orientam um processo de auditoria sistematizado e que possibilita o alcance dos
objetivos de forma eficiente.

Isto está na rede


Checklist - Lista de Verificação

O vídeo apresenta a técnica para a elaboração de um checklist.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oP8yHD4a6hI>. Acesso
em: 04 de jun. 2020.

Isto acontece na prática


Planejamento das Atividades de Auditoria Interna na UFSC
Este artigo aborda o planejamento das unidades de auditoria interna que
integram o sistema de controle interno do Poder Executivo Federal junto
às instituições Federais de Ensino Superior (IFES). O objetivo deste artigo
é apresentar noções e instrumentos do planejamento das atividades nas
unidades de auditoria interna vinculadas às IFES. Neste sentido, apresenta-se
o embasamento normativo, as competências e as atividades das unidades
de auditoria interna.
Texto completo disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/
handle/123456789/75107/t0153.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso
em: 04 de jun. 2020,

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AULA 6
DESENVOLVENDO A AUDITORIA:
PARTE 2

Figura 12: Auditor de estoque


Fonte: https://br.freepik.com

Continuando o nosso estudo sobre o desenvolvimento da auditoria, veremos nesta


aula mais algumas etapas importantes, tais como a agenda da auditoria, os métodos
de auditoria a lista de verificação, e por fim, os benefícios da auditoria.

6.1 Agenda de Auditoria

Juntamente com o plano de auditoria, a equipe auditora deve elaborar uma agenda.
Esta agenda, segundo Mello (2002), precisa ser comunicada ao cliente da auditoria
com ao menos quinze dias antes da data marcada para a realização da auditoria. Este
documento deve conter os horários e o roteiro das áreas a serem auditadas. Desta
forma, o auditor pode garantir que os responsáveis pelas áreas estejam presentes no
horário marcado para acompanhar o processo. A agenda, assim como o planejamento
de auditoria, precisa ser flexível, pois pode sofrer alteração durante o processo. A agenda
de auditoria, segundo Cerqueira e Martins (2004), deve conter as seguintes informações:

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Datas de realização da auditoria;


Distribuição das atividades para cada auditor da equipe, conforme o horário e data
indicada. Áreas ou requisitos a serem auditados, paradas para alimentação, reuniões de
abertura e fechamento e dos trabalhos a serem desenvolvidos pela equipe de auditoria.
O Quadro 3 apresenta um exemplo de planejamento e agenda de auditoria.

LOGOTIPO DA EMPRESA PLANO DE AUDITORIA

Período da auditoria: ( X ) Programada


18/05/2020 e 19/05/2020 ( ) Extraordinária

Objetivo:
• Auditar o Sistema de Gestão da Qualidade da organização para avaliar o desempenho e
conformidade, conforme a norma ISO 9001:2015.

Documentos de Referência:
• Norma ISO 9001:2015
• Procedimentos, Especificações de produtos e processos, instruções de trabalho e
registros gerados durante o processo.

Requisitos de confidencialidade:
Os auditores se comprometem a tratar e manter as informações evidenciadas, de forma
a manter o sigilo das mesmas em todos os aspectos e formas, além de não permitir o
acesso às mesmas por terceiros não autorizados por esta organização.

Distribuição do Relatório:
A equipe auditora se compromete a entregar o relatório de auditoria ao RD da
organização até o 22/05/2020

Equipe de Auditoria:
Auditor(a) Líder: Juliano Moura
Auditor(a): Silvana Cristina

AGENDA DE AUDITORIA

Processo / Área Auditor Data e Hora

Reunião de Abertura: 18/05/2020 08:30 às 09:00 h

Qualidade Juliano Moura 18/05/2020 09:30 às 10:30 h

Estoque Silvana Ramalho 18/05/2020 10:30 às 12:00 h

Intervalo para o almoço: 18/05/2020 12:00 às 13:00 h

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Comercial Silvana Cristina 18/05/2020 13:00 às 14:00 h

Almoxarifado 18/05/2020 14:00 às 15:00 h

Produção 18/05/2020 15:00 às 17:00 h

Reunião de Auditores: 19/05/2020 9:30 às 12:00 h

Intervalo para o almoço: 18/05/2020 12:00 às 13:00 h

Reunião de Fechamento: 18/05/2020 13:30 às 14:30 h

Atenciosamente
Data: 01/05/2020

Auditor Líder: Juliano Moura Assinatura:_________________________________________

Quadro 3: Exemplo de Planejamento da auditoria


Fonte: Elaborado pelo autor.

6.2 Métodos de Auditoria

Durante a fase de preparação da auditoria é necessário que o auditor defina, com


base no escopo ou objetivo da auditoria, deve encontrar o melhor método para avaliar a
eficácia do sistema a ser auditado. Existem alguns métodos que podem ser utilizados
pelo auditor. Dentre os métodos disponíveis, três deles se destacam. São eles:
Investigação para frente: neste caso, o processo de auditoria é realizado
acompanhando o fluxo das atividades, ou seja, do início para o fim. Para visualizar
este processo, imagine a seguinte situação: o auditor quando audita o processo
de compras, esta busca evidências desde onde nasce o processo (solicitação de
compras) até a efetivação da compra. Entre estas duas fases ocorrem outras fases,
tais como a elaboração do pedido, escolha do fornecedor, cotação etc. Todas estas
fases são verificadas.
Investigação para trás (auditoria reversa): neste método, o auditor percorre o
caminho inverso ao fluxo, ou seja, percorre o caminho iniciando no setor de expedição
até chegar no pedido do cliente. Este método também pode ser aplicado no sistema
de produção quando se procura evidenciar os processos realizados e os registros
pertinentes a este processo. Assim, o auditor pode evidenciar quem, quando e onde
as operações foram realizadas e derivar para outras evidências, tais como o registro

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de treinamento do colaborador, registros de operações, calibração de instrumentos


de medição e testes etc.
Livre deslocamento: neste método os auditores são livres para auditar na ordem
que achar conveniente, ou seja, não existe um local específico para auditar.

Os métodos de rastreamento ou investigação podem ser orientados por


documentos ou por processos. Quando orientados por documentos, o
auditor deve verificar se tudo aquilo que os documentos prescrevem
está implementado. Quando orientados por processos, o auditor deve
verificar se todas as atividades que dizem respeito aos processos
estão sendo realizadas conforme estabelecido nos documentos
pertinentes” (CERQUEIRA; MARTINS, 2004, p. 50).

O auditor precisa estar atento aos fatos que dizem respeito e são importantes para o
sistema de gestão que está incumbido de auditar ou está auditando independentemente
do método escolhido.

6.3 Lista de Verificação

A lista de verificação ou checklist é um recurso utilizado pelo auditor, onde contém


questionamentos a serem respondidos durante o desenvolvimento da auditoria. Estas
questões são realizadas com base nos procedimentos estabelecidos pelo sistema de
gestão, ou seja, os auditores devem levar em consideração a realidade da organização
a ser auditada, bem como o escopo e o objetivo da auditoria. Esta ferramenta é de
grande valia para o auditor, pois é um documento que direciona o processo de auditoria,
além de ser um documento que auxilia na coleta dos dados, bem como possibilita a
geração de evidências objetivas. De um modo geral, a lista de verificação, se utilizada
de forma correta, serve além de um direcionador, como um plano de amostragem,
gerenciador de tempo.
A lista de verificação não é um documento que deve ser utilizado como um formulário
padrão, pois os processos de auditoria se alteram devido aos diversos sistemas de
gestão utilizados nas organizações. Um exemplo desta diversificação é auditoria em
um sistema de gestão ambiental, outro é a auditoria de um sistema de gestão da
qualidade, gestão de alimentos etc. Portanto, não se recomenda que o auditor utilize
listas padronizadas, mas sim, elabore a lista conforme o plano de auditoria desenvolvido
para cada organização.

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Vejamos um modelo de lista de verificação ou checklist apresentado no Quadro 4.

LISTA DE VERIFICAÇÃO DE AUDITORIA

Departamento /
Setor Auditado:

Data:

Setor:

Auditor:

Documento de
referência:

Item de
REQUISITOS
verificação

(nº tópico)

(nº subtópico) Situação Evidências

Questão: Conforme ______________________________________


() ______________________________________
______________________________________
Não ______________________________________
Conforme ______________________________________
() ______________________________________
______________________________________

Quadro 4: Modelo de lista de verificação


Fonte: Elaborado pelo autor

Com base no modelo apresentado no Quadro 4, vejamos um exemplo de elaboração


de uma lista de verificação no Quadro 5.

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LISTA DE VERIFICAÇÃO DE AUDITORIA

Departamento /
Administração
Setor Auditado:

Data: 05/05/2020

Setor: Diretoria

Auditor: Juliano Moura

Documento de
NBR ISO 9001:2015
referência:

Item de
Contexto da organização
verificação

Tópico 4. Contexto da organização

(nº subtópico) Questão Situação Evidências

Conforme
Há evidências de que a alta ( )
direção determina a política da
qualidade para a organização? Não Conforme
( )

Conforme
A alta direção acompanha o
( )
desempenho do sistema de
gestão através de análise crítica
Não Conforme
dos resultados?
4.1. Entendendo ( )
a organização e
seu contexto. Conforme
Há evidências documentadas ( )
de análises críticas avaliadas e
aprovadas pela alta direção? Não Conforme
( )

Conforme
Há evidências de que a alta
( )
direção provê condições para o
desenvolvimento de ações para
Não Conforme
melhoria do sistema de gestão?
( )

Quadro 5: Exemplo de elaboração da lista de verificação


Fonte: Elaborado pelo autor

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6.4 Benefícios do Planejamento

Cerqueira e Martins (2004) afirmam que o planejamento da auditoria é um grande


aliado do auditor, pois é através dele que as chances de obtenção de sucesso em um
processo de auditoria são ampliadas. Os autores ainda ressaltam alguns benefícios, tais
como, otimização do tempo de auditoria, proporciona ao auditor desenvolver uma atitude
profissional da auditoria, evidenciar as partes interessadas a seriedade e preparo para
a realização da auditoria, dar mais significância ao resultado da auditoria, proporciona
conclusões válidas e valiosas. Por fim, podemos concluir que o planejamento da etapa
de auditoria bem detalhado traz diversas vantagens para todo o processo, pois é a
base fundamental para que os resultados da auditoria sejam eficazes.

Isto está na rede


Como Fazer Boas Reuniões de Abertura e Encerramento

O propósito da reunião de abertura é a de apresentar os membros da


equipe auditora, esclarecer detalhes de condução da auditoria e confirmar a
disponibilidade de recursos e meios necessários para a realização da auditoria.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jidUj3IE5uI&t=62s>.
Acesso em: 05 de jun. 2020.

Isto acontece na prática


Planejamento das Atividades de Auditoria Interna na UFSC
Este trabalho trata do planejamento de auditoria, com seu enfoque voltado
não apenas para parte técnica da execução desta fase da auditoria, que
é tão importante ao desenvolvimento total dos trabalhos do auditor, mas
também com enfoque administrativo, financeiro e de mercado. Durante o
trabalho, serão vistos os principais aspectos do exercício desta atividade,
principalmente quando o auditor se depara com uma dúvida em relação à
correta formulação preliminar do planejamento, para apresentação de proposta
de preços objetivando a realização de serviços em determinado cliente.
Texto completo disponível em: <file:///C:/Users/julia/Desktop/ARTIGO%20-%20
PLANEJAMENTO%20DE%20AUDITORIA.pdf>. Acesso em: 05 de jun. 2020.

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AULA 7
INICIANDO A AUDITORIA

Figura 13: Auditando finanças


Fonte: https://br.freepik.com

Após todas as etapas de análise, programação, planejamento estarem concluídas,


dá-se início ao processo de auditoria propriamente dito. Ou seja, a auditoria passa do
processo teórico para o processo prático. Veremos nesta aula a reunião de abertura
e a condução e avaliação da auditoria.

7.1 Reunião de Abertura

A reunião de abertura é a primeira atividade da agenda de auditoria e é realizada.


Nesta reunião é exposto às partes interessadas a forma como será conduzido o
processo de auditoria. A reunião de abertura também tem o objetivo de apresentar a
equipe auditora, confirmar o acordo de toda a equipe com o plano de auditoria, além
de garantir que as atividades definidas no plano de auditoria sejam todas realizadas.

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Anote isso
A reunião de abertura é a primeira atividade da agenda de auditoria e é
realizada. Nesta reunião é exposto às partes interessadas a forma como
será conduzido processo de auditoria.

Durante a reunião é importante que o diretor da organização esteja presente, pois


é ele quem irá garantir que o processo de auditoria transcorra conforme o planejado.
Também é importante que os responsáveis pelas áreas e processos que serão
auditadas estejam presentes. Assim, as partes podem tirar suas dúvidas quanto ao
desenvolvimento das atividades, além de evitar informações cruzadas que possa
prejudicar o desenvolvimento da auditoria.
Conforme a norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 26), no item 6.4.3, convém que
sejam confirmados:

— objetivos, escopo e critérios de auditoria;


— plano de auditoria e outros arranjos pertinentes com o auditado,
como data e horário da reunião de encerramento e de quaisquer
reuniões intermediárias entre a equipe de auditoria e a direção do
auditado e qualquer(quaisquer) mudança(s) necessária(s);
— canais formais de comunicação entre a equipe de auditoria e o
auditado;
— idioma a ser usado durante a auditoria;
— que o auditado será mantido informado do progresso da auditoria
durante a auditoria;
— disponibilidade dos recursos e instalações necessárias pela equipe
de auditoria;
— assuntos relacionados à confidencialidade e segurança da
informação;
— arranjos pertinentes de acesso, saúde e segurança, segurança,
emergência e outros arranjos para a equipe de auditoria;
— atividades no local que possam impactar a condução da auditoria

O grau de detalhamento da auditoria deve ser consistente com a familiaridade do


auditado quanto ao desenvolvimento do processo. Como um exemplo, considere a
seguinte situação: uma empresa que já possui um sistema implementado e passa por
auditorias internas por vários anos. Neste caso, a empresa é experiente e já possui um
sistema de gestão maduro e bem estruturado. Assim, a reunião de abertura, segundo

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a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), pode ser realizada somente para informar o início
da auditoria, pois o plano de auditoria já foi distribuído a todas as partes interessadas
antecipadamente. Contrário ao exemplo dado existem outras auditorias em que, devido
a abrangência e complexidade dos processos desenvolvidos pela organização, a reunião
de abertura deve ser realizada formalmente e os registros dos participantes mantidos.
Nas auditorias de certificação ou auditorias de terceira parte é comum que os
auditores esclareçam os graus de não conformidades, a dinâmica da certificadora
para as contestações das não conformidades, critérios estabelecidos para follow-up,
relatórios, termo de confidencialidade, entre outros.

7.1.1 Pauta de reunião de abertura

A pauta de reunião de abertura é uma prática comum utilizada, pois é este documento
formal que faz com que a reunião seja delimitada e não se perca o foco do tema
proposto. De acordo com Cerqueira e Martins (2004), o auditor líder deve estabelecer
uma pauta para a reunião de abertura contendo:
Apresentações: o objetivo é apresentar a equipe auditora e dar oportunidade aos
demais participantes da reunião que fazem parte da organização, tais como, gerentes,
supervisores e direção.

• Propósito: neste ponto o auditor líder explica o objetivo, escopo e critérios de


auditoria adotados.
• Agenda da auditoria: o auditor líder deve confirmar o programa de auditoria,
a data e período de duração para a reunião de encerramento ou reuniões
que porventura possam ocorrer ao longo do processo, além de verificar as
necessidades de ajustes na agenda, tais como uma ampliação ou dependendo do
caso até uma possível redução de tempo, prazo de encerramento etc.
• Arranjos gerais: na reunião devem ser combinados arranjos pertinentes à
organização auditada, tais como almoço, instalações de trabalho (sala, mesa,
cadeira, pontos de energia, internet), recursos necessários para a equipe de
auditoria (computador, internet), indicação de acompanhantes (pessoa que
conhece a empresa e pode direcionar o auditor nas áreas auditadas).
• Informações e confirmações: prestar ao auditado todas as informações que
lhe são pertinentes e confirmar as condições descritas no plano de auditoria.
• Perguntas: abrir espaço para que os participantes da reunião possam
fazer perguntas. Assim, garante-se que não haja dúvidas, e sim, o completo
entendimento de como será executada a auditoria.

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Portanto, como podemos observar, a reunião de abertura deve ser realizada de forma
que sejam esclarecidas todas as dúvidas, discutidas todas as etapas e confirmadas
todas as atividades e diretrizes para a realização do processo de auditoria. A reunião
de abertura deve ser entendida como uma atividade importante para que sejam
minimizadas as tensões e preocupações do auditado.

7.2 Condução e Avaliação da Auditoria

Após o encerramento da auditoria de abertura é o momento em que os auditores


se dirigem para os locais que serão auditados. Neste caso é dado início ao processo
de auditoria, ou seja, a realização de um exame cuidadoso e sistemático através de
uma metodologia de coleta de dados ou informações que se baseia em evidências
objetivas ou imparciais para fornecer subsídios para verificação da eficácia do sistema
de gestão das organizações. Nesta etapa da auditoria o auditor deve utilizar a lista
de verificação elaborada.
A pedido do auditor líder, guias e observadores podem acompanhar o processo
de auditoria nas áreas, porém são facilitadores do processo e não devem interferir
no processo. Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 25), são atribuídas
responsabilidades. São elas:

a) auxiliar os auditores na identificação de pessoas para participar


de entrevistas e na confirmação de horários e locais;
 b) arranjar acesso aos locais específicos do auditado;
 c) assegurar que as regras relativas aos arranjos para acesso
específicos do local, saúde e segurança, meio ambiente, segurança,
confidencialidade e outras questões sejam conhecidas e respeitadas
pelos membros da equipe de auditoria e observadores, e que quaisquer
riscos sejam abordados;
d) testemunhar a auditoria em nome do auditado, quando apropriado;
 e) fornecer esclarecimento ou auxiliar na coleta de informação,
quando necessário.

A equipe auditora, independentemente de se ter guias para auxiliar no processo de


auditoria, deve coletar a evidências e registrá-las. Neste caso, as evidências podem ser
registros, apresentação de fatos ou outras informações que digam respeito aos objetivos,
escopo e aos critérios de auditoria. Também podem ser coletadas informações relativas

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às interfaces entre as funções, atividades e processos realizados ou desenvolvidos


na organização, através de amostragens.
A escolha das fontes de informações pode variar conforme a complexidade e o
escopo da auditoria. Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 48), a escolha do
auditor pode ser:

a) entrevistas com empregados e outras pessoas;


b) observações de atividades e do ambiente de trabalho e condições
ao redor;
c) informação documentada, como políticas, objetivos, planos,
procedimentos, normas, instruções, licenças e permissões,
especificações, desenhos, contratos e ordens de compra;
d) registros, como registros de inspeção, atas de reuniões, relatórios
de auditoria, registros de programa de monitoramento e os resultados
de medições;
e) sumários de dados, análises e indicadores de desempenho;
f) informação sobre os planos de amostragem do auditado e sobre
quaisquer procedimentos para o controle de amostragem e processos
de medição;
g) relatórios de outras fontes, por exemplo, feedback de clientes,
medições e pesquisas externas, outra informação pertinente de
partes externas e classificações de fornecedores externos;
h) base de dados e sites;
i) simulação e modelagem.

Dentre as fontes de informação citadas pela norma ISO 19011, a mais utilizada e
a mais importante é a entrevista, pois nesta forma, o auditor entra em contato direto
com as pessoas que estão envolvidas nas áreas e atividades que fazem parte do
escopo da auditoria. Assim, a qualidade da informação é superior àquelas que se
obtém simplesmente de forma documental, ou seja, é a informação do que realmente
ocorre na prática.

Anote isso
A escolha das fontes de informações pode variar conforme a complexidade
e o escopo da auditoria.

É importante salientar que durante a condução da auditoria, anotar as informações


é crucial para posterior análise e redação do relatório de auditoria, bem como

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eventuais discussões com a equipe auditora em relação a uma determinada situação


observada. Com base na necessidade de anotações, para a realização do processo
de auditoria, segundo Cerqueira e Martins (2004), é necessário que o auditor tenha
três tipos de habilidades:

• Mecânicas: permitem que o auditor pergunte, ouça, observe e anote o que


evidenciou;
• Técnicas: permitem ao auditor conduzir o processo de auditoria de forma
adequada;
• Emocionais: garantem a estabilidade psicológica e emocional do auditor
quando submetido às diferentes situações da auditoria.

7.3 Constatações da Auditoria

No decorrer das atividades de auditoria, as evidências devem ser avaliadas conforme


os critérios estabelecidos e, dessa forma, se obtenha as suas constatações. Uma
constatação de auditoria pode apresentar uma conformidade ou não conformidade,
assim, o auditor deve registrar todas as constatações, incluindo as evidências de
auditoria que as sustentem. A Figura 14 apresenta o fluxo para a condução e avaliação
da auditoria.

Figura 14: Condução de avaliação da auditoria


Fonte: Adaptado de Cerqueira e Martins (2004, p. 64)

Um exemplo de constatação pode ser dado com base em uma entrevista, onde
o auditor, ao questionar o colaborador sobre a importância da realização do registro

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para o sistema de gestão e conformidade do processo estabelecido, este não sabe


responder. A norma ISO 9001 (ABNT, 2015), por exemplo, no item 7.2 (b), determina
que a empresas devem “assegurar que essas pessoas sejam competentes, com base
em educação, treinamento ou experiência apropriados”.
Dados e fatos, embora não justifiquem a constatação de uma não conformidade
durante uma auditoria, também precisam ser registradas pelo auditor como uma
observação, pois esta pode vir a ser transformada em uma não conformidade no
futuro, assim o auditor possibilidade de prevenir quanto à ocorrência de problemas
(CERQUEIRA; MARTINS, 2004).

Isto está na rede


Auditorias ambientais: Constatações da auditoria
As informações coletadas através de entrevistas devem ser verificadas e
checadas por informações de apoio provenientes de fontes independentes,
como observações realizadas, registros e resultados de medições
documentadas e aferidas. Os auditores devem identificar as declarações
não passíveis de verificação.
Leia o texto completo disponível em: <https://www.ecodebate.com.
br/2013/08/20/auditorias-ambientais-constatacoes-da-auditoria-artigo-de-
roberto-naime/>. Acesso em: 06 de jun. 2020.

Isto acontece na prática


Há uma discrepância de valor entre o que é entregue pela auditoria interna
e o que a empresa necessita, aponta KPMG.
As auditorias internas podem não estar entregando resultados que não estão
necessariamente de acordo com o que as organizações esperam. Essa é a
principal conclusão do estudo “A busca de valor por meio da auditoria interna”
realizado pela KPMG com empresas do mundo todo, inclusive do Brasil. As
constatações da pesquisa chamam a atenção para uma discrepância de
valor entre o que os presidentes dos comitês de auditoria e os diretores
financeiros identificam como prioridades e o que eles estão recebendo da
área de auditoria interna.
Leia o texto completo disponível em: < https://www.segs.com.br/seguros/54063-
ha-uma-discrepancia-de-valor-entre-o-que-e-entregue-pela-auditoria-interna-e-
o-que-a-empresa-necessita-aponta-kpmg>. Acesso em: 06 de jun. 2020.

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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AULA 8
AUDITORIA NA PRÁTICA: PARTE 1

Figura 15: Auditando armazém


Fonte: https://br.freepik.com

Ao dar início no processo de auditoria, após a realização dos protocolos de início e


a equipe auditora se deslocar para as áreas a serem auditadas, inicia-se o processo de
verificação e coleta de evidências para confrontar o sistema de gestão implementado.
Nesta fase, o auditor poderá se deparar com algumas situações, que em muitas vezes
chegam a ser inusitadas quando aborda um colaborador, tais como as desculpas,
esquivo, crises de nervosismo, ansiedade etc., aos quais chamamos de “Problemas
Comportamentais”. Além disso, o auditor poderá evidenciar não conformidades que
decorrentes do não atendimento aos requisitos estabelecidos no escopo e objetivos
da auditoria. Veremos nesta aula algumas destas situações inusitadas e a forma de
tratativa das não conformidades.

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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8.1 Problemas Comportamentais

O ser humano, de um modo geral, ao saber que será avaliado, altera o seu estado
psicológico. Uma avaliação faz com que as pessoas se sintam receosas e apreensivas,
e por isso, podem criar algumas barreiras em relação ao processo de auditoria. Estas
barreiras, quando criadas, causam problemas ao auditor durante a coleta de dados,
pois o auditado pode distorcer as informações e/ou omitir pontos importantes.
Para Bombana (2010), o ambiente que se forma na organização e o clima psicológico
durante o processo de auditoria se torna pesado. As pessoas acham que o auditor
está ali para fazer críticas e apontar quanto ao esquema de trabalho estabelecido por
ele, além de muitas vezes, achar que se trata de uma ação policial que tem o objetivo
de puni-los pelos erros cometidos. Por isso é importante que a organização como um
todo, deve estar ciente do processo de auditoria, bem como das consequências de
um resultado insatisfatório de auditoria, pois um resultado ruim pode prejudicar as
relações comerciais estabelecidas.
Neste sentido, segundo Bombana (2010), o grupo de auditor tem a tarefa de remover
a barreira natural criada pelos colaboradores, que através da distorção ou omissões
de pontos importantes da auditoria, torna difícil a coleta de informações e/ou dados.

Anote isso
O grupo de auditor tem a tarefa de remover a barreira natural criada pelos
colaboradores (BOMBANA, 2010).

Bombana (2010, p. 10) apresenta alguns dos problemas comportamentais mais


comuns e sugestões de proposta de solução para cada um dos problemas, conforme
apresentado no Quadro 6.

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Problema Detecção Solução

Auditados, tendo em vista o


Esclarecer amplamente, na reunião
Associação desconhecimento dos objetivos,
preliminar, reunião de abertura e em todas
da auditoria a passam a procurar responsáveis
as outras oportunidades possíveis, os
Sindicância pelas não conformidades, visando
objetivos da auditoria.
eventual punição.

Verificar, em outros momentos, a


Auditados propositadamente se
disponibilidade dos documentos e
esquecem de prover documentos
Amnésia informações solicitadas. Lembrar ao
e informações solicitadas
auditado que existem informações e
anteriormente.
documentos ainda por serem vistos.

Informar previamente o real objetivo da


auditoria. Evitar a presença de grupos
Auditados, tendo em vista o numerosos durante as entrevistas
desconhecimento dos objetivos, ficam com o pessoal executante em face da
Pânico descontrolados emocionalmente, possibilidade de intimação do entrevistado
temendo consequências e deixando (esse tipo de problema é mais comumente
de conhecer informações confiáveis. observado em níveis hierárquicos inferiores,
principalmente quando a alta administração
da organização estiver presente).

Repassar os objetivos da auditoria,


informar que eventuais dúvidas poderão ser
Reversão da Auditados, por motivos diversos,
analisadas posteriormente e redirecionar os
Auditoria passam a questionar os auditores.
trabalhos, visando ao prosseguimento da
auditoria.

Procurar conscientizar os auditores da


Auditados apresentam-se indiferentes
Apatia importância do trabalho a ser realizado e da
as constatações observadas.
dependência de todos para o sucesso global.

Separar criteriosamente dos reais


objetivos da mensagem as aspirações
Auditados, aproveitando a pessoais, visando a uma análise imparcial,
oportunidade da auditoria, passam a ponderando as informações colidas
questionar a sua própria organização, e evitando assim a polarização da
Antagonismo
atacando posições quanto à discussão. Em alguns casos, este tipo de
Interno
prioridade de metas e de métodos discussão pode propiciar benefícios para
assumidos por órgãos ou pessoas da a organização, porém deve der preservado
organização. o cumprimento dos objetivos da auditoria,
deixando a polêmica para o âmbito interno
da organização.

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Enfatizar para que o cumprimento total


do programa da auditoria é necessário
Auditados passam a ter uma atitude
ater-se somente as perguntas que estão
e excessivamente explicativa, para
Busca de sendo formuladas e que posteriormente
as não conformidades detectadas,
Justificativa as causas das não conformidades deverão
procurando desculpas para cada
ser discutidas pelos auditados. Salientar
uma delas.
que não se está procurando culpados, nem
justificativas.

Auditados passam a buscar


Apontar claramente a falha do sistema,
Busca de outros responsáveis para as falhas
através da análise detalhada do problema e
Responsáveis detectadas, que estão sob sua
não procurar definir responsáveis.
responsabilidade.

Procurar, em primeira instância,


conscientizar os auditados através de
Auditados, por não apresentarem o
exemplos de fatos incontestáveis, que
perfil compatível com a função que
demonstrem sua colocação imprópria.
Falta de exercem ou por não se engajarem
Permanecendo a situação, prosseguir a
Motivação na abordagem sistêmica, passam a
auditoria desconsiderando a atitude do
boicotar, ridicularizar ou questionar os
auditado, mantendo-se calmo e tratando o
objetivos da avaliação.
assunto profissionalmente, sem entrar em
polêmicas.

Manter-se calmo, tratando o assunto


profissionalmente e procurando, em
primeira instância, esclarecer que se
Auditados, por apresentarem uma trata de um trabalho conjunto auditor e
postura provocativa e agressiva em auditado com interesse e concordância
Refratariedade
relação aos métodos da auditoria, da própria organização e que os fatos a
dificultam a coleta de informações. serem levantados são inerentes ao sistema
da Qualidade. Caso haja persistência no
comportamento do auditado a interrupção
da auditoria pode até ser considerada.

Auditados oferecem,
disfarçadamente ou até mesmo
claramente, recompensas, a fim de Recusar qualquer tentativa de suborno.
Tentativa de
que o conteúdo do relatório seja Reportá-la e notificar a organização auditora
Suborno
modificado com relação as não- sobre o ocorrido.
conformidades detectadas e ao
parecer final da auditoria.

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Auditados estão preparados para O auditor deve controlar-se de forma a não


responder e demonstrar atividades que alterar sua atuação pelo desconforto da
não executam total ou parcialmente. situação. Enfatizar que o programa deve
Algumas evidências podem ser: ser cumprido totalmente ater-se somente
às perguntas formuladas. Caso haja
a) receber e manter os auditores em persistência no comportamento, assumir
uma sala de reunião; posições mais firmes.
Contra-Auditoria b) exemplos ou evidências objetivas
(ocorre com rapidamente a mão destacada de a) enfatizar a necessidade de ser feita uma
mais frequência outras (amostras pré-determinadas); avaliação na área;
em auditorias c) interrupções de elementos externos b) solicitar outras evidências objetivas e
externas) a auditoria; escolher ao acaso a amostra desejada;
d) auditados, intencionalmente c) ponderar que a auditoria foi marcada com
ou não, procuram neutralizar a antecedência e que todos já deveriam estar
sequência da avaliação através de um cientes;
posicionamento prolixo³ ou conversar d) informar ao auditado que, se o tempo não
sobre assuntos não relacionados a for suficiente, será necessário ampliá-lo;
auditoria; e) solicitar a presença de um outro
e) ausência de acompanhante. acompanhante.

Quadro 6: Problemas comportamentais e possíveis soluções


Fonte: Bombana (2010, p. 10)

A fim de eliminar ou minimizar os problemas apresentados, a equipe de auditoria


tem a responsabilidade de quebrar as barreiras deixando claro que o processo de
auditoria não tem a intenção de punir ou penalizar as pessoas responsáveis pelas
eventuais falhas evidenciadas, mas apontar o problema de forma que seja corrigido
e proporcione a melhoria contínua do sistema de gestão.

8.2 Não Conformidade

Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), não conformidade é “não atendimento de
um requisito”. Assim, para o processo de auditoria, uma não conformidade é evidenciada
quando um requisito é imprescindível e necessário para o processo não é atendido.
O auditor, ao evidenciar uma não conformidade durante a auditoria, deve, além
de registrar, comunicar o auditado imediatamente para obter sua compreensão e
reconhecimento das evidências e evitar qualquer problema futuro quanto às dúvidas
que possam surgir sobre o problema. Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018,
p. 6), convém que: “os obstáculos significativos encontrados durante a auditoria e
não resolvidos por divergência de opiniões entre a equipe de auditoria e o auditado
sejam reportados”.

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Anote isso
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), não conformidade é “não
atendimento de um requisito”.

Um ponto importante durante a realização do processo de auditoria, alguns cuidados,


segundo Insight Gestão (2010), devem ser observados, tais como:

• Descrever o problema de forma clara, contendo todas as informações


necessárias, utilizando os termos estabelecidos no padrão de auditoria cujo
critério está sendo descumprido;
• Declarar as evidências objetivas coletadas. Neste caso, o auditor jamais
deve confundir as evidências com as não conformidades decorrentes, pois as
evidências são os dados que justificam as não conformidades;
• O auditor deve indicar o requisito e/ou a documentação, que justifica a não
conformidade por meio das evidências de auditoria.

Não conformidades podem ser classificadas dependendo do


contexto da organização e de seus riscos. Esta classificação pode ser
quantitativa (por exemplo, de 1 a 5) e qualitativa (por exemplo, menor
e maior). Convém que elas sejam analisadas criticamente com o
auditado para obter reconhecimento de que a evidência de auditoria é
exata, e que as não conformidades são entendidas. Convém que todo
o empenho seja feito para resolver quaisquer opiniões divergentes
relativas às evidências ou constatações de auditoria. Convém que
questões não resolvidas sejam registradas no relatório de auditoria.
Convém que a equipe de auditoria se reúna como necessário para
analisar criticamente as constatações de auditoria em estágios
apropriados durante a auditoria. (ISO 19011, ABNT, 2018).

O Quadro 7 apresenta um exemplo de registro de não conformidade.

Descrição da não conformidade: Norma ISO 9001:2015. Item 9.2.2 - A


organização deve: f) reter informação documentada como evidência da
implementação do programa de auditoria e dos resultados de auditoria.

Evidência: o gestor do sistema da qualidade não apresentou registros dos


resultados de auditorias anteriores.

Quadro 7: Registro de uma não conformidade


Fonte: Elaborado pelo autor

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Cerqueira e Martins (2004), conforme o julgamento do auditor, as não conformidades


podem ser classificadas como:

• Tipo 1 (maiores): este tipo evidencia a quebra do sistema de gestão devido


o não atendimento de um determinado requisito específico ou quando não se
realiza o que está estabelecido em procedimentos implementados.
• Tipo 2 (menores): este tipo de não conformidade é dado quando se evidencia a
falta de eventuais instruções que se façam necessárias, ou falhas ocasionadas nos
procedimentos auditados, porém quando não há impacto no produto ou processo.
• Tipo 3 (observação): neste tipo de não conformidade, as evidências estão
relacionadas a ocorrência de falhas esporádicas no sistema de gestão, que
necessitem de atenção. Este tipo não configura uma não conformidade sistêmica,
são consideradas potenciais.

Quadro 8 apresenta um exemplo de classificação de não conformidade.

PROCESSO/ AVALIAÇÃO
DESCRIÇÃO DA NÃO REQUISITO
ÁREA AUDITADA DA NÃO
CONFORMIDADE DESCUMPRIDO
(ONDE) CONFORMIDADE

1 - Não existe registro Item 9.2 (Auditoria


de auditorias anteriores da Qualidade) da ISO Qualidade Maior
documentado 9001:2015.

2 - O PR 05 –
Procedimento de
Item 7.5 (Informação
Auditoria da Qualidade
documentada) da ISO Qualidade Menor
na revisão nº 03, quando
9001:2015.
a revisão atual está na
nº 04.

3 - Foram apresentados
vários indicadores que Item 10.3 (Melhoria Observação
evidenciam a melhoria do contínua) da ISO Qualidade (As metas devem
sistema de gestão abaixo 9001:2015. ser reavalidas).
dos índices estabelecidos

Quadro 8: Exemplo de tipos de auditoria


Fonte: Elaborado pelo autor

Destaca-se que a classificação das não conformidades não é obrigatória em


diferentes categorias. A organização, neste sentido, tem a liberdade para adotar o critério
que melhor atenda suas necessidades. Cerqueira e Martins (2004) recomenda que os
critérios para julgar as não conformidades estejam estabelecidas nos procedimentos
que padronizam as atividades de auditoria. A determinação dos critérios evita que

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os auditores se utilizem de critérios próprios e julgue a não conformidade segundo


sua percepção.
É importante que todas as não conformidades evidenciadas estejam registradas
no relatório final de auditoria, de forma que o auditado possa tratá-las por meio de
ações corretivas.

Isto está na rede


O que é não conformidade? Como tratar uma NC?
Artigo disponível em: <https://certificacaoiso.com.br/o-que-e-nao-
conformidade/>. Acesso em: 06 de jun. 2020.

Isto acontece na prática

Análise das causas de não conformidades em auditorias internas: estudo


de caso em uma construtora de Fortaleza – CE

A partir da necessidade de melhoria contínua por parte das empresas, os


Sistemas de Gestão da Qualidade revelam-se uma alternativa importante.
Contudo, utilizar corretamente esse instrumento é condição fundamental
para que se obtenham resultados eficazes. As auditorias internas são
ótimas oportunidades de aperfeiçoamento do sistema de gestão da
qualidade e de aprendizado. Este estudo tem como objetivo identificar
as não conformidades mais recorrentes nas auditorias internas de uma
construtora com sede em Fortaleza.
Texto completo disponível em: <http://www.aprepro.org.br/conbrepro/2017/
down.php?id=3249&q=1>. Acesso em: 06 de jun. 2020.

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AULA 9
AUDITORIA NA PRÁTICA: PARTE 2

Figura 16: Analisando documento


Fonte: https://br.freepik.com

Ainda falando de não conformidades, vejamos um exemplo de relatório de não


conformidade.

LOGOMARCA RELATÓRIO DE NÃO CONFORMIDADE

N. Emissor: Data: ____/____/_______

               

ORIGEM DA NÃO CONFORMIDADE

( x) Processo (x ) Reclamação ( x) Auditoria interna  

( ) Auditoria Externa  

( x) Fornecedor (x ) Cliente  

Local: Setor:  

               

DESCRIÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE

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Descrição:  

Nome do Auditor: _________________________________  

   

Análise da Não Conformidade:  

   

Nome do Responsável:_____________________________ Data:  

Ass: ___________________________________________ ____/____/_______

               

AÇÃO CORRETIVA

Data:   Responsável   Prazo para conclusão:

____/____/_______ ________________________ ____/____/_______

   

Aceite da Ação  

( x) Sim ( x) Não N. da Ação Corretiva: Data:  

Nome do Auditor: _______________________ _________ ____/____/_______

Ass. Auditor: ____________________________  

               

ANÁLISE DA AÇÃO CORRETIVA

   

Disposição final:  

Nova (x ) Sim
( x) Satisfatório (x ) Insatisfatório –  
Ação: ( x) Não

   

Nome do Responsável: ________________________________________ Data:  

Ass: _________________________________________________________ ____/____/_______

               

Quadro 9: Modelo de Relatório de Não Conformidade


Fonte: Elaborado pelo autor

Podemos observar que o relatório de não conformidade é um registro que possui uma
série de informações importantes para posterior análise e controle da ação corretiva. É
importante dizer que este é só um modelo, podendo a empresa desenvolver um modelo

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próprio, desde que contenha informações que descrevam as não conformidades e


ações corretivas, bem como datas e responsabilidades para responder pelo registro das
ações de emissão, desenvolvimento de conclusão do relatório de não conformidade. A
seguir serão descritas as etapas de desenvolvimento do relatório de não conformidade
apresentado no Quadro 9.
Primeiramente deve-se indicar o número do relatório de não conformidade, a pessoa
que emitiu o relatório e a data em que este foi emitido.
Origem da Não Conformidade: neste campo indicado onde foi evidenciada a
não conformidade.
Descrição da Não Conformidade: neste campo deve-se informar o que levou a não
conformidade, ou seja, qual o motivo que levou à emissão da não conformidade, ou
seja, a evidência observada pelo auditor. A análise das causas que originaram a não
conformidade. Por exemplo:

• Descrição da não conformidade – Quebra de ferramenta durante o processo.


• Análise da não conformidade – A quebra da ferramenta ocorreu devido a
parametrização do equipamento durante a realização do setup.

Ação Corretiva: neste campo, deve ser descrita a ação a ser tomada para corrigir a
não conformidade evidenciada. Veremos as ações corretivas com maior profundidade
em outra aula.
Análise da Ação Corretiva: após a conclusão da ação corretiva, o responsável deve
fazer uma análise dos resultados e sinalizar se a ação foi ou não satisfatória, ou seja,
se as ações resultaram na resolução do problema ou se necessita de nova ação para
que este seja resolvido.
Como podemos ver, a organização das atividades proporciona à empresa e equipe
auditora, visualizar todas as fases de resolução de uma não conformidade. É importante
que se mantenha o registro documentado de todas as ações realizadas, bem como
os resultados das análises. Ao finalizar a explanação e apresentação de um modelo
para servir de referência de um relatório de não conformidade, passemos para as
fases seguintes do desenvolvimento da auditoria.

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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9.1 Reunião da Equipe de


Auditoria

Esta reunião ocorre no momento


em que se encerra a fase de coleta de
evidências. A equipe auditora, em posse
das evidências, se reúne para discutir
os resultados das observações que Figura 17: Reunião de equipe
Fonte: https://pixabay.com

fizeram durante a visita aos setores da


organização. Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), esta reunião tem o objetivo de:

a) analisar criticamente as evidências da auditoria e qualquer outra informação


coletada em relação aos objetivos de auditoria;
b) acordar sobre as conclusões de auditoria, devendo levar em consideração
as incertezas pertinentes ao processo; levando em conta a incerteza inerente ao
processo de auditoria;
c) se aplicado, preparar recomendações;
d) definir o acompanhamento de auditoria.

Assim, esta reunião busca, além de avaliar os resultados, os auditores definem os


pontos que serão abordados com o auditado na reunião de encerramento da auditoria.

9.2 Reunião de Encerramento

Após a reunião da equipe auditora é necessário que seja realizada uma reunião
para que os pontos observados durante a auditoria sejam apresentados. Estes postos
são as evidências e as conclusões resultantes da auditoria. Nesta reunião também é
possível que sejam negociados, junto ao auditado, o prazo para a realização e entrega
dos resultados das ações relativas às suas constatações.

Figura 18: Resultados da auditoria


Fonte: https://pixabay.com

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Podem participar desta reunião, além da equipe de auditoria e do auditado, os


responsáveis pelas áreas ou processos que foram auditados, assim como o cliente da
auditoria entre outras partes. O responsável por presidir a reunião de encerramento é o
auditor líder. Além disso, o auditor líder deve evidenciar os pontos positivos e agradecer
o apoio do auditado, apresentar as constatações da auditoria, deixar claro para os
auditados que a auditoria é um processo que constitui a avaliação por amostragem
e que existem incertezas quanto às conclusões (CERQUEIRA; MARTINS, 2004).
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), é importante que o grau de detalhamento
durante a reunião de encerramento leve em consideração a eficácia do sistema de
gestão, incluindo o contexto, riscos ou oportunidades, de forma que os objetivos do
auditado sejam alcançados. Além disso, também é importante que seja considerada
a familiaridade do auditado como o processo de auditoria, e assim, o nível correto de
detalhamento seja fornecido a todos os participantes.

Anote isso
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), é importante que o grau de
detalhamento durante a reunião de encerramento leve em consideração a
eficácia do sistema de gestão, incluindo o contexto, riscos ou oportunidades,
de forma que os objetivos do auditado sejam alcançados.

Na reunião de encerramento, segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 31),


convém que o auditor líder explique ao auditado o seguinte:

 a) aviso de que a evidência de auditoria coletada foi baseada em uma


amostragem da informação disponível e que não é necessariamente
totalmente representativa da eficácia global dos processos do
auditado;
 b) método de relatar;
 c) como convém que a constatação de auditoria seja abordada no
processo acordado;
 d) possíveis consequências de não abordar suficientemente as
constatações de auditoria;
 e) apresentação das constatações e conclusões de auditoria, de uma
maneira que elas sejam entendidas e reconhecidas pela direção do
auditado;

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f) quaisquer atividades pós-auditoria relacionadas (por exemplo,


implementação e análise crítica de ações corretivas, abordagem de
reclamações de auditoria, processo de apelação).

É importante que na reunião de encerramento não fique nenhuma divergência que


seja relativa às constatações ou constatações da auditoria entre a equipe auditora
e o auditado. Se houverem, estas devem ser discutidas e, se possível, resolvidas. O
auditor líder também deve enfatizar que as oportunidades de melhorias apresentadas
não têm caráter restritivo, podendo ser ou não implementadas (ABNT, 2018).

Anote isso
É importante que na reunião de encerramento não fique nenhuma divergência
que seja relativa às constatações da auditoria entre a equipe auditora e
o auditado.

Para auxiliar na condução da reunião de encerramento, Cerqueira e Martins (2004)


recomendam que seja utilizada uma pauta contendo os itens descritos a seguir:

Apresentação: o auditor líder deve reapresentar a equipe de auditores à alta


direção e aos demais participantes da reunião;
Cumprimentos: neste ponto o auditor líder deve se dirigir aos participantes e
reconhecer a hospitalidade e a atitude de todos em relação à participação e
colaboração no decorrer do processo de auditoria;
Visão geral: o auditor deve indicar as áreas livres de problemas e as áreas de
interesse;
Ação corretiva: o auditor deve obter dos participantes a concordância formal
para as ações corretivas que foram solicitadas. O auditor deve estar preparado
para a discussão das questões;
Recomendações: durante a reunião o auditor deve avisar ao auditado sobre
suas recomendações ao cliente e formalizando também a sua visão quanto as
possíveis melhorias para o sistema de gestão;
Perguntas: o auditor tem que estar preparado para negociar qualquer dúvida ou
interesse.

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Com base no que foi apresentado nesta aula, podemos ver o quanto é importante
a reunião de encerramento para o esclarecimento dos apontamentos feitos durante
o processo de auditoria. O grau de detalhamento da reunião de fechamento deve
estar de acordo com o conhecimento do auditado em relação à auditoria. Em uma
auditoria interna, a reunião de fechamento requer menos formalidade, isto quer dizer
que a reunião é feita somente para que seja feita a comunicação das constatações e
conclusões às partes interessadas ou aos clientes da auditoria. Em outros casos, as
reuniões são realizadas de maneira formal com elaboração de atas para registrar os
assuntos abordados e das pessoas presentes.

Isto está na rede

RISCOS E OPORTUNIDADES NA ISO 9001

Abordagens adotadas no Sistema de Gestão da Qualidade para atender ao


novo requisito 6 da Norma ISO 9001:2015.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JQjpSKchJ0w>. Acesso
em: 08 de jun. 2020

Isto acontece na prática


Encerramento da auditoria ISO 9001:2015
A reunião de encerramento da auditoria para certificação do Daae na Norma
ISO 9001:2015 foi realizada, com a participação do superintendente do Daae,
Donizete Simioni, da Diretoria, e dos integrantes do Sistema de Gestão da
Qualidade e do Comitê de Qualidade, nesta quarta-feira (8), no auditório da
autarquia.
Na oportunidade, a auditora Madalena Rath, da ABS – Quality Evaluations,
explicou que será elaborado um relatório a ser apresentado à empresa
certificadora e agradeceu a hospitalidade e a acessibilidade a todas as
áreas auditadas. “Mais uma vez os servidores auditados mostraram-se
disponíveis”, disse.
Texto completo disponível em: <http://www.araraquara.sp.gov.br/
noticias/2019/maio/08/encerramento-da-auditoria-iso-9001-2015>. Acesso
em: 08 de jun. 2020.

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AULA 10
FINALIZANDO A AUDITORIA

Figura 19: Finalizando a auditoria


Fonte: https://br.freepik.com

Nesta aula iremos tratar das atividades relativas à fase de pós-auditoria, ou seja,
a fase onde são relatadas as evidências, concluir o processo de auditoria e realizar o
acompanhamento das ações corretivas necessárias para corrigir as não conformidades
evidenciadas durante a avaliação do sistema de gestão. A formalização da finalização
do processo de auditoria é dada a partir da emissão do relatório de auditoria. As demais
ações são consequências ou desdobramentos que devem ser executados posteriormente.
A seguir, veremos as atividades de pós-auditoria detalhadamente.

10.1 Relatório da Auditoria

Após a realização do processo da auditoria, como já visto em aulas anteriores,


o auditor líder apresenta ao cliente o que foi evidenciado ou encontrado por ele e

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pela equipe de auditoria em que é necessário resolver e/ou melhorar. O relatório da


auditoria é o documento onde são registradas todas as observações, não conformidades
ou situações que podem ser motivos de preocupação para o desenvolvimento das
atividades dentro do sistema de gestão. Também são registradas as oportunidades
de melhorias que a equipe de auditoria observou durante a realização da auditoria,
bem como os pontos fortes observados. Este relatório, quando bem preparado, é uma
ferramenta que se torna a referência para o direcionamento da implantação de ações
corretivas, preventivas e de melhorias necessárias.
De uma forma mais simples, o relatório da auditoria é o instrumento que o auditor
líder tem de mostrar o resultado do trabalho realizado ao auditado e os envolvidos na
execução das tarefas das áreas auditadas sobre as não conformidades encontradas
e o que pode ser melhorado.

10.1.1 Preparando o relatório de auditoria

Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), convém que o auditor líder, conforme
citado anteriormente, relate ao cliente da auditoria as conclusões a que chegaram
em relação ao programa de auditoria. Para isso, convém que o relatório de auditoria
seja um documento completo, conciso e esclarecedor onde estejam contidas
algumas informações, conforme estabelecidos pela norma ISO 19011 (ABNT, 2018,
p. 32), conforme a seguir:

a) objetivos de auditoria;
b) escopo de auditoria, particularmente a identificação da organização
(o auditado) e as funções ou processos auditados;
c) identificação do cliente de auditoria;
d) identificação da equipe de auditoria e de participantes do auditado
na auditoria;
e) datas e locais onde as atividades de auditoria foram conduzidas;
f) critérios de auditoria;
g) constatações de auditoria e evidências relacionadas;
h) conclusões de auditoria;
 i) uma declaração sobre o grau no qual os critérios de auditoria foram
atendidos;
 j) quaisquer opiniões divergentes não resolvidas entre a equipe de
auditoria e o auditado;

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k) auditorias por natureza são um exercício de amostragem; como


tal, há um risco de que a evidência de auditoria examinada não seja
representativa.

Na composição do relatório, ainda segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018),


também podem ser incluídos ou fazerem referência a:

• plano de auditoria, incluindo agenda;


• um resumo do processo de auditoria, incluindo quaisquer obstáculos
encontrados que possam reduzir a confiabilidade das conclusões de
auditoria;
• confirmação de que os objetivos de auditoria foram alcançados no
escopo de auditoria de acordo com o plano de auditoria;
• quaisquer áreas no escopo da auditoria não cobertas, incluindo
quaisquer questões de disponibilidade de evidência, recursos ou
confidencialidade, com justificativas relacionadas;
• um resumo cobrindo as conclusões de auditoria e as principais
constatações de auditoria que a apoiam;
• boas práticas identificadas;
• acompanhamento de plano de ação acordado, se houver;
• uma declaração da natureza confidencial dos conteúdos;
•quaisquer implicações para o programa de auditoria ou auditorias
subsequentes.

Vejamos na próxima página um exemplo de relatório de auditoria apresentado na


Figura 20.

10.1.2 Distribuição do relatório de auditoria

Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), convém que o prazo acordado com o
cliente para a entrega do relatório de auditoria seja cumprido. Se porventura houver
alguma intercorrência durante o processo de confecção do relatório, é importante
que o auditor comunique ao auditado e à(s) pessoa(s) que gerencia(m) o programa
de auditoria. Neste ponto é importante destacar que, para que o relatório de auditoria
seja distribuído é necessário que seja datado, analisado de forma crítica, ou seja,
com uma leitura e análise com maior nível de profundidade, e aprovado conforme os
procedimentos estabelecidos no programa de auditoria.

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10.2 Conclusões e
Encerramento da Auditoria

O processo de auditoria só se
encerra após a conclusão de todas as
atividades planejadas ou acordadas
com o cliente da auditoria.
Cerqueira e Martins (2004),
após a conclusão da auditoria,
asseveram que é preciso que o
cliente faça uma análise crítica dos
resultados apresentados no relatório
de auditoria. A análise crítica dos
resultados consiste em uma leitura
criteriosa do conteúdo do relatório
de auditoria, onde o cliente busca
evidenciar se o conteúdo é coerente
Figura 20: Exemplo de relatório de auditoria
com o que foi relatado pelo auditor Fonte: Cordeiro (2013, p.9) – Disponível em: <https://vitorsts.files.
wordpress.com/2013/04/artigo-relatorio_-parcer-de-auditoria-
profclaudiomarcelo.pdf>. Acesso em: 09 de jun. 2020.
líder na reunião de encerramento, das
ações acordadas, das conformidades com o escopo, diretrizes e requisitos estabelecidos
no plano de auditoria.

Figura 21:
Conclusões de
auditoria
Fonte: https://
br.freepik.com

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Anote isso
Cerqueira e Martins (2004), após a conclusão da auditoria, enfatizam que é
preciso que o cliente faça uma análise crítica dos resultados apresentados
no relatório de auditoria.

É importante que o cliente, ao analisar criticamente o relatório, busque principalmente:

• A identificação de ações que precisam ser realizadas pela equipe determinada


pelo cliente para corrigir as não conformidades evidenciadas. As ações devem ser
imediatas, de médio ou longo prazo.
• Deve acordar os prazos para as tomadas de ação com os auditados em
função das partes interessadas envolvidas.
• Conforme o caso, o cliente deve permitir a identificação dos recursos
necessários, seja para que se corrija os problemas encontrados, seja para que as
ações preventivas sejam realizadas.
• Deixar os auditados e os planejamentos das ações aplicáveis às evidências
priorizadas no sistema de gestão em função das observações relevantes do
relatório.
• O cliente deve identificar as oportunidades de melhoria a partir das
informações descritas no relatório de auditoria.

As conclusões de uma auditoria, podem estabelecer a necessidade de ações


corretivas, preventivas ou de melhoria. Estas ações são decididas e efetuadas pelo
cliente da auditoria e sua equipe, dentro dos prazos estabelecidos acordados com
a equipe de auditoria. Quanto ao encerramento do processo de auditoria só ocorre,
conforme já citado, quando todas as não conformidades forem totalmente solucionadas,
ou seja, quando todas as ações corretivas tiverem acompanhadas e implementadas
satisfatoriamente. No que diz respeito ao encerramento da auditoria, Mello (2002, p.
173), descreve que:

A auditoria interna não termina com a divulgação do relatório e


seus resultados. Os auditados devem preencher o formulário de
ação corretiva, analisando a causa de cada não conformidade e
propondo ações corretivas eficazes para evitar sua reincidência, com
responsabilidade e prazos. Os auditores internos devem acompanhar
o andamento das ações corretivas, verificando aquelas que foram
executadas, relatando o acompanhamento e somente fechando
(concluindo) a não conformidade quando tiver certeza de que a ação

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corretiva foi eficaz. Somente quando todas as não conformidades


constatadas durante a auditoria estiverem concluídas é que o
processo poderá ser considerado como terminado.

É importante salientar o texto citado, que o conceito e procedimento apresentado


por Mello et al. (2002) é utilizado para qualquer auditoria, seja de gestão da qualidade,
gestão ambiental, gestão de alimentos etc.
Portanto, ao finalizar uma auditoria, a equipe deve dar prioridade a entrega do
relatório com o maior detalhamento possível dos resultados obtidos durante todo o
processo de auditoria, de forma que estas sejam claras e objetivas, e que não gerem
dúvidas ao cliente no processo de avaliação das informações contidas no relatório.

Anote isso
A auditoria interna não termina com a divulgação do relatório e seus resultados.
Os auditados devem preencher o formulário de ação corretiva, analisando a
causa de cada não conformidade e propondo ações corretivas eficazes para
evitar sua reincidência, com responsabilidade e prazos (MELLO, 2002, p. 173).

Isto está na rede

RELATÓRIOS DE AUDITORIA

O Relatório do Auditor é a peça mais importante da Auditoria realizada.


Ele representa fase principal do trabalho do Auditor que é a comunicação
dos resultados.
Texto completo disponível em: <https://portaldeauditoria.com.br/relatorios-
de-auditoria/>. Acesso em: 10 de jun. 2020.

Isto acontece na prática


Relatório de auditoria interna.
O documento relata o resultado da auditoria interna realizada para avaliar
o sistema de gestão da qualidade de uma empresa de engenharia situada
na cidade de Apicucos – Recife – PE.
Documento disponível em: <https://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/2403/2/
Relat%C3%B3rio%20da%20Auditoria%20Interna%20N%C3%ADvel%20A%20
n%C2%B0%2001.pdf>. Acesso em: 10 de jun. 2020.

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AULA 11
AÇÕES CORRETIVAS E
PREVENTIVAS

Figura 22: Ação


Fonte: https://br.freepik.com

Em um processo de auditoria, ações corretivas são realizadas para adequar as


evidências de não conformidades aos requisitos estabelecidos pelo sistema de gestão.
Ou seja, ações para corrigir e eliminar as não conformidades de forma que estas não
ocorram no futuro. Segundo a norma ISO 9001 (ABNT, 2015), a solicitação de uma
ação corretiva, após a avaliação da não conformidade deve ser a primeira reação do
auditado ao constatar uma não conformidade, é a tomada de ação para controlar e
corrigir, lidar com as consequências decorrentes da não conformidade.
Segundo a APCER (2015, p. 214), “A ação corretiva é uma ação dirigida para eliminar
causas da não conformidade, para que esta não volte a acontecer ou não aconteça
em outro ponto do sistema de gestão da qualidade”.

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Em uma ação corretiva é importante que as informações contidas no relatório de


não conformidade contenham no mínimo três informações:
Constatação: descrição clara e sucinta da não conformidade;
Evidência: prova da não conformidade. É a constatação da ocorrência de uma não
conformidade. A ausência de um certificado de calibração, a falta de um registro de
operação, como também podem ser consideradas evidências de não conformidades.
Requisito: é o que sustenta a não conformidade, ou seja, qual é, ou com base em
que a não conformidade está sendo registrada. Neste caso pode ser com base em
uma norma, requisito legal (lei), não atendimento a um procedimento estabelecido
etc. O Quadro 10 apresenta um exemplo de solicitação de ação corretiva.

SOLICITAÇÃO AÇÃO CORRETIVA

Não Conformidade N. Maior ( ) Menor ( )

Processo/Área: Referência (Item/e Norma):

Doc. Ref.: N. Rev. do Documento Ref.:

Constatação:

IDENTIFICAÇÂO: Evidência:

Requisito:

Quadro 10: Formulário de solicitação de ação corretiva


Fonte: Adaptado de Cardoso (2015, p. 71)

A solicitação da ação corretiva é um documento separado do documento de registro


de não conformidade e deve ser preenchido pelo auditado. Este documento deve ser
avaliado pelo auditor líder para que este avalie a consistência das informações registradas.
Conforme a norma ISO 9001 (ABNT, 2015), a ação corretiva tem o objetivo de
eliminar as causas da não conformidade evidenciada, ou qualquer situação adversa
ou indesejada. Para Mello et al. (2002), o estudo de uma não conformidade, ao ser
realizado, busca avaliar se as causas que levaram à não conformidade é advinda
de um ou vários fatores que causam ou provocam o desvio no desempenho das
atividades. Para a realização das atividades de uma ação corretiva são emprestadas
algumas ferramentas da qualidade, sendo basicamente o diagrama de causa e efeito,

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brainstorming e o método dos cinco (05) porquês. Vejamos uma breve explicação das
ferramentas citadas.

Anote isso
A solicitação da ação corretiva é um documento separado do documento
de registro de não conformidade e deve ser preenchido pelo auditado.

Diagrama de Causa e Efeito: este diagrama parte de um problema existente, neste


caso a não conformidade registrada e busca, através de um exame sistemático,
identificar as possíveis causas que levaram a não conformidade. O diagrama de Ishikawa
ou “diagrama de espinha de peixe” é muito utilizado nas ações de melhoria da qualidade,
já que esta ferramenta permite o conhecimento do processo e a representação dos
fatores fundamentais da qualidade. A Figura 23 apresenta uma representação do
diagrama de Ishikawa ou “diagrama de causa e efeito”.

Figura 23: Modelo do diagrama de causa e efeito


Fonte: Elaborado pelo autor

Como podemos observar na Figura 23, o diagrama de causa e efeito possui seis
(06) tipos de causas, as quais podemos chamar de 6 M’s (Materiais, Máquinas/
equipamentos, Método, Meio Ambiente, Mão de obra e Medida), resultando na obtenção

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do efeito da não conformidade. Este diagrama é amplamente utilizado na identificação


de problemas das organizações dos mais diversos segmentos.
Brainstorming: essa ferramenta tem como objetivo reunir pessoas para discutir as
ideias relativas a um determinado problema em comum. Esta ferramenta é uma técnica
que busca solucionar um determinado problema por meio da colaboração criativa.
Cinco porquês: esta ferramenta se baseia na realização de 5 perguntas onde se
busca identificar o porquê o problema ocorreu. As perguntas buscam respostas da
causa anterior, no objetivo de encontrar ou identificar a causa raiz do problema.
Ao encontrar a causa raiz do problema, segundo a norma ISO 9001 (ABNT, 2015), é
importante que o responsável examine se as ações corretivas elegidas para a solução do
problema são apropriadas no que diz respeito às não conformidades evidenciadas. Vale
destacar que as ações tomadas são baseadas no que se entende da não conformidade
e na urgência de sanar o problema, pois assim, se eliminadas as causas, os problemas
serão eliminados.
Após a análise, a próxima etapa para o desenvolvimento da ação corretiva é a
elaboração do plano de ação. Recomenda-se que o plano de ação seja registrado no
próprio documento de ação corretiva. Isso facilita a identificação dos responsáveis
pelo desenvolvimento e acompanhamento das ações que serão realizadas. Segundo
Cerqueira e Martins (2004), o motivo de manter o registro das ações no plano de
ação é permitir o acompanhamento e evidenciar: quem é o responsável pela ação
corretiva e por sua execução, o tipo de ação a ser desenvolvida, bem como o prazo
para a conclusão da mesma.

11.1 Acompanhamento da Ação Corretiva

Ao estabelecer o plano de ação deve iniciar o planejamento da auditoria de


acompanhamento (auditorias de follow-up), que busca obter evidências objetivas para
a(s) ação(ões) corretiva(s) acordadas. Segundo a ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 33):

[...] a conclusão e a eficácia destas ações sejam verificadas. Esta


verificação pode ser parte de uma auditoria subsequente. Convém
que os resultados sejam relatados à pessoa que gerencia o programa
de auditoria e relatados ao cliente de auditoria para análise crítica
pela direção.

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A forma para a realização do acompanhamento das ações corretivas que são


resultado da auditoria deve estar descrito no procedimento de auditoria do auditado.
Segundo Cerqueira e Martins (2004), os auditores responsáveis pela realização da
auditoria de acompanhamento, embora não seja uma regra, devem ser os mesmos
que realizaram a auditoria que gerou as não conformidades, pois terão conhecimento
das não conformidades apontadas e corrigidas. Assim poderão ter maior assertividade
em suas conclusões. Caso não seja possível, um auditor qualificado pode ser indicado
para realizar a auditoria de acompanhamento.
No transcorrer da auditoria de acompanhamento são verificadas e registradas as
evidências de implementação das ações corretivas realizadas. Também são avaliadas
a eficácia das ações de forma a verificar a efetividade destas ações e se as mesmas
evitaram de fato a reincidência da não conformidade. Nem sempre é possível realizar
a implementação da ação corretiva no prazo acordado. Assim, durante a auditoria
de acompanhamento, o auditor, ao constatar a ausência da implementação de uma
determinada ação apontada na auditoria inicial, o auditor deve acordar uma nova data
para a implementação da ação. Este novo acordo deve ser registrado no formulário
de ação corretiva. Algumas ações, embora tenham sido implementadas podem não
ser eficazes, ou seja, os resultados podem ser insatisfatórios. Nestes casos o auditor
deve relatar o fato no formulário como “ineficaz”. Assim, o auditor deve solicitar a
realização de uma nova ação corretiva a fim de solucionar a não conformidade.
Segundo Mello (2002), caso a verificação realizada pelo auditor demonstre que os
resultados são ineficazes e, portanto, insatisfatórios, é preciso que se estabeleça uma
sequência igual a sequência adotada anteriormente para a solução do problema, ou
seja, estudar novamente suas causas para encontrar o ponto onde ocorreu a falha.
Neste caso, identificar se a falha ocorreu na etapa de diagnóstico, solução escolhida,
no plano de ação, durante a execução e/ou no controle das ações.
Assim que concluída as ações corretivas, verificadas a eficácia das mesmas quanto à
reincidência das não conformidades, o responsável pelo desenvolvimento das atividades
deve registrar a aprovação dos resultados. Após o registro dos resultados o responsável
deve arquivar o formulário referente à ação corretiva solicitada.
O Quadro 11 apresenta um modelo do formulário de ação corretiva.

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FORMULÁRIO DE AÇÃO CORRETIVA, PRVENTIVA N. da Ação.


LOGOMARCA E MALHORIA
DATA:
Tipo da Ação: ( ) Corretiva ( ) Preventiva ( ) Oportunidade de Melhoria

PROCESSO:

( ) Reclamação de cliente
( ) Auditoria da Qualidade – Item da Norma: ______________
( ) Reunião de: _____________________________________
Não conformidade:
( ) Materiais e serviços Não Conforme
( ) Análise de Dados
( ) Outros: _________________________________________

Identificação da não conformidade ou oportunidade de melhoria

Ação imediata? ( ) Sim ( ) Não

Responsável: Data:

Assinatura:

Identificação da causa raiz

Brainstorming:

Análise dos 5 Por quês:

Causa:

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1-Porque?

2-Porque?

3-Porque?

4-Porque?

5-Porque?

PLANO DE AÇÃO

IMPLEMENTAÇÃO RESPONSÁVEL PRAZO

Quando irá
O que fazer Como fazer Quem irá fazer?
fazer?

Análise Crítica

( ) Eficaz ( ) Parcialmente eficaz ( ) Ineficaz

Observações:

Responsável pelo acompanhamento: Data:

Quadro 11: Modelo de formulário de ação corretiva, preventiva ou oportunidade de melhoria


Fonte: Elaborado pelo autor

Vemos que uma ação corretiva tem várias fases a serem realizadas e estas devem
ser realizadas de forma organizada para que os resultados sejam alcançados de
forma satisfatória.
Na próxima aula veremos o desenvolvimento das ações preventivas e o processo
de melhoria contínua.

Isto está na rede


CAPA: Ação Preventiva e Ação Corretiva
Quando a doença nos pega e precisamos de atenção médica, colocamos
nossa confiança nos produtos médicos e cuidadores para fornecer alívio.

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Esperamos que o atendimento que recebemos seja sem culpa. Felizmente,


a falha não é sentida com frequência em dispositivos médicos e de saúde.
É por isso que existe o CAPA.
Texto completo disponível em: <https://www.fm2s.com.br/capa-ao-preventiva-
e-ao-corretiva/>. Acesso em: 09 de jun. 2020.

Isto acontece na prática

Ação Preventiva Versus Ação Corretiva: O Caso Do Tamborzinho


Vídeo explicativo disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=UiTgOCfkTbM>. Acesso em: 09 de jun. 2020.

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AULA 12
AÇÃO PREVENTIVA E MELHORIA
CONTÍNUA

Figura 24: Reunião de ação corretiva


Fonte: https://br.freepik.com

Ações preventivas são, como o próprio nome diz, para antecipar a ocorrência de um
problema ou uma não conformidade potencial. Esta ação é importante para a busca
constante da estabilidade da conformidade do sistema de gestão, ou seja, que as
atividades, documentos, registros etc., estejam em conformidade com os requisitos
e objetivos estabelecidos pela organização.

12.1 Ações Preventivas

As ações preventivas devem ser realizadas a partir do entendimento que se tem das
causas potencias que podem desenvolver uma situação que pode causar um problema.
Assim, se a probabilidade de ocorrência do problema for reduzida, a quantidade de
potenciais não conformidades são reduzidas na mesma proporção.

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No processo de auditoria nem todas evidências são não conformidades, pois algumas
podem ser observações da equipe auditora que resultam ou levam ao entendimento
da necessidade de uma ação preventiva.
Vejamos no Quadro 12 um exemplo de observação onde o auditor observa uma
atividade e registra uma ação preventiva.

Observação: durante o processo de auditoria realizado no setor de embalagem,


verificou-se que o colaborador não descarta corretamente as sobras de materiais
das embalagens, tais como fitas adesivas, papeis etc. A forma incorreta de descarte
pode trazer problemas para a empresa junto aos órgãos ambientais por conter
materiais considerados contaminantes.

Ação preventiva: aprimorar o programa de treinamento dos colaboradores para que


estes realizem as atividades de acordo com os padrões estabelecidos pela empresa.

Quadro 12: Exemplo de ação preventiva


Fonte: Elaborado pelo autor

O processo de auditoria é uma forma de prevenir que o sistema de gestão se


mantenha íntegro quanto aos documentos, registros e atividades realizadas pelos
colaboradores envolvidos nos processos em que são responsáveis.
Para registrar e controlar as ações preventivas segue-se a mesma sistemática do
processo realizado para as ações corretivas. O que diferencia uma ação da outra é:
na ação corretiva o problema já é algo estabelecido, ou seja, já ocorreu. No caso da
ação preventiva, o problema ainda não existe, porém pode vir a existir no futuro.
Portanto, ao olharmos para um horizonte onde o surgimento de uma não conformidade
é uma realidade potencial e não um fato ocorrido, dificulta a análise de uma possível
causa. Neste sentido, os profissionais envolvidos nos processos de qualidade das
organizações devem tomar uma postura proativa, de forma que criem e implementem
ações preventivas para ajudar a trabalhar nas causas e nos efeitos de problemas que
possam surgir no futuro.

12.2 Melhoria Contínua

Ao realizar o processo de auditoria a organização tem o objetivo de diagnosticar o


grau de conformidade em que o seu sistema de gestão se encontra. Neste sentido,

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após a conclusão da auditoria, as constatações sobre o sistema de gestão podem


gerar ações em que levarão a organização a um processo de melhoria contínua.
Segundo a norma ISO 9001 (ABNT, 2015), determina que a organização deve
promover a melhoria contínua para adequar e manter o sistema de gestão suficiente
e eficaz. Para que isto ocorra, a empresa é preciso que a organização considere os
resultados das análises e de avaliação das auditorias, além dos resultados obtidos
durante a realização das análises críticas pela direção e, assim, determinar se existem
necessidades ou oportunidades que possam ou devem ser desenvolvidas como ações
para melhoria contínua.
Ao identificar as necessidades, seja
de resultado de auditoria ou através
de uma observação advinda de
atividades realizadas corriqueiramente,
a organização deve gerar ações
de melhorias e estas precisam ser
acompanhadas para verificar a sua
eficácia. O processo de melhoria é um
ciclo sem fim em que constantemente
devemos observar as oportunidades
presentes no ambiente de trabalho. É
importante salientar que a melhoria
Figura 25: Ciclo de melhoria contínua
contínua é um processo que se aplica Fonte: Adaptado de ISO 9001 (ABNT, 2015)

aos mais diversos processos realizados pelas organizações, independentemente do


segmento ou da atividade desenvolvida. Também é aplicado ao desenvolvimento de
pessoal quanto aos treinamentos de capacitação e aprimoramento dos conhecimentos
já adquiridos para a função e atividade que o colaborador realiza. A Figura 25 apresenta
uma forma de representar o ciclo de melhoria contínua.
A melhoria contínua é um conceito advindo da Gestão da Qualidade e que é
amplamente utilizada nas organizações. Segundo CIMM (2020), melhoria contínua é:

Esforço contínuo de melhoria da qualidade, sustentado no decorrer do


tempo, que age sobre os processos, produtos e serviços, em ermos
humanos e tecnológicos, com o objetivo de garantir que o nível de
qualidade seja sempre mais alo do que o custo competitivo.

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A melhoria contínua, de um modo geral, deve estar focada nos clientes, sejam
internos ou externos, de forma que se busque atingir níveis de desempenho mais
altos, através da identificação e solução dos problemas identificados.
Em um mercado competitivo devido o desenvolvimento tecnológico, nunca foi
tão importante o olhar para a melhoria contínua, pois as empresas não competem
em um mercado interno, mas em um mercado internacional com diversos níveis de
desenvolvimento. Neste sentido, a auditoria se faz importante para que se direcione
as ações necessárias, tanto para os problemas já identificados quanto para aqueles
que possam vir a ocorrer.
A melhoria contínua pode ser relacionada à implantação de pequenos projetos
ou projetos estratégicos de maior complexidade. Neste caso, é necessário que as
organizações precisam desenvolver um processo que permita identificar e gerenciar
ações de melhoria, pois estas podem gerar alterações em produtos, processos e/ou
no sistema de gestão.
Em um processo de melhoria contínua, as metodologias aplicadas proporcionam
uma análise com maior nível de detalhamento e rigor dos problemas que influenciam
nos resultados das organizações, proporcionando a detecção as causas raízes e
permitindo o desenvolvimento dos planos de ação. Dentre as ferramentas utilizadas
para o processo de melhoria contínua, podemos citar a metodologia Kaizen. Esta
metodologia proporciona o desenvolvimento de um ambiente com alto nível de
comprometimento com os objetivos
estabelecidos para a melhoria e um
forte instrumento para motivar a
realização das tarefas.
O Kaizen é considerado um
método simples para ser aplicado,
pois possibilita que os próprios
colaboradores o implementem.
Além disso, o Kaizen estimula o
trabalho em equipe para o alcance
dos objetivos de melhoria. Segundo
Tubino (2000, p. 45): Figura 26: Ciclo de melhoria kaizen
Fonte: Elaborado pelo autor

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O princípio de melhoria contínua, conhecido como Kaizen, significa


que nenhum dia deve passar-se sem que a empresa melhore sua
posição competitiva. Todos dentro da empresa são responsáveis por
isto, e devem trabalhar nesse sentido. Dessa forma, um problema,
ou um erro, acontecido dentro do sistema deve ser visto como
uma oportunidade de melhoramento. É importante, sob a ótica do
melhoramento contínuo, estabelecer metas bastantes otimistas,
mesmo que inatingíveis, como forma de direcionar o incremento de
produtividade.

De acordo com Mello et al. (2002), uma das maneiras de constatar a melhoria
contínua de uma empresa é verificar se há indicadores de qualidade implementados.
Quando a empresa faz o acompanhamento destes
indicadores, entende-se que a empresa toma ações
para alcançar as metas estabelecidas, podendo até
ultrapassá-las, durante a realização de análise crítica
do sistema de gestão pela direção, evidenciando
assim, que a empresa busca a melhoria contínua. Figura 27: Kaizen
Fonte: Disponível em: <http://profamarins.blogspot.
com/2017/09/kaizen-conheca-filosofia-da-melhoria.html>.
A aplicação da filosofia Kaizen nas organizações
traem grandes benefícios para manter a conformidade do sistema. A seguir, são
apresentados alguns dos mandamentos da metodologia Kaizen, segundo Marins (2017).

1. As melhorias devem ser realizadas continuamente e de forma gradual de


forma que os desperdícios sejam eliminados.
2. Deve haver o envolvimento de todos os colaboradores da empresa, iniciando pela
direção da empresa e passando por todos os níveis hierárquicos da organização.
3. A metodologia Kaizen é considerada uma das mais baratas, pois busca realizar
as atividades de melhoria ao menor custo possível, ou seja, as melhorias podem
ser realizadas sem grandes investimentos e com resultados significativos para
a organização.
4. O kaizen é uma metodologia que não está restrita à cultura japonesa, podendo
ser aplicada em qualquer tipo de organização ocidental.
5. A metodologia Kaizen se apoia em um princípio visual, onde deve haver a total
transparência de procedimentos, dos processos e valores, fazendo com que os
problemas e os desperdícios estejam visíveis aos olhos de toda a organização.
6. Nesta metodologia, as ações devem estar focadas no local onde há a criação
de valor, ou seja, no local onde o processo acontece.
7. A metodologia Kaizen é orientada aos processos.

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8. Quanto às pessoas, a filosofia leva ao entendimento de que o principal esforço


deve vir da mudança da mentalidade e de um modo diferente de trabalhar das
pessoas envolvidas no processo. Assim, nesta metodologia, busca-se desenvolver
um trabalho de orientação para o trabalho em equipe, realizar as atividades de
uma forma mais racional, com moral, sabedoria, autodisciplina.
9. O método de aprendizado na metodologia Kaizen é: aprender fazendo
(MARINS, 2017).

Assim, vemos que a melhoria contínua deve ser uma prática constante dentro das
organizações e a metodologia Kaizen, PDCA, entre outras, podem e devem ser utilizadas
como forma de ajuda para se obter os objetivos estabelecidos pela organização. A
ferramenta ou metodologia deve ser a que melhor se adapta ao sistema desenvolvido
pela organização.

Isto está na rede


SESI Viva+ - Gestão de SST - Não conformidades, ações corretivas e
preventivas.
Este episódio da série SESI Viva+ - Gestão de SST vai mostrar como corrigir
e evitar as não conformidades, ou seja, o descumprimento de algum requisito
legal ou de alguma norma ou meta estabelecida pela própria empresa.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2Gw6Q3QmG0w. Acesso
em: 09 de jun. 2020

Isto acontece na prática


Ações Corretivas & Preventivas
Se corrigiu é porque não preveniu!
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=89HtPamtwio>. Acesso
em: 09 de jun. 2020

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AULA 13
CARACTERÍSTICAS DO AUDITOR

Figura 28: Auditor


Fonte: https://br.freepik.com

Para que uma auditoria seja realizada de forma adequada, efetiva e uniforme, o
auditor deve ser qualificado, precisa atender a alguns requisitos profissionais e que
apresente características inerentes à auditoria.

13.1 Características do Auditor

De acordo com Bombana (2017), as características de um profissional são


definidas pelo seu perfil, que inclui características meramente técnicas e de natureza
comportamental. Para que se defina um perfil profissional ou funcional, de uma forma
geral, busca-se colher informações sobre as condições para a solicitação do profissional
da área em que este atua. Assim, após conhecer as condições, é possível chegar ao

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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perfil desejado e as exigências para o profissional que pretende preencher a posição


ou função ofertada.
Um auditor deve possuir competências e estas são adquiridas pela aplicação
prática dos conhecimentos técnicos ao longo do tempo. Segundo Costa e Silva
(2007), a experiência do auditor advinda de sua atuação em várias situações aliada
ao conhecimento adquirido, faz com que melhore o discernimento nos julgamentos
das situações gerais e particulares durante um processo de auditoria. Os auditores
devem possuir características profissionais específicas que envolvem o conhecimento
prévio do tipo de auditoria que será realizada, bem como os processos particulares
desenvolvidos na organização. Além das características profissionais, segundo Costa
e Silva (2007), algumas características pessoais devem complementar a competência
do auditor de um sistema de gestão, desta forma, o auditor irá realizar sua tarefa com
maior eficácia. Na maioria dos casos, a eficácia das atividades desenvolvidas pelo
auditor irá depender do seu relacionamento interpessoal com o auditado.
Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), um auditor deve possuir conhecimentos
e habilidades que demonstrem a capacidade de alcançar os resultados pretendidos
da auditoria, tenham competência genérica e em disciplinas e setores específicos.
Segundo Cerqueira e Martins (2004), para que o auditor desempenhe as suas funções
de forma satisfatória, além da competência técnica, deve apresentar o conhecimento
necessário para que seja considerado habilitado a realizar a auditoria.

• Conhecimento: deve ser referente aos critérios e às normas que são


aplicáveis à auditoria a ser realizada, ao contexto da organização a ser auditada,
aos códigos, padrões, implicações legais, bem como aos conhecimentos
específicos, quando se tratar de um requisito obrigatório para auditar o sistema
de gestão e/ou setor.

Anote isso
Um auditor deve possuir conhecimentos e habilidades que demonstrem
a capacidade de alcançar os resultados pretendidos da auditoria, tenham
competência genérica e em disciplinas e setores específicos (ABNT, 2018).

O auditor líder precisa ter conhecimentos adicionais para fornecer a liderança à


equipe de auditoria para que possa facilitar a eficácia e eficiência na realização do

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processo de auditoria. Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), é importante que
o auditor líder, além de ter a responsabilidade de gerenciar o processo de auditoria,
deve ter conhecimento e habilidades suficientes para:

• Balancear as forças e fraquezas dos membros individuais da equipe de auditoria.


• Organizar e orientar os membros da equipe.
• Desenvolver um trabalho em que os membros da equipe sejam envolvidos de
forma harmoniosa.
• Prevenir e resolver possíveis conflitos quando necessário.
• Proteger a saúde e segurança dos membros da equipe de auditoria durante
o processo.

Treinamento: o auditor, seja ele líder ou parte da equipe, deve adquirir competência
necessária de forma que além do conhecimento, também seja aperfeiçoado os métodos
e desenvolvimento dos processos de auditoria.
Neste caso, o treinamento não deve focar unicamente na parte técnica, mas incluir
os aspectos comportamentais que envolvem um processo de auditoria. Ramos (1991)
descreve que o auditor deve possuir habilidades de fazer com que a auditoria seja um
processo envolvendo cordialidade e confiança mútua, de forma que as informações
desejadas sejam adquiridas com maior facilidade.

Anote isso
O treinamento não deve focar unicamente na parte técnica, mas incluir os
aspectos comportamentais que envolvem um processo de auditoria.

A capacitação dos auditores pode ser definida pela própria organização. Neste
caso, são escolhidos os colaboradores que irão passar por treinamento para execução
da auditoria interna. Os treinamentos ou cursos de formação de auditor interno são
realizados com uma carga horária de no mínimo dezesseis horas. Já os cursos de
capacitação para auditor líder, a carga horária é maior. Além disso, para a participação
em um curso de auditor líder é necessário que o auditor já possua uma certa experiência
de trabalho na área que pretende se qualificar, conhecimento do funcionamento do
sistema de gestão, bem como da norma de referência.

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Experiência: o auditor deve comprovar experiência profissional nas áreas que irá
atuar como auditor. Ishikawa diz que “o auditor pode assumir uma pilha de fórmulas e
checklist, mas sem o conhecimento baseado em experiência, ele não conduzirá bem
a sua função” (CAMPOS, 2004, p.131).
Neste sentido, a competência de auditor, segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018,
p. 38), pode ser adquirida usando uma combinação do seguinte:

 a) conclusões com sucesso de programas de treinamento que


abranjam conhecimento e habilidades genéricos de auditor;
b) experiência em uma posição técnica, gerencial ou profissional
pertinente, envolvendo o exercício de julgamento, tomada de decisão,
solução de problema e comunicação com gerentes, profissionais,
pares, clientes e outras partes interessadas pertinentes;
 c) educação/treinamento e experiência em uma disciplina e
setor específicos de sistema de gestão que contribuam para o
desenvolvimento da competência global;
 d) experiência de auditoria adquirida sob supervisão de um auditor
competente na mesma disciplina.

A experiência técnica de um auditor só pode ser alcançada por meio de treinamento


específico, acompanhamento de auditorias como observador e atuação periódica
como membro de equipes de auditoria.

O auditor deve manter sua qualificação técnica, atualizando-se quanto


ao avanço de normas, procedimentos e técnicas aplicáveis à auditoria.
Existe a necessidade do auditor ter um programa de educação
continuada, atualizando-se e ampliando seus conhecimentos técnicos,
além de realizar auditorias periodicamente, de modo a não perder seu
senso de percepção, estando assim capacitado a realizar serviços de
excelente qualidade e poder satisfazer plenamente os seus clientes
(COSTA, 2007, p. 122).

Anote isso
Ishikawa diz que “o auditor pode assumir uma pilha de fórmulas e checklist,
mas, sem o conhecimento baseado em experiência, ele não conduzirá bem
a sua função” (CAMPOS, 2004, p.131).

Segundo Bombana (2017), as principais características do auditor são:

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• boa cultura e largo espectro técnico;


• sólida constituição psicossomática para suportar as vicissitudes
inerentes a própria função;
• reconhecido e respeitado por todos pela sua experiência e
conhecimento (principalmente nas auditorias internas);
• flexível e capaz de conduzir uma ampla variedade de relações
pessoais (habilidade no relacionamento humano);
• treinado e capaz de conduzir uma reunião (auditor líder);
• hábil na comunicação oral e escrita;
• organizado e pontual;
• humilde para reconhecer que sua posição é de “apenas” relatar o
que foi verificado;
• discreto, tolerante, polido, educado, persistente, objetivo, prudente,
cuidadoso e com personalidade;
• capacidade de chefia e liderança (auditor líder);
• integridade moral e honestidade de propósitos;
• capacidade de análise (separar o trivial do importante, e julgar com
discernimento os problemas);
• capaz de trabalhar em grupo e em condições difíceis;
• experiência anterior na participação em auditorias.

Segundo Machado (2019), a experiência do auditor é adquirida através de um


processo de aprendizagem e desenvolvimento a partir de boas condutas, que aumenta
a capacidade de procurar, detectar e entender as causas das não conformidades.
A norma ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 36), convém que os auditores tenham
conhecimento e habilidade nas seguintes áreas:

 a) Princípios, processos e métodos de auditoria: conhecimento e


habilidades nesta área possibilitam o auditor a assegurar que as
auditorias sejam desempenhadas de maneira coerente e sistemática.
Convém que um auditor seja capaz de:
— entender os tipos de riscos e oportunidades associados à auditoria
e os princípios da abordagem baseada em risco para auditar;
— planejar e organizar o trabalho eficazmente;
— desempenhar a auditoria dentro do calendário acordado;
— priorizar e focar assuntos de significância;
— comunicar-se eficazmente, oralmente e por escrito (pessoalmente
ou com o uso de intérpretes);
— coletar informação por meio de entrevistas, escuta, observação
e análise crítica de informação documentada eficazes, incluindo
registros e dados;
— entender a propriedade e consequências de usar técnicas de
amostragem para auditar;
— entender e considerar opiniões de especialistas;

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— auditar um processo do início ao fim, incluindo as inter-relações


com outros processos e diferentes funções, onde apropriado;
— verificar a relevância e a exatidão da informação coletada;
— confirmar a suficiência e a propriedade da evidência de auditoria
para apoiar constatações e conclusões de auditoria;
— avaliar aqueles fatores que possam afetar a confiabilidade das
constatações e conclusões de auditoria;
— documentar atividades de auditoria e constatações de auditoria
e preparar relatórios;
— manter a confidencialidade e a segurança da informação.
 b) Normas de sistema de gestão e outras referências: conhecimento
e habilidades nesta área possibilitam o auditor a entender o escopo
da auditoria e aplicar critérios de auditoria, e convém que abranjam
o seguinte:
— normas de sistema de gestão ou outros documentos normativos
ou de orientação/apoio usados para estabelecer critérios ou
métodos de auditoria;
— aplicação de normas de sistema de gestão pelo auditado e outras
organizações;
— relacionamentos e interações entre os processos do(s) sistema(s)
de gestão;
— entendimento da importância e prioridade de normas ou
referências múltiplas;
— aplicação de normas ou referências a diferentes situações de
auditoria.
 c) A organização e seu contexto: conhecimento e habilidades nesta
área possibilitam o auditor a entender a estrutura, propósito e práticas
de gestão do auditado, e convém que abranjam o seguinte:
— necessidades e expectativas de partes interessadas pertinentes
que impactam o sistema de gestão;
— tipo de organização, governança, tamanho, estrutura, funções e
relacionamentos;
— conceitos gerais de gestão e negócios, processos e terminologia
relacionada, incluindo planejamento, orçamento e gestão de pessoas;
— aspectos culturais e sociais do auditado.
 d) Requisitos regulamentares e estatutários aplicáveis e outros
requisitos: conhecimento e habilidades nesta área possibilitam o
auditor a estar consciente de, e trabalhar de acordo com, os requisitos
da organização. Convém que conhecimento e habilidades específicos
para a jurisdição ou para as atividades, processos, produtos e serviços
do auditado abranjam o seguinte:
— requisitos estatutários e regulamentares e suas agências
governamentais;
— terminologia legal básica;
— contratação e responsabilidade.

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Vimos nesta aula a importância da competência do auditor e sua experiência nos


processos de auditoria. Esta experiência associada ao conhecimento técnico é o que
garante a eficiência e eficácia dos processos, interação com a equipe de auditoria e
o relacionamento com os clientes da auditoria.

Isto está na rede


PROFISSÃO: AUDITOR
Para exercer a carreira de auditor são necessários alguns atributos ou
características, a saber: Estabilidade emocional e espiritual.
Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/
profissaoauditor.htm>. Acesso em: 11 de jun. 2020.

Isto acontece na prática


Características do Auditor Interno.
A carreira e o dia a dia de um Auditor exigem que este tenha algumas
características fundamentais
Assista ao vídeo disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=NgNgrmMBX3A&t=62s. Acesso em: 11
de jun. 2020.

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AULA 14
ATRIBUTOS DO AUDITOR

Figura 29: Ética do auditor


Fonte: https://br.freepik.com

Um bom profissional deve ter conhecimentos técnicos, habilidades e capacidades


necessárias e suficientes para o desenvolvimento de suas atividades. Estes são requisitos
imprescindíveis para qualquer pessoa que deseja ter uma carreira de sucesso como
auditor. Porém, não é suficiente para o auditor estar em constante aperfeiçoamento.
Para que se conquiste a credibilidade profissional é necessário ter atributos pessoais
e éticos que qualificam ainda mais o auditor.

14.1 Atributos Éticos

A palavra ética é originada do grego (éthos) – “propriedade do caráter”. Portanto,


podemos dizer que um profissional ético é aquele que procede bem no exercício de

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sua profissão, agindo dentro dos padrões normais e não prejudicam as outras pessoas,
cumprindo os valores impressos pela sociedade. Ou seja, o auditor que tem uma
conduta ética, cumpre as suas atividades profissionais de acordo com os princípios
estabelecidos pela sociedade e pelo grupo de trabalho. Podemos dizer então que ser
um profissional com ética é ser uma pessoa que desenvolve suas atividades de forma
honesta, imparcial, responsável e competente.

Anote isso
Um profissional ético é aquele que procedem bem no exercício de sua
profissão, agindo dentro dos padrões normais e não prejudicam as outras
pessoas, cumprindo os valores impressos pela sociedade.

Em um processo de auditoria é importante que os auditores demonstrem ética


no desenvolvimento das atividades profissionais. A ética envolve alguns atributos
que devem ser observados pelo auditor, sendo estes
apresentados a seguir.
Imparcialidade: o auditor não deve se ater a
questões que não estão no escopo da auditoria
e nem emitir julgamentos quanto aos processos,
procedimentos, comportamentos etc. Neste caso, o
auditor deve se ater a fatos e evidências observados
que foram estabelecidos no plano de auditoria
(CERQUEIRA; MARTINS, 2004). Figura 30: Segurança da informação
Fonte: https://br.freepik.com

Independência: segundo a norma ISO 19011


(ABNT, 2018), é a base para a imparcialidade e objetividade nas conclusões da
auditoria. Neste sentido, a norma estabelece que os auditores sejam independentes
das atividades que auditam e assim não sejam tendenciosos e nem haja conflito de
interesses. É importante que no desenvolvimento de auditorias internas os auditores
sejam independentes da função que é auditada. É importante que o auditor mantenha
a objetividade durante o processo de auditoria para garantir que as constatações
e conclusões sejam baseadas somente nas evidências obtidas na auditoria. Para
Cerqueira e Martins (2004), é importante que o auditor preserve a total independência

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da atividade que audita. Em auditorias internas o auditor deve ter a autoridade para
desenvolver a atividade de auditoria, ou seja, o auditor não pode ser o profissional que
atua na área interna que irá auditar.
Confidencialidade: o sigilo das informações em um processo de auditoria é um
atributo de extrema importância em um profissional de auditoria, pois as informações
que lhe são passadas são particulares das organizações e podem envolver detalhes
financeiros, de desenvolvimento de projetos, produtos, processos etc., que cabem
única e exclusivamente à organização. O vazamento de algumas destas informações
pode causar grandes transtornos e/ou danos no tocante ao desenvolvimento futuro da
organização auditada. Em uma auditoria interna, o auditor jamais deve tecer comentários
de uma determinada área quando estiver auditando outra, pois pode gerar conflitos e
consequentemente prejudicar o andamento da auditoria. Já em auditorias externas, o
auditor deve ser muito cauteloso no que diz respeito à concorrência ou aos clientes
do auditado para que este não seja prejudicado.

Convém que os auditores tenham discrição no uso e proteção das


informações obtidas no curso de suas obrigações. Convém que a
informação de auditoria não seja usada de forma inapropriada para
ganhos pessoais pelo auditor ou pelo cliente de auditoria, ou de uma
maneira prejudicial para os legítimos interesses do auditado. Este
conceito inclui o manuseio apropriado de informação sensível ou
confidencial (ABNT, 2018, p. 7).

Honestidade: um auditor, seja no exercício de sua função ou em qualquer outra


situação, nunca deve aceitar qualquer tipo de benefícios (subornos) ou forjar situações
que possam prejudicar a sua conduta profissional. Assim, o auditor deve se manter
íntegro em seus princípios éticos e moral para que a sua reputação de honestidade.

Anote isso
Um auditor, seja no exercício de sua função ou em qualquer outra situação,
nunca deve aceitar qualquer tipo de benefícios (subornos) ou forjar situações
que possam prejudicar a sua conduta profissional.

Segundo Marques (2016), a ética profissional faz com que o desenvolvimento das
atividades de auditoria, dentre tantos que direcionam o comportamento, bem como

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as tomadas de decisão de um auditor, sejam um exercício constante, prazeroso, de


honestidade, de comprometimento e confiabilidade.

14.2 Atributos Pessoais

As conclusões de auditoria são


baseadas nas informações que os
auditores evidenciam por meio de
documentos ou relatos pessoais. Estas
informações só podem ser obtidas
quando há a confiança por parte do
auditado de que estas serão utilizadas
para agregar valor em suas atividades.
Portanto, os atributos pessoais de um Figura 31: Atributos do auditor
Fonte: https://br.freepik.com
auditor, segundo Costa e Filho (2007),
se baseiam no entendimento do retorno que utiliza com o objetivo de ganhar a confiança
dos auditados ao longo do processo de auditoria.
Um auditor, além da ética profissional, deve possuir outros atributos que o habilitem
a desenvolver suas atividades, conforme os princípios de auditoria. Segundo a norma
ISO 19011 (ABNT, 2018), é conveniente que o auditor seja:

a) ético – neste sentido, o auditor deve realizar suas atividades de forma justa,
verdadeira, sincera, honesta e discreta, de forma que o processo de auditoria não
seja prejudicado ou comprometido;
 b) mente aberta – o auditor deve estar aberto a receber críticas e considerar ideias
ou pontos de vista alternativos advindos de outras pessoas;
 c) diplomático – o auditor deve saber lidar com os diversos tipos de pessoas e
situações que envolvem o processo e assim obter as informações que necessita,
ou seja, deve ser sensível ao tratar com pessoas;
 d) observador – o auditor deve ser detalhista e observar ativamente o ambiente
físico e as atividades que está auditando;
 e) perceptivo – neste caso o auditor deve ser consciente e capaz de entender
situações que envolvem o processo auditado;

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 f) versátil – o auditor deve estar disponível para se adaptar imediatamente a


diferentes situações que surgem durante o desenvolvimento das atividades de
auditoria;
 g) tenaz – neste sentido o auditor deve ser persistente e focado em sua tarefa de
forma a alcançar os objetivos;
 h) decisivo – o auditor deve ser capaz de tomar decisões em tempo hábil baseando-
se no raciocínio lógico e na análise dos fatos ocorridos;
 i) autoconfiante – o auditor deve ser capaz de tomar ações e trabalhar de forma
independente enquanto interage eficazmente com outros;
 j) capaz de agir com firmeza – o auditor deve atuar com responsabilidade e ética,
ainda que as ações não sejam tão populares e possam resultar em desacordos
ou confrontamentos;
 k) aberto a melhorias – é importante que o auditor esteja disposto a aprender com
situações que surgem ao longo do processo de auditoria;
 l) culturalmente sensível – o auditor deve ser observador e respeitoso com a cultura
estabelecida na organização do auditado;
 m) colaborativo – durante a realização o processo de auditoria, o auditor deve ser
capaz de interagir de forma eficaz com os demais membros da equipe de auditoria
e com as pessoas que fazem parte da organização auditada.

Além do que a norma apresenta sobre o comportamento, ainda é importante ressaltar


que outros atributos pessoais que um auditor deve possuir, sendo estes a pontualidade,
a organização, a boa comunicação, ser um bom ouvinte, ser paciente e educado etc.

Isto está na rede


ATRIBUTOS PROFISSIONAIS
Texto disponível em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/sobreauditoria/
ATRIBUTOS-PROFICIONAIS.asp>. Acesso em: 14 de jun. de 2020.

Ainda, segundo Costa e Filho (2007, p. 123), como atributos importantes a serem
considerados em um profissional de auditoria, no que diz respeito à obtenção de
informações dos auditados, algumas ações que contribuem para a eficácia e a qualidade
destas informações.

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• Deve ficar bem claro que ao dar o feedback a intenção é contribuir


para o melhorar e desenvolver o outro;
• Expressar realmente o que se pensa e sente;
• É preciso dizer a verdade, mas com sensibilidade e habilidade, de
forma a não estimular e provocar atitudes defensivas;
• Tentar ganhar a confiança da outra parte de modo a que ela se
desarme e se predisponha a ouvir;
• Reconhecer os pontos fortes/positivos é fundamental do ponto
de vista psicológico, é o reconhecimento do que a pessoa tem de
bom que dá a ela a força e a segurança para ouvir sobre o que tem
a melhorar;
• Falar de forma clara, evitando obscuridades. Dar exemplos, ajudando
a parte interessada a aprender melhor;
• Saber ir aos pontos mais importantes e prioritários, evitando
prolixidade e detalhes sem importância;
• Ter o senso exato do que se afirma, evitando julgamentos radicais
e generalizados;
• Sempre que necessário tomar a iniciativa para receber ou dar
feedback. Não esperar que os outros venham primeiro. Demostrar
que ele será sempre bem recebido.

Isto acontece na prática


No rumo certo: Um departamento de auditoria interna integrado às iniciativas
estratégicas da empresa.
No Google, nos Estados Unidos, a auditoria interna é vista como uma
verdadeira parceria de negócios – envolvida na implementação da maioria
das iniciativas estratégicas da empresa, por apresentar uma visão proativa
sobre riscos.
Fonte: Estudo sobre a Prática Profissional de Auditoria Interna 2015, p. Texto
completo disponível em: https://www.pwc.com.br/pt/auditoria-interna/assets/
pwc-estudo-sobre-pratica-profissional-auditoria-interna-15.pdf>. Acesso em:
14 de jun. 2020.

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AULA 15
ÉTICA, AVALIAÇÃO E POSTURA
TÁTICA DO AUDITOR

Figura 32: Código de conduta


Fonte: https://image.freepik.com

A ética profissional de auditoria se traduz na postura em que o auditor toma em


relação ao desenvolvimento de suas atividades. Segundo Rocha e Barbosa (2006),
a ética, de uma forma geral, leva à ideia da moral ou do comportamento da pessoa.
Assim, podemos considerar que, ser ético, é estar de acordo com os princípios de
conduta da pessoa, ou seja, ter uma conduta moral, justa, com bondade, ser correto
e honesto.

15.1 Código de Ética do Auditor

Para cada profissão tem um código de ética, seja este expresso por meio de
documentos ou entre os próprios profissionais que estabelecem uma conduta própria

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dentro das organizações. No caso do profissional de auditoria, é estabelecido um código


de ética próprio para os auditores. No caso de auditores internos, existe um código
de ética que estabelece os princípios e as expectativas do auditor na organização e
condução de uma auditoria interna ou externa. Os princípios de ética são aplicados
em qualquer situação em um processo de auditoria e, segundo o Instituto de Auditores
Internos do Brasil (IIA, 2016), o fato de um código de ética não fazer menção de uma
determinada conduta nas regras estabelecidas, não significa que o profissional não deva
agir com integridade e respeito aos princípios éticos e morais que a profissão exige.

Anote isso
Os princípios de ética são aplicados em qualquer situação em um processo
de auditoria.

Vejamos no Quadro 13, o código de ética estabelecido pelo Instituto dos Auditores
Internos do Brasil.

Código de Ética — Princípios

1. Integridade: A integridade dos auditores internos estabelece credibilidade e, desta forma,


fornece a base para a confiança dada a seus julgamentos.
2. Objetividade: Os auditores internos exibem o mais alto grau de objetividade profissional na
coleta, avaliação e comunicação de informações sobre a atividade ou processo examinado. Os
auditores internos efetuam uma avaliação equilibrada de todas as circunstâncias relevantes e
não são indevidamente influenciados pelos interesses próprios ou de terceiros na formulação
dos julgamentos.
3. Confidencialidade: Os auditores internos respeitam o valor e a propriedade das
informações que recebem e não divulgam informações sem a autorização apropriada, a não
ser em caso de obrigação legal ou profissional de assim proceder.
4. Competência: Os auditores internos aplicam o conhecimento, habilidades e experiência
necessárias na execução dos serviços de Auditoria Interna

Regras de Conduta

1. Integridade 
1.1 Devem executar seus trabalhos com honestidade, diligência e responsabilidade.
1.2 Devem observar a lei e fazer as divulgações esperadas pela legislação e pela profissão.
1.3 Não devem conscientemente fazer parte de qualquer atividade ilegal ou se envolver em
atos impróprios para a profissão de Auditoria Interna ou para a organização.
1.4 Devem respeitar e contribuir para os objetivos legítimos e éticos da organização.

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2. Objetividade
2.1 Não devem participar de qualquer atividade ou relacionamento que possa prejudicar
ou que presumidamente prejudicaria sua avaliação imparcial. Esta participação inclui
aquelas atividades ou relacionamentos que possam estar em conflito com os interesses da
organização.
2.2 Não devem aceitar qualquer coisa que possa prejudicar ou que presumidamente
prejudicaria seu julgamento profissional.
2.3 Devem divulgar todos os fatos materiais de seu conhecimento que, caso não sejam
divulgados, possam distorcer o reporte sobre as atividades sob revisão.

 3. Confidencialidade
3.1 Devem ser prudentes no uso e proteção das informações obtidas no curso de suas
funções.
3.2 Não devem utilizar informações para qualquer vantagem pessoal ou de qualquer outra
maneira contrária à lei ou em detrimento dos objetivos legítimos e éticos da organização.

4. Competência
4.1 Devem se envolver somente com aqueles serviços para os quais possuam os necessários
conhecimentos, habilidades e experiência.
4.2 Devem executar os serviços de Auditoria Interna em conformidade com as Normas
Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna.
4.3 Devem melhorar continuamente sua proficiência, e a eficácia e qualidade de seus serviços.

Quadro 13: Código de ética para auditor interno


Fonte: IIAB (2016)

15.2 Avaliação do Auditor

O sucesso de uma auditoria, como


já visto, depende em grande parte de
um auditor capacitado e habilitado
para desempenhar sua função, Neste
caso, é importante que se certifique
das qualificações do auditor que irá
conduzir ou fazer parte do processo
de auditoria na organização e assim
Figura 33: Avaliação
verificar se este possui as competências Fonte: https://br.freepik.com

e os conhecimentos necessários para compor a equipe. Para isso, é necessário fazer


uma avaliação dos auditores.

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Isto está na rede


Quais são as competências do Auditor?
A auditoria é definida como um processo sistemático, documentando e
independente para obter evidências de auditoria e avaliá-la, objetivamente,
para determinar a extensão na qual os critérios de auditorias são entendidos.
Leia o texto completo disponível em: <https://alimentusconsultoria.com.br/
quais-as-competencias-do-auditor/>. Acesso em: 15 de jun. 2020

Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), alguns conhecimentos e habilidades de


auditores são comuns para qualquer sistema de gestão, porém outras são específicas
ou particulares. Neste caso, a norma estabelece que as competências dos auditores
sejam avaliadas de forma regular através de um processo que leve em consideração o
comportamento pessoal e a capacidade para aplicação do conhecimento e habilidades
obtidas por meio da educação, experiência profissional, treinamentos de auditor e
experiência em auditorias. Assim, convém que a avaliação da competência do auditor
seja feita de forma planejada, implementada e documentada, de forma que o resultado
seja objetivo, coerente, justo e confiável.

Anote isso
[...] alguns conhecimentos e habilidades de auditores são comuns para
qualquer sistema de gestão, porém outras são específicas ou particulares.

Segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), convém que o processo contenha quatro
passos. São eles:

• A determinação da competência necessária que atenda às necessidades do


programa de auditoria;
• O estabelecimento dos critérios de avaliação;
• A seleção do método apropriado de avaliação; e
• A condução da avaliação.

O Quadro 14 apresenta os métodos de avaliação de auditores.

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Métodos de
Objetivos Exemplos
avaliação

Análise de registros de
educação, treinamento,
Análise crítica Verificar a formação profissional
emprego, credenciais
dos registros. do auditor.
profissionais e experiência
em auditar.

Pesquisas, questionários,
Fornecer informação sobre como referências pessoais,
Realimentação o desempenho do auditor é testemunhos, reclamações,
percebido. avaliação de desempenho,
análise crítica por pares.

Avaliar o comportamento
profissional e a habilidade de
comunicação desejados para
Entrevista Entrevista pessoal.
verificar informação e testar
conhecimento e para adquirir
informação adicional.

Avaliar o comportamento
profissional Desempenho de funções,
Observação desejado e a capacidade para auditorias de testemunho e
aplicar desempenho no trabalho.
conhecimento e habilidades.

Avaliar o comportamento e
Exames orais e escritos,
Teste conhecimento e habilidades
testes psicométricos.
desejados e sua aplicação.

Análise crítica do relatório


Fornecer informações sobre o de auditoria,
desempenho do auditor durante entrevistas com o líder da
Análise crítica
as atividades de auditoria, equipe de auditoria e com
pós-auditoria
identificar forças e oportunidades a equipe de auditoria e, se
para melhoria. apropriado, feedback do
auditado.

Quadro 14: Métodos de avaliação de auditores


Fonte: ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 40)

Há diversos métodos para avaliação de auditor, porém Mello (2002), apresenta um


modelo para avaliar um auditor interno mediante a análise crítica realizada após a
auditoria. A nota mínima para a aprovação do auditor deve ser maior ou igual ao valor

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que foi estabelecido como aceitável. Caso o auditor não alcance o mínimo necessário
deve passar por treinamento de aperfeiçoamento ou ser substituído por outro auditor.
Independentemente do método utilizado para avaliar o auditor é imprescindível que
este seja avaliado, e ao final da avaliação, deve-se comparar os resultados obtidos
com os critérios pré-estabelecidos. O modelo proposto por Mello (2002) é apresentado
no Quadro 15.

Logotipo Avaliação de Desempenho de Auditores Internos


Data: Referente ao período:
Nome do Auditor:
Nota/Conceito
5 Ótimo 4 Muito bom Bom Regular Ruim

Item Questão Nota

01 Facilidade de expressão/comunicação com os auditados.

02 Clareza da descrição e registro dos resultados da auditoria.


03 Atendimento aos objetivos planejados para a auditoria.
04 Cordialidade no tratamento com os auditados.
05 Reação demonstrada nas situações de tensão durante a auditoria.
06 Conhecimento da norma e requisitos do sistema de qualidade.
07 Conhecimento dos métodos e procedimentos de auditoria.
Pontualidade no cumprimento dos horários estabelecidos no programa
08
de auditoria.
09 Registro das evidências objetivas na descrição das não-conformidades.
Representatividade das observações identificadas e registradas durante
10
a auditoria.
Representatividade das não-conformidades detectadas e registradas
11
durante a auditoria.
12 Disciplina no cumprimento dos itens da lista de verificação.
Resultado
Aprovado Reprovado

Visto
Auditor líder

Quadro15: Modelo de formulário para avaliação de auditor


Fonte: Mello et al (2002, p. 172)

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Após a avaliação dos resultados, caso o auditor não preencha os requisitos ou


critérios estabelecidos, como já citado, deve-se recomendar que ele passe por um
novo processo de treinamento ou que participe como observador em auditorias para
que adquira mais experiência e possa ser avaliado novamente.

15.3 Postura Tática do Auditor

Um auditor ao conduzir uma auditoria deve manter uma postura proativa de forma
a aumentar a efetividade do processo. Segundo Cerqueira e Martins (2004), não uma
padronização para realizar uma auditoria, mas sim regras que precisam ser seguidas
para facilitar o trabalho do auditor. Neste sentido, o auditor pode utilizar de algumas
táticas para executar o processo de auditoria onde deve:

• Utilizar perguntas como: O quê? Quem? Quando? Onde? Por quê? Como?
• Procurar evidências objetivas, em que deve solicitar ao auditado para que
mostre: como é feito, onde é feito, o que é feito e/ou quando é feito. O auditor
deve buscar registros para que estes sejam examinados.
• Fazer perguntas hipotéticas, tais como: o que aconteceria se..., suponha ou
imagine que... .
• Não ter receio de sinalizar que não entendeu a resposta e solicitar ao auditado
que explique novamente.
• Pedir para que o auditado exemplifique a resposta ou explicação.
• Utilizar perguntas silenciosas olhando o auditado nos olhos.
• Ser sistemático, ou seja, não deixar de fazer perguntas ainda que pareçam
óbvias. Fazer uma pergunta de cada vez. Formular a pergunta no nível da pessoa
que realiza a tarefa e não para o superior dele.
• Não perder tempo com assuntos que não dizem respeito à auditoria e ao que
se está auditando.
• Falar de forma que o auditado entenda.
• Repetir a pergunta sempre que necessário.
• Ser educado ao entrar e sair da área auditada, ou seja, ser cordial, agradecer,
desculpar-se por interromper o trabalho, cumprimentar o auditado, etc.
• Ouvir atentamente o auditado.
• Manter a calma e tranquilidade acima de tudo e qualquer situação.
• Ser imparcial.
• Volte ao local sempre que necessário para que se esclareça uma determinada
informação que tenha ficado obscura.
• Usar uma lista de verificação.
• Conduzir a auditoria buscando investigar para frente e para trás, conforme os
requisitos especificados.
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Ao alinhar algumas das táticas apresentadas acima a uma boa preparação e


adequado a um bom planejamento, o auditor tem uma grande probabilidade de ter
sucesso na execução da auditoria.

Isto acontece na prática

AUDITORIA OPERACIONAL: UM ESTUDO DE CASO EM UMA MICRO


EMPRESA DO RAMO DO COMÉRCIO DE PRODUTOS DE SEGURANÇA
ELETRÔNICA, SITUADA NO MUNICÍPIO DE BARREIRAS-BA.

O artigo trata da implementação da Auditoria Operacional na microempresa


em referência, possibilitou a redução das práticas ineficientes dos controles
internos utilizados atualmente pela empresa, bem como melhoria em todos
os processos administrativos.
Texto completo disponível em:
<https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_32.pdf>.
Acesso em: 15 de jun. 2020

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AULA 16
AUDITORIA DE CERTIFICAÇÃO E
AUDITORIA VIRTUAL

Fonte: https://br.freepik.com

16.1 Auditoria de Certificação

Ao final da década de 1990, os negócios apresentavam sinais do aumento da


consciência social em relação aos vários efeitos colaterais provocados pelos processos
produtivos. Além disso, havia as questões de qualidade dos produtos fabricados que,
de certa forma, envolvia a degradação do meio ambiente, saúde e segurança dos
trabalhadores e das suas relações de trabalho com a organização (CARDOSO, 2015).
Devido às demandas da sociedade associadas às imposições dos organismos
regulatórios em função da nova postura do consumidor, as empresas tiveram que adotar
medidas de cuidados específicos relacionados aos vários aspectos produtivos a fim de
preservar o meio ambiente, a saúde e segurança do trabalhador. Assim, em um cenário

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global, os organismos internacionais desenvolveram protocolos para o desenvolvimento


de ações voltadas à prevenção de problemas, além de incorporarem questões de
sustentabilidade dos negócios. Entre estes órgãos reguladores internacionais podemos
citar a International Organization for Standardization (ISO), o British Standards Institute
(BSI), e o Social Accontability International (SAI). No Brasil, os órgãos responsáveis pela
adequação das normas internacionais e a elaboração das normas nacionais são a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Instituto Nacional de Metrologia
(INMETRO) (CARDOSO, 2015).

Anote isso
Os organismos internacionais desenvolveram protocolos para o
desenvolvimento de ações voltadas à prevenção de problemas, além de
incorporarem questões de sustentabilidade dos negócios.

Para um maior entendimento, podemos dividir as normas em classes específicas.


Em um processo de auditoria é importante que se conheça o que está auditando e
a que normas recorrer para auxiliar neste processo. Em um sistema integrado, por
exemplo, pode haver diversos sistemas sendo desenvolvidos ao mesmo tempo dentro
de uma organização, tais como qualidade, ambiente, saúde e segurança, equipamentos,
alimentos etc. A seguir, segundo Cardoso (2015), veremos algumas classes de normas
que podem auxiliar o auditor em algumas situações.
Normas de base: são as normas consideradas amplas ou genéricas que de um
modo geral, são úteis em uma determinada área do conhecimento que está sendo
estudado e no inicio de um processo inicial de normalização.
Normas de terminologia: estas são normas mais específicas e que estabelecem
os termos que alinham a interpretação de um mesmo termo técnico entre grupos
diferentes. Normalmente, os termos vêm acompanhado pelas respectivas definições
ou por notas explicativas e ilustrações.
Normas de ensaio: são normas que tratam de situações específicas para a realização
de ensaios e testes. Normalmente, esta classe de normas faz referência a outras
normas complementares, tais como normas de amostragem, métodos estatísticos
etc. São aplicadas com maior frequência nos processos de certificação de produtos.

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Normas de produtos: estabelecem as características de um produto que está


normalizado, podendo ser voluntária ou compulsória.
Normas de serviços: são similares às normas de produtos, porém fazem referência
aos requisitos ou critérios relativas à prestação de serviços.
Normas de processo: estabelecem os requisitos necessários para estabelecimento
de métodos ou parâmetros para a adequação aos propósitos do processo.
Normas de sistema de gestão: são normas que especificam os requisitos que
devem ser seguidos por uma organização que desenvolve um produto e/ou serviço e
que normalmente tem um escopo definido, seja um sistema de gestão da qualidade,
gestão ambiental etc.

16.1.1 Processo de certificação de um sistema de gestão integrado

Para o gerenciamento dos requisitos de um sistema de gestão integrado ou de


uma única norma, é preciso que o programa de auditoria seja muito bem estruturado.
Somente com esta estruturação a organização é capaz de ser submetida ao um
processo de certificação e obter um resultado positivo. Em um processo de certificação
de em um sistema de gestão, normalmente se divide em etapas bem definidas, que, se
bem trabalhadas, levam a um processo coerente e que não irão gerar surpresas para
a organização. Segundo Cardoso (2015), as etapas para a realização de um processo
de certificação de terceira parte são:

• A organização deve definir o que deseja;


• A organização estabelece o contato com o organismo certificador;
• A organização ao receber a proposta escolhe o órgão certificador;
• A organização firma o contrato com o órgão certificador;
• Ocorre a I fase de certificação;
• Ocorre a II fase de certificação;
• Ocorre a certificação de fato;
• São realizadas as auditorias de manutenção;
• Ocorre o convite para o processo de recertificação.

A Figura 35 apresenta os requisitos comuns de um sistema de gestão integrada.

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Figura 35: Requisitos de um SGI


Fonte: Cardoso (2015, p.66)

Para um processo de certificação, o primeiro passo, considerado um dos mais


importantes, é a definição da organização sobre o que deseja certificar. Neste sentido,
a organização deve ser muito objetiva e ter clareza em algumas informações que
irão permitir o correto endereçamento do processo. Assim, de forma prática, a
organização deve:

• Definir os critérios que deseja auditar no processo de certificação;


• Estabelecer o tipo de acreditação que irá utilizar;
• Definir o escopo técnico da certificação, quais os produtos e/ou serviços
que desenvolve;
• Definir o escopo geográfico da certificação;
• Ter em mãos as informações sobre a organização para informar ao órgão
certificador, tais como: porte, regime de trabalho, quantidade de funcionários,
número de turnos de trabalho, entre outros;
• Definir o idioma a ser utilizado no processo de auditoria;
• Estabelecer as particularidades ou exclusão relacionada ao sistema de gestão.

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Anote isso
Para um processo de certificação, o primeiro passo, considerado um dos
mais importantes é a definição da organização sobre o que deseja certificar.

Para um processo de certificação, o primeiro passo, considerado um dos mais


importantes, é a definição da organização sobre o que deseja certificar. É a partir deste
momento que a empresa define o organismo de certificação que irá realizar a auditoria
de certificação. É importante que a certificadora escolhida tenha as qualificações
necessárias para realizar o processo que atenda às necessidades da empresa. A Figura
36 apresenta o fluxograma representando as fases para a realização do processo
de certificação.

Figura 36: Fluxograma do processo de certificação


Fonte: Cardoso (2015, p.66)

16.2 Auditoria Virtual

Nos tempos em que a tecnologia é algo muito presente em tudo o que fazemos,
nas organizações não é diferente, principalmente pela praticidade que é proporcionada
no desenvolvimento das atividades de alguns setores mais burocráticos, tais como:
administrativo, financeiro, RH etc. Hoje as empresas buscam agilizar o desenvolvimento
das atividades, e no caso dos processos de auditorias, o tempo, espaço, demanda de

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pessoal da empresa para que seja realizada a auditoria in loco é grande e em alguns
casos este processo é desnecessário. Neste sentido a norma ISO 19011 (ABNT, 2018),
traz a possibilidade de realização de auditorias virtuais, sendo este um grande avanço
para o meio devido à praticidade com que esta ocorre. Assim, a norma ISO 19011 (ABNT,
2018, p. 50), apresenta os requisitos para a realização desta modalidade de auditoria:

Auditorias virtuais são conduzidas quando uma organização realiza


trabalho ou fornece um serviço usando um ambiente online que
permita que pessoas executem processos independentemente de
locais físicos (por exemplo, intranet da organização, uma “nuvem
computacional”). Auditoria de um local virtual é algumas vezes
referida como auditoria virtual. Auditorias remotas se referem ao
uso de tecnologia para coletar informação, entrevistar um auditado
etc., quando métodos “cara a cara” não são possíveis ou desejáveis.

Anote isso
Auditorias remotas se referem ao uso de tecnologia para coletar informação,
entrevistar um auditado etc., quando métodos “cara a cara” não são possíveis
ou desejáveis.

Ainda, segundo a norma ISO 19011 (ABNT, 2018), vejamos os processos definidos
para a realização do processo de auditoria virtual apresentado no Quadro 16.

Uma auditoria virtual segue o processo-padrão de auditoria ao usar tecnologia para


verificar evidência objetiva. Convém que o auditado e a equipe de auditoria assegurem
requisitos apropriados de tecnologia para auditorias virtuais, podendo incluir:

• assegurar que a equipe de auditoria esteja usando protocolos de acesso remoto


acordados, incluindo dispositivos requeridos, software etc.;
• conduzir verificações técnicas antes da auditoria para resolver questões técnicas;
• assegurar que planos de contingência estejam disponíveis e sejam comunicados
(por exemplo, interrupção de acesso, uso de tecnologia alternativa), incluindo
provisão para tempo extra de auditoria, se necessário.

Convém que a competência de auditor inclua:

• habilidades técnicas para usar equipamento eletrônico apropriado e outra


tecnologia ao auditar;
• experiência em facilitar reuniões virtuais para conduzir a auditoria remotamente.

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Ao conduzir a reunião de abertura ou auditar virtualmente, convém que o auditor


considere os seguintes itens:

• r iscos associados com auditorias virtuais ou remotas;


• uso de plantas baixas/diagramas de locais remotos para referência ou
mapeamento de informação eletrônica;
• facilitação para a prevenção de perturbações e interrupções de ruído de fundo;
pedido de permissão com antecedência para fazer cópias de captura de tela
de documentos ou qualquer tipo de gravações, considerando assuntos de
confidencialidade e segurança;
• asseguramento de confidencialidade e privacidade durante os intervalos de
auditoria, por exemplo, silenciando microfones, pausando câmeras.

Atividades de auditoria virtual:

• ssegurar que a equipe de auditoria esteja usando protocolos de acesso remoto


a
incluindo dispositivos requeridos, software etc.;
• se fizer cópias de captura de tela de documentos de qualquer tipo, solicitar
permissão com antecedência e considerar assuntos de confidencialidade e
segurança, e evitar gravar pessoas sem sua permissão;
• se um incidente ocorrer durante o acesso remoto, convém que o líder da equipe
de auditoria verifique a situação com o auditado e, se necessário, com o cliente
de auditoria, e chegue a um acordo sobre se convém que a auditoria seja
interrompida, reagendada ou continuada;
• usar plantas baixas/diagramas do local remoto para referência;
• manter respeito à privacidade durante os intervalos de auditoria.

É necessário considerar a disposição de informação e a evidência de auditoria,


independentemente do tipo de mídia, em data posterior, uma vez que a necessidade de
sua retenção tenha cessado.

Quadro 16: Processo para auditoria virtual


Fonte: ISO 19011 (ABNT, 2018, p. 50)

Isto está na rede


A administração tributária do futuro e o futuro da administração tributária.
Texto disponível em: <https://jus.com.br/artigos/16933/a-administracao-
tributaria-do-futuro-e-o-futuro-da-administracao-tributaria>. Acesso em: 16
de jun. 2020.

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Isto acontece na prática

Como a certificação do Sistema B tornou a Natura ainda mais sustentável.

É difícil não associar a marca Natura com a sustentabilidade. Em quase 50


anos de existência, a multinacional brasileira de cosméticos tem construído
uma história de cuidado com o meio ambiente, os fornecedores e os clientes.
Isso fica evidente em muitas ações da empresa, desde a valorização da
biodiversidade da Amazônia, de onde vem boa parte das matérias-primas
usadas nos produtos da companhia, até as campanhas que celebram a
diversidade da beleza feminina.
Texto completo disponível em: <https://believe.earth/pt-br/como-certificacao-
sistema-b-tornou-natura-ainda-mais-sustentavel/>. Acesso em: 16 de jun. 2020.

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CONCLUSÃO

Chegamos ao fim da disciplina de auditoria da qualidade.


Durante as aulas vimos diversos assuntos que determinam a realização de um
processo de auditoria. Em nossas aulas, aprendemos que a auditoria é um processo
que se realiza nas organizações para verificar a conformidade dos sistemas de gestão,
certificar a organização em uma determinada norma específica, tais como a ISO 9001,
ISO 45000, ISO 22000, ISO 14001 etc.
Vimos que para a realização de uma auditoria, algumas etapas precisam ser
realizadas de forma sistemática e organizada para que os resultados, ao final do
processo, sejam satisfatórios e os objetivos alcançados eficazmente.
A elaboração de documentos e registros necessários para a realização da auditoria
foram apresentados, tais como o plano de auditoria, checklist, o relatório de auditoria,
modelos de relatório de não conformidades e de ações corretivas, entre outros. Estes
documentos são imprescindíveis para documentar e registrar as evidências da auditoria.
Foram tratados os assuntos sobre as atividades desenvolvidas durante o processo
de auditoria. Sobre o desenvolvimento da auditoria, foram vistas as fases iniciais,
os elementos que envolvem ao processo, o estabelecimento da agenda, método de
auditoria, lista de verificação etc.
Vimos o início e a auditoria na prática. Nas aulas respectivas, podemos aprender
como deve ser realizada a reunião de abertura, a importância do auditor líder em
estabelecer uma pauta para que a reunião não fuja dos objetivos e nem disperse os
assuntos. Durante a realização da auditoria, vimos a importância das competências
e experiências do auditor para conseguir as informações nas áreas onde ocorre a
auditoria. Também foram apresentadas as dificuldades que podem surgir ao longo
do processo de auditoria e como o auditor pode lidar com estes tipos de situação.
A forma como se procede diante de uma necessidade de ações corretivas e
preventivas como formas de processos de melhoria contínua para os sistemas
de gestão.
As características, ética e atributos do auditor também foram apresentadas. Os
princípios que um auditor deve possuir como profissional proporciona a confiabilidade
na prestação de serviço de auditoria, fazendo com que o auditado esteja mais seguro
quanto aos resultados da auditoria.

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Por fim, vimos as questões de auditorias de certificação e os requisitos estabelecidos


para a realização de uma auditoria virtual. Sendo esta auditoria, uma forma de agilizar
os processos em auditorias burocráticas.
Espero que este material tenha contribuído para o seu desenvolvimento acadêmico
e que possa servir como um referencial ao longo de sua vida profissional. É importante
que você nunca pare de estudar, pois as informações, técnicas, requisitos normativos
estão em constante desenvolvimento.
Assim, encerro desejando a você, caro aluno, muito sucesso!

Um grande abraço.

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ELEMENTOS COMPLEMENTARES

LIVRO

Título: Gestão da Qualidade ISO 9001: 2015: Requisitos


e Integração com a ISO 14001:2015
Autor: Luiz César Ribeiro Carpinetti, Mateus Cecilio
Gerolamo
Editora: Atlas
Sinopse: O livro apresenta uma discussão didática e
detalhada sobre os requisitos de gestão da qualidade
da ISO 9001:2015, destacando as mudanças da edição
de 2015 em relação à edição anterior. As teorias que
fundamentam os requisitos do sistema de gestão
são comentadas à medida que os requisitos são
apresentados. Várias ilustrações são usadas para
facilitar a comunicação e compreensão sobre os requisitos da norma. No último
capítulo, o livro apresenta brevemente o sistema de gestão ambiental ISO 14001:2015,
discute e sugere orientações para a integração dos sistemas de gestão da qualidade
e ambiental.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>. Acesso em: 16 de jun. 2020

LIVRO

Título: Auditoria: Uma abordagem prática com ênfase


na auditoria externa
Autor: Luiz dos Santos Lins
Editora: Atlas
Sinopse: As mudanças ocorridas na Contabilidade
no Brasil com a adoção das normas internacionais
repercutiram diretamente na auditoria. Alterações
do tipo “essência sobre a forma” são exemplos de

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modificações que obrigaram as auditorias a buscarem novos procedimentos para se


adequar a essa nova realidade. Nesse sentido, este livro procura apresentar a auditoria
dentro desse novo contexto. Embora contemplando tanto a auditoria interna quanto
a externa, seu foco principal está na auditoria externa, para a qual são apresentados
os procedimentos básicos para as áreas do balanço patrimonial, bem como para as
demais demonstrações contábeis.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>. Acesso em: 29 de maio. 2020

LIVRO

Título: Fundamentos de Auditoria


Autor: Ruth Carvalho de Santana Pinho
Editora: Atlas
Sinopse: Há muito tempo, a auditoria vem
experimentando uma extraordinária expansão, deixando
de ser apenas uma técnica contábil. Atualmente
permeia todos os processos da vida organizacional
das entidades com fins econômicos ou não, e atinge
as mais diversas atividades profissionais.
No que diz respeito à formação do contador, observa-
se uma oferta de literatura, em termos de auditoria,
estreitamente ligada à contabilidade, todavia, este
profissional pode ter uma atuação mais ampla não
só enquanto auditor interno como também como
auditor externo. A complexidade e a capilaridade das
operações exigem destes profissionais além de auditoria contábil, conhecimentos de
auditoria operacional, de gestão, da qualidade, apenas para citar alguns exemplos.
Disponível em: <https://www.submarino.com.br>. Acesso em: 29 de maio 2020

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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LIVRO

Título: Auditoria e Gestão de Riscos


Autor: Jose Miguel Aguilera Avalos
Editora: Saraiva
Sinopse: O autor expõe, de forma objetiva, os
conhecimentos básicos da auditoria - do planejamento
e avaliação dos sistemas de controle interno à execução
das tarefas realizadas dentro das organizações. Traz
também dicas fundamentais para os profissionais que
queiram se aperfeiçoar na área e dominar os problemas
vividos no dia a dia das empresas.
Disponível em: <https://www.saraiva.com.br/auditoria-
e-gestao-de-riscos-col-instituto-chiavenato-2852380/p>. Acesso em: 06 de jun. 2020

LIVRO

Título: Auditoria
Autor: Osni Moura Ribeiro; Juliana Moura Ribeiro Coelho
Editora: Saraivauni
Sinopse: Você sabe por que as organizações são
auditadas? Esta e outras perguntas podem ser respondidas
por este livro, que traz um método introdutório ao estudo
da auditoria. Auditoria Série Em Foco (antiga Série Fácil)
apresenta os principais temas das Normas Brasileiras
e Internacionais de Auditoria que entraram em vigor
no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2010, tratando os
assuntos de forma didática, objetiva e com foco sempre
pensando na aplicação do que está sendo tratado.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br/>. Acesso em: 02 de jun. 2020

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LIVRO

Título: Auditoria - Conceitos e Aplicações


Autor: William Attie
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro tem como objetivo fornecer visão
técnica e prática da Auditoria Contábil. A parte teórica
e conceitual limita-se à cobertura dos principais
conhecimentos indispensáveis para a execução
dos trabalhos de auditoria. Já a parte operacional é
minuciosamente exposta e abrange as principais áreas
das demonstrações contábeis e os cuidados que devem
ser observados na auditoria de cada uma delas. A partir
do momento em que a obra expõe procedimentos práticos é desenvolvido um exemplo
completo, com peças interconsistentes, de um trabalho de auditoria.
Disponível em: <https://www.submarino.com.br>. Acesso em: 03 de jun. 2020

LIVRO

Título: Manual De Auditoria


Autor: Wagner Pagliato
Editora: CIENCIA MODERNA
Sinopse: Unindo a teoria e a prática, a obra traz um
conteúdo atualizado sobre como auditar as demonstrações
contábeis, apresentando os principais problemas
encontrados pelo auditor durante o trabalho de campo.
As alterações introduzidas pela lei 11. 638; a auditoria
e a profissão de Auditor; as normas e procedimentos
da auditoria; os controles internos; os riscos e fraudes
em auditoria; como é a organização dos trabalhos em
auditoria; a Governança Corporativa com aplicação no mercado competitivo e como
observar as evidências dos trabalhos de auditoria também são assuntos abordados.

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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“Manual de Auditoria” expõe, ainda, as áreas de auditoria de sistemas informatizados,


auditoria operacional e de gestão e, as não menos importantes, auditoria ambiental
e auditoria no terceiro setor.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>. Acesso em: 04 de jun. 2020

LIVRO

Título: Diretrizes de Auditoria Ambiental


Autor: Celso Maran de Oliveira
Editora: Edufscar
Sinopse: Unindo a teoria e a prática, a obra traz um
conteúdo atualizado sobre como auditar as demonstrações
contábeis, apresentando os principais problemas
encontrados pelo auditor durante o trabalho de campo.
As alterações introduzidas pela lei 11. 638; a auditoria
e a profissão de Auditor; as normas e procedimentos
da auditoria; os controles internos; os riscos e fraudes
em auditoria; como é a organização dos trabalhos em
auditoria; a Governança Corporativa com aplicação no mercado competitivo e como
observar as evidências dos trabalhos de auditoria também são assuntos abordados.
“Manual de Auditoria” expõe, ainda, as áreas de auditoria de sistemas informatizados,
auditoria operacional e de gestão e, as não menos importantes, auditoria ambiental
e auditoria no terceiro setor.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>.
Acesso em: 05 de jun. 2020

LIVRO

Título: Auditoria - Planejamento, Execução e Reporte


Autor: Joshua Onome Imoniana
Editora: Atlas
Sinopse: Com mais de 35 anos de experiência em
renomadas empresas como Deloitte, PwC e IBRU, o autor

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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traz neste livro toda a sua bagagem aplicada em metodologias objetivas, didáticas
e práticas que ajudam a entender o que há de mais moderno na auditoria e como
a sua prática oferece ampla sustentação para os negócios das organizações que
estão sempre em busca da melhor maneira de gerenciar suas finanças e recursos
que mantenham sua vantagem competitiva.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>. Acesso em: 06 de jun. 2020

LIVRO

Título: Auditoria – Abordagem Moderna e Completa


Autor: Marcelo Cavalcanti Almeida
Editora: Atlas
Sinopse: Escrita em linguagem didática e objetiva, esta obra
aborda a metodologia e a prática principalmente em auditoria
das demonstrações financeiras. Está voltada para a realidade
brasileira, de acordo com a Lei das Sociedades por Ações, e foi
atualizada conforme as Leis nos 11.638/2007 e 11.941/2009.
Esta nona edição trata também do novo relatório dos auditores
independentes. Livro-texto para a disciplina Auditoria dos cursos
de Ciências Contábeis e Administração de Empresas. Leitura
recomendada para os cursos de atualização e aprimoramento destinados a auditores,
contadores, controladores, analistas financeiros e outros profissionais da área.

LIVRO

Título: Auditoria Interna


Autor: Marcelo Cavalcanti Almeida
Editora: Clube de Autores
Sinopse: O conteúdo desta obra apresenta os principais
aspectos da auditoria interna que o profissional auditor
precisa conhecer durante a sua formação e atuação.
Primeiramente, aborda uma introdução ao contexto da
auditoria. Em seguida expõe os principais pontos inerentes

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ao papel do auditor na auditoria interna e o seu posicionamento na organização.


Na sequência, apresenta como é o processo de uma auditoria e como ela deve ser
realizada. Também, mostra sobre os componentes do gerenciamento de uma área
de auditoria interna, contemplando as suas características, peculiaridades e cuidados
a serem tomados. Para finalizar, aborda os aspectos relacionados com a auditoria
baseada em riscos, a governança corporativa e a relação com as fraudes.
Disponível em: https://www.amazon.com.br/>. Acesso em: 10 de jun.2020.

LIVRO

Título: Sistema de Gestão da Qualidade. Entendendo a


Nbr Iso 9001.2015
Autor: Valério Garcia Brisot
Editora: Viena
Sinopse: O objetivo principal deste livro é transmitir as
principais informações sobre como implementar um
sistema de gestão da qualidade em empresas, levando-
se em consideração os requisitos da versão de 2015
da mundialmente conhecida norma ISO 9001. Quando
falamos em ISO devemos levar em consideração que
existe uma organização internacional para padronização
(International Organization for Standardization), que elabora normas que podem ser
aplicadas a qualquer tipo de negócio, desde fabricação de produtos, bens, até a
prestação de serviços. Quando uma empresa, de qualquer tipo ou porte, decide se
certificar na NBR ISO 9001, ela está optando por implementar em seu negócio um
Sistema de Gestão da Qualidade cuja finalidade é o desenvolvimento da melhoria
contínua em seus processos.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br/>. Acesso em: 09 de jun. 2020.

LIVRO

Titulo: Gestão da qualidade: Teoria e Casos


Autor: Marly Carvalho

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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Editora: GEN LTC


Sinopse: Obra consagrada e amplamente adotada nos
cursos de graduação e pós-graduação do país, este
livro-texto destina-se a estudantes da disciplina Gestão
da Qualidade dos cursos de Engenharia. O livro aborda
um espectro abrangente da Gestão da Qualidade, que
engloba os modelos tradicionais, os modelos normativos,
sua estrutura de certificação e as novas tendências
como o Programa Seis Sigma. Esta segunda edição traz
significativas alterações com relação à edição anterior. A
primeira e mais evidente refere-se ao alinhamento de seu
conteúdo às novas versões das normas da série ISO 9000 e às alterações processadas
recentemente no Prêmio Nacional da Qualidade. Além disso, foram introduzidos dois
novos capítulos, que incorporam as ferramentas da qualidade e a gestão da qualidade
integrada à sustentabilidade.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>. Acesso em: 09 de jun. 2020.

LIVRO

Título: Auditoria comportamental: Guia para melhoria


contínua de segurança do trabalho
Autor: Eduardo Menchise
Editora: Viseu
Sinopse: O livro tem como objetivo compartilhar décadas
de experiência atuando em ambientes industriais.
Áreas como qualidade e produtividade possuem vasta
literatura e já são valorizadas pelas organizações em
função dos resultados relacionados a lucros e aumentos
na fatia do mercado (Market share).
Segurança ainda não recebe a mesma prioridade que
qualidade e produtividade. A razão para essa realidade é
resultado da falta de valorização da segurança pelas lideranças somado a inexistência
de uma orientação clara de como buscar melhores resultados.

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A obra orienta as organizações como conseguir a mudanças de cultura necessárias


para atingir a excelência em segurança.
São abordados conceitos fundamentais e indispensáveis direcionados à atuação
da alta administração, quebrando o paradigma que segurança é papel exclusivo dos
profissionais da área (Gerentes, Engenheiros e Técnicos de segurança).
As orientações contidas nesse livro vão desde os papéis dos líderes, supervisores
e profissionais de segurança até como estruturar um sistema de governança de
segurança considerado de classe mundial.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>. Acesso em: 15 de jun. 2020.

LIVRO

Título: Auditoria Interna


Autor: William Attie
Editora: SARAIVA
Sinopse: O livro aborda os principais aspectos normativos
e das melhores práticas em auditoria. Trata dos objetivos,
atributos e atividades da auditoria interna e externa,
destacando as diferenças de abordagem entre elas e
esclarecendo sobre o posicionamento e a utilidade do
trabalho dos auditores para as organizações. Além disso,
também proporciona o entendimento das normas por
meio de comentários e exemplos práticos visando uma
atuação baseada na ética profissional e na eficiência da atividade de auditoria em
agregar valor para as organizações.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>. Acesso em 11 de jun. 2020.

LIVRO

Autor: Jose Luiz Goncalves Maffei


Editora: Saraiva
Ano: 2017

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Sinopse: O livro aborda os principais aspectos


normativos e das melhores práticas em auditoria. Trata
dos objetivos, atributos e atividades da auditoria interna
e externa, destacando as diferenças de abordagem
entre elas e esclarecendo sobre o posicionamento e a
utilidade do trabalho dos auditores para as organizações.
Além disso, também proporciona o entendimento das
normas por meio de comentários e exemplos práticos
visando uma atuação baseada na ética profissional e
na eficiência da atividade de auditoria em agregar valor
para as organizações.
Disponível em: <https://www.amazon.com.br>. Acesso em: 14. de jun. 2020.

FILME

Título: Diferenças entre Auditoria Interna e Externa


Ano: 2015
Sinopse: Você tem dúvidas sobre as diferenças de
auditoria interna e externa? O professor e consultor
da Escola de Auditoria, Ibraim Lisboa, trouxe neste
vídeo as principais características de cada uma, com
o objetivo de esclarecer os variados questionamentos
sobre estas duas áreas.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oS_8MSg3MXc >. Acesso em:
03 de jun. 2020.

FILME

Título: Como lidar com auditores


Ano: 2016
Sinopse: A atividade de ser auditado causa medo
naqueles que não estão acostumados com ela.
Porém, não podemos esquecer que o auditor externo

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é uma pessoa contratada para observar se o nosso sistema de gestão funciona. Ele
não está procurando vítimas, ou culpados, ou mesmo erros pessoais.
Você sabe como se portar diante do auditor?
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FZB-TpsCQ3s>. Acesso em:
02 de jun. 2020.

FILME

Título: 11° Café Conectado - Importância da Comunicação para o seu SGI


Ano: 2017
Sinopse: Neste Café Conectado, Deivison Pedroza e Mônica Rosa - coordenadora
de Comunicação e Marketing na Verde Ghaia, falaram sobre os itens normativos que
tratam da Comunicação e deram dicas de ferramentas e como implementá-las na
sua empresa.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=28&v=a_
D1mW3q0BQ&feature=emb_logo>. Acesso em: 16 de jun. 2020.

Filme

Título: Auditoria Interna


Ano: 2016
Sinopse: A Auditoria Interna tem por finalidade
desenvolver um plano de ação que auxilie a
organização a alcançar seus objetivos adotando
uma abordagem sistêmica e disciplinada para a
avaliação e melhora da eficácia dos processos de
gerenciamento de riscos com o objetivo de adicionar
valor e melhorar as operações e resultados de uma organização.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1_z0ebvXfRQ>. Acesso em:
29 de maio. 2020.

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FILME

Título: Implantação da Auditoria Interna


Ano: 2015
Sinopse: O Grupo Portal de Auditoria promoveu
um bate-papo para discutir e esclarecer as dúvidas
que permeiam tanto auditores como gestores e
empresários em geral, a respeito de alguns assuntos
do dia-a-dia do profissional da área.
Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=UMUIHSnNvE8&list=
PLsUtjelu4EZ5z61_7VxkWbJ66vZLSuN4t&index=1>. Acesso em: 29 de maio 2020.

FILME

Título: Não Conformidade, Oportunidade de


Melhoria e Área Sensível
Ano: 2015
Sinopse: O Auditor da APCER Brasil, José
Oliveira, fala sobre questões importante para a
implementação do PBQP-H.
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=KqiC1unCSZc>. Acesso em: 06 de jun. 2020.

FILME

Título: Como elaborar um Plano de Auditoria - ISO


9001
Ano: 2018
Sinopse: Neste vídeo é apresentado o processo
de planejamento de auditoria.
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=W0XcVc0QIo0>. Acesso em: 04 de jun. 2020.

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FILME

Título: Características do Auditor Interno


Ano:2016
Sinopse: A carreira e o dia a dia de um Auditor
exigem que este tenha algumas características
fundamentais que determinarão se ele terá sucesso
ou não!
Algumas qualidades serão exigidas dele
constantemente, outras com menos frequência,
mas também serão exigidas.
Assista a esse vídeo com atenção, análise seu perfil e identifique o que precisa
buscar ou melhorar para ser um bom auditor.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NgNgrmMBX3A&t=9s>. Acesso
em: 14 de jun. 2020.

FILME

Título: Checklist - Ferramentas da Qualidade Total


Ano: 2016
Sinopse: Neste vídeo o professor Montanari
responde aos seguintes questionamentos. O que é
checklist? Quais são os benefícios e aplicações desta
ferramenta da qualidade total? Um bom momento
para assistir o vídeo e aprimorar o que aprendeu nesta aula.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zrUmwH84imc>. Acesso em:
05 de jun. 2020.

FILME

Título: Estrutura do Relatório de Auditoria - ENTENDA DE UMA VEZ POR TODAS!

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Ano:2016
Sinopse: Essa aula foi feita com o objetivo de que você entenda de uma vez por
todas a estrutura do relatório de auditoria.
Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0DX5lJwx9tc>. Acesso
em: 10 de jun. 2020.

FILME

Título: Como Fazer Boas Reuniões de Abertura e Encerramento


Ano: 2016
Sinopse: O propósito da reunião de abertura é a de apresentar os membros da equipe
auditora, esclarecer detalhes de condução da auditoria e confirmar a disponibilidade
de recursos e meios necessários para a realização da auditoria.
Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jidUj3IE5uI>. Acesso em:
08 de jun. 2020.

FILME

Título: Ações Corretivas no Laboratório- Gestão da


Qualidade em Laboratórios
Ano: 2016
Sinopse: Neste vídeo são abordados conceitos
relevantes sobre Sistemas de Gestão de forma
descomplicada.
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=TTgzj4UUZu8>. Acesso em: 09 de jun. 2020.

FILME

Título: Ações corretivas e preventivas


Ano: 2019

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Sinopse: Vídeo explicativo sobre ações corretivas e


preventivas para reforçar o conteúdo estudado.
D i s p o n í v e l e m : < h t t p s : // w w w. y o u t u b e . c o m /
watch?v=dzg5OoYbHto>. Acesso em: 09 de jun. 2020.

FILME

Título: Como ser um Auditor Interno de sucesso - 10 competências fundamentais


Ano: 2020
Sinopse: Descubra como se tornar um auditor interno de sucesso neste vídeo com
10 dicas para fazer sua carreira decolar.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=j9G88HcH8UU>. Acesso em:
11 de jun. 2020.

WEB

Sistema de Gestão Integrada: as vantagens de usar


SGI em segurança do trabalho
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=YxuecRl_MN0>. Acesso em: 16 de jun.
2020.

WEB

BATE-PAPO - Auditoria Interna, Controles Internos,


Gerenciamento de riscos e Compliance
Sinopse: Neste vídeo são apresentados alguns
conceitos sobre a auditoria interna. Um bom vídeo para
aprimorar os conhecimentos abordados nesta aula.

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Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=k5Ctzbo7RJ4>. Acesso em: 29


de maio. 2020.

WEB

Você sabe como funciona uma AUDITORIA? |


DESCOMPLICANDO
Sinopse: Sabe o que é Auditoria? Sabe qual a sua
função? Nesse vídeo o Professor Georgito Arouca irá
facilitar esse tema para você!
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AYvTlentXJM>. Acesso em:
29 de maio 2020.

WEB

Título: Não Conformidades: Será que você está fazendo


isso certo?
Ano: 2014
Sinopse: Palestra sobre o tratamento de não
conformidades. Um bom vídeo para aprimorar seus
conhecimentos sobre não conformidades.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6uxWJyVZXkU>. Acesso em:
06 de jun. 2020.

WEB

Título: Planejamento de auditoria interna


Ano: 2017
Sinopse: Neste vídeo é apresentado o processo de
planejamento de auditoria. Um bom conteúdo para
acrescentar conhecimento em seus estudos.

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=arQc6UAHzLs>. Acesso em:


04 de jun. 2020.

WEB

Como se preparar para uma Auditoria de Terceira


Parte.
Sinopse: Nesse vídeo daremos dicas de como se
preparar para uma Auditoria de Terceira Parte.
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=GHLJe0yBs1Q>. Acesso em: 02 de maio.
2020.

WEB

BATE-PAPO - NBR ISO 9001:2015 -| Auditorias -


MINUTOS DA QUALIDADE
Sinopse: Série de vídeos produzidos em parceria WK,
Brasão Sistemas e Diretiva, para falar de maneira
dinâmica, descontraída e prática sobre os critérios
de excelência dos Requisitos da NBR ISO 9001:2015,
neste episódio falando sobre auditorias.
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=4y1aIsoBOBE>. Acesso em: 03 de jun. 2020.

WEB

Título: O que é um checklist


Ano: 2018
Sinopse: José Antônio Rosa é palestrante, consultor, professor de pós-graduação,
produtor de conteúdo, autor de livros nas áreas de gestão, carreiras, desenvolvimento

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AUDITORIA DA QUALIDADE
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pessoal, comunicação. Graduado em jornalismo, é mestre em administração pela


PUC/SP, e doutor em ciências da comunicação pela USP/SP.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=CEHXkKoHCqs>. Acesso em:
05 de jun. 2020.

WEB

Título: Planejamento de Auditoria e Execução - Parte 1 – Auditoria


Ano: 2018
Sinopse: Neste vídeo o professor Breno Camargo apresenta alguns conceitos
do desenvolvimento do planejamento e execução da auditoria. Um bom vídeo para
aprimorar seus conhecimentos.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=72666J67TlU>. Acesso em:
06 de jun. 2020.

WEB

Título: Planejamento de Auditoria e Execução - Parte 2 – Auditoria


Ano: 2018
Sinopse: Este vídeo é uma continuação do vídeo Planejamento de Auditoria e
Execução - Parte 2 – Auditoria
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=fqi61J1Xbjo&t=6s>. Acesso
em: 06 de jun. 2020.

WEB

O perfil do auditor
Saiba mais sobre carreira contábil.
Assista ao vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P60iwyZmmhQ

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REFERÊNCIAS

CERQUEIRA, J. P.; MARTINS, M. C. Auditorias de sistemas de gestão: ISO


9001, ISO 14001, OHSAS 18001, ISO/IEC 17025, SA 8000, ISO 19011:2002.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

CARDOSO, Afonso. Auditoria de sistema de gestão integrada. São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2015.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 19011:2018 -


Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão. Rio de Janeiro, ABNT, 2018.
MELLO, C. H. P.; SILVA, C. E. S.; TURRIONI, J. B.; SOUZA, L. G. M. ISO 9001:2000:
Sistema de gestão da qualidade para operações de produção e serviços.
São Paulo: Atlas, 2002.

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