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TUPY
(TUPY3)
RELATÓRIO – 04/07/2023

RESUMO
TUPY
SETOR VEÍCULOS E PEÇAS

ATIVO(OS) RECOMENDADO(OS) TUPY3

PREÇO EM 03/07/23 R$ 25,90

VALOR JUSTO R$ 35,00

CARTEIRAS DIVIDENDOS, MICRO E SMALL CAPS

RECOMENDAÇÃO EM 04/07/23 COMPRAR


Fonte: O autor

VÍDEO EXPLICATIVO
Confira mais detalhes no vídeo explicativo abaixo, através do link:
https://youtu.be/tFLpCgASBWE

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DESTAQUES FINANCEIROS – 1T23
A Tupy apresentou receita líquida de R$ 2,8 bilhões no primeiro trimestre de 2023,
representando um crescimento de 18,6% frente ao mesmo período do ano anterior. Em termos
regionais, os principais ganhos vieram na América do Sul e na Europa.

Dentre as divisões de negócio, o principal destaque ficou com a unidade de distribuição e


reposição, que apresentou alta de 185%, especialmente com a incorporação da MWM do
Brasil, adquirida recentemente.

Por outro lado, algumas divisões sofreram com menor volume de vendas, o que acabou
pressionando gastos. As despesas operacionais como um todo aumentaram 55%, devido a
reestruturação proposta pela empresa. Com isso, o EBITDA Ajustado cresceu apenas 0,5%.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, as receitam apresentaram aumento de


19%. No 1T23, 46% das receitas tiveram origem na América do Norte. Por sua vez, as
Américas do Sul, e Central representaram 33%, e Europa, 19%, como pode ser observado na
imagem abaixo.

Ressaltando que diversos clientes localizados nos Estados Unidos exportam seus produtos
para inúmeros países. Assim, uma grande parcela das vendas para esta região atende à
demanda global por veículos comerciais, máquinas e equipamentos off-road.

Fonte: RI da Empresa

Essa expansão foi registrada tanto no mercado interno (+48,2%), quanto no externo (8,5%),
especialmente na principal divisão de negócios, de Veículos Comerciais, bem como de médios
e pesados. Com isso, a maior representatividade das receitas fica para o mercado externo, em
torno de 68,2%.

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Os custos dos produtos vendidos apresentaram alta de 17,7%, fechando em R$ 2,3 bilhões no
1T23. Entretanto, do lado negativo, houve evolução das despesas operacionais (+55%), em
meio a escalada dos gastos com fretes, além da negociação salarial da data-base e de
despesas com reestruturações.
Esses efeitos foram mitigados por diversas iniciativas de gestão implementadas desde o ano
passado, além de ganhos de produtividade e sinergias capturadas com as novas operações. Os
principais itens de aumento podem ser vistos na imagem abaixo.

Fonte: RI da Empresa

Ainda que a margem bruta tenha registrado ganho de 0,7 p.p., as maiores despesas levaram a
praticamente uma perda da margem EBITDA ajustada, em 2,1 p.p. Por fim, com menor
provisão de IR, o lucro líquido fechou em R$ 145,3 milhões, com alta de 96,3%.

Consideramos o resultado Neutro. A Tupy apresentou boa evolução de receitas com


incorporação da MWM, mas menor diluição de gastos fixos a aumento de despesas com
reestruturação e menor margens operacionais.

O EBITDA teve impacto da apreciação do MXN e de reestruturações, na casa de R$ 14


milhões, compensados por sinergias e inciativas de redução dos custos. As vendas do
segmento de distribuição, que abrange peças de reposição (after market) oriundas da MWM, e
produtos hidráulicos, tiveram crescimento de 131%.

Indicadores (milhões) 1T23 1T22 Variação %

RECEITA LÍQUIDA R$ 2.804,4 R$ 2.364,3 18,6%


EBITDA AJUSTADO R$ 315,4 R$ 313,7 0,5%
MARGEM EBITDA 11,2% 13,3% -2,1 p.p.
LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO R$ 145,3 R$ 74,0 96,3%
MARGEM LIQUIDA 5,2% 3,1% 2,1 p.p.
Fonte: O autor e RI da Empresa .

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NOSSO POSICIONAMENTO
A estratégia de investimento nas ações da Tupy (TUPY3) está centrada no bom potencial de
crescimento da empresa para o longo prazo e de sua característica de negócios bastante
globalizado.

A companhia mantém grande parte de suas receitas voltadas para o mercado externo,
especialmente para os EUA e Europa. Através disso, a empresa amplia suas possibilidades de
ganhos, ancorada na melhor recuperação econômica observada externamente ao Brasil.

Além da boa diversificação global, também merece destaque a aplicação dos produtos da Tupy
em variados segmentos econômicos, ainda que a maior parte das aplicações estejam voltadas
para os ramos de veículos comerciais (caminhões e ônibus) e off-road (maquinário para
infraestrutura e agricultura).

A Tupy fechou o contrato de fornecimento exclusivo de cabeçotes para um motor desenvolvido


pela MAN, utilizando em caminhões movidos a hidrogênio, chamado de MAN H45. Esse motor
apresenta zero emissão de carbono e uma redução significativa de NOx em comparação com a
versão a diesel.

O motor de combustão a hidrogênio é uma das alternativas consideradas pela legislação


europeia para a descarbonização do setor de transporte.

Como uma das principais características da Tupy, está seu bom histórico de distribuição de
dividendos.

Algo que deverá ser ainda melhor impulsionado nos próximos trimestres, dado o ambiente de
melhor recuperação citado e pelos bons níveis de preços observados em seus mercados de
atuação, favorecendo a geração de caixa operacional.

Assim, enxergamos os papéis da companhia a preços atrativos no momento e estamos


recomendando COMPRA em Tupy, com valor justo em R$ 35,00 / Ações.

A empresa segue em nossas Carteiras Dividendos+, com peso de 9% e Micro, Small e


Mid Caps, com peso de 8%. Mais detalhes sobre o valor justo pode ser encontrado na
seção “Valuation” abaixo.

Indicadores de Mercado 03/07/2023 29/12/2022 31/12/2021 31/12/2020

P/L 6,46 7,12 14,08 -39,64


EV / EBITDA 5,18 4,98 5,25 6,74
P / VPA 1,19 1,24 1,04 1,18
DIVIDEND YIELD 4,63% 1,21% 2,17% 0,00%
VALOR DE MERCADO (MIL) R$ 3.714.012 R$ 4.078.263 R$ 2.876.351 R$ 3.022.888
PREÇO DA AÇÃO R$ 25,90 R$ 27,16 R$ 19,95 R$ 20,54
Fonte: O autor e RI da empresa.

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VALUATION
Para os próximos cinco anos, de 2023 até 2027, consideramos um acréscimo médio de 5,5%
na receita líquida da Tupy, refletindo números mais conservadores e maior arrefecimento do
mercado a qual a empresa está inserida.

Vale lembrar que os últimos trimestres têm sido marcados por fortes ganhos de receita,
ancorado justamente pelo melhor momento vivido pelo setor.

Quanto a margem EBITDA, avaliamos como aceitável um valor médio de 13% no período
citado, refletindo uma melhora inflacionária, já que os últimos trimestres também têm sido
marcados por maiores pressões nas margens operacionais.

Para a perpetuidade, consideramos um acréscimo constante de 2% do fluxo de caixa livre, a


um custo real de capital de 7,0%, dada característica de maior presença de capital de terceiros
no balanço da companhia. Com isso, e de acordo com nosso modelo de fluxo de caixa
descontado, temos um valor justo de R$ 35,00 / ações de TUPY3.

Entretanto, sabemos que diversos fatores externos e inesperados podem atingir quaisquer
empresas e setores ao redor do mundo, a qualquer momento.

Algo que torna imprecisa uma avaliação totalmente objetiva e quantitativa de um valor justo.
Assim, consideraremos alguns fatores qualitativos em nosso Valuation, que podem implicar em
variações do valor tanto para cima, quanto para baixo. Abaixo descreveremos esses fatores.

GOVERNANÇA CORPORATIVA
Avaliamos a governança da Tupy como boa, o que traduz em uma menor probabilidade, em
nossa visão, de que possíveis problemas corporativos possam interferir nos negócios da
empresa.

A empresa faz parte do Novo Mercado da B3, segmento de governança corporativa com maior
grau de transparência, confiabilidade e melhores gestões com o investidor.

POSSIBILIDADE DE NOVAS AQUISIÇÕES


Quanto à possibilidade de novas aquisições, avaliamos como alta a influência no valor justo. A
Tupy possui um histórico razoável de aquisições em sua história.

Portanto, ao longo dos próximos anos, não pode ser descartada a possibilidade de maiores
crescimentos de forma inorgânica. Inclusive a companhia está em processo de aquisição da
MWM do Brasil, sendo uma das maiores fabricantes de motores de caminhões, ônibus e
máquinas para terceiros.

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VANTAGENS COMPETITIVAS PARA O LONGO
PRAZO
Analisando de forma genérica as vantagens competitivas para o longo prazo, consideramos
uma influência alta no valor justo, já que a Tupy possui vantagens específicas que a permite se
diferenciar consideravelmente de seus pares, como:

Diversificação global: Além de manter escritórios em diversos países, a maior parte das
receitas da Tupy vem do mercado externo, garantindo presença em mercados fortes e
demanda mais diversificada.

Histórico de bons dividendos: A empresa mantém um histórico bastante rico no pagamento


de dividendos, dada boa característica na geração de caixa e necessidade não tão alta de
investimentos.

Atuação em diversos setores da economia: Além da presença em vários mercados ao redor


do globo, a companhia também se destaca na atuação em diversos setores da economia.

FATORES DE RISCO PARA O LONGO PRAZO


Existem alguns fatores de risco que podem impactar a companhia mais para o longo prazo,
modificando, assim, seu valor. Dentre eles, destaque para:

Mudanças no padrão energético global: O risco principal, em nossa visão, é justamente a


mudança prevista para o longo prazo no padrão energético global, reduzindo drasticamente a
presença de motores a combustão, por exemplo. Isso poderá afetar grande parte da cadeia de
negócios da Tupy.

Proteção de propriedade intelectual: A empresa conta com uma extensa base de


propriedade intelectual, devendo mantê-la protegida para resguardar grande parte de sua
cadeia produtiva.

RISCO PARA O CURTO PRAZO


Por fim, há fatores que podem prejudicar a empresa no curto prazo. Um deles, e mais evidente
em nossa visão, está ligado ao momento inflacionário global e de possíveis cenários de
desaceleração econômica, o que acabaria afetando os resultados da empresa no curto e médio
prazos.

A EMPRESA
A Tupy foi fundada em 1938 como uma empresa familiar e, ao longo de toda a sua história,
apresentou um ritmo fantástico de crescimento, até se tornar uma das maiores metalúrgicas do
Brasil. A imagem abaixo, inclusive, detalha um pouco do processo de evolução da empresa.

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Fonte: RI da Empresa

A nova Tupy, tem a construção de uma companhia maior, diversificada e com posicionamento
único no mundo. Na imagem abaixo sua evolução desde o final do ano de 2021.

Fonte: RI da Empresa

Atualmente, a companhia produz componentes estruturais em ferro fundido de alta


complexidade, trazendo soluções para diversos segmentos, como de transporte, veículos de
passeio, maquinários para construção e agricultura, motores industriais, marítimos, dentre
outros, como mostrado abaixo.

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Fonte: RI da Empresa

Dentre os principais produtos, estão os blocos e cabeçotes de motor e peças para sistemas de
freio, transmissão, direção, eixo e suspensão.

Além disso, também há produção de conexões de ferro maleável, granalhas de aço e perfis
contínuos de ferro, produtos que atendem a setores diversos da indústria.

A empresa mantém escritórios e unidades no Brasil, na Alemanha, no México e nos EUA,


contando com cerca de 13 mil funcionários, como observado na imagem abaixo.

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Fonte: RI da Empresa

FONTE DAS INFORMAÇÕES: RI DA EMPRESA

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GLOSSÁRIO
Beta: indicador do comportamento do valor da ação em relação a um índice de referência. Se
for superior à unidade é considerado de perfil agressivo e se for inferior é considerado
conservador.

Dívida Bruta: endividamento total, considerando empréstimos e financiamentos. Não entra no


cálculo o passivo operacional e não oneroso.

Dívida Líquida: dívida bruta subtraída de caixa e aplicações financeiras de alta liquidez.
Considera apenas a parte do endividamento não coberto pelas disponibilidades.

Dívida Líquida/EBITDA: proporção do endividamento líquido sobre o resultado operacional da


empresa. Considera quantas vezes a parte da dívida que não é coberta pelas disponibilidades
supera a geração de caixa bruta.

Dividend Yield: índice de dividendos pagos por ação, considerando o valor de mercado dos
ativos negociados em bolsa. Divisão entre o lucro distribuído por ação pelo preço da ação.

EBITDA: indicador de geração de caixa operacional bruta. Considera os ganhos antes de


depreciação, amortização, despesas financeiras e imposto de renda.

Estrutura de Capital: proporção entre capital próprio e capital de terceiros. Relaciona o


endividamento total com o patrimônio líquido, caracterizando a fonte de recursos para
financiamento das operações.

EV/EBITDA: múltiplo que relaciona o valor da firma, incluindo a dívida líquida, com o resultado
operacional que representa a capacidade de geração de caixa da empresa.

Índice de Liquidez Corrente: quociente entre o ativo circulante e o passivo circulante, contas
relacionadas ao exercício social subsequente ao fechamento do balanço.

Lucro Bruto: resultado após descontar do faturamento impostos sobre vendas, abatimentos,
devoluções, descontos incondicionais e custos de produtos ou serviços vendidos.

Lucro Operacional Líquido: lucro antes de juros e imposto de renda, descontando apenas o
ganho fiscal com as despesas financeiras. EBIT*(1-alíquota de imposto de renda).

P/L: índice de preço da ação no mercado em relação ao lucro líquido por ação acumulado nos
últimos doze meses. Divisão do valor de mercado da empresa pelo lucro líquido divulgado.

P/VPA: índice de preço da ação no mercado em relação ao valor patrimonial da ação. Divisão
do valor de mercado da empresa pelo patrimônio líquido.

Payout: índice de dividendos pagos em relação ao lucro do período. Divisão entre o montante
distribuído aos acionistas e o resultado líquido auferido pela empresa.

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Resultado Líquido: última linha da demonstração de resultado da empresa, após somadas
todas as receitas e descontadas todas as despesas. Pode ser lucro caso seja positivo e
prejuízo caso seja negativo.

ROA (Return On Assets): índice de retorno sobre os ativos. Divisão do lucro líquido divulgado
pela totalidade dos ativos da empresa, resultando no percentual de retorno sobre todo capital
empregado.

ROE (Return On Equity): índice de retorno sobre o patrimônio líquido. Divisão do lucro líquido
divulgado pela parte residual dos ativos da empresa, resultando no percentual de retorno ao
acionista.

ROI (Return On Investment): índice de retorno sobre o capital próprio e de terceiros. Divisão
do lucro operacional líquido pela soma da dívida bruta com o patrimônio líquido, resultando no
percentual de retorno aos fornecedores de capital.

Valor da Firma: resultado da soma do valor de mercado das ações com a dívida líquida.

Valor de Mercado: valor total das ações negociadas no mercado.

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ANALISTAS RESPONSÁVEIS:
Bruno Gimenez Fernandes, CNPI-P EM-3166

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