Nome: Gabriele Los Angeles Nunes Bezerra RA: 11201722363
Nome: Pedro Possebon L. de Faria RA: 11201720208 Nome: Fernando Juniti Obata RA: 11201722691 Nome: Angelo Simões RA: 11201722375 Nome: Marcos Mendonça RA: 11201722438
Resenha – Feyerabend: Contra o Método
A anarquia como modelo epistemológico científico é única maneira possível de se
fazer ciência levando-se em consideração as grandes variações presentes no mundo e todas as complicações provenientes de como ele se apresenta ao cientista, todos os outros métodos parecem ignorar esse fato. É possível simplificar o ensino científico de maneira que ele se torne mais simples e uniforme, deixando de lado toda a sua história e blindando-o de quaisquer possíveis influências provenientes do além fronteira que delimita tal modelo científico. Uma das características mais marcantes desse processo é a homogeneidade dos cientistas em suas falas, ações e a maneira como atuam dependendo da sua área de estudo, deixando-os quase que inacessíveis para pessoas de fora deste seleto grupo. Esta metodologia dá a ciência status de total imparcialidade e até certo ponto sucesso, porém segundo Feyerabend não se deve dar-lhe direitos exclusivos menosprezando e ignorando todas as outras maneiras de fazer ciência. Existem duas razões para confirmar essa posição de Feyerabend, a primeira é que o mundo que está sendo analisado é em sua maior parte completamente desconhecido, não sendo possível determinar com certeza qual base epistemológica é mais eficiente para analisá-lo, sendo o único objeto de comparação possível outras epistemologias; Desta forma não seria prudente ignorar toda e qualquer outra forma de conhecimento. A segunda razão é a pressão que essas regras e determinações provocam no cientista, anulando quaisquer características que poderiam se apresentar e consequentemente transformá-lo. Assim sendo para se alcançar a plenitude do desenvolvimento humano e científico, é necessário que se deixe de lado toda e qualquer regulamentação e tradição rígida que o impeça. Fica claro o espanto de Feyerabend com os anarquistas profissionais que na sua visão cometem uma incoerência defendendo o anarquismo em todos os meios menos no meio científico, pois segundo ele em raros momentos se faz necessário alguma racionalidade no método científico, podendo na maioria dos casos se tornar um empecilho. Existem duas maneiras de se comprovar essa posição de Feyerabend, segundo ele a análise histórica do processo de evolução da ciência comprova a sua teoria visto que toda regra epistemológica alguma vez adotada foi quebrada, de maneira a dar a entender que esse não é um processo acidental, mas absolutamente necessário para o avanço científico. O outro ponto é que se analisado com atenção, o processo educacional em sua maior parte consiste de memorizar e aprender conceitos já estabelecidos, sem que para isto se faça qualquer análise a respeito do conteúdo educacional em si( ou seja, é possível aprender e “progredir” sem argumentação), um exemplo disso pode ser o fato de que com o passar do tempo alguns padrões morais mudam e as pessoas acompanham a mudança, mudam seus argumentos para fundamentá-las e isso ocorre naturalmente tendo a razão como única possibilidade de influenciar no processo, aumentar a pressão mental que precede todo esse desenvolvimento. A reação dos opositores desses processos também comprova a veracidade do que sugere Feyerabend, pois eles logo deixarão de lado os argumentos baseados na razão( não porque deixem de acreditar nela, mas por essa já não produz qualquer efeito no meio social) e apelaram a propagandas. Mas as questões nunca se apresentam nestes termos, e sim como doutrinação, de maneira não a apresentar os padrões da maneira mais clara possível, mas a dar a ela ares de confiabilidade absoluta expressa na observação desses padrões no mundo exterior. O resultado são racionalistas que perante a extrema necessidade de abandonar suas antigas convicções se manterão fiéis a elas sem nada mais conseguir compreender. Outros elementos também influenciam no processo de aprendizagem, como os interesses e as forças em torno, que mais adiante influenciarão no desenvolvimento científico; Aprendizagem essa que a partir da observação de crianças pode-se entender que ocorre de diversas formas, tanto da maneira mais usualmente aceita e defendida como verdadeira onde a compreensão de uma ideia precede a sua expressão formal, quanto justamente o contrário desta primeira, onde uma paixão leva-nos a ter comportamentos específicos que embasaram posteriormente a explicação do processo, para só então torná-lo racional. É normal que no processo anárquico do desenvolvimento científico apareçam questões pormenores que coloquem em cheque as novas teorias, afinal inicialmente toda a gama de objetos e termos que podem ser utilizadas para descrevê-la é proveniente da ciência padrão já estabelecida. Com o avanço da nova teoria novos elementos serão criados que possibilita a sua consolidação em si mesma, criando um sistema completo que responde as perguntas subsequentes derivadas da troca de modelo. Feyerabend então coloca em questão que cabe ao cientista questionar teorias confirmadas e resultados experimentais bem estabelecidos, e que em determinados momentos isso mostrará uma complexidade antes ignorada ou até mesmo apresentar outra relação causa efeito diferente da padrão. O questionamento das teorias estabelecidas deve ser feito por meio da comparação com uma diversidade de outras, pois desta maneira aparecerá mais claramente importantes aspectos dessas que não apareceriam pela simples análise. Um cientista deve preferir também aperfeiçoar as teorias desacreditadas ao invés de descartá-las, para que desse modo este possa ter uma visão geral mais ampla do desenvolvimento da questão e observar as suas incompatibilidades de todos os aspectos. Já o questionamento dos resultados experimentais pelas teorias contra indutivas se dá não pela alegação de uma contradição, mas pela observação das discrepâncias entre o'que é teoricamente determinado e o'que os dados apresentam, e a partir disso comparar com um mundo imaginário que rompe com as inferências constantes que os cientistas fazem, observando em seguida a influência que os erros experimentais têm na determinação dos resultados. Só a partir deste momento se torna possível determinar que as discrepâncias experimentais devam ser aprofundadas ou reduzidas.