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BÁSICAS DO
PROCESSO DE
SOLDAGEM
Processos de
soldagem não
convencionais
Antonio dos Reis de Faria Neto
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Devido ao grande número de aplicações na indústria e até mesmo no dia a dia,
como em reparos de estruturas metálicas, existem muitos processos de soldagem
para união de materiais. Mesmo os processos já consagrados, como os de soldagem
a arco elétrico, envolvem um grande número de variáveis e um vasto campo de
estudos, com o objetivo de aprimorar o processo e a qualidade da solda.
Nesse contexto, em busca da melhor qualidade para a união dos materiais e
considerando a diminuição dos defeitos gerados pela imposição de um cordão
de solda (que geralmente tem propriedades mecânicas e químicas diferentes do
metal base), novos processos de soldagem foram desenvolvidos com parâmetros
diferentes dos convencionais. É possível citar como exemplos o feixe de calor
concentrado, a fusão gerada por atrito do material base, entre outros.
Neste capítulo, você vai estudar os processos não convencionais de soldagem,
como a soldagem por feixe de elétrons e a soldagem a laser. Além disso, vai
2 Processos de soldagem não convencionais
Soldagem a laser
A palavra laser significa light amplification by stimulated emission of radiation,
ou amplificação da luz por emissão estimulada de radiação, em português.
Porém, apesar da definição, na rotina do profissional que trabalha com essa
tecnologia, a palavra laser é utilizada para denotar um dispositivo que pro-
duz e emite um feixe de radiação. Nesse processo, é gerada e emitida uma
radiação monocromática, ou seja, uma radiação quantizada, com o mesmo
Processos de soldagem não convencionais 3
A sensibilidade relativa
do olho humano:
a curva V
Conjunto de controles,
comandos e refrigeração
Laser
Peça
Laser
Laser
Líquido Líquido
Vapor/
Vapor/
Z.A.C. plasma Z.A.C.
plasma Resolidificado
Resolidificado
A B
Figura 4. Equipamento com a configuração básica dos componentes para soldagem por
feixe de elétrons.
Fonte: Marques, Modenesi e Bracarense (2005, p. 309).
A B
C D
Figura 5. Processo de soldagem por fricção: (a) convencional; (b) FSW; (c) FHPP e (d) frictions
stitch welding.
Fonte: Marques, Modenesi e Bracarense (2005, p. 313, 315-317).
A B
Figura 7. Processo de soldagem por ultrassom. (a) Equipamento e processo para soldagem
de juntas sobrepostas. (b) Ampliação das superfícies em contato, com detalhes sobre as
direções dos esforços.
Fonte: Groover (2014, p. 567).
Processo Aplicações
(Continuação)
Processo Aplicações
Fonte: Adaptado de Groover (2014), Marques, Modenesi e Bracarense (2005), Santos, Torres e
Ramirez (2016) e Wainer, Brandi e Mello (1992).
Soldagem por fricção: por ser um processo de união no estado sólido, essa
solda já apresenta vantagens em relação às microestruturas das peças sol-
dadas, que praticamente não apresentarão ZTA nem uma microestrutura
muito diferente do metal base, pois não ocorre a fusão e a solidificação. Esse
mecanismo de solda dispensa a presença de gases de proteção, diminuindo
os custos do processo, além de produzir pouca distorção ou contração e
empenamentos na peça soldada. No caso da variante FSW, o furo é produzido
quando a ferramenta é retirada da peça, e é necessário um serviço de fixação
das peças, anterior ao processo, o que aumenta o tempo do processo de
solda. Além disso, as variações do processo são mais utilizadas em reparos
e manutenção (GROOVER, 2014; MARQUES; MODENESI; BRACARENSE, 2005).
Soldagem por ultrassom: esse tipo de processo tem aplicações mais espe-
cíficas, como a soldagem de embalagens plásticas. Portanto, em compara-
ção com outros processos, ele não tem tantas vantagens. É possível citar
o processo rápido de soldagem, sem a necessidade de metal de adição, e
a utilização de gases de proteção. Por outro lado, esse tipo de processo é
recomendável para a soldagem de materiais macios, como plástico, alumínio
e cobre. As peças a serem soldadas têm tamanho relativamente pequeno,
pois são limitadas pelo tamanho do sonotrodo (GROOVER, 2014; MARQUES;
MODENESI; BRACARENSE, 2005).
Referências
AQUINO, J. M. Avaliação do comportamento eletroquímico de juntas soldadas de aço
inoxidável supermartensítico por feixe de elétrons baixo vácuo. 2007. Dissertação (Mes-
trado em Engenharia de Materiais) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
2007. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/775/2121.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 14 out. 2021.
BUZZATTI, D. T. et al. Friction hydro pillar processing: characteristics and applica-
tions. Soldagem & Inspeção, v. 20, n. 3, p. 287-299, 2015.
CARDOSO, A. S. M. Caracterização mecânica e microestrutural dos aços SAE 4340 e
300M após soldagem a laser e tratamento superficial de nitretação a plasma. 2011.
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