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Dentre as diferentes etapas da história, aquela que talvez

mais traga dúvidas é a medieval. Falar nessa época remete-nos


sempre a um período obscurp, sendo tratado como “idade de
trevas”. Outrossim, a era medieval não pode ser considerada
despicienda para estudarmos o direito moderno, o Estado moderno,
e toda a organização política da modernidade, e dos seus
desmembramentos nos dias de hoje. (MADEIRA, 2010)

Todo esse período que o texto analisa é fruto da queda do


Império Romano, da perda de poder, que acaba com as conhecidas
invasões bárbaras. Os primeiros ordenamentos jurídicos europeus
organizam-se sobre as bases das sociedades romano-germânicas
da alta Idade Média (WIEACKER, 1967).

A Idade Média se divide em dois períodos: a alta idade


média, (séculos V a IX), marcada pelos direito romano e germânico,
bem como pelo direito canônico; e a baixa, (séculos IX a XV), pelo
direito feudal e pelo renascimento do direito romano nas
universidades. (MADEIRA, 2010)

Pde-se vislumbrar esse momento histórico embasado na


vigência de quatro grandes ordenamentos jurídicos: povos
germânicos; eclesiástico, canônico; o direito feudal; e um processo
de sobrevivência e renascimento do direito romano. (MADEIRA,
2010)

Como o texto já havia dito, houve a queda do Império


Romano e portanto, a descentralização política dessa sociedade.
Ao mesmo tempo, houve as invasões bárbaras naquele território,
sendo esses indivíduos conhecidos por estarem com seu
desenvolvimento atrasado. (MADEIRA, 2010)

Assim, não tinham lideranças políticas e territoriais, nem a


escrita, sendo eles unidos pelo conceito de família, normalmente
paternalista. Sobre a jurídica desses povos, tinham bases na
oralidade e no consuetudinário, baseada em suas tradições.
(MADEIRA, 2010)

Diferente dos povos romanos, os bárbaros mantiveram a


pessoalidade da lei, não forçando suas normas jurídicas sobre os
outros povos. Todavia, absorveram princípios e entidades romanas
por parte dos povos germânicos, que aumentaram a autoridade
destes povos. Um dos principais fatores para a dominação dos
povos romanos por parte dos germânicos é o grau de evolução
destes. (MADEIRA, 2010)

   A Igreja Ocidental se foi muito relevante na Idade


Média, porque ela chamou a responsa por diversas funções de
ordem pública, morais e sociais do antigo Império Romano. Ela
também foi a responsável falta de noção de direito, isso era guiado
pela lei de Deus, como na influência grega, com as brisas de
Platão. Assim, nota-se o predomínio do direito canônico no território
europeu, que tem como característica o seu caráter unitário, a
predominância da escrita e seu domínio na regulamentação do
direito privado. (MADEIRA, 2010)

A ICAR tinha importância na formação e conservação das


instituições e da cultura jurídica do Ocidente, a reorganização da
vida jurídica da Europa, o desenvolvimento de suas cortes, tribunais
e das jurisdições. O direito canônico é um direito regido pela
religião, baseada princípios religiosos, que estão na bíblia. Os
canonistas, interpretavam como queriam os textos antigos. A
principal legislação canônica, o Corpus Iuris Canonici, vigorou até o
ano de 1917. (MADEIRA, 2010)

Sobre o Tribunal do Santo Ofício, este surgiu como um


tribunal especial que visa julgar e condenar os acusados de heresia,
e era totalmente validado pelo direito Ocidental canônico da igra
católica apostólica romana e dos princípios que os intérpretes
extraíam da forma como interpretavam a bíblia e a igreja
(MADEIRA, 2010)

   Sobre direito feudal, este modifica a organização


social e política, que levará ao surgimento do sistema feudal. As
relações jurídicas estão presentes na relação entre suseranos e
vassalos. Nesse período, o costume é a única fonte do direito, isso
porque sumiu o direito romano e, por fim o direito canônico que
exerce função das relações eclesiásticas e de alguns ramos civis.
Nesse contexto, cada feudo possui suas tradições jurídicas,
havendo assim, a perda dos princípios da pessoalidade das
normas, e a existência de um direito consuetudinário com bases na
territorialidade. (MADEIRA, 2010)
   Tendo em vista que, no decorrer do período medieval
as percepções jurídicas estimularam o desligamento entre as
ordens canônica e temporal, sucedeu-se que houve a aproximação
entre elas, que gerou o renascimento e fortalecimento do direito
romano. Por sua vez, tal processo de ressurgimento do direito
romano não ocorre em sua totalidade, isso porque houve também
um processo de perda civilizacional, que contribui para a
consolidação dos fundamentos jurídicos europeus. Os surgimentos
das universidades se desencadeiam a partir da formação das artes
mecânicas e das artes liberais. Tais transformações desse sistema
jurídico antigo contribuem para a formação do sistema atual,
especialmente o direito da família romano-germânico, a
interpretação textual, a argumentação, o estudo científico dos
textos, a soberania do Estado, o surgimento da prisão como
instrumento de controle dentre outros benefícios que contribuem
para o fortalecimento e aperfeiçoamento do sistema jurídico atual.
(MADEIRA, 2010)

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