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FACULDADE DE FILOSOFIA

Departamento de Graduação
Curso de Licenciatura em Filosofia

PLANO ANALÍTICO DE FILOSOFIA DA LINGUAGEM

Docentes e contactos
Mestre Pedro Cebola Mazi
Cel. (+258) 84 625 4190
pedrocebola@ymail.com

Mestre Elias Judite Macuácua


Cel. (+258) 84 229 8570
emukatxani@ymail.com

3.º Ano – Laboral, 2.º Semestre de 2023


Carga horária semanal: 3

Maputo
Julho de 2023
1

INTRODUÇÃO

A unidade curricular de Filosofia da Linguagem visa compreender a essência e o significado


da natureza dos fenómenos linguísticos, reflectindo sobre a expressão e manifestação do
pensamento. A Filosofia da Linguagem, segundo o presente plano analítico, procura conciliar
um ponto de vista temático centrado nas questões de sentido e da referência ou, mais em
geral, na questão das relações entre linguagem, pensamento e mundo com um ponto de vista
histórico. As referências históricas centrais deste plano são as obras de Gottlob Frege,
Bertrand Russell e Ludwig Witttgenstein. Em termos cronológicos isso significa que o curso
se centra entre as últimas décadas do século XIX e meados do século XX. É nesse período
que se define a problemática da Filosofia da Linguagem a que se pode chamar
contemporânea.

Resultados de aprendizagem
No fim desta disciplina, o estudante deve ser capaz de:
– contextualizar os problemas filosóficos da linguagem;
– reflectir sobre os problemas da linguagem à luz da filosofia analítica;
– articular o contributo das várias correntes e escolas na análise da linguagem;
– reflectir sobre a Filosofia da Linguagem não analítica enquanto advento filosófico da
reflexão sobre a comunicação.

Metodologia de trabalho e formas de avaliação


A metodologia a ser adoptada privilegiará exposição teórica da matéria, debate a partir de
questões formuladas e distribuídas aos estudantes, interpretação de textos filosóficos pelos
estudantes, sobre unidades parcelares, seguida de reflexão conjunta com os docentes e
avaliação contínua através da marcação das intervenções dos estudantes nas aulas e
apresentação de trabalhos solicitados.

As formas de avaliação de frequência programadas são duas, a saber: avaliação escrita


individual e trabalho de pesquisa em grupo.
2

DATAS CONTEÚDOS BIBLIOGRAFIA BÁSICA

31/Jul. Apresentação do programa da unidade curricular


Orientação sobre trabalhos de pesquisa
(2 aulas) Considerações gerais
CAPÍTULO I: ESTATUTO
EPISTEMOLÓGICO DA FILOSOFIA DA
LINGUAGEM
BRAYDA, C.R. (2011). Filosofia da
1. Noções básicas de Linguagem e Filosofia da linguagem. Florianópolis: [s.n.].
Linguagem MIGUENS, Sofia. (2007). Filosofia
31/Jul., 7 e
2. Estatuto disciplinar da Filosofia da da linguagem: uma introdução. Porto:
14/Ago.
Linguagem: objecto, método e finalidade Flup.
3. A Filosofia da Linguagem implícita e explícita PENCO, Carlo. (2006). Introdução à
3.1. Naturalismo e convencionalismo linguístico filosofia da linguagem. Rio de Janeiro:
(7 aulas)
em Platão Vozes.
3.2. Linguagem enquanto símbolo do real em SAUSSURE, Ferdinand de. (1992).
Aristóteles Curso de linguística geral. Lisboa: Dom
4. Filosofia da Linguagem no universo das outras Quixote.
ciências
5. Estruturalismo e seu enquadramento nos
problemas filosóficos da linguagem
CAPÍTULO II: PROBLEMAS DA AUSTIN, John. (1962). Quando
LINGUAGEM À LUZ DA FILOSOFIA dizer é fazer. Trad. Danilo
ANALÍTICA Marcondes de Souza Filho. Porto
Alegre: Artes Médicas.
1. Projecto filosófico de Gottlob Frege FREGE, Gottlob. (2009). Lógica e
21, 28/Ago.,
2. O atomismo lógico de Bertrand Russell filosofia da linguagem. São Paulo:
4 e 11/Set.
3. Ludwig Wittgenstein Universidade de São Paulo.
3.1. A semântica do Tractatus logico-philosophicus RUSSELL, Bertrand. (1984).
(12 aulas)
3.2. Investigações filosóficas: do jogo aos jogos de Significado e verdade. 2. ed., Rio de
linguagem, terapia linguística Janeiro: Jorge Zahar.
4. Filosofia da Linguagem pós-Wittgenstein: a WITTGENSTEIN, Ludwig. (1995).
teoria dos actos de fala em John Austin Tratado lógico-filosófico e investigações
filosóficas. Trad. M.S. Lourenço.
Lisboa: Calouste Gulbenkian.
18-22/Set. SEMANA INTERCALAR
FOUCAULT, Michel. (2009). A
CAPÍTULO III: FILOSOFIA NÃO Ordem do discurso. Trad. Laura Fraga
ANALÍTICA DA LINGUAGEM de A. Sampaio. 18. ed., São Paulo:
Loyola.
2, 9,
1. Martin Heidegger: linguagem e ontologia HABERMAS, Jürgen. (1991).
16/Out.
2. Controlo e exclusão do discurso em Michel Comentários à ética do discurso. Trad.
Foucault Gilda Lopes Encarnação. Lisboa:
(9 aulas)
3. Jürgen Habermas: ética do discurso, Piaget.
linguagem, acção comunicacional e racionalidade HEIDEGGER, Martin. (2003). A
Caminho da linguagem. Rio de Janeiro:
Vozes.
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23/Out. REALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO ESCRITA


CAPÍTULO IV: FILOSOFIA DA MAZULA, Brazão. (2008). Ética,
LINGUAGEM EM MOÇAMBIQUE educação e criação da riqueza: uma
reflexão epistemológica. Maputo:
30/Out. e
1. A geografia linguística de Moçambique Texto.
6/Nov.
2. Pluridimensionalidade linguística NGUNGA, Armindo; FAQUIR,
(6 aulas)
moçambicana face ao discurso sobre Unidade O.G. (2012). Padronização da
Nacional ortografia de línguas moçambicanas:
3. O estatuto epistemológico e axiológico das relatório do III seminário. Maputo:
línguas maternas Ciedima.
13/Nov.
Correcção e entrega da avaliação escrita
Recomendações para as avaliações finais e considerações finais
(3 aulas)

ORIENTAÇÕES SOBRE TRABALHO DE PESQUISA


Sobre a filosofia não analítica da linguagem formule, à sua escolha, um título e elabore um
ensaio em forma de artigo científico numa extensão mínima de oito e máxima de dez páginas.
Observe rigorosamente as regras da linguagem escrita e as normas metodológico-científicas
em uso nesta unidade académica. O trabalho deverá ser enviado no dia 11 de Setembro de
2023, em formato Microsoft Word ou PDF para os endereços electrónicos dos docentes e
entregue, em formato físico, na aula do mesmo dia. Trabalhos entregues fora do prazo não
serão considerados.

Bibliografia complementar1
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. (1969). Dialéctica do esclarecimento. [s.l.: s.n.].
Disponível em http://antivalor.vilabol.uol.com.br
JACOB, André. (1984). Introdução à filosofia da linguagem. Porto: Rés.
APEL, Karl-Otto. (2007). Ética e responsabilidade. Lisboa: Instituto Piaget.
BELO, Fernando. (1984). Linguagem e filosofia. Lisboa: Casa da Moeda.
______. (1991). Epistemologia do sentido. Lisboa: Calouste Gulbenkian, v. 1.
CHINGORE, Tiago Tendai. (2013). O Consenso em Jürgen Habermas e o dissenso em Jean-François
Lyotard, como narrativas de legitimação do conhecimento filosófico. In: O Curandeiro: Revista
Moçambicana de Filosofia. Maputo: Educar.

1A presente lista bibliográfica é meramente exemplificativa, pelo que os estudantes podem e devem socorrer-se de
outro material a que tiverem acesso e que não tenha sido expresso neste plano analítico.
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CHOMSKY, Noam. (1998). Linguagem e mente. Trad. Lúcia Lobato. Brasília: Universidade de
Brasília.
______. (1977). Reflexões sobre a linguagem. Lisboa: 70.
FREGE, Gottlob. (1992). Os Fundamentos da aritmética. Lisboa: INCM.
FOUCAULT, Michel. (2002). As Palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas.
Lisboa: 70.
GUSDORF, Georges. (1995). A Palavra: função, comunicação, expressão. Lisboa: 70.
______. (1970). A Fala. Trad. João Morais-Barbosa. Porto: Despertar.
HABERMAS, Jürgen. (1989). Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro.
______. (1990). Pensamento pós-metafísico: estudos filosóficos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
______. (1996). Racionalidade e comunicação. Lisboa: 70.
______. (2012). Teoria do agir comunicativo: racionalidade da ação e racionalização social. Trad.
Paulo Astor Soethe. São Paulo: Martins Fontes.
______. (2013). A Modernidade: um projecto inacabado. Trad. Sara Seruya. Lisboa: Passagens.
HEIDEGGER, Martin. (1989). Ser e tempo. 7. ed., Petrópolis: Vozes.
HORKHEIMER, Max. (2010). Eclipse da razão. São Paulo: Centauro Editora.
MARCONDES, D. (2004). Filosofia analítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
MAZI, Pedro Cebola. Ética do discurso, um cogito sobre Democracia e Direitos Humanos. In
PEREIRA e tal. (2023). Direitos Humanos em perspectiva. Itapiringa: Schreiben. Disponível em
https://www.editoraschreiben.com/livros.
NGUNGA, Armindo. Papel da língua na manutenção da paz. In: MAZULA (Dir.). (2002).
Moçambique: 10 anos de paz. Maputo: Imprensa Universitária. v. 1.
RICOEUR, Paul. (1987). Teoria da interpretação. Lisboa: 70.
OLIVEIRA, Manfredo A. de. (2006). Reviravolta linguístico-pragmática na filosofia contemporânea.
São Paulo: Loyola.
______. (2002). A Ética e a racionalidade moderna. 3. ed., São Paulo: Loyola.
RUSSELL, Bertrand. (2005). Os Problemas da filosofia. Trad. Jaimir Conte. Florianópolis: [s.n.].
WITTGENSTEIN, Ludwig. (1990). Da Certeza. Lisboa: 70.
______. (1989). Fichas (Zettel). Lisboa: 70.

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