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SUMÁRIO
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
HPV E CÂNCER
O colo uterino possui a endocérvice (canal endocervical) com epitélio colunar. A ectocérvice possui epitélio escamoso. A junção
escamo-colunar (JEC) é a área de transição, onde mais ocorrem as lesões do colo do útero.
A JEC é dinâmica, podendo apresentar-se mais exterior ou interiorizada. Muitas vezes o epitélio escamoso pode
avançar sobre o epitélio colunar, levando a JEC mais para dentro, compondo a área de metaplasia escamosa (Zona de
Transformação – ZT), onde mais ocorre o câncer de colo uterino. A metaplasia escamosa é um processo fisiológico, porém,
quando o epitélio escamoso recobre o colunar, há obstrução dos orifícios glandulares, surgindo os cistos de Naboth e
caracterizando a área de metaplasia.
VACINAS
BIVALENTE QUADRIVALENTE
HPV 16 e 18 HPV 6, 11, 16 e 18
10-25 anos 9-26 anos
Esquema MS 2017
Quadrivalente em 2 doses: 0 e 6 meses
Meninas: 9 a 14 anos
Meninos: 11 a 14 anos
HIV (+) / Imunossup.: 9 a 26 anos (3 doses → 0-2-6 meses)
9-VALENTE (2017)
6,11, 16, 18, 31, 22, 45, 52, 58
A vacina é composta por partículas parecidas com o vírus (VLPs). Existe sempre uma reação cruzada, de maneira que a
vacina sempre acaba tendo uma proteção adicional (a proteção não é exclusiva contra os sorotipos descritos acima).
Apesar do público-alvo ser mulheres que idealmente ainda não tiveram contato com o HPV, mulheres que já tiveram
lesão de alto grau por HPV também podem fazer a vacina pois protege contra outros sorotipos.
A vacina é indicada até os 45 anos na rede publica, mas no privado pode vacinar em qualquer idade.
Condiloma Acuminado
O tratamento pode ser feito com cautério/laser, ácido tricloroacético (ATA) e imunomoduladores. Condilomas extensos
podem exigir cirurgia. A podofilina não pode ser usada em gestantes. Só tratar, não precisa de mais medidas.
Fatores de Risco
• Qualquer fator que aumente o risco de DST!
• HPV, sexarca precoce, múltiplos parceiros sexuais, tabagismo...
• O HPV é necessário, mas não suficiente para desenvolver o câncer de colo; a maioria das mulheres tem resolução
espontânea, precisa ter mais um fator para que o câncer se desenvolva
COLPOCITOLOGIA
- 1x/ano, após 2 negativos, a cada 3 anos
- Entre 25 e 64 anos, após a sexarca
- Parar após histerectomia por doença benigna sem história de lesão de alto grau em
exames anteriores – caso contrario, colher da cúpula vaginal
QUANDO - GESTANTES → igual a não grávida – inclusive é janela de oportunidade
COLHER - HIV (+) → após sexarca (independente da idade) – coletar de 6/6m no 1º ano*; após
anualmente (maior chance de câncer)
* se CD4 < 200 – continuar a coletar de 6/6m até melhora da contagem, para só então retornar ao
intervalo anual
- VIRGEM → não colher
Coleta dupla
- Coleta ectocervical → espátula de Ayre
COMO - Coleta endocervical → escova endocervical, inclusive gestante
COLHER * Coleta tripla: colher também fundo de saco vaginal, mas o MS não preconiza mais
Fixar a lâmina!
Repetir
Lesão de baixo grau
LIE-BG (LSIL) 6 meses (≥ 25 anos) ou 3 anos (< 25 anos)
NIC I
2 LIE-BG = COLPOSCOPIA
Atipia escamosa Repetir
celular de significado
COMO 6 meses (≥ 30 anos) ou 12 meses (26 – 29 anos)
ASC-US indeterminado
CONDUZIR Possivelmente não ou 3 anos (≤ 25 anos)
Depende da neoplásica 2 ASC-US = COLPOSCOPIA
classificação Atipia escamosa
de Bethesda ASC-H celular que não posso Colposcopia
excluir câncer
Atipia Glandular Colposcopia com avaliação do canal (onde
AGC (AGUS)
Cervical tem glândula/epitélio colunar)
NIC II / III
LIE-AG (HSIL) Colposcopia
Ca in situ
Atipia de origem
AOI Colposcopia
indefinida
HIV + com LIE-
Colposcopia
BG ou ASC-US
Se visualmente
Colposcopia
parece câncer
Em mulheres menopausadas, a JEC fica mais interiorizada – logo, em pós-menopausadas, pode-se entrar um pouco mais
com a escova endocervical (até as cerdas desaparecerem), mas sempre depende do tamanho do canal.
Lesões Intraepiteliais
NIC I (destrutivo) NIC II / III (exérese)
Exérese (EZT tipo I, II ou III): CAF ou CONE
CAF (EZT tipo I e II): cirurgia de alta frequência / excisão
da zona de transformação) – ambulatorial
Acompanhar por até 2 anos CONE (EZT tipo III) – em centro cirúrgico /
sangramento
NIC I por 2 anos (NIC I Em caso de suspeita de invasão = conização
persistente) = tratamento Ca in situ faz conização também, pois já é terapêutico
destrutivo: ---------------------------------------------------------------------
✓ Crioterapia ------
✓ Cauterização Contraindicações de CAF:
• Não vê limite da lesão
• Suspeita de microinvasão
• JEC não visível (colposcopia insatisfatória)
Câncer cervical
O tipo mais comum é o epidermoide (espinocelular ou escamoso). O segundo mais comum é o adenocarcinoma.
DISFUNCIONAL ORGÂNICO
EXCLUSÃO de causas orgânica CAUSA ORGÂNICA
(descontrole do eixo (gestação, mioma, adenomiose,
hipotálamo-hipófise-ovário) pólipo, trauma, câncer...
Perguntas-chave
- Origem → 1º exame: especular
- Idade → causas por faixa etária
Exames complementares
• β-HCG quantitativo → no menacme sem contracepção
• USGTV → avaliação inicial uterina
• Histeroscopia → padrão-ouro para avaliar cavidade uterina
• Hemograma / coagulograma → depende da clínica
O USGTV define as patologias, e deve ser usado como primeiro exame, sendo capaz de identificar tumores de cavidade uterina,
principalmente os miomas!
MIOMAS
• 95% dos tumores benignos do trato genital
• Maioria assintomático!
• Raro em mulheres < 20 anos!
Classificação
- Subseroso: não causa sangramento; pode comprimir estruturas ou causar dor se muito grande!
- Intramural: causa sangramento! A relação com infertilidade é controversa; deve ser pensado em mioma se não houver outra
justificativa!
- Submucoso: sangra muito! Pode ser removido por histeroscopia!
O USGTV é suficiente para diagnosticar miomas, mas pode ser solicitado RNM e histeroscopia. Através da
histeroscopia é possível remover miomas submucosos.
Tratamento
• Sintoma x desejo de gestação
• Assintomático: não tratar!
• Sintomático
o Leve / moderado / pequeno → expectante / clínico (ACO)
o Intenso e nulípara → miomectomia
o Intenso e multípara → histerectomia
Se tiver apenas um mioma submucoso deve ser removido por miomectomia histeroscópica!
Diagnóstico diferencial
• Adenomiose: sangramento + dismenorreia secundária (cólica tardia e progressivamente pior)
o USG / RNM / Histopatológico (definitivo)
o Miométrio heterogêneo + zona juncional mioendometrial > 12mm
o Tratamento definitivo: histerectomia
o Outras opções: DIU progesterona, ablação de endométrio
Miomatose SUA
Adenomiose SUA + dismenorreia 2ª
Dismenorreia 2ª +
Endometriose
infertilidade
ENDOMETRIOSE
Endométrio (glândulas e estroma) fora do útero
Tratamento
Inicialmente clínico:
• Pílula combinada
• Progesterona
DOR
• Análogo GnRH
• Inibidores da aromatase
Não resolveu → laparotomia
ENDOMETRIOMA Cistectomia
Tratamento clínico não resolve
INFERTILIDADE • Endometriose mínima / leve: laparoscopia
• Endometriose severa: FIV (fertilização in vitro)
INFERTILIDADE
Ausência de gravidez após 1 ano de relações sexuais regulares!
- Principais causas:
• Fator masculino: 35%
• Fator tuboperitoneal: 35%
• Anovulação: 15%
Infertilidade feminina
Para avaliar o fator tuboperitoneal através da histerossalpingografia, é injetado contraste que deve extravasar no
peritônio. É o exame inicial para trompa; se a trompa for pérvia, chama-se de Prova de Cotte positiva!
Se a Prova de Cotte for negativa, procede-se a videolaparoscopia, que é padrão-ouro para doença tubária e peritoneal.
A histeroscopia é o padrão-ouro para avaliar a cavidade endometrial.
TRATAMENTO
• MASCULINO: maioria é FIV
o FIV convencional: oócito e espermatezoide na placa
o FIV com ICSI: inseminação intra-citoplasmática, é uma micro manipulação de gametas – já fecunda, maior
chance de sucesso que a FIV convencional
• FATOR TUBOPERITONEAL: laparoscopia (retirar aderência, endometriose – o ideal é que o foco seja retirado,
salpingoplastia) ou FIV
• FATOR UTERINO: cirurgia (retirada de pólipos, septos) ou FIV
• FATOR OVARIANO: indução da ovulação (clomifeno) ou FIV
• FATOR CERVICAL: inseminação intrauterina
• Sem causa aparente: inseminação intrauterina – concentrado do ejaculado é injetado quando USG mostrar que a
mulher está ovulando
DOENÇAS DA MAMA
CA de mama é o mais comum na mulher, após o câncer de pele não melanoma
A mama tem conjunto de lóbulos que formam um lobo, que drenam através de ductos. O carcinoma ductal é o câncer
de mama mais frequente.
A drenagem linfática da mama é feita em 99% para a axila, e 60% da sua irrigação é para a artéria mamária interna
(torácica interna).
Mastalgia
- Cíclica: mais na fase lútea e geralmente bilateral no quadrante superior externo (mais glândulas)
• AFBM (Alteração Funcional Benigna da Mama)
- Abscesso mamário: pode amamentar, inclusive faz parte do tratamento – raramente drena pela papila
• Não amamentar se descarga purulenta ou incisão cirúrgica próxima ao mamilo
• Tratamento: drenagem, esvaziar mama e ATB
Eczema
Eczema areolar Doença de Paget
• Descamação bilateral, pruriginosa • Descamação unilateral, pouco prurido
• Não destrói papila • Destruição do CAP (complexo areolopapilar)
• Melhora com corticoide tópico • Não responde ao corticoide
• Realizar biópsia!
Derrame Papilar
Derrame Lácteo
• Hiperprolactinemia
o Avaliar β-hCG e TSH
o Medicamentos (antag. dopamina, metoclopramida, ranitidina, neurolépticos, ACO)
o Prolactinoma – pedir RNM
QUANDO INVESTIGAR?
• Espontâneo, uniductal, unilateral, “água de rocha” (cristalina, translúcida) ou sanguinolento
• Se tiver um dos itens acima, ressecar ducto – somente o ducto do ponto gatilho
• Citologia negativa não exclui diagnóstico! Tem que ressecar o ducto se for negativo para confirmar e se positivo para
fazer imunohistoquímica
Nódulo Palpável
2 recidivas
1ª conduta → PAAF
Sanguinolento
Amarelo esverdeado
Massa residual, nódulo
Sem lesão residual
sólido ou misto
USG/MMG para certificar
USG / MMG/BX
USG → sugere malignidade quando
➢ Misto
➢ Mal delimitado BIÓPSIA!
➢ Sombra acústica posterior (preto)
Câncer de Mama
Fatores de Risco
• Sexo feminino (principal fator) Alto risco:
• Idade > 40 (pico de incidência 50-69anos) • Mutação BRCA 1 e 2
• História familiar (1º grau – mãe, irmã, filha) • Hiperplasias atípicas
• Nuliparidade e menacme longo – exposição maior • CA in situ (ductal ou lobular) – não é câncer, é
ao estrogênio lesão de alto grau/precursor
Rastreio
Lesões benignas
2 – 3 cm
Fibroadenoma: lesão sólida + comum
Atinge mulheres jovens (20 – 35 anos)
em jovens!
Retirar se grande ou > 35 anos > 3,5cm
Benigno, mas deve ser ressecado com margens
Tumor Filodes: crescimento rápido!
cirúrgicas!
Esteatonecrose: nódulo após trauma Recente e em mulher jovem
AFBM (adensamentos, cistos, mastalgia) Mastalgia cíclica e bilateral
Lesões malignas
Ductal infiltrante Tipo invasor mais comum
Lobular infiltrante Tendência a bilateralidade e multicentricidade
CA inflamatório Localmente avançado
Tratamento – cirúrgico!
- Radical (mastectomia)
• Halsted – tira os 2 peitorais
• Patey – tira o peitoral menor
•
• Madden – deixa os 2 peitorais
Linfonodo Sentinela
• É o primeiro linfonodo a drenar a região tumoral
• Se negativo → evitar dissecção axilar radical
• Não fazer se axila clinicamente negativa!
Quimioterapia Adjuvante
• Tumores > 1 cm • Axila positiva ( ≥ N1)
• Metástase hematogênica (M1)
Quimioterapia Neoadjuvante
• Antes da cirurgia para reduzir o tumor
• Se fizer a QT neo → não fazer QT adjuvante
Radioterapia adjuvante
• Cirurgia conservadora
• Tumores > 4 c
Hormonioterapia
• Receptor de estrogênio positivo (HER2)
• Tamoxifeno até 5 anos
Terapia alvo dirigida (menos efeito adverso) Transtuzumabe → superexpressam HER2 (relação com pior prognóstico e
agressividade)
CLIMATÉRIO
CLIMATÉRIO
Climatério compreende o período entre os primeiros indícios de falha ovariana até os 65 anos. O sintoma mais
importante é irregularidade menstrual!
Há diminuição dos folículos, que ficam envelhecidos, associado a queda da Inibina, causando aumento de FSH,
caracterizando a menopausa! Com isso o ovário não produz estrogênio e progesterona; o estrogênio então sofre aromatização
periférica e convertendo-se em estrona.
Diagnóstico de menopausa
• Clínico: > 1 ano da última menstruação
• Laboratório: na suspeita de menopausa precoce (< 40 anos)
o FSH > 40 = menopausa precoce (< 40 anos)
Avaliação da TH:
Risco cardiovascular, lipidograma anual, glicemia de jejum, MMG, USTV se SUA, densitometria (índice T: até 1- normal. <2,5:
osteoporose).
Janela de oportunidade: 50-59 anos + < 10 anos de pós menopausa.
• Peri/pós menopausa inicial: REDUZ risco CV.
• 10 anos após menopausa: AUMENTA risco CV.
• Suspender quando não houver mais benefícios→ Suspensão: pode ser abrupto ou gradual.
INDICAÇÕES DE TERAPIA HORMONAL
FOGACHOS: indicação mais comum
Qual terapia escolher:
• Com útero: sempre ESTROGÊNIO + PROGESTERONA
• Sem útero: APENAS ESTROGÊNIO – exceção: pacientes com
endometriose
• Sintomas vasomotores + presença de contraindicação: ISRS
Qual via escolher: Estrogênio → oral ou parenteral
Progesterona → oral ou DIU de levonorgestrel
➢ Patologias em geral → Parenteral!
➢ Colesterol alto → comprimido!
Patologias em geral: parenteral
*DM, HAS, fumo, risco de trombose, hipertrigliceridemia, doenças hepáticas
Colesterol alto: comprimido
Contraindicações
• Câncer de mama ou endométrio (prévio ou atual)
• Tromboembolismo atual (AVE, IAM, TEP, TVP)
• Sangramento vaginal indeterminado
• Doença hepática grave ativa (aumenta fator de coagulação)
• Porfiria (?) – não é unanimidade; a maioria dos autores a coloca como
contraindicação absoluta.
COMBINADO: Estradiol 1mg + Drospirenona 2mg --------- 28 cps (1 pilula de 24/24h continuo)
ESTROGENIO ISOLADO: Estriol 1mg/g--------------- 1 tubo (1 aplicador de 0,5 mg) 1x ao dianas primeiras semanas e reduz para
3x na semana.
- HERS e WHI: estrogênio + progesterona aumentam doenças cardiovasculares!
- FEBRASGO 2014: reduz risco CV se início precoce
- OSTEOPOROSE: desequilibro atividade: aumenta destruição ósseas→ reduz densidade trabecular (fraturas por baixo
impacto- radio distal, coluna e quadril) → única indicação p/ TH?
• Outras opções, não usar TH: bifosfonatos
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Na bexiga há um controle fino entre o sistema simpático e parassimpático. No corpo vesical há receptores muscarínicos
(M), com ação parassimpática (colinérgica). A ação simpática é feita através de receptores B-adrenérgicos no corpo vesical; no
colo vesical e uretra há somente receptores alfa-adrenérgicos.
A fase de enchimento não tem ação parassimpática, pois não pode haver contração do detrusor.
ENCHIMENTO ESVAZIAMENTO
• Simpático ativo • Parassimpático ativo
• Alfa → contração esfincteriana • M2 / M3 → contração detrusora
• Beta → Relaxa detrusor • Simpático inativo (esfíncter não tem ação
• Parassimpático inativo adrenérgica e relaxa)
Fatores de Risco
• Obesidade, multiparidade, doenças sistêmicas, infecções do trato urinário, medicamentos
Clínica
• Bexiga hiperativa – desejo incontrolável, polaciúria, noctúria
• Incontinência aos esforços – tosse, espirros
• Perda insensível – cirurgia prévia + perda contínua pela vagina
o Pensar em fístula Vésico-vaginal: bexiga pode ficar vazia
Uretero-vaginal: perda geralmente é menor
Diagnóstico
• Exame físico: avaliar prolapsos e fazer teste de esforço
• Exames complementares:
o EAS (avaliar hematúria) e urocultura (excluir ITU)
o Mobilidade do colo vesical
▪ Teste do cotonete // USG
o Urodinâmica (padrão-ouro)
Incontinência de Esforço
• Hipermobilidade vesical
o PPE > 90 cm H20 * PPE = Pressão de Perda ao Esforço (Urodinâmica)
• Defeito esfincteriano
o PPE < 60 cm H20 ➢ Na urodinâmica, ocorre perda de urina ao realizar
esforço, mesmo quando a pressão vesical coincide
com a pressão abdominal!
Tratamento
➢ Clínico: perda de peso, fisioterapia (Kegel, biofeedback)
➢ Cirúrgico (incontinência grave):
o Hipermobilidade: colpossuspensão retropúbica (Cirurgia de Burch e Marshall)
▪ Burch: bexiga presa pelo ligamento de Cooper
▪ Marshall: bexiga presa ao periósteo da sínfise púbica (causa osteíte púbica, não é mais feita)
o Defeito esfincteriano: Sling (TVT / TOT) → atual cirurgia para IUE
Tratamento
• Clínico → farmacológico + MEV
• Perda de peso, diminuir cafeína e fumo
• Fisioterapia: cinesioterapia e eletroestimulação
• Medicamentoso: anticolinérgicos
o Oxibutinina / Tolterodina / Imipramina (2ª linha)
o Contraindicação: arritmias, glaucoma de ângulo fechado, gestação/lactação
PROLAPSO
Uterino, de cúpula, vaginal anterior e posterior
Prolapso de cúpula
• Pós-histerectomia
• Tratamento: fixação da cúpula vaginal ao promontório ou por colpocleise (cirurgia de Le Fort)
o Colpocleise: impede atividade sexual (utilizar em mulheres idosas)
Classificação POP-Q
• Aa e Ba → parede anterior
• Ap e Bp → parede posterior
• C → colo ou cúpula (se histerectomizada
• D → fundo-de-saco de Douglas
• Negativo dentro da vagina| Positivo além do hímen
PUBERDADE PRECOCE
• Maturação sexual < 8 anos nas meninas e < 9 anos nos meninos.
• Meninas: telarca > pubarca > menarca (de 2 a 3 anos após telarca).
• Meninos: aumento volume testicular > aumento peniano > pelos pubianos.
• Classificação:
o Puberdade central: depende do GnRH (+ comum)
▪ Eixo HH é ativado→ aumento e maturação gonadal→ desenvolvimento de características
secundárias + espermatogênese ou oogênse.
o Puberdade periférica: independe do GnRH
▪ Características sexuais por aumento periférico dos hormônios (andrógenos ou
estrogênios)→ sem ativar eixo HH.
o Desenvolvimento puberal incompleto: telarca ou adrenarca prematura isolada
▪ Aumento do volume testicular ou ovariano é ausente na adrenarca precoce.
▪ Meninas com telarca precoce→ 2 primeiros anos de vida, sem aumento de hormônios
puberais, menarca e idade óssea avançada no RX.
▪ Adrenarca precoce pode estar correlacionada ao surgimento de SOP na adolescência.
PUBERDADE TARDIA
• Ausência da maturação sexual no tempo esperado.
• Atraso puberal→ atraso constitucional: retardo de crescimento. Amadurecimento tardio e velocidade de
crescimento pré puberdade é normal. Atraso de amadurecimento ósseo e no estirão. Amadurecimento
sexual tardio, porém, normal.
• Outras causas:
o Doenças genéticas:
▪ Meninas: síndrome de Turner
▪ Meninos: síndrome de Klinefelter
o Disfunções do sistema nervoso central:
▪ Tumores hipotalâmicos ou hipofisários que diminuem a secreção das gonadotrofinas.
▪ Radioterapia do sistema nervoso central.
o Doenças crônicas:
▪ Diabetes mellitus
▪ Doenças intestinais inflamatórias
▪ Nefropatias
▪ Fibrose cística
o Síndrome de Kallman
o Desnutrição/transtornos alimentares, excesso de atividade física, especialmente nas meninas.
• Sinais e sintomas
o Biaxa estatura
o Pelos pubianos sem desenvolvimento mamário→ desenvolvimento contraditório
o Desenvolvimento puberal tardio→ puberdade começa e não progride
o Cefaleia, alteração visual, polidpsia ou galactorreia→ SNC
o Hiposmia ou anosmia → Síndrome de Kallman
o Sintomas TGI→ Doença inflamatória intestinal
o Amenorreia→ SD de Turner
• Diagnóstico:
o Critérios clínicos
▪ Nas meninas, a puberdade atrasada é diagnosticada se um dos seguintes ocorre:
• Nenhum desenvolvimento das mamas até os 13 anos
• > 3 anos decorrem entre o início do crescimento dos seios e a menarca
• A menstruação não ocorre até os 16 anos de idade.
▪ Nos meninos, a puberdade atrasada é diagnosticada se um dos seguintes ocorrer:
• Nenhuma hipertrofia dos testículos até os 14 anos de idade
• > 5 anos transcorrem entre o crescimento inicial e completo dos órgãos genitais.
o Dosagem de testosterona ou estradiol, LH e FSH
▪ Níveis séricos elevados de LH e FSH indicam Insuficiência gonadal causada por defeitos das
próprias gônadas [hipogonadismo primário (hipogonadismo hipergonadotrófico)]→ analise
de cariótipo.
▪ Baixos níveis de FSH e LH, juntamente com baixos níveis de testosterona e estradiol em
crianças com estatura baixa e desenvolvimento puberal tardio podem indicar atraso
constitucional ou Hipogonadismo secundário (hipogonadismo hipogonadotrófico).
o Imagem e genético
▪ RX: primeiro exame a ser solicitado. Determina-se a idade óssea com uma radiografia da
mão esquerda (por convenção) e ela pode fornecer uma estimativa do potencial de
crescimento remanescente e ajudar a prever a estatura adulta.
o Anamnese e exame físico: desenvolvimento puberal, estado nutricional e crescimento.
o Avaliação extra: TSH – hipotireoidismo, eletrólitos e creat- Doenças renais, PCR e anticorpos-
doenças autoimunes, hemograma completo- doenças hematológicas.
• Tratamento: terapia hormonal
o Meninos:
▪ Sem sinais de desenvolvimento puberal ou amadurecimento ósseo depois dos 11 ou 12 anos
até os 14 anos de idade: tratamento durante 4 a 6 meses com enantato de testosterona
em baixas doses ou cipionato de testosterona 50 a 100 mg IM 1 vez por mês→ induzem a
puberdade com algum grau de virilização e não colocam em risco o potencial da altura final.
o Meninas
▪ Terapia hormonal para induzir a puberdade ou, em alguns casos (p. ex., a síndrome de
Turner), pode ser necessária para a substituição a longo prazo. Administra-se a reposição de
estrogênio na forma de comprimidos ou adesivos, e aumenta-se a dose ao longo de um
período de 18 a 24 meses. As meninas podem fazer a transição para preparações de
contraceptivo oral combinado de estrogênio-progestina para tratamento a longo prazo.
AMENORREIA
Amenorreia é um atraso menstrual prolongado, que merece investigação!
AMENORREIA SECUNDÁRIA
• 1º) Excluir gestação → β-HCG
Hiperprolactinemia
Prolactinoma Medicamentosa Outras
Diagnóstico RM Gestação
Metoclopramida
Inicial é clínico Lactação
Neurolépticos
(ag Hipotireoidismo
Tricíclicos
Tratamento dopaminérgico) Estimulação
Ranitidina
Carbegolina ou Estresse
ACO...
Bromocriptina S.Cushing
Carbegolina tem facilidade posológica e menos efeito adverso que a bromocriptina. Não se faz mais cirurgia no prolactinoma,
mesmo que macro. DOPAMINA INIBE PROLACTINA
Várias medicações inibem a dopamina, que é antagonista da prolactina e, assim, aumentam a prolactina.
AMENORREIA PRIMÁRIA
Se tem caracteres sexuais secundários, a causa é anatômica.
• Avaliação uterovaginal! Hímen imperfurado, obstrução, septo vaginal, etc
Se não tem os caracteres sexuais secundários, investigar causa ovariana ou central, dosar FSH!
• LH / FSH aumentado -> chega estímulo, mas o ovário não funciona
o Pedir cariótipo se infantilismo sexual e FSH alto!!
o Disgenesia gonadal: maior causa de amenorreia primaria sem característica sexual secundária! Se for tem que
tirar as gônadas, pois pode virar CA de ovário
• LH / FSH baixos
o Fazer teste do GnRH – hipófise/hipotálamo
o
Criptomenorreia mulher que menstrua, mas não consegue exteriorizar
• Sd Sheehan: Necrose hipofisária pós-parto após sangramento significativo (gera agalactia e pode até gerar pan-
hipopituarismo)
Ovarianas (comp. II)
Tratamento é sempre reposição hormonal
• Disgenesia gonadal
o Maior causa de amenorreia primária sem caracteres sexuais secundários*
o A mais comum é Sd Turner (45 XO) baixa estatura, pescoço alado, tórax em escudo, hiperteilorismo mamário
o Disgenesia com Y retirar gônada! Pode evoluir para CA de ovário
Uterovaginais (comp. I)
• Malformações müllerianas
o Rokitansky → 46 XX vagina curta e sem útero e trompas (mas tem ovários)
▪ Mamas e pelos pubianos normais (tem caracter 2a normal)
o Útero bicorno, septado, unicorno e didelfo
• Síndrome de Asherman
o Lesão endometrial, não responde a E e P. Aderências endometriais (sinéquias intra-uterinas) pós trauma, como
curetagem, infecções...
o Diagnóstico e tratamento por histeroscopia! Confirma e desfaz aderências
• Hiperplasia Adrenal Congênita
o Mais causa de genitália ambígua na menina*
o Deficiência de 21-hidroxilase! Há aumento de 17OH progesterona e androgênios, podem confundir com SOP
na vida adulta, se não tiver tido manifestação precoce (mais comum)
• É um diagnóstico de exclusão!
• Afeta 5-10% das mulheres → doença ginecológica mais comum!
SHBG transporta os hormônios sexuais (a maior parte fica ligado, a fração livre é pequena), mas a fração livre é a parte
ativa. A paciente com SOP tem redução da SHBG (menor produção hepática), aumentando a fração livre de hormônios sexuais.
A gênese da doença está na resistência à insulina! É necessário tratar essa resistência, o que fará com que o fígado produza mais
SHBG e diminua as frações livres de estrogênio e progesterona, combatendo o hiperandrogenismo e a anovulação.
O diagnóstico é clínico, mas é necessário solicitar laboratoriais para excluir outras doenças:
• TSH, prolactina: Causas de irregularidade menstrual
• 17-OH-progesterona: Hiperplasia adrenal congênita – 17-OH-P < 200 exclui HAC
• Cortisol: Síndrome de Cushing
Tratamento
• Atividade física
• Dieta
• Perda de peso
Além disso, avaliar o objetivo pessoal em outras situações:
• Controle da insulina
o Metformina
o Associar ACO para não engravidar
• Tratar hirsutismo
o Atividade física diminui resistência periférica, aumentando SHBG e melhorando o hirsutismo
o Dermatologia
o Espironolactona → em casos graves
o Ciproterona (progestágeno): é uma progesterona anti-androgênica!
• Controle do ciclo
o ACO ou progesterona (ciproterona)
• Gestação
o Indutores de ovulação (clomifeno)
o Se não funcionar, adicionar metformina!
Quer engravidar agora?
Não ACO + cosmético + antiandrogênico (SOS)/ espironolactona/finasterida
Sim MEV + clomifeno (se necessário + metformina)
SANGRAMENTO GESTACIONAL
SANGRAMENTO DA 1ª METADE DA GESTAÇÃO
Abortamento, Doença Trofoblástica, Gravidez ectópica
PRECOCE x TARDIO
≤ 12 semanas > 12 semanas
ESPONTÂNEO x PROVOCADO
Legal: risco de vida, estupro e anencefalia
ESPORÁDICO x HABITUAL
Causa + comum: trissomias (16)
Outras malformações → não estão previstas em lei; somente com autorização judicial!
ABORTAMENTO HABITUAL/RECORRENTE
≥ 3 perdas sucessíveis→ INVESTIGAÇÃO
• Incompetência istmo-cervical
• Síndrome do anticorpo antifosfolipídio
• Insuficiência do corpo lúteo
COLO COLO
CLÍNICA CONDUTA CLÍNICA CONDUTA
ABERTO FECHADO
Útero menor Útero menor e
Incompleto
com restos Esvaziamento Completo vazio (endométrio Orientação
(ainda tem
(endométrio > uterino < 15mm)
material)
15mm) Embrião vivo com Repouso**
Ameaça
Inevitável Útero útero compatível Analgésico
Esvaziamento
(ainda não compatível com Embrião morto e Esvaziamento
uterino Retido
abortou) IG embrião útero menor uterino
Febre, odor ATB* +
Infectado fétido, Esvaziamento
leucocitose... uterino
** Repouso relativo: não precisa ficar apenas deitada e não precisa internar, o
acompanhamento é ambulatorial, pois não há nada a se fazer no processo
Diferença IIC de abortamento inevitável → ICC tem dilatação indolor, no abortamento tem cólica
→ Qualquer sangramento na gravidez, avaliar RH da mãe, pois qualquer sangramento pode fazer doença hemolítica.
DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL
MOLA HIDATIFORME
BENIGNA - Completa
- Parcial
Mola invasora (+ comum)
Coriocarcinoma
MALIGNA
Tumor trofoblástico de sítio
placentário
• A mola maligna não evolui apenas de uma mola benigna. A doença trofoblástica maligna pode acontecer a partir de
qualquer gestação, até mesmo uma normal e saudável.
A mola completa é quando um sptz (23x) fecunda um óvulo sem material genético, duplicando-se (46xx) e formando
uma célula diploide com material genético paterno. O embrião não se forma, tendo 20% de chance de malignização.
A mola parcial possui material genético do pai e da mãe, porém com fecundação de 2 sptz em 1 óvulo, formando uma
célula triploide. Forma embrião (possui tecido fetal) e tem 5% de chance de malignização.
MOLA COMPLETA
MOLA PARCIAL
23 X
ÓVULO VAZIO 46 XX 23 X
23 X 69 XXY
• NÃO HÁ EMBRIÃO 23 Y
• 20% = MALIGNIZAÇÃO • TEM TECIDO FETAL
• GENES PATERNOS (sptz. duplica o • 5% = MALIGNIZAÇÃO
material) • TRIPLOIDE (69 XXY)
QUADRO CLÍNICO
Sangramento de repetição, vesículas, hiperêmese, hipertireoidismo, HAS/ PE precoce, ↑
uterino e em “sanfona”
↑↑ BETA-HCG → MOLA COMPLETA
Na mola parcial podemos ter beta normal
USG: imagens nodulares hipoecóicas → flocos de neve ou nevasca
TRATAMENTO
Esvaziamento uterino + Vácuo-aspiração
histopatológico
Se prole definida
Histerectomia
> 40 anos
Vão regredir (não retirar)!
E os anexos? Os cistos teca-luteínicos presentes no ovário são fruto
de hiperestimulação hormonal e regridem!
CONTROLE DE CURA
Semanal até 3 negativos
β-hCG Após → mensal até 6 meses
* (USP-SP - Zugaib: quinzenal até 3 negativos)
Não pode engravidar → Contracepção Exceto DIU
eficaz
SUGESTIVO DE MALIGNIZAÇÃO
3 valores em ascensão (em 2 semanas)
4 valores em platô (+ 10%)
QT com MTX
Metástases (+ comum pulmonar)
6 meses ainda positivo (questionável)
GRAVIDEZ ECTÓPICA
TRATAMENTO
Ectópica íntegra e β-hCG
EXPECTANTE declinante
Seguimento: ↓ semanal β-hCG
Obrigatórios:
Ectópica íntegra
Condições ideais (prognóstico):
MEDICAMENTOSO Sem BCF
Massa < 3,5 cm
METOTREXATE IM
β-hCG < 5.000
múltiplas doses ou
dose única
Comparar o 4º e 7º dia de β-HCG após o
MTX → deve ↓ 15%; caso contrário, pode
tentar de novo (se preencher os critérios)
– máx de 3 tentativas
Ectópica íntegra
CIRÚRGICO
Desejo de gravidez
CONSERVADOR
SALPINGOSTOMIA
(mantém a trompa)
LAPAROSCÓPICA
Ectópica rota
Prole completa
CIRÚRGICO RADICAL SALPINGECTOMIA
(retira a trompa) Laparoscopia (estável)
X
Laparotomia (instável)
Quadro clínico
Dor abdominal
SANGUE
Taquissistolia
IRRITA O
Hipertonia (útero lenhoso)
ÚTERO
Sofrimento fetal agudo
Dor abdominal, taquissistolia, hipertonia, sofrimento fetal agudo, hemoâmnio e sangramento → o
hematoma retroplacentário irrita o útero, causando dor abdominal e contrações exacerbadas!
• Sangue escuro
• 20% cursa com sangramento oculto
Diagnóstico
• Clínico
• Não é necessário USG!
Conduta
Via + rápida (cesariana) REALIZAR ANTES: AMNIOTOMIA
FETO VIVO
- Parto iminente: vaginal
Diminui a pressão no hematoma
Diminui a infiltração miometrial
FETO Via vaginal
Diminui tromboplastina para a
MORTO - Se demorar: cesariana mãe
Complicações
• Útero de Couvelaire (apoplexia uteroplacentária)
o Massagem FU + ocitócito (se não der certo: misoprostol via retal)
o Sutura de B-Lynch (diminui a chance de histerectomia)
o Ligadura hipogástrica / uterina
o Histerectomia (subtotal)
• Síndrome de Sheehan
o Necrose hipofisária com amenorreia
• CIVD
o Tromboplastina para a circulação materna
o Avaliação prática de coagulopatia: colher 8mL de sangue da paciente, colocar em tubo de
ensaio a 37°C (segurar o tubo na mão fechada – não balançar o tubo); sangue que coagula em
até 10 min e permanece firme por mais 15 min afasta coagulopatia
Placenta Prévia
• Placenta próxima ou sobre orifício interno do colo confirmada após 28 semanas
• Ocorre por falha na migração placentária após 28 semanas
Classificação
• Marginal
• Parcial
• Total → indicação absoluta de cesárea
Fatores de Risco
• CIMET → Cesárea/curetagem, idade > 35, multiparidade, endometrite, tabagismo, gemelar
Quadro Clínico
P – Progressivo
R – Repetição USG: confirma o diagnóstico e classifica (para
E – Espontâneo determinar conduta)
V – Vermelho vivo (rutilante)
I – Indolor
A – Ausência de hipertonia e sofrimento fetal
CONDUTA NO SANGRAMENTO
A TERMO Interrupção
Depende do sangramento
PREMATURO • Intenso → interrupção
• Escasso → expectante
VIA DE PARTO
TOTAL Sempre cesariana (indicação absoluta
PARCIAL A maioria cesariana
MARGINAL Avaliar parto vaginal
Complicações
• Apresentação anormal (não-cefálica), acretismo, puerpério anormal (hemorragia, infecção)
Acretismo Placentário
História típica: mulher com passado de ≥ 2 cesáreas anteriores e que nessa gravidez confirmou-se placenta prévia!
Diagnóstico
• Suspeita: placenta prévia + cesárea anterior
• Pré-natal: USG ou RNM
• Pós-parto: dificuldade de extração
CLASSIFICAÇÃO CONDUTA
Até a camada esponjosa Tentativa de extração manual
ACRETA
do endométrio (ainda há plano de clivagem)
INCRETA Até o miométrio
Histerectomia
PERCRETA Até a serosa
Roturas
Rotura de Vasa Prévia – ruptura de vasos umbilicais desprotegidos entre a apresentação e o colo
• Fatores de risco: placenta bilobada, suscenturiada, inserção velamentosa de cordão
• Sangramento vaginal após amniorrexe + SFA
• Conduta: cesariana de urgência
Rotura Uterina
• Fatores de risco: multiparidade, Kristeller, parto obstruído, DCP, cicatriz uterina.
Ana Clara Mendes Freitas
30
Sinal de Iminência
• Sinal de Bandl - anel separa corpo do segmento
• Sinal de Frommel - ligamentos redondos distendidos
Conduta
• Iminência: cesariana
• Consumada: histerorrafia ou histerectomia
DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL
Incompatibilidade ABO:
• Mais comum
• Não tem profilaxia
• Não exige sensibilização
Incompatibilidade Rh:
• Mais grave
• Tem profilaxia
• Exige sensibilização
SENSIBILIZAÇÃO
Mãe Rh – Pai Rh +
DU - Feto Rh +
Variante DU: caso a mãe seja DU (+), esta comporta-se como Rh+ e não entra no protocolo
Na primeira gestação ocorre a sensibilização. Na próxima gestação, se a criança for Rh (+), a mulher irá produzir
anticorpos e haverá hemólise (a doença é cada vez mais grave em gestações subsequentes, pois haverá cada vez mais
produção de anticorpos).
SEGUIMENTO
COOMBS INDIRETO (-) REPETIR COM 28, 32, 36 e 40
Não foi sensibilizada SEMANAS
COOMBS INDIRETO < 1:16 MENSAL
(+) ≥ 1:16 INVESTIGAÇÃO FETAL*
Doppler da cerebral média (não invasivo: Vmáx) – velocidade máxima > 1,5 sugere hemólise significativa → encaminhar
para cordocentese
Cordocentese: padrão ouro (diagnóstico / tratamento) – pode chegar a 3% de morte fetal (por isso não é o primeiro
exame a ser realizado)
IMUNGLOBULINA ANTI-D
Sangramento
Exame invasivo ou parto (ideal < 72h)
28 semanas
(*) Coombs indireto positivo após aplicação da Ig (a Ig foi suficiente para destruir as hemácias fetais e ainda “sobrou” anticorpos).
Caso o coombs indireto não positive: fazer mais uma dose.
• O Coombs indireto deve negativar em até 3 meses pós-parto – caso não negative significa que a paciente foi
sensibilizada!
(**) Pesquisa de hemácias fetais na mãe
GESTAÇÃO GEMELAR
HIPERTENSÃO NA GESTAÇÃO
PRÉ-ECLÂMPSIA
• PA ≥ 140x90 mmHg + proteinúria ≥ 300mg/dia ou ≥ 1+ na fita ou proteína/creatinina urinária > 0,3
• Após 20 semanas de gestação
Atenção: o exame padrão-ouro para avaliar proteinúria é a urina de 24h (um EAS normal não descarta proteinúria →
diante de um EAS normal, solicitar o padrão-ouro).
Fisiopatologia
Normalmente ocorrem ondas de invasão trofoblástica, diminuindo a RVP e a PA. As artérias espiraladas necessitam
das invasões trofoblásticas, que destroem o vaso e diminuem a resistência, melhorando o fluxo e aumentando o aporte
sanguíneo necessário ao feto.
Quando não ocorre a segunda onda de invasão (em torno de 20-22 semanas), a RVP não diminui, levando à alta pressão
e baixo fluxo, com isquemia e lesão endotelial e consequente liberação de substâncias vasoativas. O endotélio lesado libera
tromboxane e diminuição de prostaciclinas, aumentando a agregação plaquetária e levando à insuficiência placentária, CIUR,
sofrimento fetal crônico...
A proteinúria relaciona-se à endoteliose capilar glomerular, característica de pré-eclâmpsia. Lembrar que algumas
mulheres têm pré-eclâmpsia sem lesão glomerular (e sem proteinúria).
Fatores de Risco
• Pré-eclâmpsia anterior (pessoal ou familiar)
• Exposição à “placenta” pela 1ª vez (primípara) ou excessiva (gemelar, mola)
• Vasculopatia (HAS, DM, doença renal)
Classificação da pré-eclâmpsia
LEVE GRAVE
Conduta
- Anti-hipertensivo
• Não fazer caso PA < 160 x 110 mmHg
• Objetivo: manter PAS 140 – 155 e PAD 90 – 100
• Não medicar pacientes com pré-eclâmpsia leve → pode mascarar um quadro grave!
Prevenção da eclâmpsia
• Não é necessário fazer a dosagem para fazer o acompanhamento. Pode-se fazer o acompanhamento clínico para
avaliar a intoxicação!
• Se a mulher convulsionar em uso de sulfato de magnésio → repetir (porém fazer metade da dose de ataque)
Risco de intoxicação
Reflexo patelar presente
Respiração > 16 irpm
Diurese (≥ 25mL/h)
Oligúria (< 25ml/h) não é sinal de intoxicação, e sim risco de intoxicação. Não é uma consequência, mas pode provocar
a intoxicação! Neste caso, ajustar a dose de magnésio!
Interrupção da gestação
LEVE GRAVE
Tratamento definitivo é o PARTO!
QUANDO?
Expectante até o termo, conforme
condições maternas e fetais < 34 sem: avaliar bem-estar para
corticoide / parto se piorar
≥ 34 sem: PARTO
Via de parto
... pode ser vaginal
Depende das condições maternas (gravidade, BISHOP) e fetais (SFA)
Parto só após estabilização!!!
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
PRÉ-ESCLÂMPSIA PA ≥ 140 x 90 mmHg + proteinúria após 20 sem
ECLÂMPSIA Pré-eclâmpsia + convulsão
HAS CRÔNICA PA ≥ 140 x 90 mmHg antes de 20 sem
PRÉ-ECLÂMPSIA HAS + pré-eclâmpsia
SOBREPOSTA
HIPERTENSÃO PA ≥ 140 x 90 após 20 semanas sem critério p/ pré-eclâmpsia e
GESTACIONAL que melhora até 12 semanas de puerpério
Intolerância aos carboidratos iniciada na gestação. Ocorre devido à secreção placentária, a partir da 2ª metade da
gestação, de hormônios contra-insulínicos, que é o hormônio lactogênio placentário, além de estrogênio, progesterona e
cortisol. Com maior resistência à insulina, a glicose circula mais tempo no sangue, havendo maior disponibilidade para o feto na
forma de difusão facilitada.
Diagnóstico
ZUGAIB e REZENDE
1ª consulta (1º trimestre)
GLICEMIA COM JEJUM
GJ < 92 TOTG 75g* (24 - 28sem)
GJ ≥ 92 e < 126 DM GESTACIONAL
GJ ≥ 126 DM PRÉVIO
Obs.: valores devem ser repetidos e confirmados
GLICEMIA SEM JEJUM
GJ ≥ 200 + sintomas DM PRÉVIO
HEMOGLOBINA GLICADA
HbA1C ≥ 6,5 DM PRÉVIO
TOTG 75g (24 – 28 sem)
Glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL
Após 1 hora ≥ 180 mg /dL
Após 2 horas ≥ 153 mg/dL
1 valor alterado confirma DMG!
MS 2017
Havendo viabilidade financeira, o rastreio é feito:
1ª consulta (< 20 semanas)
GLICEMIA DE JEJUM
GJ < 92 TOTG 75g* (24 - 28sem)
GJ ≥ 92 e < 126 DM GESTACIONAL
GJ ≥ 126 DM PRÉVIO
TOTG 75g (24 – 28 sem) → DM Gestacional
• Glicemia de jejum 92 a 125 mg/dL
• 1 hora ≥ 180mg/dL
• 2 horas: 153 a 199mg/dL
Conduta – DM gestacional
Dieta fracionada + atividade física + controle glicêmico por 2 semanas
↓
Se não controlar = INSULINA
Conduta – DM prévio
Suspender antidiabéticos orais e partir para insulina!
• 1º trimestre / pós-parto: diminuir dose da insulina
• 2º e 3º trimestre: aumentar a dose da insulina
• HIPOGLICEMIA NO 3º TRIMESTRE → insuficiência placentária (?)
Parto
Feto bem / mãe bem → indicação obstétrica
Macrossomia, SFA → Cesariana
Complicações
Macrossomia, distócia de espáduas, SFA, polidramnia e malformação fetal
INFECÇÃO URINÁRIA
• Principal agente é a E. coli.
• Toda gestante deve ser rastreada para bacteriúria assintomática
o Bacteriúria assintomática: ≥ 105 UFC/ml em pacientes assintomáticas
• Sempre tratar gestante + urocultura de controle
• ATB: amoxicilina, nitrofurantoína, fosfomicina
o Fosfomicina: amplo espectro, segura na gravidez, dose única.
o Demais ATB: 10 dias de tratamento
TRABALHO DE PARTO
PARTO
Fatores de Risco
• Prematuro anterior, fatores cervicais (incompetência istmo-cervical), anemia, desnutrição, polidrâmnio, infecção,
drogas (tabagismo)...
Predição – a mulher que teve prematuro anterior deve realizar:
• Fibronectina fetal (↑ Valor Preditivo Negativo)
o Se está baixa, por 1 semana não há risco de trabalho de parto – ajuda na decisão da internação
• USG (20 e 24 semanas) → colo curto se < 20mm
o Se alto risco de prematuridade ou sintomas de parto prematuro
o Progesterona → colo curto ou prematuro anterior
CONDUTA
• Corticoide: Betametasona 12mg IM 24/24h (2 doses)
Dexametasona 6mg IM 12/12h (4 doses)
o O ideal é que a criança nasça 24h após a última dose
• Tocólise: serve para fazer o corticoide!
o Não fazer se sofrimento fetal agudo ou corioamnionite!
24 – 34
o B-agonista: evitar se DM, EAP
Semanas
o Indometacina: evitar se > 32 semanas (fecha ducto arterioso e risco
hipertensão pulmonar); muito usado, pode usar em DM
o Nifedipina VO: evitar se ↓PA, cardiopatas
o Atosiban: antagonista de ocitocina! Sem contraindicação formal!
• Neuroproteção: Sulfato de Magnésio nos partos < 32 semanas
• Parto + avaliar profilaxia para GBS
> 34 semanas
• Se a questão não fala sobre o swab, fazer ATB
*Corticoide: diminuição de hemorragia periventricular e enterocolite necrotizante, além do conforto respiratório
O diagnóstico tem como padrão-ouro o exame especular. Não é necessário USG! Outros exames só serão solicitados
se o especular não visualizou:
• Teste da nitrazina (↑pH sugere RPMO) – pouco específico
• Teste de cristalização – na RPMO tem cristalização!
• Pesquisa de elementos fetais – células orangiófilas
• Amnisure (alfamicroglobulina placentária) – detecta proteínas que são liberadas quando a bolsa se rompe
• USG – oligodrâmnio (normodramnio não exclui e oligodramnio pode não ser RPMO)
• Especular – líquido amniótico saindo pelo colo ou em fundo de saco
• Compressão uterina (Manobra de Tarnier)
• Corioamnionite: Febre (Tax > 38°C) + 2 dos seguintes: leucocitose + taquicardia (materna/fetal) + dor uterina + líquido
fétido
o A conduta é parto!!!
• Sem infecção: avaliar IG
o 24 – 32/34 semanas → corticoide + ATB (↑latência e evita corioamnionite)
o > 32/34 semanas → parto!
PÓS-TERMO (> 42 semanas)
➢ O Bishop padrão A é aquele que o colo está apagado, amolecido, anterior, aberto e altura > 0!
➢ O Bishop desfavorável não contraindica ocitocina, apenas diminui sua chance de eficácia!
➢ Caso cicatriz uterina, utilizar Método de Krause: preparo do colo c/ sonda de Foley, podendo utilizar ocitocina em
seguida!
Conduta
• Dieta: líquidos claros (água, chás)
• Acesso EV (S/N): administrar drogas, analgesia, indução
• Decúbito: evitar decúbito dorsal, estimular deambulação livre, preferir DLE
Ana Clara Mendes Freitas
Ana Clara Mendes Freitas
39
Expulsivo – inicia-se após a dilatação total, termina com a expulsão COMPLETA do feto
Conduta
• Posição: não há posição ideal
• Ausculta BCF: no baixo risco de 15/15 min (5/5 min no alto risco)
• Episiotomia: avaliar (seletiva) → feto grande, parto fórcipe...
o Mediana (periniotomia): menos dor pós-op, menos lesão muscular, menos sangramento, reparo cirúrgico mais
estético, maior risco de lesão retal. Realizar quando corpo perineal for grande (boa distância entre vagina e
ânus).
o Médio-lateral: mais dolorida, com mais sangramento, maior lesão muscular, porém com menor chance de lesão
retal.
Manobra de Ritgen Modificada: uma mão comprime a parte de baixo do períneo e a outra mão na cabeça da criança
controlando a deflexão. Evita o movimento de chicote que lesa o períneo.
• Baudeloque-Schultze: saída como guarda-chuva, a placenta sai antes do coágulo, face membronosa/fetal
• Baudeloque-Duncan: a placenta sai com hemorragia, sai com a fase cruenta/materna
Manobras auxiliares
➢ 10 UI ocitocina IM pós expulsão fetal, antes de clampear o
cordão!
o Diminui hipotonia uterina e hemorragia puerperal
➢ Tração controlada do cordão
➢ Manobra de Fabre (pescador): avalia se a placenta já descolou
➢ Jacob Dublin: torcer a placenta depois da sua saída
HEMOSTASIA
Contração da musculatura uterina
Miotamponagem
Ligaduras vivas de Pinard
Trombotamponagem Trombos em vasos úteroplacentários
Indiferença miouterina
Contração uterina fixa
Parada Secundária da Dilatação: dilatação parada por 2 horas → Desproporção céfalo-pélvica e fazer cesáres ou falta de motor
e dar ocitocina -> avaliar o motor
• Ocitocina se não houver contrações
• Se contrações: indicar cesariana!
Crônico Agudo
Progressiva queda O2 Súbita queda O2
+ durante pré-natal (alto risco) + durante trabalho de parto
Manifestações: CIUR, alteração no Manifestações: alteração no BCF,
doppler, oligodramnia... no perfil biofísico fetal...
CIUR
Diagnóstico
• 1º passo: IG correta (USG 1º trimestre)
• Medida do Fundo Uterino (FU)
o FU concorda com IG entre 18 e 30 semanas
o FU 3 cm menor nesse período sugere CIUR ou oligodramnia
• USG → se suspeita de CIUR (só é rastreio na gestante de alto risco)
Ana Clara Mendes Freitas
Ana Clara Mendes Freitas
41
TIPOS DE CIUR
5-10% dos casos
SIMÉTRICO Agressão no início da gravidez
TIPO I Relação CC / CA mantida
(1ª metade da
gestação)
Ex.: trissomias, drogas, infecções do 1º
trimestre (toxo, rubéola...)
ASSIMÉTRICO 80% dos casos
TIPO II Agressão no 2º / 3º trimestre
(2ª metade da Relação ↑ CC / CA
gestação) Ex.: insuficiência placentária (HAS, DM)
Raro (associação de ambos)
MISTO
“Assimétrico precoce”
TIPO III
Ex.: infecções, cromossomopatias
CC = circunferência cefálica
CA = circunferência abdominal
DOPPLERFLUXOMETRIA
Circulação MATERNA
Incisura bilateral > 26 sem → risco de CIUR e PRÉ-
UTERINA
ECLÂMPSIA (aumento de 6x o risco de a paciente
evoluir com pré-eclâmpsia)
Circulação PLACENTÁRIA
UMBILICAL Normal: resistência com fluxo ao longo do tempo
Alterada: resistência, diástole zero ou reversa
Circulação FETAL
Normal: vaso de resistência → fluxo
CEREBRAL
Avalia centralização fetal
MÉDIA
Centralização: S/D umbilical ≥ 1
S
/D cerebral
Última alteração
Indicado para fetos < 32 semanas já centralizados
DUCTO
Normal: onda A positiva
VENOSO
Anormal: onda A negativa → risco iminente de
morte → PARTO IMEDIATO
Onda A = reflete a contração atrial direita (doppler positivo = sangue vai para frente / negativa = sangue está voltando
• Onda A positiva = sangue vai do AD para o AE e para o VD
• Onda A negativa = sangue volta para o território venoso – parto imediato (não há tempo para se discutir p.
ex. a corticoterapia)
Ausculta cardíaca
- Intermitente
• Baixo risco
o 30 / 30 min na dilatação
o 15 / 15 min no expulsivo
• Alto risco
o 15 / 15 min na dilatação
o 5 / 5 min no expulsivo
Cardiotocografia
Ana Clara Mendes Freitas
Ana Clara Mendes Freitas
43
DIP II (tardio)
DIP após contração
ASFIXIA – SFA
Conduta → parto
Classificação da cardiotocografia
I. 110 a 160bpm, variabilidade normal, sem DIP II ou III, aceleração presente ou mesmo ausente
II. Entre fase I e III
III. Sem variabilidade + DIP II recorrente ou DIP III recorrente ou bradicardia materna
Fórcipe
CONDIÇÕES PARA
TIPOS
APLICAR
Simpson Ausência de colo
Qualquer variedade (exceto transversa) Pelve proporcional
Não faz grandes rotações (máx. 45°) Livre canal de parto
Piper Insinuação
Cabeça derradeira (parto pélvico) Conhecer a variedade
Kielland Amniotomia
Variedade transversa (grande rotação) Reto / bexiga vazios
(*) Todas as condições de aplicabilidade devem ser preenchidas e deve haver um operador habilitado!
HEMORRAGIA PUERPERAL
PERDAS > 0,5 L (VAGINAL) e > 1 L (CESARIANA)
CAUSAS: 4 Ts
• Tônus – ATONIA UTERINA (maior causa)
ATONIA UTERINA
Fatores de risco: gemelar, polidramnia, mioma, corioamnionite, trabalho de parto muito rápido (< 4 horas) ou muito lento
CONDUTA
• Massagem uterina (Manobra de Hamilton)
• Ocitocina
• Rafia de B-Lynch
• Rafia vascular
• Embolização de artéria uterina
• Último: histerectomia
• (Mnemônico → MORREU)
PEDIATRIA
NEONATOLOGIA
Reanimação neonatal
São 3 perguntas para avaliar o RN e determinar se precisa de reanimação:
• RN a termo?
• Respirando ou chorando?
• Tônus adequado?
Se as 3 perguntas são positivas, a criança fica no colo da mãe e está tudo bem.
Caso a resposta seja NÃO para “RN a termo?”, é necessário ir para a mesa de reanimação, mas pode esperar para clampear o
cordão:
o > 34 semanas: aguarda 1 a 3 minutos
o < 34 semanas: aguarda 30 a 60 segundos
Se criança NÃO respira e/ou chora, clampear o cordão imediatamente e ir para a mesa de reanimação.
A primeira coisa a realizar são os 4 passos/cuidados iniciais – em 30segundos:
• Aquecer
• Posicionar
• Aspirar (s/n)
• Secar
Em seguida, avaliar:
• FC e respiração
o FC < 100
o Respiração irregular
o Apneia
Caso uma destas alterações acima esteja presente, realizar VPP!
• VPP (30’’)
• Deve ser ventilada durante o Golden Minute! Tempo máximo para começar a ventilar o RN
• Após os 30 segundos, reavaliar (pela FC, principalmente).
Se FC < 100 após 30’’ de VPP:
• Checar técnica
• Considerar IOT se a técnica está correta e FC < 60
Se FC < 60 (após VPP, checar técnica, IOT, ventilado pelo tubo):
• MCE (60’’) – massagem cardíaca
Se após 1 minuto permanece FC < 60:
• Checar técnica e atentar para extubação
• EPINEFRINA
Os passos iniciais
Aquecer: a sala de parto deve ser entre 23° e 26°C, campo previamente aquecido, fonte de calor radiante!
• RN < 34 sem: saco plástico + touca dupla
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS
As quatro principais doenças que acometem os RN são: SDRN, pneumonia, SAM e TTRN.
O surfactante é composto por lipídeos e proteínas, e começa a ser sintetizado a partir de 20-24 semanas de gestação
pelos pneumócitos II, atingindo quantidade suficiente no interior dos alvéolos com 34 semanas.
A função do surfactante é reduzir a tensão superficial na interface ar-líquido no interior dos alvéolos, impedindo o
colapso alveolar na expiração. O colapso alveolar causa hipoxemia e hipercapnia – acidose respiratória. Na verdade, uma acidose
mista pois também tem metabólica pela hipóxia.
Fatores de risco
• Prematuridade – surfactante só estará presente em quantidade suficiente nos alvéolos com 34 semanas
• Asfixia – pneumócito tipo II é destruído na hipóxia
• Sexo masculino – maturidade fisiológica é mais lenta
• Diabetes materna – a insulina diminui a liberação de surfactante; assim se pode ter DMH em RN com mais de 34 semanas
se a mãe tiver DM
→ O estresse fetal crônico estimula a secreção de cortisol – e o cortisol estimula a liberação de surfactante -, diminuindo o
crescimento intrauterino (CIUR), nascendo um bebê PIG, mas com maturação pulmonar melhor.
Clínica
• Início nas primeiras horas de vida
• Taquipneia
• Retrações costais, gemido, batimento de asa nasal, cianose
Radiografia
• Infiltrado reticulogranular difuso (aerobroncograma)
• Padrão de vidro fosco / moído
• São regiões de microatelectasias justapostas a áreas ainda insufladas - hipotransparência difusa pontilhada
• Volume pulmonar diminuído
Tratamento
• Oxigênio por capacete (hood/campânula) – não é o ideal pois permite que o alvéolo insuflado receba mais O2 e não
altera o curso da doença.
• CPAP nasal (Continuous Positive Air Pressure) – evita o colapso alveolar e estabiliza o alvéolo!
o Pronga nasal de onde saem dois cateteres, um fica no circuito inspiratório e outro no expiratório, o qual fica
imerso em água e cria uma resistência retrógrada para o alvéolo
• Ventilação mecânica (se CPAP não resolveu)
• Surfactante exógeno (terapêutico, tem doença bem estabelecida) -> via tubo traqueal
• O surfactante pode ser feito de forma profilática (assim que o RN nasce, se risco muito grave de SMH grave) ou precoce
– está sendo abandonado pois é comprovado que o CPAP é eficaz para alterar a doença
• Antibioticoterapia – garantir que não tenha infecção
Prevenção
• Se não for possível prevenir prematuridade → Corticoide antenatal
Avaliação complementar
• Radiografia de tórax – igual a SDRN
• Hemograma (relação I/T) e PCR
o A relação I/T é feita através dos neutrófilos imaturos e os totais.
o Relação I/T > 0,2 sugere infecção bacteriana e indica antibioticoterapia
• Identificação do agente
o Hemocultura
o Punção lombar e cultura do LCR
o Urocultura (infecção tardia)
Tratamento
• Precoce: Ampicilina + aminoglicosídeo (Gentamicina)
o Cobertura para GBS + gram-negativos!
• Ampicilina:
• - ≤ 2000g:
• 0-7dias: 200mg/kg/dia de 12/12h;
• 8-28dias: 300mg/kg/dia de 12/12h;
• - >2000g:
• 0-28dias: 300mg/kg/dia de 8/8h;
• 29 – 60dias: 300mg/kg/dia de 6/6h;
• Gentamicina:
• - <de 30 semanas:
• 0-14 dias:5,0mg/kg/ds de 48/48h;
• >14dias: 5,0mg/kg/de 36/36h;
• - 30-34 sem:
• 0-10dias: 4,5mg/kg de 36/36h;
• >10 dias: 5,0mg/kg 36/36h;
• - ≥35sem:
• 0-7dias: 4,0mg/kg de 24/24h;
• >7 dias: 5,0mg/kg 24/24h.
o Na sepse tardia, o ATB depende do perfil de resistência bacteriana da UTI. Geralmente um agente com
cobertura para staphylococcus e outros agentes.
A peristalse fetal é desorganizada na maior parte da gestação, sendo não-propulsiva. Por mais que o mecônio chegue
na ampola retal, o esfíncter anal está contraído. A asfixia promove o relaxamento e, caso a ampola retal tenha mecônio, este será
eliminado. A asfixia aumenta o número de incursões respiratórias, fazendo com que o mecônio chegue na traqueia, podendo
atingir as vias aéreas inferiores e causando a SAM.
Ocorre então um bloqueio mecânico expiratório, fazendo aprisionamento de ar e hiperinsuflação. Isso ocorre na
obstrução parcial, pois na inspiração o calibre da via aérea é maior e o ar consegue passar por ser parcial. Pode fazer atelectasia
se obstrução completa. O mecônio também desencadeia uma pneumonite química e uma infecção secundária, diminuindo a
complacência pulmonar, necessitando de muita força para insuflar os pulmões.
História
• Ocorre em RN termo e pós-termo - pré termo não tem mecônio na ampola retal e a peristalse não é propulsiva
• Sofrimento fetal predispõe a SAM
• LA meconial deve ser evidenciado
Clínica
• Início nas primeiras horas
• Desconforto respiratório grave
Radiologia
• Infiltrados alveolares grosseiros
• Pneumotórax
• Volume aumentado – arcos retificados
Tratamento
• Ventilação mecânica
• Antibioticoterapia
• Surfactante
o SAM consome surfactante, deve-se repor!
Clínica
• Início nas primeiras horas de vida
• Desconforto respiratório moderado
• Rápida resolução (em até 72h).
Radiologia
• Congestão hilar
• Aumento da trama vascular
• Líquido cisural; derrame
• Cardiomegalia
• Hiperinsuflação (arcos c. retificados)
Tratamento – suporte!
• Oxigenoterapia (FiO2 até 40%)
• Suporte geral!
APNEIA
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ICTERÍCIA NEONATAL
A icterícia é uma coloração amarelada da pele das mucosas como consequência do aumento
sérico das bilirrubinas.
A hemoglobina é degradada e forma bilirrubina indireta (BI), a qual é hidrossolúvel e deve ser
eliminada, e para isso precisa ser transformada em lipossolúvel. A BI liga-se a albumina, é captada pelo
hepatócito e nele sofre conjugação com 1 ou 2 moléculas de ácido glicurônico, formando um mono ou
diglicurinídeo (BD), através da glicuroniltransferase. A BD lipossolúvel (conjugada) pode ser excretada
na bile e ser retirada do organismo pelo intestino.
Na vida fetal a bilirrubina é excretada pela placenta - apenas na sua forma indireta (BI) - logo, a
captação e conjugação do RN é diminuída ao nascimento. O feto capta e conjuga pouca bilirrubina e,
assim, pouca glicuroniltransferase, pois precisar ter mais quantidade de BI que será secretada pela
placenta.
O RN tem produção exagerada de bilirrubinas pois possui:
• Hematócrito mais alto – hipóxia uterina,
• ½ vida menor das hemácias
• Captação e conjugação deficientes
• Aumento da circulação entero-hepática da bilirrubina – trânsito intestinal + lento e pouca flora
intestinal, além do aumento da beta-glicuronidase (separa ácido glicurônico da bilirrubina)
Todos estes mecanismos aumentam a BI, o qual leva à icterícia fisiológica! Porém nem toda icterícia é
fisiológica!
Provável icterícia não fisiológica
• Início < 24h de vida – a bilirrubina aumenta 3mg/dL/dia, e para detectar icterícia o nível sérico
deve ser >5!
• Aumento > 5mg/dL/dia
• Nível elevado de bilirrubina (> 12-13mg/dL a termo; > 14-15mg/dL prematuro)
• Outra alteração clínica
• Icterícia persistente (por mais de 7 – 10 dias a termo; mais de 10 – 14 dias em prematuros)
• Colestase - ↑BD, colúria, acolia...
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ICTERÍCIA PRECOCE
Avaliação complementar
• BT e frações (BTF)
• Hemograma e reticulócitos (anemia hemolítica)
• TS e Rh
• Hematoscopia – avaliar policromasia (reticulocitose), esferócitos (esferocitose e
incompatibilidade ABO), corpúsculos de Heinz (característico da deficiência de G6PD)
Tratamento
• Fototerapia – fotoisomerização da BI, tornando-se hidrossolúvel e sendo excretada via renal
o RN < 24h de vida = fototerapia
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• Diagnóstico: Sibilância frequente (4 episódios no ano anterior) + pelo menos 1 fator MAIOR
(PAIS COM ASMA OU CRIANÇA COM DERMATITE ATOPICA) ou 2 fatores MENORES (RINITE
ALÉRGICA, EOSINOFILIA OU SIBILÂNCIA NA AUSÊNCIA DE INFECÇÕES VIRAIS).
• Diagnósticos diferenciais: - Bronquiolite obliterante - Fibrose cística - Aspiração de
corpo estranho - Deficiencia de alfa1-antitripsina - Doenças cardíacas congênitas.
• Controle da Asma:
o Controlada→ Sem ou mínimos sintomas diurnos, nenhuma despertar noturno,
sem medicação de alivio, sem exacerbação e sem limitação de atividades.
o Parcialmente controlada→ Pelo menos 1 em qualquer semana. Sendo 1
exacerbação ou mais por ano.
o Não controlada→ 3 ou mais parâmetros presentes em qualquer semana.
• Classificação da asma:
o Leve→ Controlada apenas com medicamento de alivio OU com tratamento de
controle de baixa intensidade (CI de baixa dose).
o Moderada→ Controlada com tratamentos intermediários: baixa dose de CI e
LABA (beta-2-agonista de longa duração).
o Grave→ Refratária e cuja resposta ao tratamento de comorbidades é
incompleta. Requer tratamento com CI + LABA de alta dose.
• ASMA EXACERBADA ou CRISE AGUDA DE ASMA:
- Anamnese:
SINTOMAS: Tempo de início + Gravidade dos sintomas + História de anafilaxia;
MEDICAÇÕES: sintomáticas e profiláticas (doses e receitas, a adesão ao
tratamento, mudanças de doses recentes e resposta a terapia instituída);
FATORES DESENCADEANTES ASMA GRAVE: intubação ou VM ou admissão
UTI + hospitalizações recentes por asma (último ano em uso de corticóide oral ou
suspensão recente do uso do mesmo) + dificuldade de identificar os sintomas e
severidade das exarcebações + abuso no uso de ß2- agonista + baixa adesão às
medicações asmáticas + fatores sociais e psicossociais + Comorbidades: doenças
cardiovasculares, outras doenças pulmonares, doenças psiquiátricas como depressão,
obesidade.
- Buscar por possíveis sinais de gravidade: Sinais de gravidade: FR >30 mpm, sinais de esforço
respiratório, FC > 120 bpm, SatO2< 90%, confusão mental e tórax silencioso → manejo imediato.
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• Asma leve ou moderada: SABA (por exemplo, salbutamol) + Corticoide oral (por
exemplo, prednisolona) + Oxigênio inalatório nas crianças maiores de 5 anos OU Pacientes com
5 anos ou menos→ SABA + oxigênio.
Crises leves:
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ANAFILAXIA
Resfriado Comum
Crianças < 5 anos saudáveis ficam resfriadas entre 6-8 vezes/ano; se frequenta creche, 12
vezes/ano.
Etiologia
• Rinovírus (50% dos casos) – existem mais de 200 sorotipos de vírus → a imunidade é sorotipo-
específica
• Coronavírus
• Influenza (relacionado à gripe)
• Parainfluenza
• Vírus sincicial respiratório (VSR)
* Os vírus que causam doença no trato respiratório podem acometer qualquer ponto da árvore
respiratória. O rinovírus e o coronavírus acometem principalmente as vias aéreas superiores (o resfriado
comum). O parainfluenza causa principalmente laringotraqueíte; influenza, a síndrome gripal; e o VSR, a
bronquiolite viral aguda.
Clínica
• Coriza, obstrução nasal
• Espirros e roncos
• Dor de garganta, hiperemia de mucosas
• Tosse (predominantemente noturna)
• Febre
A manifestação clínica cardinal é a obstrução nasal e coriza. O resfriado é uma doença
autolimitada (duração de até 7 dias) – nos primeiros dias da doença, a coriza costuma ser clara, mas a
partir do 3º dia a coriza torna-se espessa, com aspecto purulento, porém isso não é marcador de
complicação bacteriana.
Os roncos traduzem secreções em grandes vias aéreas, que se modificam ao tossir.
A tosse do resfriado comum é predominantemente noturna, pois um dos mecanismos da tosse
é o gotejamento pós-nasal (a hipofaringe é repleta de receptores para a tosse).
A febre é, em geral, baixa, mas febre alta isolada não prediz infecção bacteriana secundária
Alguns terão hiperemia de mucosas bastante evidente (mucosa congesta, edemaciada). A
membrana timpânica também pode estar hiperemiada.
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Ana Clara Freitas
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Tratamento
• Antipiréticos → paracetamol, dipirona, ibuprofeno (em dose antipirética)
• A doença é autolimitada. Acalmar a família para que a criança não receba medicações
desnecessárias!
• Não usar AAS - sempre que houver possibilidade de infecção pelo varicela-zoster ou influenza
há risco de síndrome de Reye (degeneração hepática + encefalopatia grave) – alta letalidade
• Não utilizar outros AINEs!
• Lavagem nasal com SF 0,9% – várias vezes ao dia; faz desobstrução mecânica e também
estimula os espirros.
• Aumento da ingestão de líquidos – quanto mais hidratada a criança estiver, mais fluída ficarão
suas secreções
• Uma colher de mel antes de dormir em maiores de 1 anos
Não usar
• Mucolíticos
• Antitussígenos
• Descongestionantes Nenhuma dessas medicações mostrou benefícios no manejo de crianças pequenas
• Anti-histamínicos resfriadas (< 6 anos), além do risco de efeitos colaterais graves.
Infecção bacteriana da orelha média (cavidade aérea localizada no osso temporal que abriga os
ossículos da audição). Até 80% dos resfriados evoluem para OMA.
A orelha média comunica-se com a nasofaringe através da tuba auditiva, e a mucosa da tuba
auditiva é contínua com a mucosa da nasofaringe. Se a mucosa da tuba auditiva estiver inflamada, ocorre
disfunção tubária, com acúmulo de líquido no interior da orelha média (líquido que promove a
sensação de ‘hipoacusia’). Uma bactéria patogênica que coloniza a nasofaringe ascende e atinge orelha
média; o líquido estéril torna-se purulento, ocorrendo intenso processo inflamatório na orelha média
(formação de abscesso na orelha média). Eventualmente essa secreção purulenta pode drenar, levando
à perfuração da membrana timpânica, exteriorizando-se na forma de otorreia.
Clínica
• Otalgia – em crianças menores há irritabilidade e choro
• Otorreia – quando há perfuração, cessa a dor; pode estar presente em otites externas
- Otoscopia
• Normal: MT transparente (permite identificar estruturas no interior da orelha média – ex.:
ossículos da audição); brilhante (reflete luz do otoscópio – triângulo luminoso); côncava
(discreta projeção para o interior da orelha média); móvel (quando da realização da otoscopia
pneumática)
• OMA: MT hiperemiada, opaca (pela secreção purulenta, amarelada); abaulada (o dado de maior
poder diagnóstico é o abaulamento da MT pela secreção purulenta + processo inflamatório);
otorreia (secreção que se exterioriza – pode ser vista na simples inspeção; pode-se observar um
pertuíto na MT por onde essa secreção está saindo)
* Podemos ter hiperemia e opacidade em crianças sem OMA – somente o fato de a criança estar
chorando pode fazer com que a MT apareça hiperemiada. E hiperemia sem abaulamento é resfriado comum.
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Etiologia
• S. pneumoniae
• H. influenzae (não tipável) – mais comum junto com S. pneumoniae
• Moraxella catarrhalis
Tratamento
- Analgésico
- Avaliar antibioticoterapia (indicações AAP – 2013)
• < 6 meses (menor chance de resolução espontânea e maior chance de complicação)
• Com otorreia (lembrar: definir se a otorreia é por OMA ou por uma otite externa!)
• Graves:
- Dor moderada a intensa
- Febre ≥ 39°C
- Dor de ouvido há mais de 48h
• 6 meses – 2 anos: com otite BILATERAL
• Se em 48-72h a criança não melhorar sem ATB, dar a medicação (ou se a família não aceitar ou
não puder voltar)
• Dose dobrada: < 2 anos, frequenta creche, usou amoxicilina < 30 dias
• Amoxicilina + clavulanato: se falha terapêutica ou OMA + conjuntivite (provável Haemophilus)
ou uso recente de amoxacilina (<30 dias)
Complicações
• Otite média com efusão / serosa: quando há apenas o líquido sem sinais de inflamação
(abaulamento e dor) dizemos que o paciente tem OM serosa – que pode ocorrer sem episódio
prévio ou após OMA. Presença de nível hidroaéreo à otoscopia.
o Acompanhamento por 3 meses – na maioria dos casos há resolução espontânea; pode
ser necessário colocação de “tubo de ventilação” para escoar a secreção e permitir a
ventilação da orelha média.
• Mastoidite aguda: a apófise mastoide é toda revestida por espaços aéreos (células aéreas da
mastoide) – essas células são revestidas por uma mucosa que é contínua com a mucosa da
orelha média. Sempre que temos OMA, há algum grau de inflamação na mucosa da mastoide;
a complicação ocorre quando a inflamação que está na mucosa torna-se mais profunda e passa
a acometer o periósteo.
o Periostite
o Sinais: dor, calor, rubor e edema retroauricular (desaparecimento do sulco
retroauricular e deslocamento do pavilhão da criança)
o Tratamento: internar a criança + exame de imagem (para avaliar a extensão do
processo) – TC + ATB parenteral (ceftriaxone ou amoxicilina + clavulanato) – em alguns
casos faz-se a miringotomia
• Perfuração timpânica: na maioria das vezes evolui com cicatrização espontânea
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Ao nascimento as crianças não têm todos os seios paranasais. Ao nascer: seio etmoidal e
rudimento do seio maxilar (o seio maxilar estará totalmente pneumatizado quando a criança tiver 4
anos). O seio frontal começa a se formar na idade escolar (7 anos) e só estará completamente
pneumatizado no início da adolescência, é ele que desenvolve sinusite no adulto.
Clínica
• Resfriado arrastado (> 10 dias)
o Coriza abundante
o Tosse intensa, diurna e noturna
• Quadro grave (> 3 dias com sintomas graves)
o Febre alta
o Coriza mucopurulenta
• Quadro “que piora” (bifásico)
O diagnóstico é clínico! Não há recomendação para exames de imagem, principalmente em < 6
anos.
Tratamento
• Antibioticoterapia (a mesma da OMA)
• 7 dias após melhora
Complicações
• Celulite orbitária (por uma sinusite de seios etmoidais)
o Proptose ocular, ↓ mobilidade, edema da conjuntiva (quemose)
• Celulite periorbitária: a infecção e inflamação ocorrem nos tecidos da face (o globo ocular/órbita
e tecidos adjacentes não são acometidos) – apenas a pálpebra é acometida. Pode ser uma
complicação de uma sinusite etmoidal, mas também pode ser consequente a qualquer trauma
de face.
Faringoamigdalite bacteriana
A faringite aguda pode ocorrer em qualquer fase da vida. Na maioria das vezes, a etiologia é viral
– benigna e autolimitada. A faringite que nos preocupa é a bacteriana, e até prova em contrário, o agente
etiológico é o Streptococcus β-hemolítico do grupo A (S. pyogenes), que pode evoluir com febre
reumática.
Clínica
• Idade entre 5 e 15 anos (pico de maior incidência)
o Entre 3 e 5 anos é possível, mas pouco provável. Abaixo dos 3 anos não há faringite
estreptocócica!
• Febre e manifestações inespecíficas
o Vômitos, dor abdominal
• Dor de garganta
• Exsudato amigdaliano – pode não haver exsudato; as faringites virais também podem ter
exsudato!
• Hiperemia nos pilares amigdalianos anteriores
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• Petéquias no palato – pode haver faringite estreptocócica sem petéquias no palato, bem
como faringite viral com petéquias; porém, a alteração do exame físico mais fortemente
correlacionado com a confirmação posterior de infecção estreptocócica é a presença de
petéquias no palato
• Adenopatia cervical
• Não tem tosse, coriza ou obstrução nasal (é viral)!
Avaliação complementar
• Teste antigênico rápido (pesquisa de antígeno estreptocócico)
o Elevada especificidade, mas sensibilidade menor que a cultura (mais falso negativo)
• Cultura de orofaringe
Tratamento
O tratamento visa diminuir o tempo de transmissão do estrepto (24h após início do tratamento
o paciente não é mais infectante), diminuir o tempo de doença, diminuir complicações supurativas e
também para profilaxia de febre reumática (erradicar o estrepto da orofaringe – mínimo de 10 dias de
ATB).
• Analgésico e antipirético
• Antibioticoterapia
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Vírus Coxsackie A (enterovírus)
Úlceras na cavidade oral (lesões ulceradas envoltas por halo de hiperemia,
tipicamente localizadas predominantemente na cavidade posterior da
HERPANGINA
orofaringe – palato mole, úvula, pilares; diferentemente da
gengivoestomatite-herpética)
Lactentes e pré-escolares
Adenovírus
ADENOVIROSE Conjuntivite (Febre faringo-conjuntival)
Sintomas de IVAS
EBV (Epstein-Barr Vírus)
Linfadenopatia generalizada
MONONUCLEOSE Esplenomegalia
Linfocitose com atipia
Exantema máculopapular após amoxicilina (rash)
Doença de etiopatogenia desconhecida que se caracteriza por:
Febre periódica
Estomatite aftosa
PFAPA Faringite
Adenite
Quando pensar: aftas + quadros recorrentes + culturas negativas
Tratamento: corticoide (dose única) → resposta dramática
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Estridor
O grande marcador clínico do acometimento laríngeo é o estridor. O estridor é um ruído
predominantemente inspiratório que iremos escutar quando há obstrução nas vias de condução
extrapleurais.
• Inspiração → tendência ao colabamento da laringe
• Expiração → o calibre das grandes vias tende a aumentar
O paciente com estridor é um paciente que apresenta uma obstrução (ex.: edema na mucosa da
laringe). O calibre do lúmen da laringe diminui; caso haja edema, haverá uma redução ainda maior do
calibre de passagem do ar durante a inspiração. Essa oscilação do ar leva ao surgimento do estridor. Na
expiração o calibre da via aérea volta a aumentar e assim o ar consegue passar. O estridor também pode
estar presente na expiração, mas nesse caso teremos uma obstrução muito mais importante!
Laringotraqueíte Viral Aguda
• Causada pelo vírus parainfluenza (75%); também pelo adenovírus, VSR e influenza!
Clínica
• Pródromos catarrais; febre baixa
• Tosse metálica → “tosse de cachorro” (ladrante)
• Afonia e rouquidão (acometimento de pregas vocais)
• Crupe = tosse metálica, afonia e rouquidão e estridor
• Estridor
• Sinal da Torre/ponta do lápis – via aérea estreita ao RX (pode aparecer em criança normal, não
pedir exame de imagem)
Tratamento
- Depende da gravidade do quadro, que é avaliada pelo estridor em repouso (obstrução muito grave).
• Com estridor em repouso
o Adrenalina não diluída (nebulização) – 0,5ml/kg até 5ml
o Corticoide (VO ou IM) - dexametosona
▪ O efeito da dexa demora algumas horas para se estabelecer e, durante esse
tempo, o efeito da adrenalina pode acabar. Assim, a criança deve ser mantida
em observação por pelo menos 2h após a nebulização; se em 2h permanecer
sem estridor de repouso, pode ser liberada.
• Sem estridor em repouso
o Corticoide – dexametasona dose única (reduz risco de nebulização com adrenalina)
Complicação
• Traqueíte bacteriana: S.aureus, não melhora com adrenalina
• Pré escolar de 2 anos acorda subitamente durante a noite com tosse rouca, estridor e sem
dificuldade para deglutir. Qual o mais provável diagnóstico? Laringite estridulosa (crupe
espasmódica)!
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TAQUIPNEIA
< 2 meses ≥ 60 irpm
2 – 12 meses ≥ 50 irpm
1 – 5 anos ≥ 40 irpm
As infecções de vias aéreas inferiores podem ser dividas em pneumonias bacterianas, atípicas
e virais, e também a bronquiolite.
• Bacteriana: doença de evolução aguda e grave
• Atípica: doença de evolução insidiosa
• Viral (bronquiolite): presença de SIBILOS
PNEUMONIA BACTERIANA
ETIOLOGIA
> 2 meses S. pneumoniae → MAIS COMUM!
H. influenzae
S. aureus → principalmente em < 1 ano, mas pouco comum
< 2 meses S. agalactiae (grupo B)
Gram negativos entéricos
Transmissão vertical. Na vida intra-uterina ou durante a
passagem pelo canal de parto. Geralmente ocorrem nos
primeiros dias de vida
Pneumonia estafilocócica: é uma pneumonia rara. A maior parte desses eventos se concentram
no primeiro ano de vida (lactentes). Geralmente ocorre em crianças pequenas, com evolução grave e
cheia de complicações, e além disso, há uma porta de entrada cutânea (alguma doença que sugira
etiologia estafilocócica – ex.: impetigo, abscesso → disseminação hematogênica).
• Quando pensar → quadro grave / complicações (derrame pleural) / porta de entrada
SINAIS DE GRAVIDADE
TIRAGEM SUBCOSTAL → marcador de uma importante diminuição da complacência
pulmonar. Surge sempre que o diafragma tem de realizar uma contração muito vigorosa,
tracionando seus pontos de inserção nos arcos costais. Para que a tiragem seja
considerada sinal de gravidade, é necessário que ela seja mantida.
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BATIMENTO DE ASA NASAL → dilatação das narinas a cada inspiração, com o objetivo
de diminuir a resistência ao fluxo aéreo, e assim, diminuir o trabalho respiratório.
GEMÊNCIA → som expiratório que ocorre através de uma glote parcialmente fechada,
na tentativa de aumentar a capacidade residual funcional (volume de ar que fica no
pulmão ao final da expiração que está diminuída pelos alvéolos com líquido. Ao manter
a glote parcialmente fechada, o ar fica parcialmente aprisionado, aumentando com isso,
o tempo de troca gasosa).
CIANOSE → criança com infecção respiratória aguda, taquipneica e cianótica, é PNM
muito grave!
DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR
RADIOGRAFIA DE TÓRAX → não é necessário naquelas crianças que não apresentem
sinais de gravidade e que não serão internadas
Auxilia no diagnóstico (infiltrado pulmonar) – um exame alterado reforça o
diagnóstico; mas o exame normal não exclui o diagnóstico. As alterações
radiográficas são posteriores às manifestações clínicas
Auxilia na avaliação da extensão (ex.: hemitórax opaco = possibilidades: 1) grande
atelectasia; 2) derrame pleural volumoso que pode até ser um derrame
parapneumônico 3) PNM extensa – presença de broncograma aéreo)
Presença de complicações (+ comum: derrame pleural) – podemos suspeitar de um
derrame pleural de acordo com o exame físico do paciente (diminuição do FTV,
ausência ou diminuição dos MV, percussão maciça ou submaciça)
A maioria das pneumonias estafilocócicas evoluem com a formação de derrame pleural;
porém sempre que estivermos diante de uma criança com derrame parapneumônico, o
S. pneumoniae ainda é o agente mais provável (pois a PNM pneumocócica é muito mais
comum!)
Outros exames:
• Hemograma → presença de leucocitose
• Hemocultura → taxa de positividade é muito baixa
• Líquido pleural
Tratamento
TRATAMENTO ANTIMICROBIANO
TRATAMENTO AMBULATORIAL (> 2
meses)
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Falha terapêutica
• Paciente não aderiu ao tratamento
• A doença não era bacteriana, mas sim viral
• Resistência bacteriana
Sempre que estiver diante de um paciente internado (que está recebendo tratamento
adequado) → avaliar a presença de COMPLICAÇÕES – a principal é o derrame pleural. O derrame pleural
que é causa de falha terapêutica é o derrame pleural infectado, ou seja, um empiema. O paciente que
tem empiema não melhora com simples ATB, pois só melhora quando for realizada drenagem torácica.
➢ Empiema é causa de falha terapêutica pois só melhora com drenagem torácica!
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COQUELUCHE
AGENTE: Bordetella pertussis
3 FASES:
1) FASE CATARRAL
2) FASE PAROXÍSTICA → ocorrência de paroxismos de tosse intensa (ACESSOS DE
TOSSE, tipicamente seguidos pela emissão de um GUINCHO) por doença
traqueobrônquica, não tem taquipneia
• < 3 meses: TOSSE + APNEIA + CIANOSE
• Eventualmente pode convulsionar
3) FASE DE CONVALESCENÇA
HEMOGRAMA
“Reação leucemoide” (leucocitose muito intensa) + linfocitose
Enquanto a criança não recebeu a vacina, ela estará suscetível à infecção. A imunidade após
a infecção/vacina não é duradoura – os títulos de anticorpos vão progressivamente
diminuindo (se a mãe foi vacinada muito tempo antes, não terá ACs suficientes para proteger
o RN)
Todas as gestantes a partir da 27ª semana recebem uma dose de tríplice bacteriana acelular
→ produção de ACs que passam pela placenta → o bebê estará protegido antes mesmo dele
ter sido imunizado!
TRATAMENTO
• Azitromicina (1ª escolha) – 10mg/kg/dia VO 1x/dia por 5 dias; ou claritromicina
BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA (BVA)
A bronquiolite é uma infecção viral do trato respiratório inferior. Na infecção viral, o vírus chega
ao trato respiratório inferior propagando-se de célula a célula até alcançarem o interior dos alvéolos.
Portanto, antes da infecção atingir os alvéolos, os bronquíolos terão sido infectados.
Na criança < 2 anos, essa infecção bronquiolar terá repercussão muito maior do que a infecção
alveolar propriamente dita, pois crianças < 2 anos apresentam bronquíolos com calibre muito pequeno,
levando ao edema e acúmulo de muco nos bronquíolos. Ocorre diminuição do calibre, causando uma
doença obstrutiva das pequenas vias aéreas - o ar consegue entrar na inspiração, mas não consegue
sair na expiração, saindo com dificuldade e oscilando, o que causa os sibilos.
ETIOLOGIA
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TRATAMENTO
A maioria será tratada ambulatorialmente, embora configure como uma das principais
causas de internação.
Para crianças internadas:
Oxigenioterapia (se saturação O2 < 90%)
Nutrição / hidratação
NBZ com salina hipertônica (3%) → apenas para internados (diminui período de
internação; teria a capacidade de facilitar o clearance da secreção nos bronquíolos)
Beta2-agonista → teste terapêutico (guideline da AAP = não fazer!)
O QUE NÃO FAZER = CORTICOIDE e FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA!
ASMA x BRONQUIOLITE
Sibilante transitório precoce: criança que sibilou até 2-3 anos de vida (repetidos
episódios) e depois parou de sibilar; e, aos 6 anos de idade, não sibilava mais → repetidos
episódios de bronquiolite
Sibilante persistente: repetidos episódios nos primeiros 3 anos de vida e depois dessa
idade continuou sibilando → criança que provavelmente tem asma
Sibilante de início tardio: não sibilou no início da vida, mas começou na idade escolar (6-
7 anos) → provavelmente tem asma
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O grande problema é fazer o diagnóstico diferencial nos dois primeiros anos de vida entre o sibilante
transitório precoce e o sibilante persistente. O que ajuda a fazer a distinção:
DENGUE
Arbovirose urbana, causada pelo vírus do gênero Flavivírus. É um patógeno de RNA
envelopado, que possui 4 sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 (virulência: 2>3>4>1). A
transmissão ocorre através do vetor Aedes aegypti (mosquito) que adquire o vírus ao picar uma pessoa
doente na fase de viremia (1 dia antes da febre e vai até o 6 dia). Fêmea do mosquito inocula o vírus junto
com a sua saliva ao picar a pessoa sadia.
Fisiopatologia: Mosquito com o vírus→ contamina pessoa→ vírus na corrente sanguínea humana→
Monócitos + Linfócitos + Musculatura esquelética→ multiplicação→ RNA viral interpretado nos
lisossomos→ proteínas virais→ maturação dos vírions (Complexo de Golgi ou o Retículo Endoplasmático)→
liberação dos mesmos novamente na corrente sanguínea→ Produção de citocinas pró-inflamatórias → TNF-
a e IL-6→ iniciando a fase sintomática (inflamação da parede vascular, o que acaba aumentando a sua
permeabilidade).
Quadro clínico:
• Fase febril: quadro clássico de febre alta (39-40ºC), de início súbito, com duração de 2
a 7 dias. Cefaleia + adinamia + mialgia + artralgia + dor retro-orbitária + náusea + vômito
+ diarreia + anorexia. Exantema (maculopapular) em face, tronco e membros→ inicio
da febre ou após→ prurido palmo-plantar.
• Fase crítica: ocorre após melhora da febre, entre o 3º e o 7º, e surgem os sinais de
alarme.
o Sinais de alarme: •Dor abdominal intensa; •Vômitos persistentes; •Acúmulo
de líquidos; •Letargia/irritabilidade; •Hipotensão Postural; •Hepatomegalia >
2cm; •Sangramento de mucosa; •Aumento do hematócrito. Podendo evoluir
para complicações, como a dengue grave e o choque.
o Dengue grave: extravasa plasma→ choque ou acúmulo de líquidos →
desconforto respiratório, sangramento grave ou disfunção orgânica.
Hipoalbuminemia + aumento do hematócrito.
o Choque: Sinais de alarme→ hipoperfusão + comprometimento órgãos→
acidose metabólica e CIVD→ queda do Ht→ alterações cardíacas (miocardite,
insuficiência cardíaca e choque cardiogênico) e desconforto respiratório
(Síndrome da angústia respiratória).
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Caso de suspeita de dengue: Vivam ou tenham viajado nos últimos 14 dias para área
onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença de Aedes aegypti +
febre de 2 e 7 dias + > 2 manifestações: náusea, vômitos, exantema, mialgia, artralgia,
cefaleia, dor retro orbitária, petéquias, prova do laço positiva ou leucopenia.
Exames:
• Grupo A:
o Suspeita de dengue
o Sem sinais de alarme ou condições especiais (prova do laço negativa +
ausência de manifestações hemorrágicas).
o Atendimento de acordo com horário de chegada.
o Exames:
▪ Período não epidêmico: exames específicos para todo caso
suspeito.
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• Grupo C:
o Febre por até sete dias + pelo menos 2 sinais e sintomas inespecíficos
(cefaleia, prostração, dor retro orbitária, exantema, mialgias e artralgias) +
história epidemiológica compatível; • Manifestações hemorrágicas
presentes ou ausentes; • Disfunção orgânica presente ou ausente; •
Síndrome de extravasamento plasmático; • Presença de algum sinal de
alarme e/ou derrame cavitário.
o Exames:
▪ Específicos: Isolamento viral e sorologia são obrigatórios.
▪ Inespecíficos → • Hemograma completo; • Tipagem sanguínea; •
Dosagem de albumina sérica; • Exames de imagem: radiografia de
tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e ultrassonografia de
abdome; • Outros exames, conforme necessidade (glicose, ureia,
creatinina, eletrólitos, transaminases, TAP, TTPA, EAS,
gasometria e ecocardiograma)
o Conduta:
▪ Unidade Terciária, com leito de internação.
▪ Assegurar vias aéreas e mantê-las pérvias + otimizar ventilação e
oxigenação, quando necessário + monitoração + criança assuma
posição confortável, se possível + bom acesso venoso, o mais curto
e calibroso possível.
▪ Hidratação EV:
- Fase de expansão: SF 0,9% ou Ringer Lactato: 20 ml/kg/h,
podendo ser repetida até três vezes; - Reavaliação clínica
hora/hora e Ht após 2 horas→ melhora clínica (sinais vitais e PA
estáveis, e diurese normal) e laboratorial (queda do
hematócrito) → fase de manutenção e de reposição de perdas;
Se piora→ grupo D.
- Fase de manutenção: SG + NaCl (4%) + KCl (1%): somar todos e dividir
por 24h
- < 10 kg: 100 ml/kg/dia;
- 10 a 20 kg: 1.000 ml + 50 ml/kg/dia para cada kg acima de 10 kg;
- >20 kg: 1.500 ml + 20 ml/kg/dia para cada kg acima de 20 kg;
- Fase de reposição de perdas estimadas (causadas pela fuga capilar) – SF 0,9% ou
Ringer lactato 50% das necessidades hídricas basais, em Y com dupla via ou em dois
diferentes acessos.
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• Grupo D:
o Febre por até sete dias + pelo menos 2 sinais e sintomas inespecíficos
(cefaleia, prostração, dor retro orbitária, exantema, mialgias e artralgias) +
história epidemiológica compatível; • Manifestações hemorrágicas
presentes ou ausentes; • Disfunção orgânica presente ou ausente; •
Síndrome de extravasamento plasmático; • Choque, com ou sem
hipotensão.
o Exames:
▪ Específicos: isolamento viral e sorologia obrigatórios.
▪ Inespecíficos → • Hemograma completo; • Tipagem sanguínea; •
Dosagem de albumina sérica; • Exames de imagem: radiografia de
tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e ultrassonografia de
abdome; • Outros exames, conforme necessidade (glicose, ureia,
creatinina, eletrólitos, transaminases, TAP, TTPA, EAS,
gasometria e ecocardiograma).
o Conduta:
▪ Unidade Terciária, UTI.
▪ Assegurar vias aéreas e mantê-las pérvias, ventilação e oxigenação
+ monitoração + avaliar IOT e VM + bom acesso venoso,
possibilidade de acesso venoso profundo e central; caso não seja
possível, garantir 2 acessos periféricos, os mais calibrosos
possíveis; em casos de extrema gravidade, usar via intraóssea→
Ficar atento para o risco de sangramento nesses pacientes.
▪ Hidratação EV:
- Fase de expansão: SF 0,9% ou Ringer Lactato: 20 ml/kg/ em até
20 min em bolus. Pode até 3x; - Reavaliação: PA 2/2 horas; Ht
4/4horas; Diurese horária; Densidade urinária 6/6 horas;
Contagem de plaquetas 12/12 horas; Solicitar provas de
coagulação (TAP, TTPA), em caso de sangramento significativo.
- Ht em ascensão e choque, mesmo após hidratação→
Expansores plasmáticos - Ht em queda e choque→ investigar
hemorragias→ presente→ CH 10 a 15 ml/kg/dia, se não houver
resposta a reposição volêmica.
DIARREIA AGUDA
Diarreia define-se por ≥ 3 evacuações ao dia, de consistência amolecida/líquida. O aumento
da quantidade de água aumenta o volume e a frequência, reduzindo a consistência das evacuações. Em
crianças menores, identifica-se a diarreia pela mudança no padrão das evacuações.
A diarreia aguda tem duração de até 14 dias; geralmente sendo de etiologia infecciosa e curso
autolimitado!
• As principais complicações são a desidratação e a desnutrição!
Formas clínicas:
• Diarreia aguda aquosa
• Disenteria (sangue nas fezes)
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- E. coli
• Enterotoxigênica (ETEC) → causa + comum de diarreia bacteriana no Brasil, incomum em países
desenvolvidos
o Diarreia do viajante (europeu/americano em países subdesenvolvidos)
• Enteropatogênica → crianças < 2 anos, persistente
As enterotoxinas causam uma diarreia secretória, pela liberação de água e eletrólitos, não
sofrendo impacto pelo jejum. A ETEC é considerada o principal agente da diarreia do viajante nos países
do Norte.
A diarreia persistente dura entre 14 e 30 dias. Após 30 dias considera-se diarreia crônica.
A cólera possui uma toxina muito violenta, com perda de litros de água em 24h (fezes em água
de arroz).
A giardíase pode ser assintomática ou cursar com diarreia aguda (pouco comum), intermitente
ou crônica.
A lactose não digerida aumenta a osmolaridade intraluminal e causa diarreia; também sofre
fermentação no cólon e transforma-se em ácidos orgânicos e gases (metano/H2). As fezes ácidas causam
assaduras (hiperemia perianal) e os gases causam distensão abdominal, flatulência excessiva e fezes
explosivas.
TRATAMENTO
Busca evitar principalmente a DESIDRATAÇÃO!
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PLANO C
• Hidratação venosa (com solução cristaloide)
• Ringer lactato ou SF0,9% - 100mL/kg (10% do peso)
< 1 ano (6h) > 1 ano (3h)
30mL/kg em 1 hora 30mL/kg em 30min
70ml/kg em 5h 70ml/kg em 2h30min
• TRO tão logo seja possível
• Reavaliação após 3-6 horas
• Alta com Plano A
CDC → 20 ml/kg de SF/RL em 5-10 min → reavaliar → se necessário: repetir
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TRATAMENTO ESPECÍFICO
• SHIGELOSE: todo caso suspeito de shiguelose deve
ser tratado – ATB de escolha é o Ceftriaxona/
Ciprofloxacino.
• MS recomenda tratamento da disenteria apenas em
casos de comprometimento do estado geral!
• Crianças com fator de risco para doença sistêmica
por salmonela (hemoglobinopatia S,
imunodeprimidos, < 3 meses): tratar com
ceftriaxona/ampicilina
• SUSPEITA DE CÓLERA: azitromicina / eritro
• PARASITOSES (Giardia, ameba...)
OBSERVAÇÃO:
• Zinco: 20 mg/dia por 10 dias; < 2 meses, 10 mg/dia por 10 dias.
• Racecadotrila (coadjuvante) com papel na redução das perdas diarreicas e na duração.
Dose:1,5mg/kg, três vezes ao dia. CI para < de 3 meses.
• Probióticos podem ser úteis para reduzir a gravidade e a duração em até 24h
Não fazer:
- Antieméticos (metoclopramida, bromoprida, digesan, plasil): sem eficácia comprovada, maior risco
de efeitos colaterais graves como letargia e síndrome extrapiramidal
• Ondansentrona (Vonau, Solfran) é possível fazer, principalmente para melhor aceitação no
plano B.
- Loperamida: inibidor de peristalse, prolonga a duração da doença
➢ Avaliar probióticos: pode encurtar em um dia a doença diarreica viral e encarece o tratamento!
➢ Na diarreia persistente: avaliar redução de lactose – pode estar demorando para regenerar
epitélio.
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• Podem causar sequelas, levando à substituição do parênquima renal por tecido fibroso
o HAS, doença renal crônica
Mecanismos
Podem atuar facilitando a ascensão bacteriana e/ou impedir os mecanismos de defesa de agirem.
• Ausência de circuncisão → maior quantidade de bactérias na glande
• Sexo feminino → uretra mais curta; meato uretral mais próximo ao períneo
• Obstrução urinária → válvula de uretra posterior, exclusiva do sexo masculino; é um folheto da
uretra posterior que funciona desde antes do nascimento
• Disfunção miccional → incoordenação miccional (esvaziamento incompleto + resíduo pós-
miccional)
• Constipação
• Refluxo vesicoureteral (RVU) → específico para pielonefrite
• Picos de incidência
o 1º pico (1º ano): meninos → anomalias
o 2º pico: meninas → idade de controle esfincteriano (retém urina até alguém levar ao
banheiro)
o 3º pico: meninas → atividade sexual (adolescentes)
Válvula de Uretra Posterior: suspeitar antes do nascimento, pela hidronefrose fetal +
distensão vesical. Após o nascimento, a suspeita se dá pela presença de globo vesical palpável + jato
urinário fraco. Durante a vida intrauterina ocorre a formação de pequenas membranas intrauretrais,
obstruindo o lúmen uretral e impedindo fluxo miccional apropriado. Lembrar que a hidronefrose fetal
está mais relacionada à estenose da junção ureteropélvica (JUP). Exclusiva do sexo masculino
RVU: refluxo retrógrado do conteúdo vesical para o ureter. Na implantação do ureter na bexiga
não há válvulas; ao urinar, o detrusor se contrai, aumentando a pressão intravesical. Para que não ocorra
refluxo, o ureter possui implantação oblíqua, percorrendo longo trajeto submucoso na bexiga, e durante
a contração detrusora o ureter é colabado. Quando este mecanismo falha ocorre RVU.
Etiologia
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o Mais comum no sexo masculino; tem a capacidade de alcalinizar a urina (produz uma
urease que converte ureia e amônia e alcaliniza a urina, favorecendo a formação de
cálculos)
• Outros gram-negativos (Klebsiella, Pseudomonas)
o Klebisella → segunda maior causa no sexo feminino
o Pseudomonas → associado à manipulação do trato urinário
• Gram-positivos (enterococos, S. saprophyticus)
o Menino com ITU pensar em enterococos
o S. saprophyticus pensar em adolescentes sexualmente ativas
o S. saprophyticus é coagulase negativo, o que na urinocultura pode confundir com
contaminação.
• Vírus → adenovírus (cistite hemorrágica)
Quadro Clínico
Diagnóstico
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TRATAMENTO
CISTITE PIELONEFRITE
• Ceftriaxona IM
• Ciprofloxacino VO se for grave, pseudomonas
• Cefalexina, sulfas, amoxicilina + clavulanato
Não pode: nitrofurantoína→ não alcança níveis
adequados no parênquima renal
Exames de Imagem
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Graus de RVU
Grau I: sem alterações evidentes e preocupantes. / Grau II: Alterações leves, porém sem alterações na
anatomia urinária / Grau IV: dilatação severa e alterações na anatomia; Grau V: deformidade renal
exorbitante
Quando investigar?
- Nelson (AAP):
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CELULITE
• Pré-septal: Infecção aguda dos tecidos moles da região anterior ao septo orbital, nos
tecidos palpebrais (90%);
• Celulite orbitária: Infecção aguda dos tecidos moles que envolvem a região orbital –
ultrapassa o septo orbital – que ocorre por extensão da infecção dos tecidos vizinhos
ou por via hematogênica (menos comum).
• Principais causas: sinusite e outras IVAS ou trauma local
• Etiologia: Streptococcus pyogenes, S. aureus e S. pneumoniae, Haemophilus
influenzae. Os dois primeiros são os mais comuns no trauma e os últimos nas infecções
respiratórias.
• Quadro clínico: sintomas gerais (febre, mal estar, vômitos, anorexia) + Achados
oftalmológico
- CPS: edema e eritema palpebral, secreção conjuntival e dor à palpação ocular, na
maioria das vezes unilateral
- CO: sintomas acima + proptose, redução da acuidade visual e dor a movimentação do
globo ocular decorrente do aumento da pressão na cavidade orbitária prejudicando as
funções do nervo óptico e inflamação dos músculos adjacentes.
• Classificação
1. Celulite pré-septal ou periorbitária.
2. Celulite orbitária com edema difuso do conteúdo orbitário e infiltração da gordura
orbitária por células inflamatórias e bactérias, sem a formação de abscesso.
3. Abscesso subperiosteal (coleção de pus entre a parede óssea orbitária e a periórbita).
4. Abscesso orbitário (abscesso dentro da gordura orbitária).
5. Tromboflebite do seio cavernoso por extensão da infecção para o seio cavernoso.
• Diagnóstico:
- Clínico;
- Realizar TC → avaliação de lesão pré-septal
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- Laboratoriais; Rx.
• Tratamento:
- Ambulatorial: antibioticoterapia oral, em casos que não haja complicação, associado
a sintomáticos → Amoxicilina + clavulanato 100 mg/kg/dia de 8/8h por 7-14 dias.
- Hospitalar: para todos os pacientes que apresentam celulite orbitária, com
antibioticoterapia endovenosa e sintomáticos→ Oxacilina 50-100 mg/kg/dia de 6/6h,
associada ou não à ceftriaxona 100 mg/kg/dia, por até 28 dias.
- Cirúrgico – caso haja piora do quadro clínico após 48h de antibioticoterapia sistêmica
ou na presença de abcesso orbitário.
PRESCRIÇÕES
2. Dieta zero
5. Salbutamol Spray 100 mcg/dose 1 jato a cada 2 kg de 20/20 minutos (repetir em até 3x)
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ITU grave:
2. Dieta zero
7. US vias urinárias Indicação: após o 1º episódio documentado de infecção urinária, em qualquer idade
e para ambos os sexos, devido a frequente associação de ITU a anomalias do trato urinário – Refluxo
Vesico Ureteral e Obstrução.
2. Dieta zero
3. Dieta zero
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Anafilaxia:
Uso endovenoso:
2. Dieta zero
Aplicar IM em vasto lateral da coxa, fazer até 3x, repetir de 5-15 minutos (dose máxima: 0,5 ml).
Fazer X ml IV de 6/6h
Uso Oral:
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