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1º Grupo
Amina António Juma
Quelimane
2023
1º Grupo
Quelimane
2023
Sumário
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................4
2.IMPACTO PSICOLÓGICO DA VIOLÊNCIA FÍSICA CONJUGAL OU ENTRE
PARCEIRO..............................................................................................................................................6
2.1. Consequências Psicológicas da Violência Fisica Conjugal ou entre Parceiros..................7
3 CONCLUSÃO................................................................................................................................14
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................16
1 INTRODUÇÃO
Um estudo recente da Organização Mundial da saúde (OMS), 2005 sobre a saúde das
mulheres e a violência doméstica contra as mulheres, que abrangeu vários países, mostra que
pelo menos metade das disseram terem sido agredidas física ou sexualmente antes dos 15
anos. Em geral, a grande maioria destas agressões foi perpetrada por um parceiro íntimo do
sexo masculino. A violência contra as mulheres é um abuso dos direitos humanos básicos. Na
maioria dos casos, a violência é cometida por seus parceiros, que apresentam um
comportamento de controle com agressões físicas, coerção sexual e abuso. Para além de
agressões físicas, as mulheres vítimas de violência sofrem de problemas de saúde e
psicológicos.
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Traumático. Neste trabalho, a metodologia usada foi a de recolha de dados mais
predominantes para a elaboração deste trabalho. Para comentar e argumentar algumas
descrições, usamos como auxilio algumas fontes bibliográficas e documentos normativos de
educação (plano curricular) além das fontes dos sites da internet.
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2. IMPACTO PSICOLÓGICO DA VIOLÊNCIA FÍSICA
A violência física é denominada por qualquer tipo de agressão física, tal como estalos,
pontapés, socos, entre outros. Segundo o critério definido pela Organização Das Nações
Unidas, a violência física, tal como qualquer outro género de violência, viola os direitos
humanos, coloca obstáculos à igualdade de género e afeta significativa e intensamente a
integridade física e a saúde mental das vítimas, principalmente, das mulheres vítimas
de violência (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).
Os motivos que levam a prática da violência são vários, desde o uso de drogas, a raiva,
ignorância, demonstração de extremo poder e, principalmente a ingestão de bebidas
alcoólicas. O uso abusivo de álcool e outras drogas, associados a outras pequenas frustrações
da vida diária da vida conjugal, contribuem para aparição de condutas violentas, no geral as
drogas e o álcool associados foram um coquetel explosivo. Além disso, homens que abusam
dessas substâncias tem uma probabilidade maior de exercer maus tratos contra suas mulheres
do que os que não consomem essas substâncias (Tijeiras et al., 2005 Apud Silva et al., 2021).
Estas situações têm como origem a desigualdade de género em que o homem é o ser
dominante e a mulher a submissa (Schraiber et al, 2007).
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Lima, Buchele e Clímaco (2008) entendem, tendo em conta a questão da desigualdade
de género, que, na maioria dos casos, há uma enorme preocupação no que diz respeito à
intervenção junto da vítima, no entanto, a intervenção junto do agressor também é
fundamental, já que em ambos os casos há necessidade de auxílio. Esta intervenção será
realizada, tanto para com a vítima como para com o agressor, com o objetivo de conseguir
promover uma transformação significativa de comportamento desajustado para que se elimine
a relação de violência (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).
Sem dúvida nenhuma, as mulheres, mais do que os homens, são as maiores vítimas da
violência.
entre Parceiros
De acordo com Andrade, Viana e Silveira (2006), as mulheres são mais suscetíveis
que os homens a apresentarem sintomas depressivos e ansiosos, além de serem mais
vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos mentais. Essa diferença pode ser explicada por
fatores biológicos e psicossociais, como as alterações hormonais, as pressões sociais em torno
do papel feminino, a exposição ao estresse, entre outros.
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A violência contra a mulher representa um problema mundial de saúde pública, pois
afeta tanto a saúde física quanto emocional das vítimas (Mota; Silva, 2019), desencadeando
uma sequência de sintomas como: ansiedade, medo, sentimento de inferioridade, insegurança,
baixa autoestima e grande sofrimento psíquico, que requerem tratamento diferenciado com o
psicólogo (Oliveira Et Al., 2017).
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2.1.1. Distúrbio de Stress Pós-Traumático
Desde que este conceito foi introduzido no Manual de Estatísticas de Diagnóstico das
Doenças Mentais (DSM), tornou-se claro que as síndromas psicológicas dos sobreviventes de
abuso sexual e violência doméstica eram de facto os mesmos encontrados entre os
sobreviventes de guerra: “Mulheres e crianças que foram agredidas e violadas são vítimas de
guerra. A Histeria é uma neurose da guerra entre os sexos” (Herman, 1992).
Contudo, não há dúvida de que o DSPT contribui para o reconhecimento dos efeitos
de eventos traumáticos tal como a violência doméstica, na saúde pública e mental. Mulheres
sofrendo de consequências da violência doméstica não são malucas ou anormais – a verdade é
que elas simplesmente estão afectadas por eventos cruéis que alteram as suas vidas e destroem
o seu bem-estar. O conhecimento psicológico no atendimento às vítimas e a educação
psicológica como um meio de apoiar famílias e comunidades têm uma grande importância.
Deve fazer-se uma distinção entre os eventos que ocorrem uma vez e estão limitados
no tempo (por exemplo, um acidente de carro ou umas cheias) e os eventos que não estão
isolados e que ocorrem numa situação de média ou longa duração (por exemplo, a guerra ou a
violência doméstica).
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e medo, abuso na ingestão de medicamentos ou outras substâncias, falar de mais, ter
problemas sexuais, dores de corpo, tristeza, raiva, agressividade, desespero, culpa, falta de
confiança nos outros, auto-isolamento, etc. A razão para estas respostas tão fortes é porque os
sobreviventes se sentem como se essa experiência estivesse aprisionada no seu corpo e na sua
mente. Foi tão horrível e dolorosa que as pessoas tentam esquecer ou evitam pensar no que
aconteceu. Sobreviventes de traumas oscilam entre a tentativa de esquecer o que aconteceu e
entre serem assolados com recordações intensas do evento. Esta reacção é completamente
normal e dura alguns dias ou semanas. Quando uma mulher recebe apoio da família ou de
outros, isso ajuda-a a compreender as suas reacções de modo a que ela não sinta que está a
ficar doida.
Van der Kolk (2000) menciona que, nas crianças vítimas de abuso sexual e nos casos
de violação das mulheres por parceiros do sexo masculino, é frequente surgirem reacções que
se mantêm de forma duradoura. Uma mulher que é vítima de violência cometida pelo seu
marido ou parceiro íntimo está em alto risco de desenvolver problemas de saúde mental que a
afectarão e atingirão também as suas crianças. Esses eventos perturbarão o seu
comportamento, a maneira como ela se relaciona com os outros, a percepção de si mesma e a
sua auto-estima, o seu espírito e o seu ser existencial.
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2.1.3. Exposição de crianças e jovens a violência conjugal
Para Burman e Duffy-Feins (2007, pp. 156), a exposição a violência conjugal constitui
efetivamente uma forma de mau trato psicológico, uma vez que:
“Estas crianças são também vítimas de violência doméstica, mesmo que possam não
ser alvos diretos do abuso. Estão a ser maltratadas, quer intencional ou não intencionalmente,
através de uma desatenção ou indiferença incapacitantes, e/ou negligência face ao seu bem-
estar desenvolvimental”.
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(Burman & Duffy-Feins, 2007; Coutinho & Sani, 2008a; Lourenço, Baptista, Senra, Almeida,
& Bhona, 2013). Neste âmbito, o sentimento de segurança pode ser colocado em causa
quando o progenitor vitimizado recorre ao filho em busca de conforto e apoio, ocorrendo a
parentificação, sendo a criança levada a dar proteção a alguém de quem espera que lha
proporcione a si (Stephens, 1999).
Assim, a vivência deste tipo de situações tem impacto ao nível da saúde mental,
verificando-se um maior risco de surgirem sintomas de stress pós-traumático (Kilpatrick, Litt,
& Williams, 1997), bem como problemas comportamentais, relacionais, físicos e sociais
(Coutinho & Sani, 2008a; Sani, 2011) que se irão refletir ao longo de todo o ciclo de vida.
Podem manifestar-se reações regressivas e maladaptativas, como enurese, chuchar no dedo e
fazer birras. Podem ainda verificar-se perturbações do sono, terrores noturnos, ansiedade,
irritabilidade, depressão, baixos níveis de autoestima, competências sociais limitadas e
flashbacks recorrentes dos eventos traumáticos (Coutinho & Sani, 2008; Fantuzzo et al.,
1991).
Holden (2003) sugere que o impacto da exposição a violência conjugal nas crianças
deriva de vários fatores, como a gravidade das lesões que possam derivar de agressões físicas,
variáveis temporais, características do agressor e da vítima e proximidade da criança dos
intervenientes. Um estudo realizado por Georgsson, Almqvist e Broberg (2011) revelou que
as raparigas que foram expostas a agressões à mãe por parte do seu pai biológico evidenciam
ser mais afetadas face àquelas cuja mãe era agredida por outro companheiro, observando-se o
mesmo padrão quando comparadas crianças que tinham ou não contacto continuado com o
agressor.
Por outro lado, as crianças não são afetadas todas da mesma forma e a exposição à
violência conjugal não conduz necessariamente a um desajustamento psicológico. Embora
algumas crianças possam desenvolver psicopatologia, outras podem não ter qualquer
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consequência negativa no seu funcionamento psicológico (Sani, 2006, cit in Coutinho & Sani,
2008b; Sani, 2011).
Netto et al.(2014), em conformidade com o que afirma Day et al. (2003), verificaram
que as consequências da violência afetam de forma degradante e agressiva a integridade da
mulher, destruindo sua autoestima e sua independência. E a diminuição da autoestima, aliada
aos sentimentos depressivos, dificulta ainda mais a busca por ajuda (ADEODATO et al.,
2005).
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3 CONCLUSÃO
Chegado a conclusao do trabalho foi possivel concluir que existe inúmeros resultantes
de saúde mental associados a violência doméstica, como depressão, ansiedade e abuso de
substâncias, condições crônicas e episódicas, que podem ocorrer com frequência variável em
períodos de tempo mais longos (Baco, et al., 2018
Segundo Levine (1999), a violência conjugal pode trazer diversas consequências por
meio de transtornos, mas também nas relacões cotidianas. Quando os sintomas se tornam
frequentes e permanentes, passam a se expressar de forma patológica, como DSPT,
transtornos alimentares, depressão, tentativa de suicídio, dificuldade nas relacões afetivas e
sexuais.
Mulheres que sofrem violência sexual apresentam índices mais severos de transtornos
e consequências psicológicas, como DSPT, depressão, ansiedade, transtornos alimentares,
distúrbios sexuais e distúrbios do humor. Outras variáveis podem ser agregadas, como maior
consumo ou abuso de álcool e de drogas, problemas de saúde, reducão da qualidade de vida e
comprometimento do sentimento de satisfacão com a vida, o corpo, a vida sexual e os
relacionamentos interpessoais. Existe significativa associac ̧ão entre violência sexual e altos
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índices do DSPT, com sintomas que incluem dissociac ̧ão, congelamento e hipervigilância e
podem permanecer por muito tempo.
O excesso alimentar e o abuso de drogas e álcool são usados por algumas vítimas
como forma de diminuir a ansiedade e reprimir as memórias traumáticas. O DSPT pode ser
observado como mediador entre a violência sexual e os transtornos alimentares, como
tentativa de autoprotecão contra nova violência. Pode atuar também como mediador no
desenvolvimento de transtornos sexuais, embora não esteja suficientemente esclarecido o
papel do ato de penetracao nessas disfuncões. As vítimas geralmente apresentam maior
insatisfacão sexual, perda de prazer, medo e dor, sintomas que podem permanecer após anos
da violência. A relac ̧ão com a própria imagem, a autoestima e as relacões afetivas também
são afetadas negativamente e limitam a qualidade de vida. Existe permanência desses
transtornos, que podem ser duradouros e estender-se por muitos anos na vida dessas mulheres.
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bailey, B. (2010). Partner violence during pregnancy: prevalence, effects, screening and
manegement. International Journal of Women's Health, 2, 183-197.
Brito, P. G., Fogo, J. C., & Williams, L. C. de A. (2020). Crianças Expostas à Violência
Conjugal: Avaliação do Desempenho Académico. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 20(2), 113
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De Jong, J., Komproe I., Van Ommeren, M., Van De Put, W. (2001), Lifetime Events And
Post-Traumatic Stress Disorder In Four Post-Conflict Settings. In: Journal Of The American
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Santos, A. G. D., Monteiro, C. F. D. S., Feitosa, C. D. A., Veloso, C., Nogueira, L. T., &
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Enfermagem da USP, 52.
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Lima, P. Buchele, A. & Clímaco, D. 2008. (2011). Crianças Vítimas de Violência:
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Pessoa.
Outras fontes:
Lima, Daniel Costa, Buchele, Fátima, & Clímaco, Danilo De Assis. (2008). Homens,
Gênero E Violência Contra A Mulher. Saúde Soc. São Paulo, V.17, N.2, P.69-81, 2008.
Retirado em 14/05/23 de: Http://Www.Revistas.Usp.Br/Sausoc/Article/View/7578/9100;
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Organização das Nações Unidas. Mulheres Brasil (2020). Violência contra mulheres e
meninas é pandemia invisível. Brasília (DF): ONU Mulheres Brasil. Retirado em 14/05/23 de:
https://www.onumulheres.org.br/noticias/violencia-contra-as-mulheres-e-meninas-e-
pandemia-invisivel-afirma-diretoraexecutiva-da-onumulhere
https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/2023.
Nogueira, R. L. (2020) Impacto da violência psicológica sobre o cérebro. In: Pela paz em
casa: diga não à violência. Retirado em 14/05/23 de:
https://www.youtube.com/watch?v=VgXtfsnp8w&ab_channel=Dra.ReginaL
%C3%BAciaNogueira.
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https://www.youtube.com/watch?v=HFkLiHRrK0s&ab_channel=ElianadeAgostiniRolim.
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