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TRABALHO KARINA

SLIDE 1 - CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

SÉC XII ao XVI

Até então a criança não era tratada como alguém que tinha suas necessidades
e vontades diferenciadas. A criança era vista como ser inferior.

A criança era vista como um adulto em miniatura e, por isso, trabalhava nos
mesmos locais, usava as mesmas roupas, era tratada da mesma forma que o
adulto.

Na idade média, por exemplo, as crianças aprendiam o que deviam saber


ajudando os adultos, por intermédio do trabalho. O trabalho era uma
imposição a todos.

para Descartes, que via a infância como fraqueza do espírito: "A total
dependência do corpo."

SÉC XVII

No decorrer do século XVII, percebe-se o início do processo de escolarização.


Neste momento, as crianças foram separadas dos adultos e enclausuradas em
espaços, chamados de quarentena.

Mesmo com o aparecimento dessas instituições, o conceito de infância ainda


não era claro, não se constituíam etapas de desenvolvimento nem concepção
de aquisição de responsabilidade como um processo educacional.

Foi no m daquele século, que o conceito de infância começou a mudar, em


decorrência da Igreja com o movimento renascentista.

O olhar para a criança começa a mudar. A criança é designada e representada


de modo mais preciso, passando-se a considerá-la como um indivíduo
possuidor de personalidade própria.

A Igreja teve fundamental importância, na época, ao associar a imagem das


crianças com a de anjos, sinônimo de inocência e pureza divina. Segundo a
Igreja, Deus favorece as crianças devido à sua singeleza, que se aproxima
muito de sua impecabilidade, impondo uma necessidade de se amar as
crianças e colocar a educação na primeira leira das obrigações humanas,
contrariando a indiferença de outrora.

Foi nesta época que se começou realmente a falar na fragilidade da infância.

SÉC XVIII

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A partir do século XVIII, as crianças começaram a ser reconhecidas em suas
particularidades, obtendo o seu próprio quarto, alimentação considerada
especí ca e adequada, ocupando um espaço maior no meio social. Nascia a
concepção de infância.

Rousseau se propõe a estudar como a criança se encaixava na sociedade da


época. Em Émile (Emílio), ele criticava o modo que a criança é educada.

Para Rousseau, a criança devia ser educada sobretudo em liberdade e viver


cada fase da infância na plenitude de seus sentidos - mesmo porque, segundo
seu entendimento, até os 12 anos o ser humano é praticamente só sentidos,
emoções e corpo físico, enquanto a razão ainda se forma.

“Vosso lho nada deve obter porque pede, mas porque precisa, nem fazer
nada por obediência, mas por necessidade”. Escreveu o lósofo em Emílio.

Como até então a educação era principalmente pautada pela doutrina da


igreja, a criança se limitava ao papel de decorar e assimilar informação, e tinha
sua liberdade e curiosidade cerceada pelos interesses institucionais religiosos
(como promover a catequese).

A infância estaria organizada sob dois aspectos:

A concepção de que a criança é importante em si mesma;

a infância como o momento em que o homem está mais próximo da natureza.


(A criança é majoritariamente sentidos e ainda está por construir sua moral).

SÉC XIX

Com o avanço da Psicologia e a criação das teorias psicogenéticas, pela


visão, principalmente de: Wallon, Piaget e Vygotski, a criança passa a ser vista
qualitativamente diferente do adulto. "Com características próprias nos
campos da cognição, afetividade e moralidade. En m, um ser integral, ativo e
interativo." (LEPRE, 2008)

SLIDE 2 - VYGOTSKI E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

Para Vygotski as principais funções mentais superiores são: atenção,


sensação, percepção, memória, pensamento, linguagem, emoção e
orientação.

Ele estuda esses processos superiores, que são mediados pela linguagem.

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Para Vygotski, "a criança emerge como sujeito, por assim dizer, na medida em
que se apropria e se situa na sua história, signi cando sua vida no meio em
que se encontra". (VERAS)

A mediação pode ocorrer por meio de um instrumento - ferramenta material,


um signo - ferramenta psicológica, ou seres humanos.

O instrumento tem a responsabilidade da regulamentação das ações sobre os


objetos e o signo, das ações sobre o psiquismo das pessoas. (Costa,
Duqueviz, Pedroza, 2015)

Porém, na sociedade contemporânea a linguagem digital é uma nova


linguagem e também é utilizada como mediadora dos processos psíquicos e,
assim, está substituindo a linguagem que conhecemos, então,
consequentemente o desenvolvimento mental e emocional das crianças vem
sendo impactado.

SLIDE 3 - NATIVOS DIGITAIS

SÉC XXI

Na contemporaneidade já não estamos mais nos primeiros processos de


entendimento da infância. Na verdade, estamos passando por novos arranjos
da criança devido o universo digital e seus usos.

CONCEITO DE NATIVOS DIGITAIS

• Os nativos digitais são todas aquelas pessoas que nasceram dentro da


disponibilidade do universo digital, informações rápidas e acessíveis.

• Já aqueles que nasceram sem o mundo digital e tiveram que em algum


momento da vida aprender e se adaptar a esse acesso são chamados
de imigrantes digitais

• Prensky diz que essa geração tem a linguagem digital como sua
principal linguagem

• Essa geração, como Prensky, destaca, “pensa e processa informações


de forma diferente”

• Os nativos digitais podem ser facilmente identi cados em quase todos


os lugares do mundo pelo modo com que usam seus equipamentos
digitais

A iconogra a dos sistemas operacionais foi toda baseada em dispositivos


existentes na época em que os imigrantes digitais precisaram aprender o uso
da tecnologia. O ícone de "Salvar" arquivos foi criado com o Signo de um
"Disquete" (mídia utilizada para armazenamento de arquivos nos anos 90). Os
nativos digitais nasceram em uma geração que o "disquete" sequer era
utilizado, então qual a lógica de associação sígnica utilizada para identi car a
função de salvar?

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Fica claro que a linguagem dos nativos digitais, e seu processo de
aprendizado e construção de conhecimento é outro.

Fazendo assim, uma intersecção entre os conceitos de Vygotski e Prensky,


podemos entender o digital como uma linguagem, tão mediadora dos
processos básicos psíquicos como a linguagem não-digital.

SLIDE 4 e 5 - USO DE TELAS NA INFÂNCIA

A Universidade Federal do Ceará e a Universidade Harvard, nos Estados


Unidos, em parceria com outras instituições, realizaram um estudo sobre o
impacto das telas no desenvolvimento infantil. 

Os cientistas acompanharam 3.155 crianças cearenses desde o nascimento


até elas completarem 5 anos de idade. Eles descobriram que, em média, 69%
de todos os participantes foram expostos a um tempo excessivo de tela.

O trabalho mostrou que uma hora de uso de equipamentos digitais diminuiu


consideravelmente a capacidade de comunicação, de resolução de problemas
e de sociabilidade das crianças estudadas.

Crítica sobre o uso irrestrito das telas

Exemplo Re exivo:

Assim como o dilema iconográ co de imagens e funções, também podemos


inferir que cada vez mais crianças estão se acostumando com o "passar
informação" através do arrastar de dedos.

Dessa maneira, é comum que uma criança que muito cedo tenha tido acesso
a tablets, acabe passando as páginas de uma revista ou livro assim como
movimenta os dedos para passar as páginas digitais em softwares interativos.

Enquanto uma geração atravessa a tecnologia sentindo as diferenças


comunicativas do "antes" e "depois", os nativos digitais são embrionários
desse meio informacional.

SLIDE 6 - GERAÇÃO COM MENOR QI

Houve uma mudança no modelo comunicativo interacional, ou seja, o uso


excessivo de dispositivos móveis, que se dá numa linguagem própria,
modi cando assim o que media os processos superiores, e transformando o
processo de aprendizagem.

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A falta de interações do indivíduo com o mundo cria uma carência cognitiva.
Esse dé cit já pode ser enxergado na nova geração, que pela primeira vez
apresenta uma redução (invés de uma crescente constante sempre vista nas
gerações anteriores) nos índices de QI. 

SOBRE A INTELIGÊNCIA DO TESTE DE QI: Sabemos que existem


diferentes interpretações sobre o que é a inteligência. O QI é um tipo
especí co, cientí co, de se apropriar de aspectos cognitivos que dizem
respeito ao desempenho lógico matemático, abstrato, etc. Para essa
interpretação restrita sobre inteligência - possível de ser quanti cada e
analisada objetivamente - os dados alegam que há uma baixa, pela
primeira vez, na nova geração.

Alfred Binet desenvolveu o termo “Quociente de Inteligência”,


conceituando inteligência como um complexo mutável de diversas
funções, modeláveis pelo ambiente e por variáveis de acordo com o grau
de desenvolvimento do indivíduo. Esse quociente é medido a partir da
razão entre idade cronológica e idade mental, multiplicada por 100.

A principal pista para isso seria justamente a mudança no modelo


comunicativo interacional, ou seja, no uso excessivo de dispositivos móveis,
que apresentam comodidade e abundância de recursos que disputam a
atenção dos indivíduos requisitando mínimo esforço para o consumo.

Como a nova geração já é embrionária nesse ritmo interacional, acaba que se


naturaliza a escassez da relação do ser com o mundo, enquanto recursos
interativos virtuais substituem parte disto.

Uma criança tem MUITO MAIS neurônios que uma pessoa mais velha, mas os
neurônios das pessoas mais velhas têm rami cações pra substituir as ligações
dos neurônios que vão morrendo durante a vida. Essas ligações, essas raízes,
são nosso processo de aprendizado, de construção, de desenvolvimento.

A nova geração está perdendo neurônios naturalmente, mas apresenta


menores  rami cações para os que cam, devido a ausência de estímulos
(encontrados na interação com o mundo e com os outros no dia a dia) por
causa do uso excessivo de tela.

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