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Assistência ao Politraumatizado
Assistência ao Afogado
Emergências Psiquiátricas
Autores:
Cesar Augusto dos Santos Junior; Adriano Bertola
Vanzan; Vladimir Fernandes Chaves; Flávio
Sampaio David; Carlos Eduardo Sá Ferreira;
Espedito Rocha de Carvalho Junior; Sérgio Corrêa
da Silva; Fernanda de Castro Cerqueira; Sergio
Gottgtroy de Araújo; Simone de Oliveira Costa;
Robson Fernando de Castro Torres; José Henriques
Marques Neto; Rivelino Adriano Silva; Carlos José
Cesário de Souza; Victor Pinheiro de Carvalho.
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2ª Edição - 2018:
Comandante:
Colaboradores:
ÍNDICE
CAPÍTULO I: SUPORTE BÁSICO DE VIDA 06
1 - CENA 07
3 - RCP EM CRIANÇAS 20
4 - RCP EM BEBÊS 27
3
5 - ASFIXIA EM CRIANÇAS 29
6 - ASFIXIA EM BEBÊS 32
7 - ASFIXIA EM ADULTOS 34
8 - ASFIXIA EM GESTANTES 35
1.6 - Hipoglicemia 50
2 - ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES 52
Desconforto Torácico 52
Hipertensão Arterial 56
3 - ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS 57
3.2 – Asma 58
4.1 – Hipotermia 63
2 - EXAME DO POLITRAUMATIZADO 79
3 - HEMORRAGIA E CHOQUE 86 4
5 - TRAUMA DE TÓRAX 93
6 - TRAUMA ABDOMINAL 97
2 - OFIDÍSMO 134
3 - ARANEÍSMO 137
4 - ESCORPIONISMO 142
2 - DEFINIÇÃO 146
1 - INTRODUÇÃO 152
Capítulo I
Suporte Básico de Vida
1 - CENA
A avaliação da cena é a etapa na qual o Socorrista deve observar
criteriosamente a segurança no local de atuação da sua equipe. Se houver risco na
cena, a vítima só deverá ser abordada quando o risco for neutralizado.
Ø Perguntas preliminares:
a) Se houver contato direto com a pele, lave-a com água corrente e sabão.
Verifique se não há rachaduras, ressecamentos ou lesões no local. Caso haja, procure
orientar-se com o profissional de saúde responsável pelo protocolo de acidente com
material biológico de sua Unidade.
b) Se houver contato direto com os olhos ou mucosas, lave-os imediatamente
com água corrente abundante e siga o protocolo para acidente com material biológico
de sua Unidade.
ATENÇÃO
(1) Caso tenha sangue ou vômito na boca da vítima, aspire às vias aéreas;
(2) Evite respiração boca a boca. Prefira os dispositivos de barreira para
ventilação (máscara de bolso e dispositivo Bolsa-Válvula-Máscara – “AMBU”);
(3) Utilize EPI em todos os atendimentos!!!
Ø Cadeia de Sobrevivência
9
A Cadeia ou corrente da sobrevivência (figura 1) representa elos importantes
na sequência do atendimento, onde cada um desses elos representa procedimentos
fundamentais no processo de atendimento à parada cardiorrespiratória. Nas diretrizes
de 2015, estão representadas duas cadeias: Parada Cardiorrespiratória Intra-
Hospitalar (PCRIH) e Parada Cardiorrespiratória Extra-Hospitalar (PCREH).
Ø Abordagem Inicial
C Compressões Torácicas
B Boa Ventilação
11
ETAPAS AÇÃO
1 Posicionar a vítima na posição decúbito dorsal (de barriga para cima) em uma
superfície rígida e plana 12
2 Retirar as vestes da vítima
Ao observar que a vítima não responde, não respira e não tem pulso, acione um
serviço de emergência (192 ou 193) e solicite um DEA/AED.
Destacamos que, caso por algum motivo o socorrista não conseguir entrelaçar
os dedos, este poderá segurar com sua segunda mão o punho, onde dará também
firmeza para comprimir.
Figura 11: Pocket Mask (Máscara de Bolso) Figura 12: Ventilação sob máscara
ETAPA AÇÃO
Etapa Ação
1 Ligar o DEA/DAE
2 Seguir os avisos visuais e sonoros,
Figura 14: RCP após o Choque. Figura 15: Posições dos socorristas durante a
18
aplicação do choque.
· Secar o tórax
Devemos secar todo tórax da vítima a fim de que o choque não se espalhe pela
superfície e também para as pás colarem na pele.
cada dois minutos ele continue falando, pois este o manterá informado e monitorando
o paciente todo o tempo.
3 - RCP EM CRIANÇAS
Etapa Ação
1 Certifique-se de que a criança está deitada com as costas sobre uma superfície
firme e plana.
2 Retire as roupas que atrapalharem.
3
Coloque o “calcanhar de uma mão” sobre a metade inferior do esterno.
Uma criança é alguém com mais de um ano de idade e que ainda não chegou
à puberdade. Se estiver em dúvida se a pessoa é um adulto ou uma criança,
considere-a adulta.
Uma criança “responsiva” é aquela que se mexe, fala, pisca ou reage de
alguma outra forma quando você a toca e pergunta se está bem. Uma criança que não
“responde”, que não faz nada quando você a toca e pergunta se está bem, é
considerada inconsciente.
Comprimir o tórax com força e rapidez é a parte mais importante da RCP. 21
Figura 18 Figura 19
Em seguida devemos pedir ajuda do serviço médico de emergência e solicitar
um DEA/AED (figura 21). Caso não haja como pedir ajuda no momento ou está
distante de um telefone, inicie imediatamente as manobras de RCP, pois a maioria
das crianças para por problemas respiratórios e a RCP será fundamental neste
primeiro momento. Após 5 ciclos de RCP, dirija-se a um telefone ou ache alguém
para solicitar um DEA/AED e volte a executar as manobras de reanimação.
Figura 20 Figura 21
22
As compressões são importantes na RCP e executá-las da maneira correta é
cansativo. Quanto mais cansado(a) você estiver, menos eficazes serão as
compressões. Se mais alguém souber aplicar RCP, faça revezamento. Reveze a cada
2 minutos mais ou menos, movendo-se rapidamente para minimizar ao máximo a
pausa nas compressões. Lembrem-se, mutuamente, de comprimir 5 cm de
profundidade a uma frequência de 100 a 120 compressões por minuto e permitir
que o tórax retorne à sua posição normal após cada compressão (figuras 22 e 23).
Figura 22 Figura 23
Ø Administrar ventilações
Ø Aplicação do DEA/AED
ETAPA AÇÃO
1 Ligar o DEA/DAE.
Figura 24 Figura 25
ETAPA AÇÃO
24
Etapa Ação
3 Solicite ajuda.
Veja se alguém pode ajudá-lo (a).
Peça a essa pessoa que telefone para o número do serviço médico de 25
emergência/urgência e busque um DEA/DAE.
6 Continue.
Continue executando séries de compressões e ventilações até que a criança
comece a respirar ou se mexer ou até que alguém com treinamento mais avançado
chegue e assuma o socorro.
Se houver outra pessoa com você durante a RCP ou se você puder gritar por
ajuda e pedir a alguém que o ajude, peça a ela que telefone para o número do serviço
médico de emergência/urgência enquanto você comprime com força e rapidez e
administra as ventilações. Você executa as compressões e ventilações enquanto a
Usar um DEA/DAE Use pás para adultos. Se não houver pás para
crianças, use as de adultos.
Se usar pás de adulto,
certifique-se de que elas
não se toquem.
Profundidade da Comprimir no mínimo 5 cm Comprimir cerca de 5 cm
compressão de profundidade. de profundidade.
4 - RCP EM BEBÊS
Um bebê é alguém com menos de 1 ano de idade. Na abordagem de uma
criança com idade inferior a 1 ano, você espera que este se mexa, emita sons, pisque
ou reaja de alguma outra forma quando você o estimula e grita seu nome. Um bebê
que não “responde”, não faz nada quando você o toca e grita, considerar em PCR.
Caso o Bombeiro esteja acompanhado, um militar telefona para o Serviço Médico de
Emergência enquanto o outro inicia RCP. Caso o Bombeiro esteja sozinho, realizar 5
27
ciclos de 30 compressões X 2 ventilações e, só depois, solicita o apoio.
Comprimir o tórax com força e rapidez é a parte mais importante da RCP.
Comprimindo o tórax, você bombeia sangue para o cérebro e o coração.
As pessoas muitas vezes não comprimem com força suficiente por temerem
ferir o bebê. Uma lesão é improvável, mas, caso ocorra, será melhor do que a morte.
É melhor comprimir forte demais do que insuficientemente. Se possível, coloque o
bebê sobre uma superfície firme e plana acima do chão (caso não seja possível utilize
o chão mesmo), como uma mesa. Isso facilita a administração da RCP.
Ø Abordagem do Bebê
Bata no
pezinho do
bebê e chame,
observe se
respira
normalmente,
peça ajuda e
inicie RCP.
Figura 27: Sequência de atendimento a um bebê.
28
Caso haja dois ou mais socorristas da área de saúde, a RCP poderá ser
realizada com ciclos de 15 compressões para 2 ventilações, sendo que agora quem
comprimir, deverá segurar o tórax da criança com os polegares, como mostra a figura
30.
5 - ASFIXIA EM CRIANÇAS
A asfixia é provocada por alimento ou outro objeto preso na via área ou na
garganta. O objeto impede que o ar chegue aos pulmões. Algumas asfixias são leves
e outras graves. Se for grave, aja rápido. Retire o objeto para que a criança possa
respirar.
2 Fique atrás da pessoa. Abrace a pessoa de modo que suas mãos fiquem na parte
da frente do corpo dela.
6 Faça compressões até que o objeto seja expulso e a pessoa possa respirar, tossir
ou falar ou até que pare de responder.
30
Siga as mesmas etapas, exceto pelo local onde posicionar seus braços e
mãos. Coloque seus braços por baixo das axilas da criança e suas mãos na metade
inferior do esterno. Puxe diretamente para trás para aplicar as compressões
torácicas.
Se você fizer compressões numa criança, mas não conseguir remover o objeto
que está bloqueando as vias aéreas, a criança irá parar de responder. Comprimir o
tórax pode fazer com que o objeto seja expelido.
Se a criança deixar de responder, siga estas etapas:
Etapa Ação
1 Deite a criança sobre uma superfície firme e plana. 31
2 Segure pelo ombro e chame.
3 Peça ajuda.
4 Verifique a respiração.
5 Administrar 30 compressões.
6 Após 30 compressões, abra as vias aéreas. Se vir um objeto na boca,
retire-o.
7 Administre 2 ventilações.
8 Repita a execução de séries de 30 compressões e 2 ventilações,
Inspecionando a boca quanto a objetos após cada série.
6 - ASFIXIA EM BEBÊS
A asfixia é provocada por alimento ou outro objeto preso na via área ou na
garganta. O objeto impede que o ar chegue aos pulmões. Algumas asfixias são leves
e outras, graves. Se for grave, aja rápido. Retire o objeto para que o bebê possa
respirar. Em caso de engasgo com líquidos (leite por exemplo) proceder da mesma
forma que sólidos.
Ação: Use a tabela a seguir para determinar se o bebê está em asfixia leve ou grave e o 32
que fazer.
ETAPA AÇÃO
1 Segure o bebê com o rosto voltado para baixo com as pernas em seu cotovelo.
Sustente a cabeça e a mandíbula do bebê com a mão. (figura 37)
Um bebê que receber pancadas nas costas e compressões torácicas deve ser
examinado por um profissional de saúde. Se você der pancadas nas costas e fizer
compressões torácicas no bebê e ainda assim, não conseguir remover o objeto que
está bloqueando as vias aéreas, o bebê deixará de responder. Comprimir o tórax pode
fazer com que o objeto seja expelido.
ETAPA AÇÃO
1 Coloque o bebê com o rosto voltado para cima sobre uma superfície firme e
plana acima do chão, como uma mesa. (figura 39)
2 Estimule o pezinho
4 Verifique a respiração.
7 - ASFIXIA NO ADULTO
Etapa Ação
1 Se desconfiar que alguém esteja asfixiado, pergunte: “Está com dificuldade para
respirar?”. Se a pessoa acenar que sim, diga-lhe que você vai ajudar. (figura 41)
2 Fique atrás da pessoa, abrace- a de modo que suas mãos fiquem na parte da
frente do corpo dela. (figura 42) 34
3 Feche uma das mãos.
4 Coloque a mão fechada com o lado do polegar ligeiramente acima do umbigo da
pessoa e bem abaixo do esterno.
5 Agarre a mão fechada com a outra mão e faça compressões rápidas para cima
no abdômen da pessoa.
6 Faça compressões até que o objeto seja expulso e a pessoa possa respirar,
tossir ou falar ou até que pare de responder.
Figura 41 Figura 42
8 - ASFIXIA NA GESTANTE
35
Figura 43
Etapa Ação
Continue a RCP até que ela fale, se mexa ou respire, ou até que alguém com
3 treinamento mais avançado chegue e assuma o socorro.
36
Não ultrapassando 6 cm
Capítulo II
Emergências Clínicas e Cardiológicas:
O início: o que você estava fazendo quando a dor começou? Ela começou de repente
ou aos poucos?
Paliação/ provocação: Alguma coisa faz a dor parar, melhorar ou piorar?
Qualidade: descreva a dor (queimação, facada, incômodo, penetrante)
Região/ irradiação/ referida: você pode apontar o lugar onde a dor está? Ela
permanece localizada ou se move?
Severidade (intensidade): Que nota você dá para a dor em uma escala de 1 a 10,
sendo 1 uma dor leve e 10 a maior dor que já sentiu?
Tempo/ duração: Há quanto tempo está sentido isso?
Sinais e sintomas
Alergias
Medicamentos
Passado médico (história) relevante
Líquidos e lanches ingeridos (quando e o que?)
Eventos que precederam o quadro atual
Risco (fatores de risco).
- Nível de Consciência:
Ausência de resposta 1
- Motricidade:
- Sensibilidade:
Esta é uma avaliação importante nos pacientes com suspeita de lesão cerebral,
lesão da coluna vertebral ou lesão de nervo periférico. Quando há lesão neurológica
de uma determinada região do corpo, como um segmento da coluna vertebral, o
paciente normalmente refere que há perda total da sensibilidade da região
correspondente e/ou percepção de formigamento, dormência, agulhamento, ou
choque.
- Avaliação Pupilar
- Manifestações Clínicas
42
1. Estado mental alterado: confusão mental, mudanças de comportamento, entre
outros.
2. Delirium: Alteração aguda na cognição, temporária, com períodos de maior e
menor intensidade, podendo estar associada a alucinações e delírios. Pode ser
confundida com demência, porém esta apresenta alteração crônica da função
cerebral.
3. Síncope: É a perda súbita e transitória da consciência e do tônus postural por
baixa da perfusão cerebral, com recuperação espontânea.
4. Tonteira/ vertigem: Tonteira é uma queixa inespecífica que pode
corresponder à sensação de quase síncope e vertigem é uma sensação anormal de
movimento. Podem estar associadas a tinido, zumbido ou ruído nos ouvidos.
5. Convulsão: Pode ser generalizada (envolvendo perda de consciência),
associada a movimentos tônico-clônicos, incontinência urinária e fecal e mordedura
da língua, ou pode ser uma convulsão focal que afete apenas uma parte do corpo,
sem perda de consciência, mas com possível redução da consciência.
6. Cefaléia: Dor na dor na cabeça que deve ser caracterizada como aguda
(possibilidade: de AVC hemorrágico, tumor cerebral) ou crônica (possibilidade:
enxaqueca, cefaléia tensional, dor miofacial).
7. Ataxia/ distúrbio da marcha: Perda de controle muscular e coordenação dos
movimentos, causando instabilidade do tronco, marcha instável, movimentos
oculares anormais ou diplopia (visão dupla).
8. Déficit neurológico focal: qualquer perda localizada da função neurológica,
como fraqueza, dormência ou perda do movimento em parte de um membro ou em
todo ele, ou em um lado do corpo ou da face.
Sinais e Sintomas:
Escala de Cincinnati
Tratamento:
hipertensão.
Tendo em vista o diagnóstico diferencial com AVE e hemorragia
intracraniana, sempre transporte o paciente até uma unidade que possa fazer a sua
avaliação médica.
Tratamento:
1.6 - Hipoglicemia:
50
A Diabetes Mellitus é uma doença crônica muito comum e suas complicações
são diversas, sendo a hipoglicemia um complicador importante em situações de
emergência, e a mais comum.
A hipoglicemia é caracterizada por um nível anormalmente baixo de glicose
no sangue, geralmente abaixo de 70 mg/dl (<3,3mmol/L). É importante não
considerar apenas este número, pois pacientes com níveis altos de glicemia e com
redução rápida de seus valores, podem ter sintomas de hipoglicemia mesmo com
valores acima de 70 mg/dL. A hipoglicemia não tratada está associada à morbidade e
mortalidade significativas.
A hipoglicemia pode estar relacionada às vítimas insulinodependentes
resultante da administração de insulina em excesso e/ou do consumo inadequado de
alimentos ou de mudança do programa terapêutico. Nos diabéticos não
insulinodependentes a hipoglicemia está muito relacionada ao uso de
hipoglicemiante oral com meia vida longa, principalmente em pacientes idosos.
A hipoglicemia em pacientes não diabéticos é denominada hipoglicemia de
jejum (mais comum em doença hepática grave, tumores pancreáticos, defeitos
enzimáticos, superdosagem de fármacos e infecção grave) ou hipoglicemia pós-
prandial (mais comum em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica).
51
Conduta:
2 – ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES:
O desconforto torácico inclui não somente a dor, mas também sintomas como
sensações de aperto, esmagamento, queimação e pontada. São numerosas as causas
para essas manifestações, podendo ter origem em diversos sistemas. As causas mais
comuns estão descritas no quadro abaixo.
Causas de dor torácica
1. Uso de medicações
2. Histórico de alergias
3. Doenças prévias
4. Cirurgias prévias como cirurgias cardíacas e/ou implante de stents
coronarianos (ou se caso teve indicação de tais procedimentos e não realizou)
5. O que estava fazendo quando a iniciou a dor
6. Existem fatores que pioram ou melhoram o sintoma
7. Tempo decorrido do início da dor
8. Tipo de dor (queimação, pontada, incômodo, aperto...)
9. Intensidade (pontuando entre 1 e 10, sendo 1 uma dor leve e 10 a pior dor já
sentida pelo paciente
3 - ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS
Inúmeras são as patologia clínicas que podem causar dispnéia (falta de ar).
Detalharemos mais adiante algumas causas mais frequentes encontradas pelo
socorrista no ambiente pré-hospitalar.
Quando abordamos uma vítima com queixa de falta de ar é importante,
primeiramente, diferenciar se há sofrimento respiratório ou insuficiência
respiratória.
57
No sofrimento respiratório, manobras de reanimação simples, como
administração de oxigênio suplementar ou ventilação com pressão positiva por meio
de dispositivo de bolsa-válvula-máscara, são o suficiente para a melhora. No entanto,
se encontrarmos sinais de insuficiência respiratória, devemos implementar as
medidas imediatas de reanimação, como uso de dispositivos de via aérea
supraglótica, tubo laríngeo ou intubação orotraqueal (somente para profissionais
habilitados de saúde), para manter a via aérea e a ventilação do paciente.
3.2 - Asma
1. Roncos e sibilos
2. Dispnéia
3. Aperto no tórax
4. Sinais de infecções respiratórias recentes e/ou exposição a alérgenos como
rinorréia (nariz escorrendo), congestão (entupimento), cefaléia, faringite (dor de
garganta), rouquidão, tosse e mialgias (dor no corpo).
Na elaboração de um diagnóstico de asma, um episódio somente de roncos e
sibilos não fecha o diagnóstico. Surtos repetidos são necessários para identificar a
provável causa. Outras doenças que se manifestam com sinais de roncos, sibilos e
dispnéia são as pneumonias virais ou bacterianas, disfunção ventricular por infarto
agudo do miocárdio e doença pulmonar obstrutiva crônica.
- Salbutamol: Beta agonista de uso inalatório (primeira linha). Deve ser usado 2,5 a
5mg a cada 20 minutos por três doses ou de forma contínua, seguido por 2,5 a 10mg
a cada 1 a 4 horas conforme a necessidade. Em crianças, administra-se 0,15mg/kg
Dose mínima 2,5mg) a cada 20 minutos, seguido por 0,15mg a 0,3mg/kg a cada 1 a
4 horas conforme indicado pela condição do paciente , até 10mg.
- Beta 2 agonistas parenterais: Usar com cautela, devido ã tendência a causar
hipertensão aumentar o trabalho cardíaco e a demanda de oxigênio. A terbutalina
0,25mg ou a epinefrina 0,3mg a 1:1000 intramuscular podem auxiliar o agonistas
inalatórios.
- Ipatrópio: 0,5mg a cada 20 minutos até três doses, e depois, conforme a
necessidade. Maior efeito em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica ou
com história de tabagismo.
- Corticosteróides: Metilprednisolona 40 a 125mg, endovenoso, em adultos ou
2mg/kg em pacientes pediátricos. Triancinolona, intramuscular, 60mg em adultos ou
0,3 a 0,3mg/kg em crianças maiores de 6 anos. O efeito dos corticosteróides pode
levar horas até o seu início.
- Sulfato de magnésio: 2g ao longo de 30 a 60 minutos, ajudando a relaxar a
musculatura lisa dos brônquios.
- Mistura gasosa de hélio e oxigênio (Heliox): pouco usado.
Sudorese
Em uma cidade com a do Rio de janeiro, imaginamos que a lesão grave por
exposição ao frio não ocorre. Porém, enquanto a hipotermia é tipicamente associada
ao clima frio, ela também pode ocorrer em condições não tão extremas, mas que
levem a temperatura corporal a cair para menos de 35,6°C. Situações como surfistas
e nadadores expostos a águas muito frias, vítimas de naufrágios que permaneceram
por muito tempo na água ou idosos e crianças expostos a temperaturas muito baixas
de um ar condicionado, por exemplo.
Por outro lado, a exaustão pelo calor é uma condição bastante comum nessa
região, principalmente no verão.
O corpo humano tem dois sistemas para regular a temperatura: a regulação
comportamental (esforço consciente do indivíduo em reduzir o desconforto térmico)
e a termorregulação fisiológica (resultando em suor no calor excessivo e no tremor
no frio extremo por exemplo).
A manutenção e a dissipação da temperatura corporal podem ser feitas através
dos seguintes fenômenos:
A hipotermia é o resfriamento
generalizado do organismo que ocorre
pela exposição a temperaturas baixas,
sendo o organismo incapaz de retornar
às funções corporais normais.
A gravidade da hipotermia é
proporcional ao tempo de exposição ao
frio e ao meio em que a vítima se
encontra. A transferência de calor
corporal é até 25 vezes mais rápida em
meio líquido do que no ar, por esse
motivo a hipotermia ocorre mais rapidamente em vítimas imersas em ambiente
líquido.
Crianças, principalmente os recém nascidos, e os idosos são mais propensos a
hipotermia. Assim como os desabrigados, desnutridos e pessoas com alteração do
nível de consciência por ingestão alcoólica. Uma pessoa que consumiu álcool
também é mais susceptível à hipotermia, pois ele bloqueia a produção de glicose no
corpo e inibe o tremor máximo para a produção de calor.
O organismo necessita da glicose para manter a contração muscular durante
os tremores, dessa forma, é comum a hipoglicemia após longos períodos de
exposição ao frio extremo. Essa alteração deve ser corrigida assim que possível para
se manter o mecanismo termorregulador.
Para se fazer o diagnóstico de hipotermia (temperatura <35°C medida por
termômetro retal), sempre deve se ter em mente essa possibilidade, mesmo que as
1. Hipotermia leve (32 a 35°C): vítima com tremores, com queixa de frio, falta
de coordenação motora e confusão mental (em alguns casos), pele fria e pálida. 64
até que ocorra elevação da temperatura para 35°C. O coração em hipotermia grave
responde mal às drogas vasoativas e à desfibrilação elétrica.
sobrevivem até a fase quatro. Até 90 minutos do transporte e até 24h após o resgate.
Pode ocorrer devido à queda posterior da temperatura interna, colapso da pressão
arterial e alterações como hipóxia, acidose ou alterações rápidas do pH que induzem
a fibrilação ventricular.
- Ceratite solar (cegueira da neve): ocorre dentro de 1h, mas aparece somente após 6
a 12h da exposição. Levam ao lacrimejamento excessivo, dor, vermelhidão, inchaço
das pálpebras, dor quando se olha para a luz, cefaleia e visão nebulosa. Deve-se
cobrir os olhos e levar o paciente para atendimento médico.
- Lesão cutânea localizada pelo frio: podem ser congelantes e não congelantes.
Deve ser removido para uma unidade hospitalar.
Sinais e sintomas:
Sinais e sintomas:
1. Confusão mental.
2. Hiperventilação, taquicardia e hiperventilação.
3. Insuficiência cardíaca, edema pulmonar, distúrbio hidroeletrolítico.
4. Sangramento gastrintestinal, disfunção hepática.
Sinais e sintomas: 68
usada antes, durante quanto tempo e se foi misturada com outra substância. No caso
de pacientes agitados ou agressivos, o socorrista deve sempre manter a calma, sendo
tranquilizador e não ameaçador para o paciente. Se o paciente está sonolento ou
inconsciente, devemos iniciar as manobras de proteção das vias aéreas, até que o
paciente acorde ou que seja possível instalar uma via aérea definitiva (suporte
avançado).
Tratamento: irrigar a boca com grande volume de água, beber água ou leite (250ml).
Não induzir vômitos e nem realizar lavagem gástrica. Se a contaminação for nos
olhos, irrigar por 15 minutos com água ou soro fisiológico. Se for na pele, irrigar por
5 minutos. Transportar o paciente o mais rápido possível para um ambiente
hospitalar.
f) Etanol: A maior parte do álcool ingerido é absorvido em até uma hora. Os sinais e
sintomas variam de acordo com a quantidade ingerida.
0,05% <25 mg/dl Desinibição, sensação de calor, rubor da pele, prejuízo leve do
julgamento
0,30% 100-250 Pode ser acordado por estímulos dolorosos, respiração profunda
mg/dl e ruidosa
Capitulo III
Assistência ao Politraumatizado no APH
a) Cinemática do Trauma
d) Biossegurança – EPI
associados a contaminação por vírus dos tipos HIV e os das hepatites, sendo a
hepatite B o maior potencial de contaminação. Por essa razão é de grande
importância que o bombeiro militar esteja devidamente protegido ao realizar
atendimento a vítimas de trauma. Caso ocorra algum tipo de exposição, tal como
perfurações e/ou respingos de sangue nos olhos, por parte dos componentes das
guarnições, estes devem imediatamente comunicar a equipe de saúde de sua unidade
ou ao seu superior para que os devidos cuidados preventivos sejam iniciados.
77
Roteiro de avaliação situacional para o atendimento ao trauma:
2- EXAME DO POLITRAUMATIZADO
B- (Boa) Ventilação
D- Déficit neurológico
E- Exposição e ambiente
O exame primário é dividido em seis etapas que devem ser seguidas de forma
sistemática para que nenhuma informação sobre as condições da vítima seja
negligenciada.
Figura 1 Figura 2
B- (Boa) Ventilação:
C- circulação:
83
D - Déficit neurológico:
E - Exposição e Ambiente:
Exposição da vítima.
Reavaliação:
3- HEMORRAGIAS E CHOQUE:
Hemorragia Classe II: A maioria dos adultos consegue compensar esta perda de
sangue, ativando o sistema nervoso simpático (adrenalina na corrente sanguínea) que
manterá a pressão arterial estável = choque compensado!
Hemorragia classe III: a maioria das vítimas não consegue compensar esta perda
de volume, e ocorre hipotensão. Muitos desses doentes necessitam de transfusão
sanguínea e intervenção cirúrgica.
Hemorragia Classe IV: estágio de choque grave. Essas vítimas geralmente têm
poucos minutos de vida. A sobrevida depende de controle imediato da hemorragia
Fonte: Modificado de American Collegeof Surgeons Committee: Advanced Trauma Life Support for
th
doctors, student course manual, 9
Costela 125
Rádio e ulna 250-500
Úmero 500-700
Ø Tratamento:
Ø Torniquetes - Orientação:
Caso uma hemorragia externa não possa ser controlada por pressão, a
aplicação do torniquete é a etapa lógica seguinte o qual também deve ser utilizado
quando houver síndrome do esmagamento e amputação traumática.
Cabe ressaltar que o torniquete é um equipamento industrializado disponível
e comercializado no Brasil, porém seu custo ainda é muito elevado, desta forma o
CBMERJ orienta os bombeiros militares improvisarem de duas formas respeitando
os seguintes princípios:
Tempo: Podem ser usados com segurança por até 120 a 150 minutos até a sala de
cirurgia, sem lesões nervosas ou musculares. Identificar no torniquete a hora de
colocação.
Observação 89
Hemorragias descontroladas:
Atentar para hemorragias nos seguintes locais: tórax, abdômen, pelve e
fêmur, devido ao grande potencial de sangramento. A administração de cristalóides
IV com objetivo de manter uma pressão arterial sistólica em um intervalo 80 a 90
mmhg, é conhecida como hipotensão permissiva. Este conceito é a tentativa de
manter a pressão arterial da vítima abaixo dos níveis de normalidade até a chegada
ao hospital de origem. Uma grande quantidade de volume pode causar hemorragia
Hemorragias controladas:
Doentes com hemorragia externa importante, que foi controlada, podem ser
mantidos com uma estratégia de reanimação volêmica mais agressiva, desde que o
socorrista não tenha razões para suspeitar de lesões intratorácica, intra-abdominais ou
retroperitoniais associadas. Os adultos em Choque Classe II, III ou IV devem receber
90
um bolus inicial de 1 a 2 litros de solução cristalóide. As crianças podem receber um
bolo inicial de 20 ml/kg de solução cristalóide.
Resposta mínima ou ausente: não apresentam quase nenhuma alteração dos sinais
vitais, após administração de 1 a 2 litros de volume.
carga inevitável entre cabeça e tronco seja transferida da coluna cervical para o colar,
eliminando ou minimizando a compressão cervical que de outra forma ocorreria.
É importante testar a sensibilidade e a motricidade antes e após qualquer
mobilização da vítima, não esquecendo de anotar no formulário específico, para
proteção do socorrista, contra processos e para propiciar o fator continuidade do
serviço.
5- TRAUMA DE TÓRAX: 92
a) Trauma penetrante:
b) Trauma Fechado:
c) Fratura de costelas:
d) Tórax instável:
e) Contusão Pulmonar:
f) Pneumotórax:
Ocorre em até 20% dos traumas graves de tórax. Podemos classificar como 93
simples (fechado), aberto ou hipertensivo (evolução do simples / ou do aberto) . É
importante evitar a transformação de simples em hipertensivo. Pode ser necessária a
descompressão por punção. O pneumotórax hipertensivo é uma lesão com risco
iminente de morte.
g) Hemotórax:
h) Tamponamento Pericárdico:
Mais comum nos ferimentos penetrantes, contudo também pode ocorrer nos
traumatismos contusos e ainda em casos crônicos como pericardites. Se caracteriza
por apresentar uma quantidade de sangue no saco pericárdico. Esse sangue que se
acumula no saco pericárdico impede que o coração realize seu enchimento normal
(pré-carga). Resultando assim em uma má perfusão por diminuição do volume
sanguíneo ejetado para a circulação.
É um quadro grave que requer rápida intervenção. No ambiente pré-hospitalar
os recursos por vezes são insuficientes, a presença de um profissional médico
habilitado para realizar “pericardiocentese” aumentará em muito as condições de
melhora desse quadro.
São Sinais clássicos: Turgência de jugular, hipotensão arterial, bulhas 94
cardíacas abafadas e pulso paradoxal (durante a inspiração o pulso radial some).
95
passo 1 passo 2
passo 3 passo 4
Passo 5
máscara;
jugulares;
Resumo:
6- TRAUMA ABDOMINAL:
O abdômen representa no corpo humano uma das regiões mais críticas no que
diz respeito a vítimas de trauma, principalmente quando associados ao choque
hipovolêmico (hemorrágico). Conforme as evidências, em vítimas que apresentam
sinais de choque, mesmo não tendo lesões aparentes, devemos suspeitar de lesões em
algum órgão, pois há presença de vísceras maciças e vasos calibrosos, que têm como
uma das características principais gerar sangramento abundante quando acometido.
Logo, podemos entender que as lesões abdominais, quando não reconhecidas,
acabam sendo uma das maiores causas de morte em vítimas de trauma, não apenas
pelas características desse tipo de trauma, mas também pela difícil avaliação no
ambiente pré-hospitalar.
97
O trauma abdominal pode ser resultante de:
Ferimentos penetrantes – Neste caso temos as lesões por armas de fogo, armas
brancas e outros objetos que podem penetrar no abdômen durante um evento
traumático. No caso das armas de fogo, o órgão mais acometido é o intestino delgado
e no caso das armas brancas, temos o fígado como o órgão mais atingido.
O abdômen deve ser avaliado à procura de lesões de partes moles que podem
gerar dor, rigidez e, mais tardiamente, distensão.
Casos Especiais:
Não devem ser retirados ou manipulados, sob o risco de iniciar e/ou aumentar
o sangramento. As ações neste caso devem estar voltadas para a estabilização desse
objeto, pois a retirada deve ocorrer apenas no centro cirúrgico. Em alguns casos, o
objeto pode ser cortado, para facilitar a extricação e/ou mobilização da vítima e
posteriormente o seu transporte. 98
b) Evisceração:
As lesões musculoesqueléticas
demandam do socorrista o
reconhecimento de lesões que
representam risco à vida do doente,
sem que o mesmo desconsidere os
princípios da avaliação primária.
O socorrista, ao observar a
cinemática do trauma tem a
oportunidade de estimar, pela troca de
energia entre o agente causador da lesão e a vítima, as possíveis lesões que
proporcionem risco à vida, ao passo que realiza as intervenções necessárias para
manter a sobrevida do doente no trauma. Embora as lesões musculoesqueléticas nas
vítimas de trauma raramente apresentem risco de morte, fraturas podem gerar
c) Fraturas de Fêmur:
d) Luxações:
e) Entorses:
A entorse ocorre pela torção de uma articulação causando dor, edema com a
presença ou não de hematoma. Os ligamentos da região afetada foram distendidos
ou rompidos ocasionando assim os sintomas anteriormente citados. O socorrista
deverá proceder com os princípios de avaliação (inspeção, checagem de pulso,
motricidade e sensibilidade do membro), imobilização e condução da vítima à
unidade hospitalar para efetuar exame radiológico e avaliação médica confirmando
ou não a entorse.
f) Amputações:
Observação:
Em hipótese alguma o segmento deverá permanecer em contato direto com o gelo.
Alterações morfológicas:
No primeiro trimestre da gravidez o útero encontra-se protegido pelos ossos
da bacia e a espessura das suas paredes está aumentada. No segundo trimestre o
útero deixa de ser protegido pela pelve, passando a ser abdominal, porém o feto é
protegido por grande quantidade de líquido aminiótico.
No terceiro trimestre o útero atinge as suas maiores dimensões, as suas
paredes tornam-se mais finas e a quantidade de líquido aminiótico diminui, ficando
então o feto mais susceptível ao trauma neste período.
Em relação à placenta, sabe-se que esta atinge o seu tamanho máximo entre a
36ª e a 38ª semanas e que a quantidade de fibras elásticas é pequena, o que
predispõe a falta de adesividade entre a placenta e a parede uterina, induzindo a
complicações como o descolamento da placenta. O feto é considerado viável a partir
da 28ª semana e é considerado prematuro quando tiver menos de 2,5 Kg.
Quanto maior for a idade gestacional (aumento uterino) maior será a
probabilidade de trauma, mas a possibilidade de lesões de outros órgãos diminui,
pois o útero funciona como barreira protetora dos órgãos abdominais.
Neste tipo de trauma devemos estar atentos para algumas alterações
fisiológicas que são características nas vítimas gestantes:
ATENÇÂO
106
Condutas no APH:
ü Transportar a gestante deitada sobre o lado esquerdo, desde que não tenha
indicação de imobilização de coluna.
ü Se imobilizada, elevar o lado direito da prancha em 10 a 15 cm;
ü Se a vítima não puder ser girada, elevar a perna direita para deslocar o útero
para o lado esquerdo.
ü Sangramento vaginal;
ü Lesões pélvicas maternas;
ü Lesões útero/vagina;
ü Sinais e Sintomas de DPP;
ü Irritabilidade/sensibilidade/contratilidade uterina;
ü Movimentação e Batimento cardíaco fetal.
ü Dispnéia;
ü Taquipnéia (crianças > 40 irpm) e (lactente > 60 irpm) – loadand go;
ü Batimentos de asa de nariz;
ü Retrações supra-esternais, intercostais e subcostais.
Alterações fisiológicas:
Cardiovascular
O miocárdio apresenta alterações importantes, pois ocorrem mudanças em 109
sua estrutura tal como: acúmulo de gordura, que juntamente com outras alterações
como a calcificação das valvas compromete a resposta cardíaca quando há
necessidade de compensação.
A contração e a capacidade diminuem tanto em repouso como em atividade
física levando a diminuição na oferta de oxigênio para a massa cardíaca. Isto acende
um alerta quando necessário realizar reposição volêmica.
Respiratório:
A frequência respiratória diminui devido às alterações estruturais e
funcionais.
A parede torácica sofre alterações devido à calcificação da cartilagem
produzindo baixas no volume e difusão do oxigênio, assim a resposta ventilatória e
elasticidade pulmonar diminuem.
Sistema digestório:
Aparelho gênitourinário:
Co – morbidades:
ü Desnutrição
ü Oclusão vascular por ateroesclerose
ü Medicação vasodilatadora
ü Beta-bloqueadores
ü Marcapasso
Reposição volêmica:
Respiração:
Trauma de crânio:
Resumo:
Nível de consciência, A B C D E
Imobilização cervical/Avalie coxim
Reposição volêmica cuidadosa e criteriosa
Reavalie periodicamente/Ausculta pulmonar
Oxigênio suplementar / 100%
Mantenha monitorado
111
Morbidade e mortalidade
8.4 Queimaduras:
Pele: Maior órgão do corpo, órgão dos sentidos sendo responsável pelo controle da
temperatura, atua como barreira de proteção além de controlar a perda de água e
eletrólitos.
Gravidade da queimadura:
Queimaduras de 1º e 2º graus:
113
Imagens de Queimaduras de primeiro e segundo grau.
Bolha ou Flictena:
Separação entre a epiderme e a derme.
114
3º grau: Esta lesão envolve toda a espessura da pele. Essas queimaduras podem
apresentar diversas aparências. Com maior frequência estes ferimentos são espessos,
secos, esbranquiçados, com aparência semelhante a couro. Em casos mais graves, a
pele parece chamuscada, com visível trombose de vasos sanguíneos. (Queimaduras
de espessura completa).
As vítimas com queimaduras de 3º grau sentem dor. Estas lesões estão cercadas
por áreas de queimadura de 2º grau e 1º grau.
4º grau: São lesões que acometem não só todas as camadas da pele, mas também o
tecido adiposo subjacente, os músculos, os ossos ou os órgãos internos.
115
Tratamento da vítima queimada:
Deve ser iniciada com a avaliação da área queimada e caso seja maior que
20% demonstra gravidade. Prosseguir retirando anéis e pulseiras da área lesada, pois
após o início do edema se torna impossível sua retirada, podendo desempenhar
papel de garrote. Esfriar as queimaduras recentes com solução salina ou água estéril
em temperatura ambiente (a lavagem dos ferimentos com água deverá ser avaliada
com cautela, pois em casos de queimaduras por pós químicos esta não é
recomendada). As áreas lesadas devem ser cobertas com gaze limpa. A hipotermia
em grandes queimados deve ser prevenida com aplicação de mantas sobre a vítima,
após sua avaliação.
Queimadura elétrica:
Queimadura química:
AMARELA - Vítima estável que apresenta potencial para gravidade e que não
deambula;
Referências Referências
Avaliação START Semiológicas de Semiológicas com
Normalidade Alteração
Abaixo de 30 incursões por Acima de 30 incursões por
RESPIRAÇÃO
minuto minuto
STATUS MENTAL /
Lúcido e orientado Desorientado ou
NÍVEL DE
atendendo as solicitações Inconsciente
CONSCIÊNCIA
Avaliação R.P.M.:
Respiração:
Perfusão Capilar:
Status Mental:
Preto
Preto
120
Tratamento em desastres:
realizado pela equipe de APH que irá transportar a vítima para o hospital.
O modelo em cruz é o recomendado, mas a adaptação a esta regra dependerá
única exclusivamente da cena do desastre e da manutenção da segurança.
Transporte:
Rolamento 90°:
Figura 1 Figura 2
lado do socorrista líder. Ambos devem manter um dos joelhos ao solo e outro
elevado visando maior estabilidade, atentando para que os mesmos joelhos estejam
ao solo e levantados. A mão do terceiro socorrista, mais próxima ao socorrista líder
deverá ser posicionada na região pélvica distal da vitima, ao lado da mão do
socorrista lide, formando um “X”, enquanto sua outra mão será posicionada no
joelho distal da vítima, conforme figura 2.
Uma vez posicionada a equipe e a prancha, o rolamento 90° deverá ser
realizado - movimento em bloco. O socorrista que está na cabeça é responsável pelo
sincronismo do movimento, pois será ao seu comando que a equipe irá realizar a
técnica, conforme figura 3.
Figura 3
Após o exame do dorso (crânio, pescoço e coluna), realizado pelo líder, com
mão que está na região pélvica, a equipe se prepara para a colocação da vítima na
prancha. Nesse momento, o terceiro socorrista, libera sua mão da cintura pélvica ou
do joelho da vítima e traz a prancha para o mais próximo possível da vítima,
conforme figura 4. Havendo uma quarta pessoa disponível no local, ela poderá
posicionar a prancha junto a vítima.
125
Figura 4
Ressaltamos que uma vez colocada na prancha, é provável que a vítima ainda
precise de ajustes na sua posição. Neste contexto, o socorrista líder “cavalgará” a
vítima na altura do tórax posicionando as suas mãos sob os ombros ou entre as
axilas, enquanto o terceiro socorrista “cavalgará” a vítima na altura da região pélvica
ficando atrás do líder, conforme figura 5. Ao comando do socorrista que está na
cabeça, a equipe realizará um movimento de “arrasto”, em forma de zigue-zague
diagonal para cima e para baixo, até a vítima atingir a posição correta na prancha. É
importante nesse momento que os socorristas travem a prancha para ela não
escorregar sobre o solo. Ressaltamos que a estabilização manual da cabeça da vítima
só pode ser desconsiderada quando os demais recursos de imobilização de cabeça e
pescoço já tiverem sido colocados de maneira eficaz.
Figura 5
Figura 7 Figura 6
126
Rolamento 180°
Figura 8 Figura 9
Figura 11 Figura 12
Figura 13 Figura 14
Elevação a Cavaleiro:
espaço insuficiente na cena. Esta técnica pode também ser um recurso em locais de
difícil acesso e com vítimas em outros decúbitos.
Figura 14 Figura 15
Figura 16 Figura 17
4. O tirante mentoniano deve ser o primeiro a ser colocado. Ele é posto sobre o
colar cervical fazendo uso da abertura que possui. Após essa ação é que
colocamos o tirante frontal e a finalização da fixação da cabeça. A partir desse
momento não será mais necessário manter a imobilização manual da cabeça.
Padrão de fixação dos cintos: (figuras 18 e 19) os cintos devem estar bem
posicionados para atuarem de forma eficaz. O cinto superior deve ser posicionado na
altura do tórax próximo a região axilar. O ajuste deve permitir a expansão do
movimento respiratório. O cinto mediano deve ficar na altura da pelve. O cinto
inferior deve ser colocado aproximadamente cinco (5) centímetros acima dos joelhos.
Figura 18 Figura 19
130
TRANSPORTE DA PRANCHA COM 03 SOCORRISTAS:
Figura 20 Figura 21
Figura 22 Figura 23
131
Figura 24 Figura 25
Figura 26 Figura 27
RETIRADA DE CAPACETE:
passo 1 passo 2
passo 3 passo 4
133
passo 5 passo 6
Capítulo IV
Acidentes com Animais Peçonhentos:
1 - Venenosos X Peçonhentos
Animais venenosos:
Animais Peçonhentos:
2 - Ofidismo:
digestão da presa abatida, facilitando a absorção dos nutrientes necessários para sua
sobrevivência.
135
FOSSETA LACRIMAL OU APRESENTA
NÃO APRESENTA
LOREAL (exceto cobra coral)
AGEIS E PARTEM EM
ATITUDE (PERIGO) LENTAS E ENRODILHA
RETIRADA
Quando em campo, a diferenciação da cobra coral falsa da cobra coral verdadeira é impossível
de ser executada, portanto, tratar todas como peçonhenta.
CASCAVEL HEMOLISANTE E
(neurotóxico)
136
JARARACA
NECROSANTE E
ANTI-BOTHROPICO
BOTHROPS COAGULANTE
SURUCUCU NECROSANTE E
PARALISANTE ANTI-LACHESICO
LACHESIS
(neurotóxico)
CORAL
PARALISANTE ANTI-MICRURICO
Existe um soro antiofídico genérico, ou seja, que serve para mais de um veneno. Contudo, as
reações do corpo a ele são complicadas e podem deixar seqüelas.
Necrosante:
Paralisante (neurotóxico):
Coagulante:
Hemolisante:
Condutas em ofidismo:
137
ü Nunca tentar capturar a serpente, se possível, tente fotografar ou gravar
na cabeça as características de cor ou barulho emitido pela cobra;
ü Manter a vítima em repouso (a vítima não poderá efetuar nenhum tipo
de movimento para não acelerar a metabolização do veneno);
ü Realizar a assepsia do local;
ü Retira anéis e pulseiras;
ü Imobilizar o local da lesão (se for necessário);
ü Monitorar os sinais vitais;
ü Não amarrar membros fazendo um garrote e nem fazer torniquete (isso
poderá piorar as condições da vítima, pois concentrará o veneno em uma
região e não impedirá que ele circule pelo corpo da mesma);
ü Não fazer cortes e nem chupar o local da picada (isso não retira o
veneno);
ü Transportar a vitima, de maca, imediatamente ao hospital mais próximo,
pois apenas o soro poderá agir contra os sintomas.
3 - Araneismo:
138
De coloração bonita e tamanho minúsculo, são
espécies consideradas de importância médica e
encontradas em áreas de restinga. Os casos de picada
desta aranha não são frequentes em humanos e, geralmente, os ataques são
promovidos pelas fêmeas. Seu veneno possui vários componentes químicos como o
ácido aminobutírico, hialuronidase, fosfodiesterase, polipetídeos, além de proteínas
como latrotoxinas, característica do grupo. Essas toxinas atuam sobre terminações
nervosas sensitivas, provocando quadro doloroso no local da picada. Atuam também
no sistema nervoso autônomo.
O quadro clínico é dor no local da picada com intensidade variável, tipo
mialgia, evoluindo para sensação de queimação (ocorrendo 15 a 60 min. após o
acidente). Lesões puntiformes com uma ou duas perfurações de 1 a 2mm e edema
discreto no local da picada. Pode ocorrer Hiperestesia na área da picada, placa
urticariforme e infartamento ganglionar. Frequentemente há ocorrência de tremores,
contrações espasmódicas dos membros, sudorese local, ansiedade, excitabilidade,
insônia, cefaléia, prurido, eritema de face e pescoço, dor no tórax com sensação de
morte eminente, taquicardia inicial e hipertensão seguidas de bradicardia.
Para tratamento dos sintomas recomenda-se a utilização de compressas
mornas no local e o uso de analgésicos. Quando a dor é muito intensa, pode-se usar
meperidina ou morfina. O tempo de permanência hospitalar para doentes não
submetidos a soroterapia é de no mínimo 24 horas. O tratamento com soro
Antilatrodectus (SALatr) - SORO ANTIARACNÍDEO - é indicado nos casos
graves. A melhora do paciente ocorre de 30 min a 3h após a soroterapia.
Armadeira (Phoneutria):
Condutas em Araneismo:
ü As picadas de Aranha deverão ter maior atenção, pois, acidentes com
aranha marrom e viúva negra o soro anti-aracnídeo se fará necessário;
ü Não tente capturar e nem apanhe com as mãos a aranha, isso poderá
provocar outro acidente;
ü Fique atento aos sinais vitais;
ü Não realizar torniquetes;
ü Não tentar chupar o veneno;
ü Sempre valorize um acidente com aranhas.
4 - Escorpianismo:
Tityus Bahienses:
Tityus Serrulatus:
Sintomatologia:
Condutas em escorpionismo:
Capitulo V
Assistência ao Afogado
- 20% represa
- 13% remanso de rio
- 5% lagoas
- 5% inundações
- 3% baía
- 2% cachoeiras
- 2% córrego
- 15% praias oceânicas
2 - Definição:
Nova definição de afogamento e terminologia foi estabelecida por consenso em
2002, em uso pela Organização Mundial de Saúde.
O afogamento, quanto ao desfecho, pode ser fatal ou não fatal. Como visto,
qualquer incidente de submersão ou imersão sem evidência de aspiração deve ser
considerado um resgate da água, não um afogamento. Termos como "quase
afogamento" (neardrowning), "afogamento seco ou molhado", "afogamento ativo e
passivo" e "afogamento secundário (re-afogamento horas após o evento)" ou apenas
“submersão” são obsoletos e devem ser evitados.
147
Prevenção:
- RCP deve ser realizada no local, pois é onde terá a maior probabilidade de
sucesso. Nos casos do retorno da circulação espontânea e respiratória,
monitore a vítima com muita atenção até a chegada da equipe médica, pois
ainda não esta fora de risco de uma nova parada cardiorrespiratória.
150
Indicações de Internação:
Capítulo VI
Emergências Psiquiátricas
1 - INTRODUÇÃO
cada duas pessoa, no mundo, sofrerá de algum problema relacionado a saúde mental.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria cerca de 30% da
população brasileira irá desenvolver algum transtorno mental ao longo de sua vida.
A atual política nacional de saúde mental nasceu das experiências européias que
buscavam mudanças no modelo assistencial aos portadores de transtorno mental.
A reforma psiquiátrica brasileira foi baseada na reforma psiquiátrica italiana, cujo
principal expoente foi Franco Basaglia, em 2001 foi promulgada a lei 10.216 de
autoria do Deputado Paulo Delgado, esta lei implementou a modificação do modelo
baseado em internações nos hospitais psiquiátricos para o modelo comunitário ,com
uma rede integrada de CAPS, NAPS, Hospital Dia, ambulatórios de saúde mental,
residências terapêuticas e setores em hospitais gerais para o atendimento a
emergências psiquiátricas com tempo máximo de internação. Foi estabelecido pela
lei a redução progressiva de leitos, estas ações têm como finalidade a reinserção
social dos portadores de transtorno mental na sociedade.
153
Diversos problemas enfrentados na infância podem produzir problemas
psiquiátricos na fase adulta.
De acordo com o Ministério da saúde, 3% da população sofre com transtornos
mentais severos e persistentes, mais de 6% da população brasileira apresenta
transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso abusivo de álcool e drogas,
necessitando de atendimento em saúde mental.
Murray e Lopes (1996 Apud Brasil, 2003) afirmam que estudos realizados pela
Universidade de Harvard apontam que, das dez doenças mais incapacitantes em todo
o mundo, cinco são de origem psiquiátrica: Depressão, transtorno afetivo bipolar,
alcoolismo, esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo.
· Tentativa de suicídio;
· Intoxicação e abstinência por álcool e drogas;
· Surto psicótico de origem orgânica ou funcional;
· Comportamento agressivo com ameaça iminente à própria integridade
física ou de terceiros.
· Transtornos de humor.
Lei 8080/90 e 8142/90 são as leis orgânicas que regulamentam o sistema único
de saúde, preconizam a atenção integral, acesso universal e com rede hierarquizada e
descentralizada dos serviços de saúde.
Lei 10.216 /2001 a lei que regulamenta a assistência aos portadores de transtorno
mental, seus direitos e estabelece diretrizes sobre desinstitucionalização.
Lei Estadual 2.920 autoriza o poder executivo a criar uma central de
atendimento emergencial de remoções de portadores de transtorno mental sob a
coordenação do CBMERJ.
Portaria nº 2048/GM, de 5 de novembro de 2002, que institui o Regulamento
Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência
Portaria Nº 1.864, de 29 de setembro de 2003, institui o componente pré- 154
vítima e um se posicionara atrás segurando a cabeça com uma das mãos e outra mão
no peito da vítima deslocando-o para trás.
Poderão ser utilizados espectadores externos que demonstrem preparo para
colaborar.
Deve-se manter o contato verbal com a vítima durante a contenção, tentando
acalmá-la, informando que tal medida é para protegê-la.
Utilizar quatro faixas acolchoadas com algodão ortopédico uma em cada membro
na prancha longa fixar com tirantes e head block. 156
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Beck EF, Branche CM, Szpilman D, Modell JH, Birens JJLM, A New
DefinitionofDrowning: TowardsdocumentationandPreventionof a Global Health
Problem; Bulletinof World Health Organization - November 2005, 83(11).
JoostBierens, Robert Berg, Peter Morley, David Szpilman, David Warner. Drowning.
In: Norman A. Paradis, Henry R. Halparin, Karl B. Kern, VolkerWenzel, Douglas A.
Chamberlain. Cardiacarrest. The scienceandpracticeofresuscitation medicine.
Cambridge University Press 2007: 1088-1102.
SP,Brasil.Disponívelem:<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_m
ateria=348>, acesso em 21/06/2016.
Szpilman D; Near-drowninganddrowningclassification: A
proposaltostratifymortalitybasedontheanalysisof 1,831 cases, Chest; Vol 112;
Issue3;1997.
VOGT MSL, ALVES ED. Revisão teórica sobre educação de adultos para
aproximação com a andragogia, Educação Santa Maria, 2005, V.30 (2):195 -214.